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8 min de leitura

Meta fiscal de 2024

Haddad sem apoio

Melancólica a entrevista que o ministro Fernando Haddad concedeu a jornalistas na segunda-feira. O ministro não sabe se defende Lula, mesmo depois da irresponsável declaração de que o Brasil “não precisa” da meta fiscal de déficit zero em 2024 – meta que desde março Haddad promete alcançar –, ou se pega seu boné e deixa o cargo. Ora, que entusiasmo terá o ministro de continuar no governo, depois de ser humilhado pelo presidente?

Paulo Panossian

paulopanossian@hotmail.com

São Carlos

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‘A tribulação de Haddad’

Será que as falas do presidente Lula sobre a meta fiscal de 2024 têm como objetivo que Haddad peça para sair e alguém do Centrão possa assumir?

Tania Tavares

taniatma@hotmail.com

São Paulo

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É urgente ser assertivo

O dilema do déficit zero é uma equação complexa e desafiadora para o governo Lula. A busca por um equilíbrio fiscal tem sido um verdadeiro quebra-cabeça nesta gestão. Há uma necessidade premente de conciliar os gastos públicos e as receitas, mas o atual cenário mostra um descompasso preocupante. O desafio do governo é como navegar num mar revolto, buscando não só soluções imediatas, mas estratégias consistentes para a estabilidade econômica. Uma abordagem assertiva e consistente é urgente para evitar desdobramentos desfavoráveis que possam comprometer a saúde financeira do País no longo prazo.

Luciano de Oliveira e Silva

Luciano.os@adv.oabsp.org.br

São Paulo

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Vontade política

Se Lula quer que a economia brasileira deixe de ser dirigida por “rentistas”, basta moderar suas palavras e perseguir o déficit primário zero em 2024. Não é difícil, basta vontade política.

Cássio M. de R. e Camargos

cassiocam@terra.com.br

São Paulo

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Doce ilusão

Custou demais, mas a ilusão de que o governo manteria algum compromisso com o próprio arcabouço fiscal foi maravilhosa enquanto durou.

Jorge Alberto Nurkin

jorge.nurkin@gmail.com

São Paulo

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Seca na Amazônia

O silêncio do governo

O Brasil e o mundo civilizado esperam alguma resposta do nosso governo sobre o que está acontecendo na Amazônia. A seca histórica e sem precedentes é acompanhada de incêndios criminosos e muitas espécies de animais que já estavam em risco de extinção podem simplesmente deixar de existir com a combinação de seca e queimadas. Não se ouve uma palavra do presidente Lula sobre isso, e a ministra do Meio Ambiente também está em silêncio. O plano oficial do governo brasileiro é permitir o desmatamento ilegal por mais sete anos, e só no longínquo ano de 2030 o País pretende impor o desmatamento zero? O Brasil espera que o sucessor de Lula comece a tomar providências já em 2026.

Mário Barilá Filho

mariobarila@yahoo.com.br

São Paulo

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Pavilhão do Anhembi

História

Acho no mínimo estranho demolirem o Pavilhão de Exposições do Anhembi. Foi um marco, um acontecimento, a construção da cobertura do Anhembi. A estrutura foi toda construída sobre o solo e içada inteira por guindastes. Lembro que o próprio calculista, um canadense, fez o projeto, mas não acreditou que seria mesmo executado. Ficou surpreso, preocupado e veio ao Brasil para comandar o içamento. Foi uma façanha da engenharia na época! 1970! E, agora, está tudo virando sucata? O Brasil não tem história. As cidades brasileiras são todas demolidas e reconstruídas periodicamente. São Paulo talvez até mais do que as outras. Não se preserva (quase) nada. Tudo é demolido, destruído e substituído por novas edificações. Completamente o oposto do que ocorre na Europa.

Paulo Braga Martins, engenheiro

pbmartins42@gmail.com

São Paulo

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Segurança pública

Engano

O combate à bandidagem segue a todo vapor. Tanto vapor que, em meio à névoa reinante, um dos chefes de milícia carioca deixou a cadeia pela porta da frente. A nota oficial sobre a ocorrência diz que foi um “lamentável engano operacional”. Isto mesmo: um engano. De vez em quando, eles acontecem. Tanto que aqui, em Banânia, a turma toda acreditou.

A.Fernandes

standyball@hotmail.com

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

ENTREVERO EM ROMA

O caso do entrevero em Roma envolvendo o ministro Alexandre de Moraes e familiares é uma novela sem fim. Um relatório da polícia italiana diz que “o empresário encostou levemente nos óculos do filho do ministro”. A Polícia Federal diz que “aparentemente bateu com hostilidade no rosto do filho de Moraes”. As imagens não têm áudio, portanto fica a versão de cada um dos lados sobre o que foi dito. Dias Toffoli não levanta o sigilo das imagens para a Procuradoria-Geral da República (PGR), que afirma que o ministro está agindo “desarrazoadamente e inconstitucionalmente”. Em suma, o caso consuma-se como um entrevero e não como uma agressão física de maiores proporções, porque, se assim o fosse, as imagens teriam revelado. Resumindo, o caso já deu o que tinha dar, ainda mais que o País e, principalmente, o Supremo Tribunal Federal (STF) têm mais o que fazer do que ficar remoendo e perdendo tempo com um bate-boca.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

lgtsaraiva@gmail.com

Salvador

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ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO

Alexandre de Moraes pode ser o assistente de acusação na suposta agressão sofrida por seu filho, no aeroporto de Roma, pelo trio de Santa Bárbara d’Oeste. Roberto Mantovani, um dos acusados, assim como os baderneiros do 8 de Janeiro, não estão tendo o direito à ampla defesa, preceito constitucional de qualquer simples mortal. O poderoso ministro Alexandre de Moraes é, ao mesmo tempo, o ofendido, o acusador e o julgador. Mantovani nem com ajuda divina vai se safar das garras de Xandão.

J. A. Muller

josealcidesmuller@hotmail.com

Avaré

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MINISTRO POPULAR

Fernando Haddad já conseguiu a aprovação de suas metas no Ministério da Fazenda de vários senadores e deputados da oposição, de economistas e empresários, do mercado e da sociedade em geral. A única oposição a seu projeto de déficit zero é a do presidente da República, que morre de inveja dele. Lula quer gastar mais do que arrecada o governo e não quer ministro popular, com aprovação geral, que lhe faça sombra em sua permanente campanha eleitoral.

Paulo Sergio Arisi

paulo.arisi@gmail.com

Porto Alegre

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CÍRCULO VIRTUOSO

O ministro Haddad é jovem e bem-intencionado, e eu gostaria de sugerir um programa de longo prazo. Atualmente, nosso país é um dos principais produtores mundiais de produtos agropecuários e minerais. Estamos exportando algodão, soja, minério de ferro, lítio e mais muitos bens para outros países para, em seguida, importar aço, confecções e produtos industrializados desses mesmos países. Poderíamos criar um círculo virtuoso se produzíssemos tecidos e confecções de algodão, óleos vegetais, produtos metálicos e baterias para carros elétricos e mais muitas coisas que gerariam uma quantidade enorme de empregos. Seria uma transformação que levaria anos para ser implantada, mas daria aos brasileiros a esperança de, finalmente, chegar àquele futuro que nós tanto sonhamos.

Aldo Bertolucci

aldobertolucci@gmail.com

São Paulo

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RECURSOS DA MARINHA

Falta de verba ameaça segurança do País, diz comandante da Marinha (31/10, A12). Confesso que estou profundamente decepcionado com nossas Forças Armadas. Saíram de sua missão constitucional de verificar nossas fronteiras para verificar urnas eletrônicas, falharam em garantir a segurança no Rio de Janeiro quando foram chamadas a fazê-lo e, recentemente, falharam miseravelmente em garantir a segurança de seu próprio arsenal, permitindo que metralhadoras superpotentes fossem furtadas. Pedir mais dinheiro porque outros países também gastam bastante com a Defesa é a solução? Não enquanto, para citar apenas um exemplo, os supostamente parcos recursos da Marinha do Brasil continuarem a ser desperdiçados numa fantasia cara e aparentemente irrealizável de construir um submarino nuclear, ao invés de serem utilizados na renovação da sua frota. Infelizmente, não vejo que haja falta de verba, mas sim falta de planejamento, organização, supervisão e colocação clara de prioridades sobre como as nossas Forças Armadas devem se organizar para melhor servir nosso país, estritamente dentro dos preceitos constitucionais, evitando assim que se transformem no problema, e não na solução. Tristes trópicos.

Fernando T. H. F. Machado

fthfmachado@hotmail.com

São Paulo

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TRISTES TRÓPICOS

Nem esquerda nem direita, aqui nos tristes trópicos só existem mesmo “em cima” e “embaixo”.

Alfredo Franz Keppler Neto

alfredo.keppler@yahoo.com.br

São Paulo

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INCAPACIDADE ADMINISTRATIVA

Nada como fatos políticos, falas desastrosas, procedimentos comprometedores para demonstrarem que Lula da Silva não tem nenhum perfil para ser presidente, nem de uma republiqueta como o Brasil (A visão distorcida de Lula sobre o papel do Estado, 31/10, B2). Inexplicavelmente blindado pelo Supremo, boa parte da Assembleia Legislativa e puxa-sacos em geral, Lula e suas irresponsabilidades e incapacidades administrativas inexoravelmente levam o País para o fundo do poço.

Maurílio Polizello Junior

polinet@fcfrp.usp.br

Ribeirão Preto

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PEDIDO DE CESSAR-FOGO

Em vez de pedir o distante cessar-fogo na Ucrânia e em Gaza, o presidente Lulinha paz e amor da Silva deveria pedir um imediato cessar-fogo no Rio de Janeiro, na Bahia...

J. S. Decol

decoljs@gmail.com

São Paulo

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GOVERNANTES IRRESPONSÁVEIS

A posição do Conselho de Segurança da ONU no conflito Israel x Hamas tem sido apática, vergonhosa e escancaradamente a favor da violência que já atinge 8 mil mortos palestinos, sendo que 3 mil são crianças inocentes. As cinco nações com direito a veto têm maior responsabilidade ainda nesta tibieza e covardia em encontrar uma solução de paz, pois o ambiente mundial demonstra cristalinamente que sem um cessar-fogo a humanidade toda corre o risco de sofrer as consequências da insanidade de governantes irresponsáveis, os quais deveriam se sentar no banco dos réus.

Carlos Henrique Abrão

abraoc@uol.com.br

São Paulo

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SAQUES EM GAZA

O atual conflito no Oriente Médio chegou ao ponto de a população civil de Gaza, em desespero por falta de alimentos, água e remédios, fazer saques nos pequenos estoques que chegam de ajuda humanitária à região. Nós aqui, neste canto de mundo, tivemos no século passado momentos assim tão graves quanto este atual daquela região em guerra, embora a motivação desse desespero nosso tenha sido em razão da desigualdade econômica da população, realidade que toda guerra acaba motivando.

José de Anchieta Nobre de Almeida

josenobredalmeida@gmail.com

Rio de Janeiro

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MÁFIA RUSSA

Aeronave oriunda de Tel Aviv tem passageiros judeus ameaçados por máfia russa após pousarem no Daguestão (sob domínio soviético). Pergunto: quem está por trás da máfia russa? A resposta parece óbvia. Hitler perdeu o cabelo e o bigode e agora fala russo? Alô, Nações Unidas?

Sérgio Eckermann Passos

sepassos@yahoo.com.br

Porto Feliz

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GUERRA NA UCRÂNIA

Uma pergunta. Após a tragédia que assola Israel e Gaza, o que tem acontecido com a Ucrânia? Este país ainda existe ou já foi abduzido pela Rússia?

Arnaldo Goltcher

goltcher@terra.com.br

São Paulo

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PRESIDENTE UCRANIANO

Onde está Wally, perdão, Zelensky?

Roberto Solano

robertossolano@gmail.com

Rio de Janeiro

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SERGIO AUGUSTO

Creio que o colunista do Estadão Sergio Augusto é altamente qualificado para ingressar na Academia Brasileira de Letras (ABL).

Vicente Limongi Netto

limonginetto@hotmail.com

Brasília

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O HOMEM DO SESC

Presto minhas reverências a Danilo Santos de Miranda, filósofo, sociólogo, gestor cultural, o homem do Sesc, educador, um humanista integral, para usar a expressão de Jacques Maritain. A matéria legado é a defesa da arte como vital para a sociedade e sintetiza um dos aspectos mais importantes da missão civilizatória desse grande brasileiro que acaba de nos deixar. Na conclusão da entrevista concedida à revista Cult, em 2017, Danilo afirma que “cultura e educação para mim são duas facetas de uma mesma realidade. Por isso, quando me perguntam o que fazemos no Sesc, digo que é educação”. Ele ingressou no Sesc no emblemático 1968, mesmo ano em que ingressei no curso de Pedagogia da USP, o ano que não terminou, segundo Zuenir Ventura. No Sesc Consolação, frequentei a comedoria e a biblioteca e lá assisti a uma palestra de Edgar Morin. Assisti a espetáculos no Sesc Pinheiros, Sesc Belenzinho e Sesc Pompeia. Foi nesta unidade pioneira que vivi um dos momentos mais marcantes de minha vida, na cerimônia de lançamento do primeiro volume do documentário organizado por determinação do presidente da Comissão Mista sobre Anistia do Congresso Nacional, senador Teotônio Vilela. Emocionado, assisti de perto ao levantamento do voo da pomba da paz das mãos do homenageado Teotônio Vilela. Feliz por viver aquele incrível momento histórico, saí com o livro autografado pelo senador e por Henfil. Com este depoimento homenageio Danilo Santos de Miranda, “defensor incansável e parceiro importante da universidade em várias áreas do conhecimento”. Acertadamente, a USP o agraciou com a medalha Armando de Salles Oliveira, “a mais alta honraria da universidade”. Descanse em paz, Danilo!

João Pedro da Fonseca

fonsecaj@usp.br

São Paulo