Tragédia no RS
Princípios olímpicos
Quatro atletas da seleção brasileira de remo abriram mão de tentar uma vaga no pré-olímpico que será realizado agora, em maio, em Lucerna, na Suíça, para trabalharem como voluntários no resgate às vítimas no Rio Grande do Sul. São eles: Alef Fontoura, Evaldo Mathias Becker, Daniel Lima e Pietro Tuchtenhagen. O olimpismo tem como princípios “a amizade, a compreensão mútua, a igualdade, a solidariedade e o fair play”. Quantos desses princípios estão contidos no gesto desses atletas? Em vista disso, aqui vai uma sugestão: que o Comitê Olímpico Internacional abra uma exceção e aceite, voluntariamente, a inscrição desses atletas para os Jogos Olímpicos de Paris.
Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva
Salvador
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Lagoa dos Patos
Acompanho com tristeza a tragédia rio-grandense. Mas uma questão de falta de estratégia para evitar maiores danos nas comunidades à beira da Lagoa dos Patos me deixa perplexo. A única saída das águas para o oceano é na barra da Praia do Cassino, bem ao sul e próximo a comunidades, além de cidades como Pelotas. O molhe que ali existe é uma estrutura que permite navegação, mas pode também significar contenção das águas e, sem outra saída, a lagoa tende a elevar seu nível. Esta saída, perto da Ilha dos Marinheiros, é estreita, muito estreita diante do volume de água da lagoa. Não teria como abrir um canal, por exemplo, na praia deserta de Bojuru, onde há um canal represado, a meio caminho de chegar ao oceano, para auxiliar na saída das águas da lagoa? Seria uma ação operacional não tão complicada, abrindo canal na areia. Ou prevenir é ficar apenas pedindo para as pessoas saírem de suas casas porque “vai alagar tudo”?
Paulo Roberto de Carvalho
São Paulo
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Vazão insuficiente
A Lagoa dos Patos tem uma única interligação estreita com o mar, que se torna claramente insuficiente quando, além do seu volume próprio, tem de escoar um dilúvio como este que caiu na bacia do Rio Guaíba, que precede a lagoa. Podemos, no entanto, melhorar essa situação, se nos locais da lagoa mais próximos ao mar onde as margens são estreitas construirmos outros canais de interligação com o mar, munidos de comportas operadas manualmente. A finalidade seria aumentar a vazão da água da lagoa, impedindo que entrasse água do mar nas marés altas. Isso faria com que o nível da lagoa aos poucos fosse diminuindo artificialmente e, quando chegasse o período das chuvas intensas, a lagoa com nível mais baixo funcionasse como um grande reservatório recebendo toda a água da chuva que, de outra forma, como hoje, provocaria inundações na bacia do Guaíba. Veneza fez um sistema semelhante, mais sofisticado, para evitar a inundação da cidade pelo mar.
Flávio Coutinho
Rio de Janeiro
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Isenção
Uma sugestão aos governos estadual e federal: isentar os gaúchos dos impostos para a compra de eletrodomésticos. Assim haverá redução substancial no custo de geladeiras, fogões, máquinas de lavar, etc. O povo gaúcho merece essa ajuda para se reerguer.
Roberto Solano
Rio de Janeiro
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Procura-se
Recompensa de R$ 19 bilhões para quem informar o paradeiro da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que está desaparecida desde o início da calamidade que se abateu sobre o Estado do Rio Grande do Sul.
Nilson Rebello
Brasília
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Selo de qualidade
Não sei por que as ministras Simone Tebet e Marina Silva continuam no governo. Conforme é padrão do PT com os seus aliados, elas não têm nenhuma voz ativa e servem apenas como um selo de qualidade no ministério.
Vital Romaneli Penha
Jacareí
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Governo Lula
‘A ficha caiu’
Absolutamente claras, corretas e definitivas as explicações do editorial A ficha caiu (Estadão, 9/5, A3), sobre por que o governo Lula não funciona. Sem dúvida, o melhor e mais abrangente texto que se poderia publicar sobre o assunto.
Dino Zorzo
São Paulo
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Confiança
Acreditar na responsabilidade fiscal de Lula? Não bastou Dilma/Lula provocarem a maior recessão da história brasileira? Eu jamais colocaria, se tivesse, meu dinheiro nas mãos de um inocente assim.
Nelson Falseti
São Paulo
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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br
NOVA PRESIDENTE DO TSE
Boas-vindas a nova presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia. A nossa esperança se volta para a possibilidade desse ministério resgatar a sua importantíssima função tão deturpada num passado recente, a ponto de perdemos a total confiança em nossa Justiça. Nós, os pagadores dos estipêndios dos senhores ministros, depositamos nossa total confiança nessa troca.
Leila Elston
São Paulo
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CREDIBILIDADE
A credibilidade em um governo perdura até que as suas ações necessárias permaneçam e sejam cumpridas. Mas não é o que ocorre neste governo, especialmente com relação à seriedade fiscal, para cujo cumprimento não se faz o necessário esforço, tanto que inúmeros investidores demonstram-se arrependidos de fazer seus investimentos acreditando na seriedade fiscal de Lula da Silva 3 e do PT. E essa característica, ou defeito, possibilita julgamentos similares por parte de investidores alienígenas, além de outras implicações setoriais. Como bem salienta o editorial A ficha caiu (Estadão, 9/5, A3), o jornal sugere que Lula 3 perquira seus assessores mais diretos sobre as condições que faz em decair constantemente a sua aprovação nos meios eleitorais da República. Cumprir as metas fiscais é condição necessária para a credibilidade em seu governo.
José Carlos de Carvalho Carneiro
Rio Claro
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LEI DAS ESTATAIS
A respeito da matéria Supremo tem 5 votos a favor da Lei das Estatais (Estadão, 9/5, A9), é como trancar o galinheiro com a raposa lá dentro. O ministro Luís Roberto Barroso disse que a substituição de dirigentes poderia criar uma instabilidade indesejável. Não ministro, a instabilidade indesejável se instalou no exato momento em que o sr. Ricardo Lewandowski, ex-colega seu, fez uma liminar abrindo a porteira. Ainda há tempo de corrigir o erro, claro, se houver vontade política. Digo, jurídica, por parte do novo e surpreendente Supremo Tribunal Federal (STF).
Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva
Salvador (BA)
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PROTAGONISMO
Lula faz questão de ser protagonista de decisões tal como a liberação de dinheiro para a tragédia ocorrida no Rio Grande do Sul, isso depois de muito sofrimento daquele povo. Lula também deveria mostrar aos brasileiros o protagonismo que também é seu: a favor da saidinha dos presos, a volta do DPVAT, agora SPVAT – que poderá ser dez vezes mais caro, contra a desoneração da folha –, além de ter decepcionado gente do mercado que apostou em Lula, como o caso do presidente e diretor de investimentos da Verde Asset, Luís Stuhlberger, que lamenta ter confiado na possibilidade de Lula equilibrar as contas públicas. Como se vê, esse é um governo que só pensa em gastar e não entende por que caiu nas pesquisas. Quem apostou em Lula vê agora que comprou gato por lebre?
Izabel Avallone
São Paulo
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RECONSTRUÇÃO NO SUL
Lula sendo o ser mais honesto do Brasil irá concordar comigo. Reconstruir o Rio Grande do Sul vai sair caro, como ele tem um Q dos Castros cubanos, e já segurou os dividendos da Petrobrás, acredito que a maioria dos acionistas como eu, agora sim, concordariam em pegar parte disso para reconstruir o Estado gaúcho. Aí sim seria uma atitude de gente que pensa em gente, sem dizer que ações não alimentam. Em boca fechada não entra nem sai nada. Às vezes, isso é péssimo
Antônio José Gomes Marques
São Paulo
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O QUE O PAÍS PRECISA
Malhar e apontar os erros do governo atual é fácil, afinal, o brasileiro nunca soube votar porque é um povo despreparado, com escolaridade mínima, que sempre serviu de massa de manobra para os políticos imorais que comandam o Poder. Isso não é de hoje. Só quando o País sangrava como uma republiqueta de banana sob a sórdida e assassina ditadura militar, que durou trágicos 21 anos, foi que pudemos ver homens respeitáveis no Congresso, gente da estirpe de Tancredo Neves, Mário Covas, Paulo Brossard, Ulisses Guimarães, Bernardo Cabral, José Sarney, entre tantos outros de igual estirpe. Esses políticos se contrapunham frontalmente ao regime militar, que interditou o exercício da cidadania e a participação no poder público pela população. O Brasil deveria crescer depois disso, mas a baixa escolaridade se perpetuou e vigora até hoje. A ganância dos homens públicos que foram se sucedendo a cada eleição e a casta que hoje comanda os três poderes, não deixa o Brasil sair da miséria. Então, não adianta dizer que a culpa é desse ou aquele presidente, mas de todos que estão no Poder há décadas e só pensam neles mesmos. Uma desgraça! Escola de qualidade para todos e moralização da classe política, é disso que o Brasil precisa. Caso contrário, a natureza em convulsão pelos escolhas e exploração exacerbada de todas as nações dará fim a todos os seres vivos em pouco tempo. Como já está acontecendo.
Jane Araújo
Brasília
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JANJA DA SILVA
Sobre o artigo em que Lula questiona o que o cavalo ilhado no telhado pensava e diz esperar que ninguém monte no animal (Estadão, 9/5), faço também um questionamento: estaria Lula gozando com nossa cara, ou sofrendo, como muitos afirmam, das faculdades mentais. Janja da Silva, assessora especial para assuntos sem importância, no uso da autoridade concedida por seu marido, solicitou ao general Hertz, comandante das operações no Rio Grande do Sul, que localizasse e fizesse o resgate do animal. Pelo X, antigo twitter, Janja reivindicou também para ela os louros da operação ao afirmar que desde às 6h da manhã estamos mobilizados e conseguimos salvar o cavalo Caramelo. Depois dos embates que protagonizou com Elon Musk, ameaçando até processá-lo, esperava-se, por uma questão de dignidade, que a primeira dama cancelasse definitivamente sua conta no X.
Maurílio Polizello Junior
Ribeirão Preto
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CENAS DE GUERRA
A impressionante e trágica situação das enchentes no Rio Grande do Sul, e principalmente em sua capital Porto Alegre, onde grande parte de sua população teve de deixar as suas casas inundadas, é uma cena de guerra praticamente nunca visto entre nós. A imagem de um cavalo em cima de um telhado, ilhado pela inundação é outra imagem emblemática da tragédia gaúcha, que tem nesse animal uma representação impressionantemente carinhosa com tal figura na sua história cultural.
José de Anchieta Nobre de Almeida
Rio de Janeiro
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EXEMPLO DE CIMA
Sugiro que os políticos brasileiros façam doações para a população do Rio Grande do Sul, assim como as pessoas físicas, com o devido comprovante. O exemplo deve vir de cima.
Roberto Solano
Rio de Janeiro
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DESTINO TRÁGICO
Antigamente éramos protegidos divinamente, pois estávamos isentos de catástrofes. Deus se cansou da insensibilidade brasileira e passou a fazer testes. Agora, na hora da verdade, embora sem aproveitar o período divino, continuamos a agir desastrosamente. Inicialmente as eleições deste ano deveriam ser transferidas em pelo menos dois anos. Não adianta reconstruir às margens do Guaíba que vai transbordar periodicamente como acontece com o Amazonas e ninguém cuida disso. Como podemos anotar, o teste é definitivo. Ou criamos juízo ou não vamos a lugar nenhum. Os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário devem agir em uníssono em prol do povo. São tantas as responsabilidades que se não forem superadas, o destino do nosso país será trágico. Para bom entendedor, meia palavra basta.
João Ernesto Varallo
São Paulo
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REPASSE DE RECURSOS
Considerando-se o estado de calamidade em todo Rio Grande do Sul e os custos incalculáveis para a reconstrução, onde vemos políticos de todos os tipos, desde o presidente da República, da Câmara dos Deputados e Senado Federal, debatendo de onde vão tirar tantos recursos, aí vai uma ideia simples que em muito contribuirá para a atual crise: que tal pegar a verba de R$5 bilhões que serão gastos nas campanhas políticas municipais para as eleições de outubro e destiná-las para amenizar a situação caótica vivida pela população?
Luiz Roberto Savoldelli
São Bernardo do Campo
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RESPEITAR O MEIO AMBIENTE
A meta agora não é somente arrumar a casa. É um estudo para prevenir novas catástrofes, naturais ou não, principalmente nas regiões montanhosas, sujeitas a alagamentos. Temos que aprender definitivamente, a respeitar o meio ambiente. Instalar alertas geral preventivos, em todos os pontos vulneráveis, e considerar as possíveis alterações climáticas.
Arcangelo Sforcin Filho
São Paulo
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SEMENTES DE SOLIDARIEDADE
A maior enchente pluviométrica já vivenciada pelo Estado do Rio Grande do Sul, em inúmeros municípios, revela o quão guerreiro e resiliente é o seu povo. Profissionais das áreas de segurança e civis mostraram-se verdadeiros heróis ao arriscarem suas vidas pela do próximo, em condições materiais e climáticas extremamente difíceis e desafiadoras. Inúmeras correntes de solidariedade, de muitas frentes, se estabeleceram em solo gaúcho, onde a população, visando preencher as lacunas do poder público, mobiliza-se a fim de atender aos necessitados e propiciar o enfrentamento às situações urgentes. A humanidade, também lema da bandeira rio-grandense, faz-se presente nos corações gaúchos e, tomara que as lágrimas nos olhos daqueles que perderam entes queridos, suas casas e seus bens, sejam secadas pela esperança de dias melhores, pela esperança de superação da dor e da angústia, pela esperança de reconstrução. O desejo é que o nosso solo gaúcho e os gaúchos se reergam com a mesma força e garra que tiveram os imigrantes ao chegarem aqui, com escassos recursos, muita bravura e, é claro, com olhos preenchidos de confiança no futuro. Espera-se que a triste catástrofe gere ações realmente efetivas no que compete aos poderes públicos envolvidos (em suas três esferas), no intuito de obter soluções sólidas e técnicas, alicerçadas em planos de prevenção e planejamento – a curto, médio e longo prazo –, a fim de que eventos climáticos possam ter suas consequências e impactos minimizados, com vistas a reconhecer a peculiaridade geográfica de cada município atingido, entendendo-se que existe uma capilaridade e complexidade por trás do todo. Que se possa, depois de esgotado o enfrentamento imediato que a situação requer, de forma racional, compreender as raízes alusivas à problemática, sejam de ordem estritamente técnica ou aquelas inerentes à estrutura deficitária ou inoperante existente nos órgãos governamentais. Ainda, não é vago sublinhar que a atuação dos órgãos de fiscalização, como o Ministério Público, serão de extrema importância não só no âmbito futuro-preventivo, mas sobremaneira no de reconstrução e aplicação dos recursos públicos ou privados destinados para tal, no escopo de impedir que cenários de corrupção e ineficiência de gestão façam parte deste lamentável capítulo, assegurando a eficiência e transparência das ações. Por fim, que as boas sementes de oração, força e solidariedade sejam ainda mais lançadas neste chão, pois recordemos do trecho da música que diz “É o meu Rio Grande do Sul, céu, sol, Sul, terra e cor, onde tudo o que se planta cresce e o que mais floresce é o amor”.
Caroline Bauer
São Paulo
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AÇÃO DOS BRASILEIROS
A solidariedade dessa gente do nosso Brasil, a vontade e disposição em ajudar tem sido fundamental para socorrer e prestar cuidados às vítimas da tragédia que assola o Rio Grande do Sul. Culpa não somente das intempéries, mas também, como já se sabe, dos governos que não deram a manutenção adequada nos sistemas de escoamento. O brasileiro único é mais forte e eficiente do que as decisões saídas dos gabinetes com ar condicionado.
Paulo Tarso J Santos
São Paulo
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GESTO INOPORTUNO
Na última Copa do Mundo, jogadores da seleção brasileira comemoravam gols com passos de dança. Um modo sem maldade de expressar alegria que foi alvo, no entanto, de críticas ranzinzas brotadas no azedume das redes sociais. No jogo do Palmeiras contra o Liverpool do Uruguai, o jovem Endrick comemorou com gestos alusivos ao gorila King Kong. Algo afrontoso ao combate que seu colega de profissão, Vini Jr., vem empreendendo contra manifestações racistas de torcedores que o ofendem imitando gestos simiescos. No mínimo inoportuna a forma escolhida pelo jovem palmeirense. Cartão amarelo foi pouco porque Endrick tem grande potencial, mas precisa aprender a atuar com responsabilidade social.
Patricia Porto da Silva
Rio de Janeiro