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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Por Fórum dos Leitores
11 min de leitura

Enem 2023

Desrespeito aos alunos

A questão número 89 da prova do Enem deste ano, que demoniza o agronegócio, é de uma perversidade revoltante, não só pelo próprio enunciado da referida questão, mas pelo fato de o vestibulando ter de dar uma resposta que, para acertar, pode ser exatamente o contrário do que o aluno pensa. Não bastasse isso, numa redação rebuscada, a questão trazia a palavra “pragatização”, um neologismo que só serviu para confundir o raciocínio de quem já está sob natural estresse. Mas isso não foi tudo: havia, ainda, a questão sobre duas músicas de Caetano Veloso (Alegria, Alegria e Anjos Tronchos), cuja resposta correta nem o próprio Caetano conseguiu identificar com convicção. A propósito, a divulgação do vídeo de Caetano tentando responder à questão foi um relevante serviço prestado por Paula Lavigne. Diante de tal absurdo, a sociedade, representada por entidades voltadas para a Educação, deve se manifestar veementemente, a fim de que isso não venha a se repetir nas próximas edições do Enem.

José Carlos Lyrio Rocha

lyriorochajclr@gmail.com

Vitória (ES)

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Educar para progredir

Cumprimento o Estadão pelas excelentes publicações do editorial A educação como cabresto e do artigo de William Waack (O Enem e o atraso mental do Brasil), na edição de ontem (A3 e A18, respectivamente). Os alunos devem ser ensinados a pensar, a ter opiniões próprias formadas a partir de conceitos diversos, e não pelas opiniões incutidas pelo governo da vez. Tive o privilégio de ter uma formação educacional que me permitiu ter meus próprios conceitos e valores, sem ser conduzida para este ou aquele lado. Transformar o que dá certo no Brasil nestes tipos de tortuosidades não trará progresso. Educação é, além de ensinar o básico, ensinar a pensar com sua própria cabeça. Só assim este país poderá se desenvolver.

Lucia Helena Flaquer

lucia.flaquer@gmail.com

São Paulo

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Venezuela

O celerado Nicolás Maduro

Sem nada de útil para fazer, como, por exemplo, tentar dar uma vida mais digna ao cidadão venezuelano, Nicolás Maduro, amigo íntimo de Lula, fará um referendo para saber se a Venezuela deve anexar parte da vizinha Guiana (A ameaça bélica que vem da Venezuela, Estadão, 8/11, A10). Com Exército poderoso, formado à custa da fome e da miséria do povo venezuelano, o celerado Maduro não terá dificuldades para obter seu intento contra a inofensiva e pacífica Guiana. Espera-se uma insurgência mundial contra este descalabro, inclusive do Brasil de Lula da Silva.

Maurílio Polizello Junior

polinet@fcfrp.usp.br

Ribeirão Preto

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Brasileiros em Gaza

Diplomacia

A narrativa de que, com o atual governo, a nossa diplomacia voltaria a ocupar seu lugar de destaque no cenário internacional parece que não está se concretizando. Afinal, os 34 brasileiros que ainda estão na Faixa de Gaza não tiveram nenhuma preferência para serem resgatados. Ao contrário: ficaram por último.

Vital Romaneli Penha

vitalromaneli@gmail.com

Jacareí

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Urbanismo

SP hostil ao paulistano

Leitor reclama de transtornos por realização de três obras no mesmo quarteirão (São Paulo Reclama, Estadão, 7/11, A15). Ao ler a resposta dada pela Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento (SMUL) ao leitor sr. Alex Vicentin, morador de Pinheiros, tive a certeza de que a cidade está abandonada à voracidade das construtoras e incorporadoras e de que os poderes públicos não estão preocupados com os habitantes da cidade, nem estarão no futuro. O fato de que não há legislação que proteja seus moradores de tantos inconvenientes provocados pelas construções já atesta que os paulistanos estão em maus lençóis. O bairro em questão parece hoje um campo de guerra, terra arrasada. Muitos bairros em São Paulo estão na mesma situação, e os preços do metro quadrado se tornam tão altos que vai ficando impossível de viver ali. Pergunto: quantas pessoas poderão morar nestes bairros onde tantas construções estão ocorrendo ao mesmo tempo? Pela resposta dada ao leitor, o poder público manda os cidadãos que já moram nesses bairros se lixarem. A cidade está ficando irreconhecível e dificilmente todas essas construções faraônicas vão melhorar a vida dos paulistanos. Ao contrário.

Maria Tereza Centola Murray

terezamurray@hotmail.com

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

PAZ, POR FAVOR!

Israel não está destruindo o Hamas; está destruindo um povo para expandir mais ainda seu domínio na região. Qual o sentido de matar tantos indiscriminadamente, entre esses, mais de 4 mil crianças? Elas é que devem pagar pelos atos terroristas? Vidas de civis palestinos não valem nada, só a dos israelenses? Parem a matança, ela jamais será a solução para os conflitos da região. A solução está num entendimento baseado na justiça, que traga uma paz duradoura, e num princípio basilar: ninguém é melhor do que ninguém.

Eliana França Leme

efleme@gmail.com

Campinas

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AS CRIANÇAS DE GAZA

Deixemos, por um instante, a destruição sistemática da Faixa de Gaza, que foi recentemente separada pelo exército israelense em duas partes, ambas sendo bombardeadas. Mas, dos 9.770 civis mortos, há, no mínimo, 4.008 inocentes crianças, o que provocou o corajoso António Guterres, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), a declarar que Gaza está se tornando “um cemitério de crianças”, e afirmou estar “profundamente preocupado” com as “claras violações do direito humanitário internacional” no terreno. O que mais deve acontecer até o mundo – em particular, os Estados Unidos, o grande “fiador” de Israel – interferir para parar mais esse massacre? Foi o silêncio da comunidade internacional sobre as atrocidades em Ruanda, Iraque, Síria, Mianmar, entre outras, que levou às tragédias nesses lugares. Agora, é a vez das crianças palestinas de Gaza?

Omar El Seoud

elseoud.usp@gmail.com

São Paulo

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DEBATE SOBRE A GUERRA

A iniciativa da Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados de convocar representantes dos palestinos e da comunidade judaica para debater o conflito entre Palestina e Israel foi até bem intencionada, mas, independentemente de ter sido interrompida por acirramento de ânimos, caso fosse concluída, iria servir apenas para uma coisa: nada. Cada parte iria apresentar seu lado da história, sua verdade e boas intenções, sem que se chegasse à conclusão alguma. Fato é que, há décadas, judeus e palestinos de boa vontade se reúnem em várias partes do mundo visando um projeto de paz, mas que nunca tiveram influência prática real na região, pois radicais e fundamentalistas poderosos de ambos os lados nunca demonstraram uma intenção pacificadora autêntica e sustentável, e essa situação está longe de se resolver. Sem querer ser desanimador, a Comissão tem assuntos mais importantes para debater neste momento.

Luciano Harary

lharary@hotmail.com

São Paulo

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TRUMP, PUTIN & MILEI

Donald Trump lidera a corrida presidencial americana, apesar dos vários processos que enfrenta na Justiça. Vladimir Putin concorrerá novamente a presidente/czar da Rússia, sem adversários. E a Argentina pode eleger Javier Milei, o “anarcocapitalista”, no próximo dia 19. Três grandes nações à beira do suicídio coletivo, para perplexidade do mundo democrático. O Brasil adiou Jair Bolsonsro por oito anos, mas a direita raivosa sobrevive. Nunca a democracia esteve sob tanto ataque de políticos tão reacionários e de eleitores tão irresponsáveis, praticando “roleta-russa” na hora de votar.

Paulo Sergio Arisi

paulo.arisi@gmail.com

Porto Alegre

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EDUCAÇÃO E SAÚDE

Governo Lula bloqueia R$ 3,8 bilhões do Orçamento e cortes atingem hospitais e livros didático (Estado, 7/11). Até pode ser entendido o corte relativo aos livros didáticos, uma vez que Lula da Silva não tem cultura e alinhamento com a Educação. Mas privar hospitais de recursos financeiros trará prejuízos incomensuráveis às instituições e, consequentemente, aos pacientes hospitalizados. Lula deve ter plena consciência que seu ato irresponsável poderá acarretar dividendos desagradáveis ao seu governo.

Maurílio Polizello Junior

polinet@fcfrp.usp.br

Ribeirão Preto

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BLOQUEIO ORÇAMENTÁRIO DE LULA

Realmente, um bloqueio orçamentário de R$ 3,8 bilhões faz diferença onde ele for endereçado e aplicado na peça de recursos do Estado, mas muito mais quando ceifa recursos de hospitais, onde periclitam vidas, da economia doméstica (auxílio gás) e da educação (livros didáticos). A atuação governamental de Lula foi especialmente danosa a dois segmentos altamente importantes para a população: saúde e educação, além da economia doméstica. Outras verbas poderiam ser bloqueadas: do orçamento secreto e dos destinados a segmentos não essenciais da vida nacional. Na verdade, o cumpre e não cumpre o orçamento de 2024 (nos gastos) coloca Lula em posição de desagradar a população, porque as questiúnculas entre o ministério da Fazenda e a presidência da República nunca devem afetar setores fundamentais e essenciais à população.

José Carlos de Carvalho Carneiro

carneirojcc@uol.com.br

Rio Claro

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DÉFICIT ZERO

Lula, o mesmo que fuzilou o déficit zero para 2024, desmoralizando seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad, depois das duras críticas que recebeu, volta atrás e diz a investidores que vai garantir estabilidade fiscal. Assim como seu líder no senado, Randolfe Rodrigues, ratifica dizendo que o governo não vai modificar a meta fiscal de 2024. Se dá para acreditar, são outros quinhentos, mas o estrago que causou no mercado foi grande! E hoje, os investidores estão pagando para ver se o presidente vai honrar sua declaração.

Paulo Panossian

paulopanossian@hotmail.com

São Carlos

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REFORMA TRIBUTÁRIA

A reforma tributária em discussão no Congresso Nacional pode resultar em um cenário preocupante para o Brasil. A possibilidade de criar o maior imposto do mundo é um equívoco que pode comprometer nossa economia. A carga tributária já é alta e elevar ainda mais os impostos afetará negativamente empresas e cidadãos. Precisamos de uma reforma que simplifique o sistema, estimule investimentos e gere crescimento. A busca por justiça fiscal não pode resultar em taxas exorbitantes que inviabilizem o progresso. É necessário cautela para não sobrecarregar a população e manter a competitividade do país no cenário global

Luciano de Oliveira e Silva

luciano.os@adv.oabsp.org.br

São Paulo

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DESACREDITADO NO GOVERNO

Lula da Silva não sabe diferenciar gasto de investimento. Desacreditou o déficit zero em 2024; incentivou seus ministros a gastar; voltou a criticar as privatizações, dizendo que não vai vender a cama para dormir no chão; mas prometeu aos empresários que participaram do Brasil Investment Forum estabilidade política, jurídica, social e fiscal. Esse é o Lula que fala muito e, ao mesmo tempo, entra em contradição, fazendo o dólar subir e a bolsa cair.

J. A. Muller

josealcidesmuller@hotmail.com

Avaré

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DEPUTADOS DE SP

Deputados eleitos por SP destinam verbas de emendas a outros estados (Estado, 8/11, A7). Não creio que alguém se surpreenda com essa notícia. Trata-se de um velho artifício de indivíduos que sequer podem ser chamados de políticos. São arrivistas de longa data e cabe ao estado de São Paulo preservar nossos valores por meio de leis justas e mais severas.

Vera Augusta Vailati Bertolucci

veravailati@uol.com.br

São Paulo

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TEMPORAIS

Sobre o editorial Temporal de omissões (Estado, 7/11, A17) concordo em partes. Só esqueceram de dizer que os moradores fazem diversos pedidos à Prefeitura para a remoção ou poda de árvores doentes, justificando que essas árvores estão colocando em perigo transeuntes e resultando em danos materiais, mas a Prefeitura, com seus naturebas de plantão, não atendem a esses pedidos para a substituição das árvores. Foi o que vimos na sexta-feira. Então, a meu ver, as pessoas que deveriam analisar isso não têm esta competência, elas sim são as culpadas!

Margarida Hlebanja

margarida@drava.com.br

São Paulo

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E SE VIER OUTRA VENTANIA?

Como cidadão, afirmo com todas as letras que não me interessa saber quem responsabilizou quem. Não vai servir para absolutamente nada no caso bem provável de termos uma nova tempestade com ventos fortes. Eu quero saber é: o que vai acontecer caso tenhamos um outro evento do mesmo porte do de sexta-feira nos próximos dias ou meses? Qual é o estoque de fios, cabos, conexões, postes e outros da Enel depois desse desastre? Como estão as indústrias que produzem os insumos? Qual foi o índice de eficiência geral dos trabalhos realizados? Quanto tempo por situação? Qual a eficiência das equipes da Prefeitura? Faltou serra, caminhão e guincho para a remoção? Quantas equipes foram envolvidas, quantos por situação? Tinha material de reposição e ferramentas para todos? Aumentou muito o número de funcionários da Enel nas ruas. Qual o treinamento deles? Enel tem, normalmente, quantos funcionários disponíveis para situações de emergência? Foram utilizados funcionários aposentados ou equipes terceirizadas? Qual a garantia legal/jurídica deles? Qual o parâmetro de eficiência? Em comparação com Miami ou outras cidades da Flórida ou Texas, por exemplo, o que eles têm que não temos? O que precisamos para nossa condição? Como é a engenharia financeira da Enel para situações como essa? Ela fica de pé ou quebra caso aconteçam vários eventos desses? Quem segura a peteca? Há um fundo de emergência do governo do Estado disponível para socorrer a Enel? De quanto para quanto tempo? O que tem que ser religado antes? Quais são as prioridades técnicas num evento desses? Qual é o nível de segurança das centrais elétricas, dos transformadores e outros? Não estou dizendo que dê informações que afetem a segurança geral, mas que nos eduque e treine para sabermos agir numa emergência desse porte. O que precisamos agora é de informações, de dados, de previsibilidade. Precisamos de mapas para que possamos nos localizar e entender o que está acontecendo e o que poderá acontecer. Precisamos e temos o direito de nos prevenir ou de agir com alguma eficiência depois do evento. O ônus não pode nem deve ficar completamente sobre nossas costas. Precisamos ter e ver um plano emergencial. Temos o direito constitucional à informação. Não adianta ficar no “ele falou isso”, “o outro falou aquilo”. A aviação, que tem um dos sistemas de segurança mais precisos da humanidade, ensina que não adianta culpar. Tem que entender o evento em todos os seus detalhes, os que estão na cara e os que não se pode ver a princípio, mas que tiveram importância no resultado final. Se queremos um país, se queremos uma cidade, se queremos um futuro é bom entender o que realmente acontece. É óbvio que não interessa a muitos que os brasileiros venham entender o que é qualidade, mas a esses digo que continuar na mesma ladainha será um tiro no pé de suas próprias intenções, sejam boas ou más. A ignorância do outro é o suicídio de si próprio. Numa situação de crise profunda, a maior asneira que se pode fazer é buscar responsáveis ou culpados. O momento é de termos respostas, caminhos. Infelizmente, não os temos. Somos uma população completamente à deriva.

Arturo Alcorta

arturoalcorta@uol.com.br

São Paulo

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CONSUMIDORES APAGADOS

Trezentos mil consumidores de eletricidade paulista amanheceram a terça-feira apagados. Um verdadeiro caos numa sociedade onde a maioria dos equipamentos e utensílios tem alimentação elétrica. Culpa-se o fenômeno El Niño, que vem do Oceano Pacífico. Mas não é só isso. Temos, principalmente, a falta de prevenção aos acidentes climáticos e a ausência de política ambiental sustentável. Aproveitadores transvestidos de ecologistas buscam votos que os fazem vereadores, prefeitos, governadores, secretários, ministros e ocupantes de postos regiamente remunerados, tudo às custas de um ativismo imobilista e irresponsável. Em vez da defesa das árvores, do abraço nas que estão sob risco e do acionamento de mecanismos que impedem o desenvolvimento sob a suposta defesa do verde, essas criaturas deveriam se preocupar com a sustentabilidade. As cidades precisam ter uma política ambiental mínima, não aquela que favorece os exploradores políticos, mas voltada à salubridade das árvores e sua convivência pacífica com os equipamentos urbanos. É preciso que prefeituras e órgãos ambientais conscientizem a população da necessidade de, antes de qualquer coisa, observar a árvore que existe na calçada ou no quarteirão de sua casa. E, além de cuidar de sua integridade, buscar a substituição quando ela estiver apodrecida e representar risco. Se todos tomarem esse cuidado, certamente não teremos mais os longos períodos de apagão como os que hoje castigam São Paulo. Ainda mais: os órgãos encarregados da fiscalização de serviços públicos – água, eletricidade, esgoto e outros – devem cumprir suas funções integralmente. Do contrário, os problemas serão insolúveis.

Dirceu Cardoso Gonçalves

aspomilpm@terra.com.br

São Paulo

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ENEM

Sobre o artigo de William Waack a respeito do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), concordo plenamente com tudo. O presidente, com letra minúscula mesmo, deu uma grande contribuição ensinando a quem faria o Enem sobre a Jaca, com letra maiúscula mesmo. Sinceramente, o Brasil não é para amadores. Pobre povo brasileiro!

Angela Maria de Souza Bichi

angela_bichi@hotmail.com

Santo André

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A POLÊMICA DO ENEM

Analisando certas questões do Enem, fica a impressão de que o enunciado da prova é feito não para quem quer entrar na universidade, mas para quem já entrou. Se o Exame é do ensino médio, as questões não deveriam ser do ensino superior. Não estou falando apenas de questões como a das letras das músicas de Caetano Veloso, que o próprio Caetano ficou em dúvida sobre a resposta certa ou respostas certas, mas uma série de questões que demandam interpretação que dependem da visão de cada pessoa sobre o assunto, como no caso das questões envolvendo o agronegócio.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

lgtsaraiva@gmail.com

Salvador