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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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9 min de leitura

Justiça do Trabalho

Equilíbrio necessário

A propósito da reportagem ‘Ativismo’ na Justiça do Trabalho gera custo bilionário a empresas, diz estudo (Estadão, 8/11, B1), a proteção dos direitos dos trabalhadores é um elemento fundamental para a construção de uma sociedade equitativa. Contudo, é imprescindível que as decisões judiciais sejam orientadas pelos princípios da estabilidade e sustentabilidade do mercado. Apenas por meio de soluções equilibradas, solidamente fundamentadas na legislação, podemos garantir não apenas a continuidade do crescimento econômico, mas também o fortalecimento das relações laborais, evitando a fragilização das empresas e a criação de um ambiente de insegurança jurídica. É imperativo que as legislações se adaptem às demandas do mercado contemporâneo, refletindo esse equilíbrio essencial. Juízes devem proceder com uma análise criteriosa das consequências de suas decisões, assegurando que não comprometam a sustentabilidade do mercado, o que poderia impactar diretamente os empregos dos trabalhadores que buscam proteger. Em última análise, um mercado robusto e sustentável é a base para a plena realização dos direitos trabalhistas.

Thiago Chiavegatto Iaderoza

Campinas

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Contas públicas

Procura-se um governo

Na sexta-feira passada, o dólar chegou a R$ 5,75 e a Bolsa de Valores teve queda de quase 2%, num cenário de juros (Selic) a 11,25% e inflação em 4,76%, acima do teto da meta para 2024 (de 4,5%). Enquanto isso, membros da cúpula do governo, como inimigos da economia brasileira, da contenção da expansão da dívida pública, do equilíbrio fiscal e do crescimento econômico sustentável, se digladiavam no Planalto, sob a falta de liderança de Lula da Silva, que, perdido e sem rumo, não consegue entregar o prometido pacote de corte de gastos. Procura-se um governo. Cadê?

Paulo Panossian

São Carlos

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Cabo de guerra

O Brasil vive um cabo de guerra corrosivo. De um lado está um chefe de Estado pós-graduado em populismo, que, demonstrando que “não há pressa”, exibe inexplicável indecisão para definir providências visando a sanear o equilíbrio fiscal do País. O sensível mercado reagiu negativamente, resultando em elevação da cotação do dólar a níveis ameaçadores de recrudescimento da inflação, com potencial para desestruturar as contas públicas, e Lula da Silva teve de pedir ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que cancelasse a viagem que este faria à Europa. Na visão do presidente, gastos do governo elevam o poder de compra da população – um conceito equivocado, como ficou provado nos 16 anos em que o País esteve sob o controle do seu partido, quando não obteve nada além de crescimento pífio e um ambiente propício à corrupção. De outro lado está toda a sociedade, que, apreensiva, vê o desenvolvimento econômico do País tropeçar, a inovação patinar e a desigualdade, carro alegórico da campanha eleitoral, cavando um abismo cada vez maior.

Paulo Roberto Gotaç

Rio de Janeiro

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Eleição nos EUA

Desastre anunciado

O segundo mandato de Donald Trump não será como o primeiro, com certeza. Só não se sabe se a diferença será para melhor ou para pior. A vitória no voto popular e a maioria conquistada no Congresso dão a ele a legitimidade que ele não teve no primeiro mandato, e as consequências disso são imprevisíveis. Fato é que onde a esquerda fracassa a direita ocupa o espaço – tem sido assim no mundo todo. É preciso considerar com muita seriedade: Jair Bolsonaro não é inelegível, ele está inelegível. E, a contar pelo histórico de decisões incoerentes do Supremo Tribunal Federal (STF) e a resistência da esquerda em sair do atoleiro em que se encontra, não será surpresa alguma se ele readquirir seus direitos políticos, concorrer à eleição presidencial de 2026 e vencer. Desastre anunciado. Não será por falta de aviso.

Luciano Harary

São Paulo

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Antissemitismo

Pogrom na Holanda

Em 7 de novembro, em Amsterdã, na Holanda, houve um verdadeiro déjà vu do que se viu na Alemanha pouco antes da 2ª Guerra Mundial, mas parece que as pessoas acham que não lhes diz respeito, pois “parecia” briga de torcedores de futebol. Talvez descubram, mais tarde, que não é só sobre os judeus.

Luiz Frid

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

CORTE DE GASTOS

Mais reuniões no governo federal para tentar fechar um pacote de corte de gastos. Em resumo, mais gastos de tempos e despesas dos encontros de ministérios para decidir o que eles não querem, cortar os seus gastos e suas mordomias.

Carlos Gaspar

São Paulo

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PEDIDO DE BOLSONARO

O ex-presidente Jair Bolsonaro disse que a vitória de Donald Trump pode facilitar e agilizar sua anistia perante o Supremo Tribunal Federal (STF). A presunção é tão grande que o negacionista já está montando sua chapa à presidência para 2026, com Michel Temer como seu vice, o qual já declinou do convite. Bolsonaro idolatra Trump, e lá trás disse cara a cara: Trump, I love you. Moral da história: um negacionista se mostrou radiante, já o outro ficou extremamente incomodado. Em seu delírio, Bolsonaro diz que pedirá ao ministro Alexandre de Moraes a devolução do seu passaporte para ir à posse do radical eleito. Esses são alguns dos sonhos de Jair Bolsonaro. Aliás, que a Polícia Federal e a Justiça agilizem sim as investigações e os julgamentos do pior inquilino do Palácio do Planalto antes que seja tarde. Fica a dica.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

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REDONDAMENTE ENGANADO

Para o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, a vitória de Donald Trump é como se ele tivesse ganhado as eleições, porém, na minha modesta opinião, Bolsonaro está redondamente enganado. Até porque, não podemos confundir alho com bugalho. Ele que espere para ver.

Virgílio Mehado Passoni

Jandaia do Sul (PR)

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ILUSÃO

O que a vitória de Trump tem a ver com a anistia de Bolsonaro?

Robert Haller

São Paulo

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INSTITUIÇÕES FORTES

Mais uma vez o Estadão lembra, por meio do oportuníssimo artigo Os economistas premiados com o Nobel e o Brasil (Estadão, 7/11, A4) do economista Roberto Macedo, a relevância das instituições como indutores do progresso e prosperidade das nações. O Estado, muito acima dos governos, é que tem que oferecer segurança jurídica para se empreender e investir. Nesta mesma linha, em total sintonia, escreveu o sr. Adriano Pires no artigo Modernizar sim, oportunismo não (Estadão, 25/10, B2), lembra que foi exatamente com esta finalidade – fortalecimento das instituições – que no governo FHC foram criadas as agências reguladoras: “seriam uma espécie de avalista para dar segurança regulatória e jurídica aos investimentos das empresas privadas”. Pois bem, e se o Supremo Tribunal Federal (STF) é a sua instituição máxima, não seria por ele que as reformas deveriam iniciar? Vale lembrar o dito popular: “um fruto podre no cesto pode estragar todo o resto”. Como resolver? Simples, retirando-o do cesto. A péssima imagem que se tem da nossa Suprema Corte é a de que ela foi contaminada por um ou dois membros corruptos, sem imparcialidade para julgar, e o País não tem mecanismos jurídicos ágeis para isolar seus frutos podres. A permanecer essa situação extrativista e predatória, como citado pelos premiados pelo Nobel, o Brasil continuará a ser o País do futuro, como cunhou Stefan Zweig, em 1941.

Nilson Otávio de Oliveira

São Paulo

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CONFRONTOS DIÁRIOS

Semanalmente vemos mortes muito tristes de crianças, adolescentes, etc. Criminosos e polícia em confrontos diários, e nunca vemos ninguém dizer: criminosos provocaram mortes de criança, ou de adolescentes, em confronto. A culpa é sempre jogada na polícia. Francamente, se eu fosse o comandante da polícia iria imediatamente proibir o batalhão de confrontar o crime. Deixem os criminosos em paz, e quando forem roubar ou matar, o cidadão que resolva com o criminoso. Afinal, a polícia é culpada de todas as mortes, deixem os cidadãos resolverem o problema e se entenderem com os criminosos que não matam ninguém.

Roberto Moreira da Silva

Cotia

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TELHADO DE VIDRO

Lula diz que Trump tem que pensar como ‘habitante do planeta Terra’ (Estadão, 7/11, A12). Em entrevista, “Lula afirmou que o nazismo e o fascismo voltaram a funcionar com outra cara”, em referência aos ataques no Capitólio em 6 de janeiro de 2021. Lula que, dentre muitas outras virtudes, adora filosofar sempre de forma crítica contra seus desafetos, precisa aceitar que o mundo ironizou e filosofou também quando ele, condenado por unanimidade em três instâncias, foi retirado da cadeia e ilegalmente anistiado para assumir a presidência do Brasil. Luiz Inácio, que possui telhado de vidro e adora palanque e holofote, se tivesse ainda um restinho de dignidade e vergonha na cara, desceria dos saltos e não atiraria pedras no telhado de ninguém.

Maurílio Polizello Junior

Ribeirão Preto

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MUITA FALAÇÃO

O presidente Lula, com razão, passou um pito no presidente eleito dos Estados Unidos: “Trump tem que pensar como um habitante da Terra”. Mas o próprio presidente parece mais um ambientalista de apartamento, quer extrair petróleo na Foz Equatorial do Amazonas, continua o desmatamento e incêndios na Amazônia e no Cerrado, continua o garimpo ilegal nas terras indígenas e quer asfaltar a rodovia BR-319 (Porto Velho a Manaus). Além desses projetos, tem muita falação e pouca ação.

Vital Romaneli Penha

Jacareí

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‘TRUMP É O QUE É’

Campanha vitoriosa de Donald Trump foi dura e verdadeira. Trump é o que é. Não faz gênero, não é dissimulado como a maioria dos políticos. Evidente que muitas ameaças de campanha, que assustaram o mundo, não serão cumpridas. No fervor da campanha, Trump se fez de grosseiro, antipático, intolerante. Passou a perna nos analistas. Convenceu o eleitor e se elegeu. Trump não tem interesse em se passar por intelectual. É pragmático e fala o que a maioria dos americanos quer ouvir: respeito aos Estados Unidos, à preservação de empregos para americanos, reconstrução da economia, segurança, tolerância zero com o terrorismo e reconquista da autoestima do cidadão. Galhofeiros nas televisões e jornais, aqui nos Estados Unidos e no resto do mundo, perderam tempo e saliva. Não intimidarão Trump com críticas superficiais e amargas. Trump é do ramo. tem presença marcante nas redes sociais e sabe como se expressar na televisão. Diz com firmeza e sinceridade o que o povo gosta de ouvir. As viúvas de Biden, Kamala e Barack Obama dispõem de quatro anos para chorar à vontade e atear fogo às vestes. Bom proveito.

Vicente Limongi Netto

Brasília

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VITÓRIA MONUMENTAL

Muita gente ainda não entendeu o tamanho da vitória de Donald Trump nos Estados Unidos. Ela é monumental. Basta olhar o mapa eleitoral e ver o predomínio da cor vermelha. A eleição de Trump foi atípica e marcada por exceções – foi o único candidato a conquistar duas eleições não consecutivas; ganhou no colégio eleitoral e no voto popular; contará com ampla maioria na Câmara e no Senado, e não bastasse tudo isso, ainda conta com uma Suprema Corte conservadora, de cujos nove ministros, seis são seus aliados. Dificilmente Trump sofrerá impeachment ou será processado. O bilionário agora eleito presidente está com o queijo e a faca na mão. Tem tudo para aprovar as pautas de seu interesse. Elon Musk, aliado histórico e ferrenho cabo eleitoral, só tem a comemorar. Certamente irá fazer parte de seu governo. E Xandão que se cuide.

Deri Lemos Maia

Araçatuba

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PESADELO AMERICANO

Sai o sonho americano, este ideal de liberdade e felicidade humana, paradigma de uma nação, e entra o pesadelo americano, personalizado na figura de Donald Trump, antidemocrata, egocêntrico e autocrata. Um réquiem à liberdade e ao ideal de uma nação fraternal.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

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EXPECTATIVA PARA 2026

“O certo é saber que o certo é certo, o macho adulto branco sempre no comando”, Caetano Veloso cantou. E agora Trump voltou com toda a carga para dominar os EUA e modificar o mundo. A visão simplista do America first é o que importa. Biden entregou o ouro ao bandido e a oposição morreu. Aqui no Brasil, teremos uma crescente onda de direita para apagar o fracasso da esquerda. Vamos ver quem irá receber de presente de Lula a presidência da República em 2026.

Roberto Solano

Rio de Janeiro

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IMPOSTOS DE IMPORTAÇÃO

Muitos economistas pregam que os países devem se especializar na produção dos produtos que são mais eficientes e trocar com os outros. Trump em sua campanha prometeu voltar a proteger os produtos americanos com altas taxas de importação. O Brasil, a partir do presidente Fernando Collor reduziu os impostos de importação que foram seguidos pelos outros governos e levou a nossa desindustrialização. Está na hora de seguirmos o exemplo americano e protegermos a nossa indústria elevando os impostos de importação e também deixando de cobrar imposto sobre exportação sobre commodities, de forma que as nossas empresas sejam mais competitivas e gerem empregos mais bem remunerados.

Martinho Isnard Ribeiro de Almeida

São Paulo

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ATRASO EM AEROPORTOS

Nesta quinta-feira, 7/11, o avião da Gol em que eu estava aterrizou em Congonhas e pude constatar o verdadeiro caos. Ficamos uma hora dentro da aeronave, pois não havia espaço para estacionar. No aeroporto de Ribeirão Preto o passageiro ao embarcar na aeronave tem de usar escadas carregando a mala. Esse não é um fato isolado, até em Guarulhos, o maior aeroporto do Brasil, isso acontece. Onde estão as rampas? Fala-se tanto em mobilidade e o que se vê é um verdadeiro desrespeito ao passageiro. Sem contar que a maioria dos passageiros desse voo tinha conexão e perdeu seu voo. Simplesmente vergonhoso o que acontece nos aeroportos quando se trata de pousos, decolagens, atrasos, cancelamentos e entregas de bagagens (que em Guarulhos leva até 100 minutos). O ministro Silvio Costa Filho, de Portos e Aeroportos, conhece essa realidade? Sabe que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) está sem presidente? Infelizmente, o povo está se acostumando a ser maltratado e perdendo a vontade de se indignar.

Izabel Avallone

São Paulo

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O caminho para chegar ao Oscar (Estadão, 8/11, C10-C11). A concorrência entre os filmes há muito tempo vai além das telas e da aceitação do público. Sabemos que Ainda estou aqui não teve o mesmo estouro que consagrou Central do Brasil, mas seria muito bom ao menos Fernanda Torres repetir o feito da mãe, Fernanda Montenegro, e ser indicada a melhor atriz no Oscar.

Adilson Roberto Gonçalves

Campinas