Eleição 2024 em SP
Debate na Band
No primeiro debate entre os candidatos a prefeito de São Paulo, a situação ficou assim: Datena implodiu-se; Nunes tem os próprios erros a afundá-lo; Tábata se superestimou e não se preparou adequadamente; Marçal é o Tiririca da vez; e Boulos tem a eloquência experiente a seu favor e forte rejeição jogando contra. Parece que ficou tudo meio embolado, à espera do próximo round.
Francisco Eduardo Britto
São Paulo
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Orçamento
Em ano eleitoral...
Gonet aciona STF para suspender ‘emendas Pix’, Congresso reage (Estadão, 8/8, A12). O tal vergonhoso orçamento secreto não deveria jamais ter existido. Ele confisca parcela enorme do Orçamento público para atender principalmente a interesses eleitorais de deputados e senadores. E não nos esqueçamos: o esquema foi criado como uma troca de favores para salvar a vida do ex-presidente, diante de inúmeros pedidos de impeachment por causa da sua incompetência política.
Tomomasa Yano
Campinas
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Emendas de comissão
Nas atas das reuniões em que as tais emendas foram aprovadas não há detalhes sobre a autoria da indicação, a obra a ser feita, o projeto a ser tocado ou o município que receberá a verba. Num país com uma classe política historicamente tão envolvida em casos de corrupção, na verdade nós sabemos, sim, aonde vai parar esse dinheiro.
Marisa Bodenstorfer
Lenting, Alemanha
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Juros
Recado dado
Sobre o editorial Um recado forte e unânime do BC (Estadão, 7/8, A3), cumprimento os diretores do Banco Central (BC) que têm mostrado unidade nas decisões sobre a taxa Selic. O Comitê de Política Monetária (Copom) deixou bem claro, a quem possa interessar, que continuará vigilante sobre a inflação e que não vai titubear, se necessário for, em mudar o rumo de manutenção dos juros observada em junho e julho de 2024 para viés de elevação. Para um bom entendedor, o silêncio basta.
Sérgio Dafré
Jundiaí
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Crise na Venezuela
O temor de Amorim
O assessor de assuntos internacionais do presidente Lula, Celso Amorim, diz “temer por um conflito grave” na Venezuela. Nessa linha, Amorim deve considerar que as atuais dezenas de mortes e centenas de prisões, inclusive de líderes políticos contrários a Nicolás Maduro, devem ser meros ensaios de uma tragédia anunciada ainda maior.
Vicente Limongi Netto
Brasília
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Olimpíada 2024
Demagogia olímpica
Além de nossos sempre contraditórios sentimentos de alegria e decepção diante das vitórias e dos fracassos do Brasil na Olimpíada, neste ano nos deparamos com uma nova sensação: descobrimos que também os nossos atletas pagam Imposto de Renda sobre os prêmios a duras penas conquistados. Mas o presidente Lula, numa reação populista aos incansáveis memes contra o ministro Haddad na internet, edita medida provisória isentando aqueles rendimentos. A causa é nobre, mas a discriminação tributária é inconstitucional. Não seria mais eficiente aumentar os prêmios pagos e ter políticas mais efetivas de incentivo ao esporte? Ora, mas desde quando a eficiência importa, não é?
José Luis Ribeiro Brazuna
São Paulo
Esporte é oportunidade
A Olimpíada nos mostra que investir em crianças com talento para atividades físicas é, também, uma forma de universalizar as oportunidades no Brasil. O menino que ganha um tênis para correr e a menina que poderá ser uma grande ginasta ou não serão, com certeza, melhores cidadãos. Uma pista de atletismo, professores e infraestrutura significam inclusão e oportunidades. Quantas empresas bilionárias neste Brasil de fome não investem um tostão em esportes, enquanto preferem campanhas milionárias em meios de comunicação para transmitir uma imagem de responsabilidade social? Infelizmente, muitas empresas querem resultados imediatos e, quando veem um atleta brilhar, então buscam patrocinar apenas o sucesso, na maior desfaçatez. É por esse tipo de mente pequena e visão curta que o País perde milhares de talentos e, com 215 milhões de habitantes, ganha poucas medalhas proporcionalmente.
Manoel José Rodrigues
Alvorada do Sul (PR)
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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br
TRAGÉDIA EM VINHEDO
Alguns passageiros não embarcaram em Cascavel, no avião que caiu em Vinhedo, pois não foram atendidos no balcão da empresa: a incompetência, por vezes, salva.
Roberto Solano
Rio de Janeiro
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PRIMEIRO DEBATE
Absolutamente deplorável e constrangedor o que se viu e se ouviu no primeiro encontro político promovido pela TV Bandeirantes transmitido ao vivo nesta quinta-feira, 8/8, entre os cinco candidatos melhor colocados nas pesquisas de intenção de voto para as eleições municipais de outubro em São Paulo. Em vez da apresentação de propostas necessárias à melhoria das condições de vida da população paulistana, um ataque gratuito de baixo nível com ofensas pessoais de toda ordem entre os postulantes que não estão à altura do comando da maior, mais rica e importante cidade do Brasil. Em vez de um debate político, um vulgar debateboca. Vergonha.
J. S. Decol
São Paulo
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ELEIÇÕES MUNICIPAIS
Já vi de tudo durante minha vida vampiral. Nasci antes da revolução de 1964, assisti o tempo da repressão – coisas boas e ruins –, depois assisti debates de Jânio Quadros, Fernando Henrique Cardoso, Paulo Maluf, Leonel Brisola, Celso Pitta, Marta Suplicy, Luiza Erundina, etc, todo tipo de maluquice. Mas desta vez fica parecendo um berçário os tempos de bang bang – de dar medo no Hamas e Hezbollah. A coisa vai de PCC, circulando por violência contra a mulher, tráfico e uso de drogas. Francamente, estou com medo de todos os candidatos. Não me sinto em São Paulo, e sim em Teerã. O que está acontecendo na Venezuela, após este debate, parece mais uma briguinha de criança. Vladimir Putin e Kim Jong Un são bonecos da Disney. Choquei.
Roberto Moreira da Silva
Cotia
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‘ESCÁRNIO’
Com o fim do Orçamento secreto, que já era uma verdadeira indecência, nossos parlamentares criaram o orçamento Pix, que é um escárnio. Agora que já foram autorizados R$ 7,7 milhões dos R$ 8,2 bilhões (mais de 90%), aprovados para este ano, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender a execução das ementas, como mostrou o Estadão em seu editorial. intitulado PGR desperta de um sono profundo (Estadão, 9/8, A3). Mas o Senado e Câmara recorreram ao próprio STF contra a exigência da transparência e de rastreabilidade do dinheiro, em um total afronto a constituição e aos contribuintes que pagam escorchantes impostos. Assim, os nossos congressistas exigem o direito de tratarem o dinheiro público como se a eles pertencesse.
Abel Pires Rodrigues
Rio de Janeiro
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EMENDAS PIX
Infelizmente, os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário do Brasil se esmeram por envergonhar os brasileiros de bem. A ultima excrecência foi O atrevimento da Câmara e do Senado (Estadão, 8/8, A3), conforme o editorial do Estadão. Na verdade, Câmara e Senado, desdenhando na inteligência de todos – e até do Supremo Tribunal Federal que julgou inconstitucional o orçamento secreto – informou que os bilhões de reais, transferidos por PIX, emendas parlamentares, ou qualquer adjetivo que queiram dar, é tão oculta que ninguém sabe de onde vem e nem para onde vai. Por sua vez, a politicalha diz que não tem como identificar mais essa falcatrua, destinada aos seus próprios bolsos. Afinal, além de sangrar as contas públicas – e a dos brasileiros – alguém precisa ter coragem para acabar de uma vez por todas – até mesmo sob pena de prisão – com esta esculhambação de origem criminosa. O Brasil agradece.
Júlio Roberto Ayres Brisola
São Paulo
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‘VERGONHA NA CARA’
Após muitas contendas e dissabores, vem o Tribunal de Contas da União (TCU) e declara que não há lei que proíba o recebimento de presentes por parte de presidentes da República. Se não há lei, não há obrigatoriedade. Mas permanece o aspecto moral e ético. Eis que continua em pleno vigor A lei da vergonha na cara (Estadão, 9/8, A3), que deve sempre nortear aqueles que exercem cargos de extrema importância na República. De outro lado, existe ainda o artigo 37 da Carta Magna, que determina a transparência e a moralidade nos atos públicos e na conduta dos servidores públicos. Torcer a ética não pode trazer méritos a quem o faça.
José Carlos de Carvalho Carneiro
Rio Claro
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MORALIDADE E DECÊNCIA
O editorial O atrevimento da Câmara e do Senado (Estadão, 9/8, A3) é elucidativo quanto à moralidade e decência de alguns integrantes do Estado brasileiro. Em julgamento no Tribunal de Contas da União (TCU), sobre a devolução ou não de um relógio de luxo que o presidente Lula ganhou durante seu primeiro mandato, o ministro Jorge Oliveira, em decisão que formou maioria, manifestou-se a favor do atual presidente ficar com presente, e assim, possibilitando ao ex-presidente Jair Bolsonaro pleitear a anulação de inquérito em tramitação contra o mesmo, também sobre retenção de presentes recebidos durante o mandato. Já Lula, desde 2005 com o presente, agora resolveu devolvê-lo ou rifá-lo doando o montante apurado para entidades beneficentes. No entanto, tempestivamente, ambos desconsideraram que esses presentes foram dados enquanto eram chefes de Estado e governo, portanto, naturalmente pertencentes à União. Quanto ao ministro Jorge, este arguiu a ausência de normas tratando do assunto e que, portanto, não teria ocorrido nenhuma ilicitude, ignorando a legislação existente desde 1991. Moral da história: na vida pública, é desnecessária lei para o exercício da moralidade e decência.
Honyldo Roberto Pereira Pinto
Ribeirão Preto
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DECISÃO DO TCU
TCU muda decisão e fixa tese que pode favorecer Bolsonaro no caso das joias (Estadão, 8/8, A8). Só para esclarecer, quando o presidente Lula ganhou o relógio de presente ainda não havia uma regulamentação oficial de que presentes recebidos pelo presidente da República devem ser obrigatoriamente registrados como patrimônio nacional. Mas já no tempo do presidente Bolsonaro a regulamentação já estava em vigor. O problema grave foi que o presidente Bolsonaro tentou comercializar os presentes recebidos secretamente nos Estados Unidos. Não seria uma atitude extremamente imoral e vergonhosa comercializar os presentes que pertencem ao Brasil? Em outras palavras, não seria um roubo? Mas o pior seria os membros do TCU considerarem anular o inquérito do presidente Bolsonaro, com base no caso do presidente Lula. Por acaso o presidente Bolsonaro já devolveu todos os presentes ao cofre brasileiro (relógios, joias, etc.) e os valores em dólares oriundos da venda dos presentes? Pois nem um centavo, oriundo dos presentes, pertence ao presidente Bolsonaro, mas sim ao Brasil.
Tomomasa Yano
Campinas
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GAROTO PROPAGANDA
E às voltas com o problema de Orçamento, tentando tributar tudo que conseguir, o governo no vai e vem dos presentes presidenciais, faz tanto alarde que torna o Brasil um garoto propaganda gratuito das grifes de joias estrangeiras. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Sandra Maria Gonçalves
São Paulo
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REUNIÃO MINISTERIAL
A reunião palaciana que ocupou um dia e com mais de 50 participantes é pura perda de tempo. Reuniões como essa (tempo excessivo e número alto de participantes) tem como única produção o agendamento da próxima reunião.
Vital Romaneli Penha
Jacareí
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IBGE
Em várias ocasiões desde sua criação, em 1936, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) teve seus resultados questionados por agentes governamentais. Em 2004, por exemplo, Lula da Silva discordou dos dados divulgados pela entidade sobre indicadores da fome no Brasil e, no ano seguinte, chegou até a publicar portaria, proibindo-a de veicular conclusões sem antes mostrá-las às autoridades responsáveis pelas políticas emanadas do Executivo. Agora, na sua terceira versão, Lula, mais experiente e mais esperto, descobriu um antídoto para enfrentar tais ruídos. Atropelando o Ministério do Planejamento, ao qual o órgão é subordinado, nomeou no início do mandato, para presidi-lo, o economista Márcio Pochmann, conhecido por possuir ligações umbilicais com o PT e, via de consequência, com o Palácio do Planalto, com o qual vem trabalhando em estreita sintonia, naturalmente consultando-o sempre antes da publicação de números não muito favoráveis aos andamentos dos projetos oficiais. Não espanta, portanto, que os índices divulgados desde então pela referida instituição às vezes causem perplexidade a quem acompanha e monitora razoavelmente a realidade do País.
Paulo Roberto Gotaç
Rio de Janeiro
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PAGAMENTO DE IMPOSTOS
O Brasil é mesmo um país de ideologia zero porque, infelizmente, aqui poucas pessoas tem discernimento para distinguir igualdade e presepada. Talvez algumas pessoas, mesmo sendo discriminadas em relação ao herói nacional, e sendo tratado como um pária da mais baixa ralé, vê o governo isentar o imposto de renda para medalhistas das olimpíadas seguindo a iniciativa da oposição, traduzindo o Eles contra Nós. Nada mais é do que a esperteza dos políticos contra a ingenuidade dos eleitores. Quem ganha R$ 500 mil e não paga imposto de renda é um tapa na cara do povo que paga imposto até sobre o ovo, a linguiça, o transporte, a energia elétrica. Cadê a isonomia? Será que o trabalhador que morre pela violência também não é um herói anônimo invisível? Por isso que o Brasil nunca será uma potência, pois o povo humilde para as autoridades só tem valor em eleições ou se ganhar uma medalha. A desigualdade social começa com medidas desiguais. São todos iguais.
Manoel José Rodrigues
Alvorada do Sul (PR)
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CRISE AMBIENTAL
O Pantanal está queimando como nunca, a Amazônia está entrando no segundo ano de seca histórica, a única manifestação do governo Lula sobre a questão ambiental é repetir a ladainha do fim do desmatamento ilegal em 2030. O País precisa acabar com o desmatamento ilegal imediatamente, precisa punir de verdade quem provoca queimadas. O governo que suceder Lula da Silva terá muito trabalho pela frente para mudar a sina do país de se tornar um pasto seco de 8 milhões de quilômetros quadrados.
Mário Barilá Filho
São Paulo
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VICE DE KAMALA
Tim Walz, o vice na chapa de Kamala Harris, é o melhor comunicador que já vi na política americana. Simpático, inteligente e simples. Arrasou de saída, chamando Donald Trump e seu vice de caras muito estranhos e esquisitos. O desconhecido governador de Minnesota é um craque na arte de falar com o público. A dupla vai derrotar o tenebroso Trump, golpista e fascista comprovado, levando ar fresco e democrata, como não se via desde Franklin Roosevelt, de volta a Casa Branca para o bem e a paz no mundo.
Paulo Sergio Arisi
Porto Alegre
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ABSTENÇÃO DO BRASIL
A Organização dos Estados Americanos (OEA) não conseguiu aprovar uma resolução que pedia transparência na eleição da Venezuela. Seriam necessários 18 votos, mas Brasil e Colômbia se abstiveram e o México faltou. Fica claro agora o silêncio dos três países. Foram omissos na OEA e agora são cobrados por uma resposta às fraudes cometidas por Maduro. Se o Brasil se absteve de votar, mostrou ali que não estava preocupado com a transparência. Então por que Celso Amorim esteve presente nestas eleições? Soa muito falso Lula agora pedir transparência. A abstenção do Brasil mostrou de que lado ele está. Alguma dúvida?
Izabel Avallone
São Paulo