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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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10 min de leitura

Paralimpíada 2024

Campanha histórica

Memorável o sucesso dos atletas brasileiros paralímpicos em Paris. Em 2021, no Japão, o Brasil havia conquistado 72 medalhas (22 de ouro, 20 de prata e 30 de bronze) e ficou em 7º lugar no quadro de medalhas. Em Paris, neste ano, os atletas brasileiros alcançaram a 5ª posição no quadro de medalhas, atrás apenas de China, Grã-Bretanha, EUA e Holanda, e fizeram a melhor campanha da sua história, com 89 medalhas: 25 de ouro, 26 de prata e 38 de bronze. Os maiores destaques ficaram com o atletismo, com 35 pódios; e a natação, com 26 pódios. As mulheres conquistaram 43 das 89 medalhas. E os atletas com medalhas representaram 16 Estados mais o Distrito Federal. Destaco, no entanto, que, pelo talento do brasileiro, o Brasil, que hoje é uma potência olímpica e paralímpica, ainda pode muito mais, a depender da sensibilidade dos governos para priorizar investimentos esportivos em Estados com grande concentração de famílias de baixa renda, construindo, por exemplo, dezenas de centros poliesportivos. Nesses centros, além de gerar empregos, pode-se oferecer boa alimentação e estudo para milhares de crianças e jovens, tirando-os, inclusive, da criminalidade. Poderíamos nos próximos anos surpreender o mundo com ainda mais medalhas. Recursos não faltam. Basta pensar que, com R$ 1 bilhão por ano investido no esporte (talvez retirado dos R$ 50 bilhões anuais das emendas parlamentares), milhares de jovens pelo País seriam beneficiados.

Paulo Panossian

São Carlos

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O Brasil em Paris

Maravilhoso o resultado do Brasil na Paralimpíada de Paris. Resultado de planejamento bem feito, focado e com amor, espelhado nas 89 medalhas conquistadas. Pena que a conquista não tenha ganhado a primeira página dos jornais e tenha tido cobertura restrita na única emissora de TV autorizada a transmitir os Jogos. Uma pena.

Eduardo K. Murakami

São Paulo

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Eleição 2024

Bons vereadores

A propósito da matéria Partidos governam cidades há 24 anos e perpetuam ‘feudos eleitorais’ (Estadão, 9/9, A8), cada cidade brasileira elegerá neste ano um dos candidatos a prefeito, gostemos dele ou não. Então, uma outra oportunidade que temos é de eleger bons vereadores, que possam ajudar o prefeito eleito a cumprir um bom mandato, seja apoiando as boas iniciativas, seja impedindo que maiores lambanças sejam feitas, além de fiscalizar o que deve ser implementado em favor da população daquela cidade. A democracia é construída a partir de sua base, dos eleitores elegendo seus representantes em seus distritos, melhorando a qualidade de vida na sua cidade, onde a vida acontece. É em nossa vizinhança que precisamos de segurança, saúde, educação, infraestrutura, etc. Se fizermos isso, o País já começará a realizar seu potencial a partir dessas próximas eleições, com bons vereadores em nossas Câmaras Municipais.

Carlos Roberto Teixeira Netto

Rio de Janeiro

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Poderes

Churrasco com pólvora

Sinceramente, não dá para entender a proximidade em convescotes de Lula com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), descrita na Coluna do Estadão de domingo (Churrasco de Lula, Moraes e ministros após desfile tem piadas sobre ato bolsonarista, 8/9, A2). Estes doutores da lei, que têm se colocado até mesmo acima da própria Constituição federal, deveriam ser mais discretos e, como recomendam os manuais jurídicos, só se pronunciar nos autos. Deveriam preservar o Poder Judiciário não participando de eventos como este churrasco com o presidente da República após o desfile de 7 de Setembro. O comparecimento ao convescote (inadequado, por óbvio) só contribuiu para jogar pólvora no fogo da churrasqueira do País, neste já conturbado e tenso momento no ambiente político e jurídico, por tudo aquilo de que todos nós temos conhecimento. Convenhamos, o fato revela, para dizer o mínimo, imaturidade daqueles que ocupam as mais elevadas funções na República.

José Carlos Lyrio Rocha

Vitória

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Assédio sexual

O direito de ser vítima

Perfeito o artigo Direitos Humanos x Igualdade, de Eliane Cantanhêde (Estadão, 8/9, A10). Será que, para provar a existência do assédio, as mulheres terão de andar com câmeras escondidas pelo corpo, a fim de registrar os abusos e confirmar a materialidade dos fatos?

Jussara Helena Beltreschi

Ribeirão Preto

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

COMEMORAÇÕES

Neste sábado, 7 de setembro, data da Independência do Brasil, Lula, após o ato cívico, reuniu a nata do governo, da Justiça e os mais chegados do Palácio do Alvorada para um churras, que, além da costela e do viradinho divulgados, não faltaram, com certeza, a picanha, a cervejinha gelada, a branquinha, o bourbon e o Whisky Escocês, afinal, pessoas de fino trato estavam presentes. Como em todo churrasco, as piadas também não faltaram e os milhões de abnegados da Avenida Paulista que nunca fogem à luta, que passaram o dia à base de milho cozido, dogão e garapa quente, lutando por um Brasil justo, foram lembrados com risos e ironias nas rodinhas dos abastados dirigentes. Como não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe”, “quem ri por último ri melhor”.

Sérgio Dafré

Jundiaí

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SUSPENSÃO DO X

Nos anos de chumbo, este Estadão era obrigado a preencher os espaços em sua diagramação diária com versos de Os Lusíadas ou receitas culinárias. Esta censura era executada por bedéis da ditadura, chamados censores, a pretexto de defender o sistema autoritário que se impunha, muitos deles com pouco preparo, em especial na área cultural, como por exemplo Solange Hernandes, a Dama da Tesoura. O que o juiz Alexandre de Moraes está fazendo atualmente nada mais é do que reviver esse tipo de censura, querendo calar a opinião de brasileiros (golpistas e não golpistas), em decisões monocráticas, baseadas somente na sua particular opinião de que tal e tal postagem “fere o Estado Democrático de Direito” e “ameaça a democracia”, sob os olhos amedrontados e coniventes de seus pares. Não me surpreende em nada que nenhuma voz de artista, principalmente aqueles que sofreram a censura na pele, tenha se levantado para denunciar essa escalada da censura: silêncio eloquente. Igualmente não me surpreende o total respaldo e aval ao juiz-censor por parte do nosso paladino das democracias relativas e nem tanto agradáveis, como demonstrado explicitamente no desfile do 7 de setembro e no convescote cercado de outros ministros partidários (mais uma das vergonhas nacionais). Mas, pensando melhor, é somente uma censura do bem.

José Roberto dos Santos Vieira

São Paulo

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MANIFESTAÇÃO NA PAULISTA

Novamente, nas comemorações da Independência do Brasil, em São Paulo, o inelegível Jair Bolsonaro cobrou do Senado Federal que colocasse um freio no ditador e ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes – talvez com medo de ser preso. Com seu populismo barato e desatualizado, bozo – o golpista – nada disse sobre as joias; nada disse sobre a falsificação do cartão de vacina; nada disse sobre o atraso na compra dos imunizantes que culminaram com milhares de mortes pela covid-19. Na verdade, é um golpista ditador querendo rotular o corajoso ministro que pretende acabar com as sandices dos malucos de plantão – para o bem do País. Afinal, após entregar de bandeja a presidência do País a um ex-presidiário corrupto, o inelegível continua com suas molecagens. Estava certo o Exército brasileiro quando o exonerou. Só faltou manter Bolsonaro atrás das grades. Fora Bolsonaro e Lula. O Brasil não merece ser refém dessa dupla medíocre.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

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‘SE ORGULHAR DE QUÊ?’

Lógico que por culpa de vários períodos autoritários que o País viveu, e de uma classe política seguidamente alheia aos clamores da população, o povo brasileiro esconde seu orgulho pela Nação, e menos ainda demonstra vontade de participar de eventos do Dia da Independência, em 7 de setembro. Como no sábado passado, em que havia algumas centenas de pessoas em praça pública e na Avenida Paulista, em São Paulo, onde o anarquista, fascista e golpista Jair Bolsonaro – que em 2023 levou 185 mil pessoas – mal chegou a 45 mil pessoas este ano. Em Brasília, lotado somente do palanque do presidente Lula, com meia dúzia de políticos e ministros do STF. O povo mesmo sumiu. E com razão, já que nesta Nação, infelizmente, impera a impunidade, como a existência de corruptos amigos do poder que são premiados com salvo-conduto, etc. Prestigiar essas autoridades que mais legislam e aprovam benefícios em causa própria? Um péssimo exemplo deu também o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, no palanque na Paulista, quando em seu discurso, de cócoras para Bolsonaro, pediu anistia aos golpistas que atacaram e destruíram prédios e relíquias históricas dos Três Poderes no dia 8 de janeiro, em Brasília. Ora, se orgulhar de quê? Da violência urbana, pobreza e da fome de 100 milhões de brasileiros sem saneamento básico?

Paulo Panossian

São Carlos

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ELON MUSK

Além dele não precisar, também não passa pela minha cabeça agir como advogado de defesa do ministro Alexandre de Moraes, do STF. O Brasil tem leis que devem ser acatadas, embora muitos se comportem como se não soubessem. O milionário Elon Musk, deliberadamente, decidiu não manter um representante oficial de sua empresa neste país, descumprido a lei. Deixando assim, 20 milhões de usuários, inclusive eu, sem acesso à plataforma X, antigo Twitter. Neste caso, evidentemente, que a culpa é de Elon Musk e não de Moraes.

Abel Pires Rodrigues

Rio de Janeiro

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SILVIO ALMEIDA

A notícia é que o ministro (justamente) dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, foi exonerado do cargo pelo presidente Lula (PT) após virem a público denúncias de assédio sexual. O que torna a situação mais delicada e complicada é que o comportamento do ex-ministro era conhecido por alguns há tempos, como no caso da ministra Anielle Franco que evitou apresentar queixa. É correto ou justificável encobrir um comportamento inaceitável para não prejudicar o governo?

Omar El Seoud

São Paulo

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‘PALADINO DAS POLÍTICA DE INCLUSÃO’

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva conta com 37 ministérios. E, desse total, contava com apenas cinco ministros negros. Com a demissão sumária de Silvio Almeida, que alega inocência, só sobraram quatro, pouco mais de 10%. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) realizada pelo IBGE em 2022, aproximadamente 56% da população brasileira se identifica como negra. Frustrante para quem se apresenta como paladino das políticas públicas de inclusão e igualdade racial.

Jorge A. Nurkin

São Paulo

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DIFICULDADES

O que esperar de um país orientado por regime de poder presumivelmente democrático, intitulado presidencialista, cujo mandatário, no entanto, governa amarrado a grilhões de um Poder Legislativo que cria leis, algumas açodadamente, outras na calada da noite, exclusivamente para beneficiar os legisladores, muitos deles em dívida com a Justiça – um paradoxo constrangedor em comparação a sistemas legais mundo afora? Seu Poder Judiciário é capitaneado por uma Corte Suprema operada por 11 ministros nomeados pelos chefes de Estado de ocasião. Os togados agem e decidem impulsionados por implicações políticas e ideológicas inspiradas por quem os indicou e às vezes passam ao largo de sua verdadeira missão, a guarda da Carta Magna. Por consequência, este país tem enormes dificuldades para crescer consistentemente, por ser incapaz de oferecer a seus jovens educação pública de qualidade, de garantir a boa parte da população o direito de ir e vir e sequer disponibilizar-lhes saneamento básico.

Paulo Roberto Gotaç

Rio de Janeiro

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‘FEIÇÃO DE CONFRARIA’

O editorial O problema do STF com a democracia liberal (Estadão, 8/9, A3) jogou luz sobre as estripulias do Supremo Tribunal Federal (STF), que ultimamente tem exorbitado com estranhas narrativas pouco refletidas e muito fora da realidade, deixando de ser apenas o guardião da Constituição, que é sua única função, levando a sociedade a não mais confiar nesse colegiado, hoje com feição de confraria fechada em si mesma.

José Elias Laier

São Carlos

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FUNDO ELEITORAL

O fundo eleitoral, que tem como origem os impostos pagos pelos brasileiros, financia campanhas milionárias, com direito a marqueteiros, músicos e gráficas que imprimem santinhos que sujam as nossas cidades. Os cofres públicos se abrem para garantir a farra dos políticos, que sabem representar papéis como atores de teatro. Frequentemente, o povo menos esclarecido é facilmente enganado por esses falsos salvadores da pátria. O deboche corre solto em um ano eleitoral, reacendendo os eleitores de cabresto. O resultado dessa triste peripécia bianual é a queda da qualidade do ensino público, a falta de segurança nas grandes capitais, a carência de saneamento e principalmente um sistema de saúde deficiente. Até quando vamos continuar assistindo a essa palhaçada do nosso sistema eleitoral?

José Carlos Saraiva da Costa

Belo Horizonte

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CERCO À EMBAIXADA

O cerco à embaixada argentina em Caracas por forças venezuelanas, desde que consumada a invasão, será considerado um ataque ao Brasil, que hoje é quem faz a proteção do imóvel desde que Nicolás Maduro expulsou os diplomas argentinos. A sede diplomática de qualquer país é protegida pelo direito internacional. A situação se agrava muito e o governo Lula terá que tomar uma posição que não pode ser mais de condescendência com o regime ditatorial da Venezuela. Um ataque a uma embaixada é praticamente uma declaração de guerra. Não digo que o Brasil deva chegar a isso, mas cortar relações e retirar imediatamente toda diplomacia brasileira do território venezuelano certamente será o único caminho que Maduro irá deixar para o Itamaraty. É importante lembrar que o Partido dos Trabalhadores cumprimentou Maduro pela vitória nas eleições e, agora, o seu governo, na figura do presidente da República, terá que ir de encontro à ideologia petista. Vamos ver qual será a atitude desse governo fraco, vacilante e, muitas vezes, com posições inaceitáveis em termos de relações internacionais.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

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POSIÇÃO DE LULA

A relação do Brasil com a Venezuela mais parece com a relação da sogra que vai morar na sua casa: você não pode brigar com ela, tem que conviver cedendo às vontades dela, e, sobretudo, sobreviver. O Lula não está em uma posição confortável pois a sogra é Maduro.

Roberto Solano

Rio de Janeiro

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INCÊNDIOS FLORESTAIS

Empresas de um determinado tamanho são obrigadas por lei a terem brigada de incêndio, treinada e equipada para agir em caso de necessidade. Diante dos incêndios que estão destruindo o País inteiro, resta evidente que as propriedades rurais também deveriam ser obrigadas por lei a terem suas brigadas de incêndio, treinada e equipada para entrar em ação sempre que necessário. Um combate eficiente pode debelar um princípio de incêndio, planos de fuga bem estabelecidos podem mitigar as consequências de um grande incêndio. Com o aquecimento global, os grandes incêndios serão cada vez mais comuns, todos devem estar preparados para saber o que fazer em uma emergência.

Mário Barilá Filho

São Paulo

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COMEMORAÇÃO ANTECIPADA

A propósito do ótimo artigo Confiança, boa notícia; gastança, rima infeliz (Estadão, 8/9, A6) de Rolf Kuntz, em que diz que o presidente Lula está dispensado de antecipar o Natal, como fez o companheiro Maduro, uma pequena contribuição para este Fórum: Está caindo de maduro um receituário infalível para a reeleição do presidente no Brasil: mediante decreto, basta conceder ao povo uma grande festa, porém, em vez de Natal, seria a comemoração antecipada do Carnaval de 2027, lá por setembro de 2026.

Antônio Augusto d´Avila

Porto Alegre

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ADEUS A SÉRGIO MENDES

Um minuto de silêncio em homenagem ao talentoso músico Sérgio Mendes, falecido aos 83 anos em Los Angeles, Estados Unidos, onde morava há seis décadas. O artista que começou a carreira como pianista clássico, foi um dos maiores divulgadores da bossa nova nos EUA, tendo gravado álbuns de grande sucesso com nomes como Herb Alpert (disco de platina) e Cannonball Adderley. Mendes ganhou um Grammy World Music, dois Grammys latinos, além de ter sido indicado ao Oscar em 2012 pela música “Real in Rio”. Viva Sergio Mendes! Viva a bossa nova!

J. S. Decol

São Paulo