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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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8 min de leitura

Tragédia no RS

Precisamos nos preparar

Fenômeno climático raro causa calamidade no RS; inundação deve se agravar (Estadão, 3/5). O momento é de solidariedade com o povo gaúcho, mas também de reflexão sobre o que não foi feito ou desdenhado em relação à prevenção aos eventos climáticos extremos. Muitos prefeitos estão vindo a público para pedir a necessária ajuda, mas não os vejo fazendo um mea culpa quanto a ocupações irregulares em áreas de risco ambiental, falta de políticas de urbanismo sustentável, investimento em ciência e tecnologia de prevenção climática e um longo etc. daquilo que sabemos que poderia não ter evitado a tragédia, mas minimizado seus efeitos. Passada a recuperação da região e após as eleições municipais, toda essa discussão voltará à estaca zero, à espera de novas manifestações da natureza.

Adilson Roberto Gonçalves

Campinas

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As previsões se confirmam

Acabou o período de avisos sobre o aquecimento global, e as piores previsões estão se confirmando em eventos como as tempestades sem precedentes no Rio Grande do Sul e as ondas de calor cada vez mais fortes e mais frequentes em grande parte do País. O Brasil não vai sobreviver permitindo o desmatamento de 80% do Cerrado e do Pantanal, e precisa rever a inconsequente legislação a esse respeito com urgência. O País não pode permitir que o desmatamento ilegal continue até o longínquo ano de 2030; o fim do desmatamento ilegal deve ser antecipado para 2025, quando o Brasil vai sediar a conferência do clima da ONU. Os avisos acabaram, o Brasil precisa de um plano de ação de recuperação de áreas degradadas e se proteger da nova realidade.

Mário Barilá Filho

São Paulo

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O papel do governo federal

Lula montou uma sala de situação para acompanhar as enchentes no Rio Grande do Sul e diz que o foco é o resgate das pessoas. Sim e não. Resgatar e evacuar as pessoas é o que o governo do Estado está fazendo com competência. O governo federal pode e deveria ajudá-lo mais nisso, contudo seu papel principal deveria ser outro: viabilizar soluções com o objetivo de evitar que o problema volte a acontecer. Não faltam soluções de engenharia para tratar o problema, desde que viabilizadas por verbas federais. Vou citar apenas algumas delas: 1) aumentar a capacidade das represas, por motivos óbvios; 2) projetos de macrodrenagem adaptados às necessidades de cada lugar para as cidades onde o risco é maior. É preciso haver lugares para onde direcionar grandes volumes de água e uma rede adequada para isso. Obras de macrodrenagem evitam grande parte das tragédias; 3) desassoreamento dos rios ou escadas hidráulicas; 4) aumento das áreas verdes; 5) captação e aproveitamento de água da chuva; 6) praças inundáveis; 7) previsão do tempo e plano de alarmes e de evacuação com antecedência de 12 horas para eventos meteorológicos mais agudos. Como Lula não tem feito obras nesse sentido, eis aí uma boa oportunidade para começar. Mas, antes de olhar para o futuro, convém olhar um pouco para o passado: o governo federal deixou de repassar 1/3 das verbas prometidas na última tragédia. Assim, mais importante do que prometer seria cumprir.

Jorge Alberto Nurkin

São Paulo

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1.º de Maio de 2024

Evento esvaziado

No passado, os sindicatos movimentavam massas para celebrar seus políticos favoritos, mas isso ficou para trás. Tudo acontecia graças aos grandes recursos financeiros que tinham para financiar eventos nos quais a verdadeira atração era a presença de artistas populares, combinada com o fretamento de ônibus para o transporte dos participantes. Agora, sem recursos, o esvaziamento mostra que não há poder de engajamento dos sindicatos com os trabalhadores.

Fabio Donizetti

Osasco

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Eleições 2024

Abuso de poder

Lula pede voto em Boulos em ato esvaziado do 1.º de maio; lei eleitoral veda (Estadão, 2/5, A8). E agora, TSE? Além de fazer campanha fora de hora, pedindo votos para o seu pupilo – ainda que para poucos militantes –, sujeito a uma multa irrisória, Lula não cometeu crime também de abuso de poder econômico? Assim como Sergio Moro? Afinal de contas, a Lei Rouanet e patrocínio da Petrobras foram usados não para o evento comemorativo do Dia do Trabalho, mas para um evento político partidário eleitoral. Ou as leis só servem para os opositores? E se Boulos for eleito? Ele pode ser cassado? Não no Brasil.

Marcelo Teixeira

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

COMÍCIO ESVAZIADO

Essa foto na manchete do Estadão (2/5, A1) registrada no evento em comemoração ao 1.º de maio, promovido pelo PT no estacionamento da Neo Química Arena, é a prova fiel da decadente popularidade de Lula da Silva em face de um número ínfimo de presentes. Sinal evidente, e não percebido pelo soberbo Lula, que o cidadão brasileiro melhor informado não vacila mais frente a políticos demagogos e populistas, como há neste governo sem propostas viáveis e até ousadas para desenvolver a nossa economia e promover a justiça social.

Paulo Panossian

São Carlos

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AUSÊNCIA DO ESPÍRITO DE LIDERANÇA

Há quarenta anos, quando Lula começou a transição de líder sindical para líder político, ele conseguia levar multidões ao estádio de Vila Euclides, em São Bernardo do Campo. Atualmente, com idade próxima aos oitenta anos, vemos uma pessoa que perdeu esse espírito de liderança e já não atrai apoios como antigamente. O evento de 1.º de maio foi de uma falta de profissionalismo que deu até pena. Vamos torcer para que surja outra liderança e não tenhamos Lula candidato à reeleição.

Aldo Bertolucci

São Paulo

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REAÇÃO AO ATO DE 1.º DE MAIO

Parabéns aos candidatos à prefeitura de São Paulo que nada fizeram contra o candidato Guilherme Boulos, que recebeu propaganda antecipada do presidente Lula, acostumado a ser fora da lei. Parabéns, Ricardo Nunes e todos os outros que seguem e vencerão.

Roberto Moreira da Silva

Cotia

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VERGONHA

Para Lula tudo, para Jair Bolsonaro a lei. Uma vergonha o que estão fazendo com nosso amado Brasil.

Bianca Rosa Posenato

São Paulo

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GESTÃO BOLSONARO

A extrema-direita que crítica o governo Lula como gastador, deveria se lembrar que hoje se gasta em programas para beneficiar a população mais pobre, diferentemente do período da gestão Bolsonaro onde pontificavam gastos com motociatas, passeios de jet ski, cartões corporativos e compra de armas.

Sylvio Belém

Recife

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DEMARCAÇÃO DE TERRAS

Os poderes da República, todos eles, são os responsáveis pela lentidão no processo de demarcação das terras para os indígenas, o que, na realidade, significa abrir caminho para o crime organizado, além de estimular inúmeros protestos dos indígenas em diversas localidades do País. Na realidade, estamos diante de uma Panela de pressão indígena, como bem salienta o editorial desta sexta-feira no Estadão (3/5, A3), prestes a estourar ou explodir, ocasionando danos para os diversos cantos do Brasil. Na verdade, as autoridades brasileiras ainda não perceberam que a sua omissão acarreta grandes danos aos indígenas, aos agropecuaristas e a outras categorias profissionais enquanto estimulam o crime organizado em seus tentáculos. Agir tardiamente está sendo uma constante do governo atual.

José Carlos de Carvalho Carneiro

Rio Claro

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DÍVIDA DO RIO DE JANEIRO

Concordo com todo o conteúdo do texto Argumentos Mirabolantes (Estadão, 2/5, B3), no qual é explicitada a ingenuidade maliciosa e velhaca do atual governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, ao interpor recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF) para fugir do pagamento da astronômica dívida do seu estado com a União. Gostaria de lembrar, no entanto, que um dos principais responsáveis pela convergência da atual inadimplência foi condenado por desvio inimaginável de verbas e, por isso, condenado a penas que, somadas, totalizavam mais de 400 anos de prisão, embora tenha ganhado liberdade por excesso de tempo mantido em regime de prisão preventiva. Estou cada vez mais convencido que o Brasil é uma fraude. E o pior é que o mundo já sabe disso.

Paulo Roberto Gotaç

Rio de Janeiro

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TETO SALARIAL

A alienação do atual presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, é espantosa. Em vez de dar encaminhamento a propostas legislativas que tornem efetivo o teto salarial constitucional, ele insiste num projeto que o desmoraliza, beneficiando apenas uma categoria de servidor público, justamente a melhor remunerada. Não é mais admissível nem sustentável expandir a desigualdade social financiada com recursos públicos. O teto salarial precisa ser o limite da remuneração para qualquer servidor(a) público(a), sem exceções, e muito menos penduricalhos que deixem de ser levados em consideração no cálculo salarial para limitação ao teto constitucional.

Airton Reis Júnior

São Paulo

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PEC DO QUINQUÊNIO

O artigo do economista Roberto Macedo intitulado Pacheco e os quinquênios para juízes e promotores (Estadão, 2/5, A4) expõe sem meias palavras o absurdo da PEC do Quinquênio trabalhada com estranha generosidade no Senado. É mesmo mais uma farra com o dinheiro público em andamento. O pior de tudo, como registra o artigo, é o conflito de interesse de congressistas com processos na Justiça procurando se credenciar junto aos juízes.

José Elias Laier

São Carlos

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CLASSE POLÍTICA

É duro o que eu vou escrever. Contudo, é a nossa realidade, doa a quem doer. Toda a nossa classe política é nosso espelho. Espelho do povo brasileiro. Nossos políticos não vieram de Marte. Nossos políticos nasceram no Brasil. Foram educados por pais brasileiros. Foram instruídos por escolas e universidades brasileiras. Nossos políticos são advogados, médicos, engenheiros, pastores, empresários, ruralistas, etc. Nós, brasileiros, em sua grande maioria, jogamos lixo no chão, jogamos lixo pela janela de carro, furamos fila, ultrapassamos pelo acostamento, abrimos embalagens em supermercados, não devolvemos troco que nos foi dado a mais, não respeitamos a lei do silêncio, não respeitamos as leis de trânsito, corrompemos funcionários públicos, fraudamos licitações, fraudamos a declaração de imposto de renda, etc. A classe política, em sua grande totalidade, somos nós, o povo brasileiro. Falamos uma coisa e praticamos outra, diametralmente oposta. E ainda há os hipócritas que criticam os políticos ou ainda os que, inacreditavelmente, têm políticos de estimação. O culpado: Pedro Álvares Cabral (risos). A solução: devolver o Brasil aos povos originários e lhes pedir desculpas (risos). Pronto, falei.

Armando Bergo Neto

Campinas

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TRAGÉDIA NO RS

Banco Itaú e Heineken, que pagaram quase R$ 40 milhões para o show da Madonna no Rio de Janeiro, façam o favor de enviar R$ 20 milhões, cada um, aos desabrigados da enchente do Rio Grande do Sul.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

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MUDANÇAS DE RUMO

O aquecimento global chegou com tudo no Brasil: tempestades sem precedentes e ondas de calor cada vez mais intensas e frequentes. Não é mais possível ignorar a realidade. O Brasil precisa parar de desmatar, precisa rever a legislação inconsequente que permite desmatar 80% do Cerrado. O país precisa antecipar o fim do desmatamento ilegal de 2030 para 2025. Nada justifica prevaricar por tanto tempo. O Brasil precisa mudar sua produção agropecuária, não é possível desmatar tanto para criar gado. O volume de soja é completamente insustentável e está secando os principais rios do país. O Brasil precisa buscar alternativas muita mais lucrativas que a soja e que usem muito menos água. O país precisa de inteligência que nunca teve, tanto na gestão da agricultura quanto no meio ambiente. Uma boa ideia seria trazer especialistas estrangeiros para redesenhar o agronegócio brasileiro e atuar na preservação ambiental e recuperação das áreas degradas. Nunca foi tão urgente fazer mudanças tão grandes de rumo. A ajuda internacional seria muito bem-vinda e pode ser implantada na conferência do clima ano que vem na Amazônia.

Mário Barilá Filho

São Paulo

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SOLUÇÃO PARA INUNDAÇÕES

As cidades que estão sujeitas à inundações têm que ter locais para abrigar a população, o que remete ao pensamento de uma arca capaz de abrigar pessoas: estruturas capazes de flutuar nas enchentes e abrigar no seu interior os desabrigados. A ideia pode parecer maluca mas, se bem estudada, pode funcionar como uma versão moderna da arca de Noé.

Roberto Solano

Rio de Janeiro

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AGRISHOW

Muito interessante a carta do leitor sr. Honyldo R. Pereira Pinto (Fórum dos Leitores, 2/5) resgatando as origens da feira Agrishow. É, de fato, procedente que a concepção da Agrishow contemplava um evento dinâmico (produtos em ação) voltado para negócios. Na época da concepção, nos idos de 1993, tentamos fazer uma feira dinâmica em conjunto com a Expo Dinâmica de Minas Gerais, que recusou. Partimos para um evento solo. Resolvemos convidar as demais entidades representativas: Anda, Andef, Anfavea e, mais tarde, a Abag. A reunião histórica de criação foi feita na Carborundum, onde eu dirigia a Divisão de Irrigação. Houve uma discussão sobre as alternativas (Ribeirão Preto, Campinas ou São Carlos). Venceu Ribeirão Preto, pela localização e atratividade para os produtores rurais. Participaram muito ativamente o sr. Celso Casale, da Casale, e Fabricio Morais, da Jumil, que também eram diretores do Departamento Nacional de Máquinas Agrícolas. Escolhemos o mês de maio, próximo ao feriado de 1.º de maio, com menos chuva e temperatura mais amena. Eu sugeri o nome Agroshow, mas Celso Casale sugeriu Agrishow, que soava melhor. Passaram-se 30 anos, mas a concepção original permanece. Sobre o sucesso da feira até hoje, nem preciso comentar.

Ivan Pupo Lauandos

Campinas

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CORRIDA ESPACIAL

Em relação à matéria Já há planos para minerar a Lua (Estadão, 02/5, C6 e C7), por que será que essa notícia trouxe, pelo menos para este vovô de 84 anos, uma sombra de tristeza e desalento? Chegou a vez da Lua? Preparem-se para o pior.

Ruy Carlos Silveira Crescenti

São Pedro