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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Eleições 2024

Acessibilidade

No site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) lê-se o que segue: “A Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão, instituída pela Portaria TSE nº 330/2018, tem como finalidade propor, orientar e acompanhar em nível estratégico as ações de acessibilidade e inclusão voltadas à eliminação de quaisquer formas de discriminação e à remoção de barreiras de qualquer natureza que dificultem o acesso autônomo e seguro às instalações e aos serviços do TSE por pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida”. No entanto, com 80 anos, mobilidade reduzida e necessitando de uma bengala, precisei enfrentar dois lances de escada na escola Caetano Lourenço de Camargo, em Jaú, para conseguir votar. Fui informada no local de que deveria ter pedido antecipadamente a possibilidade de votar no andar térreo e que poderia resolver facilmente a questão justificando no balcão a minha impossibilidade de votar. Eu queria votar e, com ajuda, consegui, mas fiquei com uma sensação humilhante de injustiça. Quantos idosos desinformados como eu, com dificuldades muito maiores que as minhas, deficientes físicos e cadeirantes que se esforçam para ir votar podem ser impedidos de exercer seu direito constitucional? Todos deveriam ter o acesso facilitado, numa sala térrea no local de votação, sem a necessidade de pedido prévio. Todos os eleitores merecem tratamento constitucional igualitário.

Maria Toledo A. Galvão de França

Jaú

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Em busca dos moderados

A derrota da esquerda nas eleições municipais de 2024 pode representar um fator importante para o ressurgimento da direita moderada e a neutralização da direita radical. A esquerda foi claramente derrotada nas eleições, mas continua concentrando cerca de 25% a 30% dos votos na metade sul do País. Se o eleitorado majoritariamente de direita obrigar a sociedade como um todo a escolher entre duas direitas – a moderada e a radical –, o eleitorado de centro-esquerda pode representar uma força capaz de pender a balança para os moderados. Basta olhar para o que foi a eleição no Rio Grande do Sul em 2022: ali, o eleitorado gaúcho teve de escolher, no segundo turno, entre a centro-direita de Eduardo Leite e a extrema direita de Onyx Lorenzoni, e houve o voto casado Lula-Leite. Ou a eleição municipal de Belo Horizonte em 2024, entre a centro-direita do PSD (apoiada pelos candidatos derrotados da esquerda) e a extrema direita do PL.

Felipe Eduardo Lázaro Braga

São Paulo

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PT e PSDB

Nas eleições municipais de 6/10, PT e PSDB ficaram em posição muito abaixo dos partidos de centro e centro-direita. Do PSDB não se poderia esperar melhor resultado, tratando-se hoje de um grupo político à procura de um personagem que lhe dê novos rumos (não confundir com a peça de Pirandello Seis personagens à procura de um autor. Formado pelos melhores quadros, a pusilanimidade de seus líderes com os governos petistas cobrou um preço alto, com todos em São Paulo segurando a alça de um caixão. Já o PT, enquanto seus líderes mantiverem esta ladainha de que foram perseguidos pela Lava Jato e de que tudo foi uma armação, vão entrar para a história dos que tentaram mudar o Brasil, mas deram com os burros n’água por acharem que a coisa pública era tudo junto e misturado.

Paulo Chiecco Toledo

São Paulo

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Banco Central

Garantia duvidosa

A aprovação de Gabriel Galípolo na sabatina do Senado já era esperada e ocorreu sem intercorrências. Mas um ponto interessante merece atenção. O futuro presidente do Banco Central (BC) abriu o evento dizendo que recebeu a garantia do presidente Lula de que terá “liberdade na tomada de decisões”. Embora a afirmação em si seja óbvia, pois o BC é independente por lei, Lula em verdade quis passar uma mensagem a Galípolo: não vai pressionar o BC para reduzir os juros, ao menos por enquanto, tanto que seu silêncio em relação ao próximo provável aumento da taxa Selic é ensurdecedor. Pois, se Roberto Campos Neto não estivesse de saída, seria vítima de mais uma saraivada de críticas autocráticas de Lula e do PT, que passaram dois anos condenando veementemente Campos Neto pela alta taxa de juros, com argumentos pífios, quando na verdade as razões sempre foram políticas e pessoais. É confortador saber que Galípolo está, ao que parece, comprometido com os fundamentos da economia para controle da inflação. Já a “garantia” da palavra do presidente Lula é, por fundamento, duvidosa.

Luciano Harary

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

ANTI-STF

O pacotão de medidas anti-Supremo, que passou pela Comissão de Constituição e Custiça (CCJ) da Câmara, se aprovado, permitirá ao Congresso sustar decisões do STF. Juristas afirmam, entretanto, que tais medidas ferem a independência e harmonia entre os Poderes, e por tratar-se de cláusula pétrea não podem ser alteradas por Emenda Constitucional e sim por meio de uma reforma da Constituição (Constituinte). Alegam que em caso de judicialização, certamente serão declaradas inconstitucionais. Então não há nada que se possa fazer? O ministro censor Alexandre de Moraes do STF continuará livre, leve e solto? Poderá manter aberto o vergonhoso inquérito das fake news, que por lei já deveria ter sido encerrado, pelo tempo que ele quiser? Dizia Rui Barbosa que a pior ditadura é a do Poder Judiciário, contra ela não temos a quem recorrer. Mas ainda temos uma luz no fim do túnel. Para acabar esse ativismo judicial e livrar o País dessa terrível ditadura, o Senado conta com uma arma poderosíssima que se chama impeachment. Contra ela o Supremo não tem a quem recorrer.

Deri Lemos Maia

Araçatuba

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FIGURANTE

Nova tentativa, em processo, de golpe democrático no Congresso. Busca, supostamente, o benefício do povo em nome da liberdade fisiológica do Poder Legislativo para garantir e perpetuar a distribuição de bilhões do Orçamento Secreto, sem prestar contas e dar satisfações a ninguém. Este e o real motivador das propostas de Emenda à Constituição que limitará os poderes do STF, tornando-o um mero figurante. O ranço evidente de autoritarismo e vingança.

Luiz A Bernardi

São Paulo

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SABATINA DE GALÍPOLO

Tão logo foi aprovado pelo Senado (66 x 5) como o novo CEO do Banco Central (BC) para o período de 2025 a 2029, Gabriel Galípolo afirmou que nas conversas que teve com o chefe do Executivo, teve a garantia de que poderá agir com independência frente à Instituição. Espero não ser o mesmo que acreditar em Papai Noel. Duas coisas verrumam a cabeça do senhor presidente da República desde que assumiu o poder pela 3.° vez: o Prêmio Nobel da Paz e a taxa básica de juros (Selic). Ser laureado pela Academia de Oslo, bem, essa é uma história que fica para uma outra vez; agora, a taxa Selic será uma tormenta que terá de enfrentar vinda do Palácio do Alvorada. Atualmente, Diretor de Política Monetária, Galípolo manteve-se coerente nas decisões tomadas nas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), comandadas por Roberto Campos Neto na manutenção ou elevação da taxa básica de juros. Agora, na condição de presidente da Instituição, a ser empossado em janeiro, reafirmou que não se deixará levar por pressões do Executivo por juros mais baixos. Boa sorte à frente Instituição e torcemos, realmente, para que faça valer sua independência.

Sergio Dafré

Jundiaí

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TIRO NO PÉ

A agência de classificação de risco Moody´s elevou a nota do Brasil após se reunir com o presidente Lula. Mas o mercado não aceitou comprar gato por lebre, conforme podemos verificar acompanhando o índice Ibovespa. Acho que a agência Moody´s deu um tiro no pé e perdeu muita credibilidade. A conferir.

Maria Carmen Del Bel Tunes

Americana

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ELEIÇÕES EM SÃO PAULO

Em seu discurso no final do primeiro turno, o candidato do Psol a prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos disse: “Eu quero falar também com você que não mora na periferia de São Paulo e pedir para que ponha a mão na consciência para termos uma cidade mais justa, mais igual, uma cidade mais civilizada, uma cidade para combater as desigualdades”. Está corretíssimo o candidato ao se dirigir para os que não votaram nele, particularmente à elite paulistana. Só que não bastam palavras de efeito. Um dos motivos pelos quais a esquerda perdeu terreno na maior parte das capitais do País é a insistência no velho discurso ideológico do nós contra eles, ricos contra pobres. Se Boulos almeja vencer Ricardo Nunes no pleito precisa se comprometer a governar para todos, com projetos de melhoria não só para a periferia, mas também para as regiões centrais e nobres, pois a cidade toda tem problemas. Se o chamamento à consciência dos mais abastados é legítimo e procedente, o futuro prefeito, por sua vez, precisa ter a consciência de que todos são cidadãos.

Luciano Harary

São Paulo

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FUTURO POLÍTICO INCERTO

As eleições municipais, refletem melhor como vai a política no local onde vivem as pessoas, e o retrato tirado é de um país mais à direita, conservador e reacionário. Eliane Cantanhêde, em sua coluna no Estadão, intitulada Bolsonaro x Tarcísio (Estadão, 11/10, A9), resumiu como vai a política nacional. O predomínio é da mentalidade do direitão, como a brilhante analista define o Centrão, dominante no Congresso brasileiro. Rastros dos últimos dois presidentes, Bolsonaro e Lula, vão perdendo força. O Brasil, que durante anos teve cinco partidos ideologicamente definidos, agora tem dezenas de agremiações de interesses nebulosos. Encerrado o segundo turno, dia 27, as atenções vão para 2026 e nosso futuro político incerto neste mundo indecifrável. Precisamos aprender a votar nos mais qualificados e competentes para liderar a Nação.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

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GUILHERME BOULOS

Pelo jeitão das pesquisas, no banquete eleitoral esquerdista, a sobremesa servida tem tudo para ser um boulos vencido. Ah, sim; E para lá de azedo.

Ademir Fernandes

São Paulo

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DESMATAMENTO

Interessante. Em um loteamento em Cotia, São Paulo, demorei mais de um ano para receber autorização para cortar alguns metros quadrados de vegetação de um lote e assumi a responsabilidade de reflorestamento de outra área. Agora recebo a informação de que as invasões, desmatamento e queimadas em vários estados do Brasil alcançaram vários milhões de hectares sem que o Poder Público se interessasse por esse assunto, mas é claro: a mim aplicaram a lei, aos amigos concedeu-se tudo. É um belo exemplo de amizade que, porém, está restrita só a um grupo de amigos.

Aldo Bertolucci

São Paulo

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ÓRGÃOS CONTAMINADOS

Talvez a pouca adesão à doação de órgãos esteja ligada à falta de segurança de quem vai receber o órgão. Denúncia veiculada na Band News mostrou o descaso com que as pessoas que necessitam de um transplante são tratadas no Brasil. O laboratório privado PCs no Rio de Janeiro, responsável pela autenticidade dos órgãos a serem doados, ofereceu o laudo como falso negativo, mas segundo foi constatado,os pacientes que receberam órgãos, como rins, fígado e coração, foram infectados com o vírus do HIV. Imediatamente, a Fiocruz testou e constatou Aids. Já são seis pessoas contaminadas. O Brasil que é referência há mais de 60 anos quebra sua credibilidade ao deixar a situação chegar nesse ponto. É de deixar perplexa qualquer pessoa que toma ciência desse fato. Pior ainda ver candidatos prometendo mundos e fundos na saúde quando se sabe que o buraco é mais embaixo. Feliz de quem não precisa passar por uma situação dessas, pois a fiscalização que cabe ao Ministério da Saúde deixa a desejar. Menos militância e mais seriedade para com os seres humanos, por favor.

Izabel Avallone

São Paulo

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RELATÓRIO

A Comissão Internacional Independente de Inquérito sobre o Território Palestino Ocupado – incluindo Jerusalém Oriental – e Israel, acabou de publicar um relatório de 24 páginas que foi encaminhado à Assembleia Geral das Nações Unidas pela persona non grata Antonio Guterres. Este relatório, que também criticou a ação do Hamas, documenta acusações graves contra Israel, a suposta grande democracia do Oriente Médio. Se ficamos somente na parte sobre os hospitais, o relatório acusa Israel de destruir os complexos médicos de Nasr, Shifa, Awdah e Amizade Turco-Palestina. Igualmente grave, o relatório derruba as alegações israelenses do uso de hospitais para fins militares, pois Israel não consegue apresentar provas deste uso. Mesmo assim, vários países do ocidente, em particular os Estados Unidos, continuam fornecendo armas e munição à Israel sob o pretexto da legítima defesa. Que moral esses países têm para condenar a invasão da Ucrânia pela Rússia?

Omar El Seoud

São Paulo

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CRISTO REDENTOR

A carta do leitor José Ribamar Pinheiro Filho (Fórum dos Leitores, 11/10) realça a imagem do Cristo Redentor como mensagem de acolhimento, fé e esperança para os que habitam e visitam a cidade. A homenagem da carta faz recordar a singela, porém inspiradíssima, canção de autoria de Silvino Netto e Plínio Bretas, terna declaração de amor ao Rio, eternizada na voz do cantor Orlando Silva: “O Cristo Redentor é uma medalha pequenina; No rosário imenso da colina;Bonecas delicadas, quase todas moreninhas;Alegram suas ruas, qual um bando de andorinhas; Rio, és pequeno para os olhos meus; Olhos que veneram os encantos teus; Adoro o teu céu da cor do anil; Tu és uma cidade brinquedo no bazar do meu Brasil; Que o Rio continue honrando sua beleza e a cultura de seu povo”.

Patricia Porto da Silva

Rio de Janeiro

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SELEÇÃO BRASILEIRA

A seleção brasileira de futebol é repleta de craques, sendo que a maioria deles jogam fora do País. Todos capricham no visual, cabelos com cortes a la moicanos, tingidos e mechados, sobrancelhas bem delineadas, corpo coberto de tatuagens, chuteiras de diversas cores, mas, futebol que é bom mesmo, deixa muito a desejar e está longe de dar esperança aos ansiosos torcedores. A sorte é que o atual escretinho brasileiro contou com dois genuínos atacantes: Igor Jesus e Luiz Henrique, que jogam pelo Botafogo de Futebol e Regatas, e, sem usar as parafernálias dos demais, conseguiram salvar o time de mais uma vergonha. Que alívio.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

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RAFAEL NADAL

Uma salva de palmas em pé ao fenomenal tenista espanhol Rafael Nadal, que acaba de anunciar a sua retirada das quadras aos 38 anos por problemas físicos que o impedem de seguir dando show mundo afora. O seu impressionante histórico registra nada menos que 92 títulos, com saldo positivo de 1.080 vitórias e 227 derrotas (82,6% de aproveitamento), dentre os quais 22 títulos de Grand Slam – o segundo maior da história, atrás apenas do sérvio Novak Djokovic (24) e à frente do suíço Roger Federer (20) – com inacreditáveis 14 vitórias no saibro de Roland Garros (França), quatro no US Open (EUA) e dois no Aberto da Austrália e no icônico Torneio de Wimbledon (Inglaterra). Nadal é um dos três únicos tenistas a fechar o Golden Slam – vencedor dos quatro Grand Slam do ano e medalhista de ouro em simples e duplas em Olimpíadas –, tendo recebido em 2021 o prestigiado prêmio Laureus de Esportista do Ano e apontado em 2022 pela respeitada revista Time como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo. Viva Nadal.

J. S. Decol

São Paulo

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PERSONALIDADES DO TÊNIS

O chamado big three foi símbolo de uma era de ouro do tênis, mas exceção na história centenária desse esporte. O mais comum era a alternância de vários protagonistas no topo do ranking, o que volta a acontecer agora. Roger Federer brilhantemente encerrou a carreira em 2022 e Nola Djokovic ainda joga em bom nível, apesar da decepção por se revelar um negacionista e antivacina. A rima é simples, mas necessária: tudo chega a um final, até Rafael Nadal.

Adilson Roberto Gonçalves

Campinas