Futebol brasileiro
Fora da Olimpíada
O Brasil, que é bicampeão olímpico, conseguiu ficar fora da Olimpíada de Paris deste ano. Mas, para uma completa hecatombe do futebol brasileiro, o próximo passo será muito mais difícil. A seleção canarinho está em sexto lugar nas eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. Contudo, precisaria terminar em sétimo lugar e depois perder a vaga na repescagem. Se continuar com bastante desorganização, despreparo técnico, desmotivação e desinteresse, será possível conseguir este feito histórico, por falta de amor à camisa que foi extremamente vilipendia pela política.
Luiz Roberto da Costa Jr.
Campinas
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Indústria
Proteção e inovação
Em relação à matéria Importação acelera e indústria vai ao governo por proteção comercial (Estadão, 12/2, B1), a indústria brasileira aparentemente se acomodou a uma triste situação em que, ao mesmo tempo que impõe altíssimos preços aos consumidores nacionais, entende que o governo é responsável por lhe outorgar eternamente generosos subsídios, isenções, crédito facilitado e proteção de mercado, preservando artificialmente suas margens de lucro. Onde estão os investimentos em novas tecnologias da indústria brasileira e que resultados concretos estão gerando em aumento de produtividade e da competitividade internacional? Quantas novas patentes essa indústria protegida e subsidiada gera por ano? Quais novos mercados estão sendo conquistados no exterior? China e outros países estão apenas fazendo a lição de casa. O Brasil, infelizmente, não. A exemplo do que acabou de ocorrer com nossa seleção de futebol no pré-olímpico de Paris, um dia nossa indústria vai finalmente acordar e perceber que quem não faz gol toma. Tristes trópicos.
Fernando T. H. F. Machado
São Paulo
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Invasão dos importados
A indústria vem perdendo espaço desde a abertura de mercado promovida pelo presidente Collor e os produtos importados já representam 23,4% dos itens industriais consumidos no Brasil. É preciso estabelecer urgentemente proteção para a indústria, por meio da elevação dos impostos de produtos importados. A indústria é um grande gerador de empregos. Devemos priorizar o emprego, mesmo que tenhamos de consumir produtos antiquados ou pagar mais caro pelos produtos importados.
Martinho Isnard R. de Almeida
São Paulo
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Operação Lava Jato
Transparência Internacional
As meias-verdades inculcadas em mentes descuidadas, a desfaçatez congênita da seita petista e a pusilanimidade do bolsonarismo acabaram, indiscutivelmente, levando a melhor sobre a Operação Lava Jato. E ponto final. Agora, deparo-me, na edição de 12/2 do Estadão (página A4), com um texto de autoria de Mauro de Azevedo Menezes e Marco Aurélio de Carvalho, lavrado à moda petista, que lança dúvidas sobre a atuação da Transparência Internacional (TI) no País. Como o texto dos notórios advogados defensores de corruptos e corruptores reforça seu ataque à TI utilizando como verdades um monte de conclusões discutíveis, entendo que se faz necessária, por parte do jornal, uma ampla dissecação de seu conteúdo.
Helio Divino de Carvalho
Aparecida de Goiânia (GO)
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Democracia
Momento crucial
Vivemos um estado histórico crucial de decisiva encruzilhada. O mundo convocado para sustentar a democracia institucional das liberdades públicas e da soberania popular ou das ditaduras de figuras menores e opressoras, a exemplo das republiquetas bananeiras com urnas citadas pelo Estadão no editorial Liberalismo sob ataque (12/2, A3), na esteira da cognição do jornalista britânico Martin Wolf. As próximas décadas não serão orientadas pelas ideologias, mas pela tecnologia ainda por muitos inescrutável, a exemplo da inteligência artificial, cujos humanos, seus preceptores, poderão encaminhá-la ao estado do liberalismo, da igualdade e do bem-estar social, ou para a absorção do planeta por camarilhas opressoras. Daí a importância vital da democracia, do Estado Democrático de Direito, da divisão e autonomia dos Poderes, da alternância de poder e de seus outros atributos essenciais para a construção do futuro feliz de uma sociedade ainda lamentavelmente atribulada.
Amadeu R. Garrido de Paula
São Paulo
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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br
LULA E BOLSONARO
Para Eliane Cantanhêde, “prisão de Bolsonaro tarda, mas não falha e tem até cronograma” (Estado, 8/2). Mas, para mim, “prisão de Lula da Silva tardou e falhou”. Lula praticou crimes contra a Pátria, teve direito ao devido processo legal, foi julgado, condenado e anistiado, num dos episódios mais vergonhosos da vida política do País. O crime atribuído a Bolsonaro foi de tentar evitar, apoiado por boa parte da população, que o “ficha-suja” acima citado o sucedesse. Temos, portanto, dois “criminosos”. Para mim, e certamente para os justos, os crimes de Lula da Silva e companheiros “passapanistas”, são maiores que os de Bolsonaro, que foi derrotado no “tapetão”, fora das “quatro linhas”, não por fraude nas urnas, mas sim por um candidato que deveria ter sido impugnado pela Justiça Eleitoral.
Maurilio Polizello Junior
São Paulo
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CASA DE ORAÇÃO
Flagrado pela operação da Polícia Federal como mentor do fracassado golpe de Estado, o destrambelhado Jair Bolsonaro abriu a casa em Angra dos Reis para rezar com apoiadores. É o fim da picada. Colossal blasfêmia. Virou mania. Toda vez que é pego pela Justiça com as calças nas mãos, Bolsonaro alega, com deslavrado cinismo, que “reza pelo Brasil”. Deveriam ser excomungados pelo Vaticano, ele e seus seguidores.
Vicente Limongi Netto
Brasília
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JAIR BOLSONARO
É tanta pressão para cima do homem, que, possivelmente, ainda vão acabar descobrindo quem mandou matar Jair Bolsonaro, e descobrir, também, quem mandou pagar os quatro advogados de Adélio Bispo.
Arcangelo Sforcin
São Paulo
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IVES GANDRA MARTINS
Na entrevista de Fausto Macedo com Ives Gandra Martins (‘Supremo Tribunal Federal reescreveu a Constituição’, 11/2, A8), faltou informar que o jurista é o principal defensor da extrema direita no País, reafirmando a falácia do poder moderador das Forças Armadas. Como apoiador inconteste do governo Bolsonaro, é difícil ler com isenção suas posições em relação ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Adilson Roberto Gonçalves
Campinas
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MINORIA IRRESPONSÁVEL
Curiosa a fala do senador Rodrigo Pacheco sobre os atos de 8/1, dizendo que uma minoria irresponsável quis mudar o rumo da história. Há que se concordar com ele, minorias vêm dando rumo incerto ao País. Ele próprio, ao não pautar o impedimento de ministros do STF, como Dias Toffoli, mudando rumos de acordos de leniência, e Alexandre de Moraes, rasgando a Constituição, além de outros exemplos que envolvem figuras dos Três Poderes. Há que se ter cuidado ao proferir determinadas palavras.
Iria de Sá Dodde
Rio de Janeiro
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‘PROTAGONISTA-GERAL DA REPÚBLICA’
Alexandre de Moraes recebeu o epítome de protagonista-geral da República em coluna de Francisco Leali (Estado, 9/2). O ministro do STF merece o título, não por vontade própria, mas convocado a tal pelas más ações de homens públicos, principalmente quando são guindados à Presidência da República, sem as mínimas condições de competência, instrução e vocação política democrática, como Jair Bolsonaro e sua turma de mesma cepa. Viramos uma republiqueta de bananais, ridícula e perniciosa. O trágico desse desgoverno é o fato de ter recebido quase metade dos votos em sua alucinada tentativa de ser reeleito. Tomamos conhecimento que metade dos eleitores brasileiras odeia a democracia e a outra metade vota em populistas de outra ideologia, numa polarização insana. Temos muito a aprender para nos tornar uma nação séria e inteligente.
Paulo Sergio Arisi
Porto Alegre
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REFORMA DO JUDICIÁRIO
É nisso que dá ter um Poder Judiciário político. Quando a esquerda está no poder persegue-se a direita. Quando a direita está no poder persegue-se a esquerda. Isso só acabará quando fizerem uma reforma do Poder Judiciário e acabar com a indicação de políticos para cargo de ministro/procurador. Ministro/procurador deveria ser cargo de carreira. Deus salve o brasil, porque os políticos não salvarão.
Renato Maia
Prados (MG)
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A PLÊIADE DO FÓRUM
Parabéns aos missivistas do Fórum dos Leitores Mário Barilá Filho, Paulo Roberto Gotaç, Leonel Zaclis e A. Fernandes por suas cartas publicadas na edição de 9/2 do Estadão (A4). Cada uma é um aviso, adornado com uma ironia queirosiana, sobre os perigos que rondam o Brasil. Sei que há muitos brasileiros que, como eu, pensam como os missivistas, porém, não sei como reunir nossas vozes num brado forte o bastante aos ouvidos moucos de Brasília.
Affonso Maria Lima Morel
São Paulo
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VALOR DA APOSENTADORIA
Para acrescentar ao comentário bem-feito de Marcio de Castro Paes (Fórum dos Leitores, 11/2, A4), quando recebi minha primeira aposentadoria, fiz o cálculo do valor na época e totalizava 9,53% salários mínimos, que hoje representam R$ 13 mil aproximadamente, salvo engano. Hoje recebo bem menos da metade, enquanto uma desembargadora recentemente recebeu pouco mais de R$ 920 mil em 2023. Eles têm tudo e nós, nada. Viva o Brasil. Mas, acreditem, não vai ficar assim, porque vai piorar para nós, aposentados.
Ariovaldo J. Geraissate
São Paulo
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PODER DE COMPRA ACHATADO
Urge que a imprensa destaque o sucateamento do valor das aposentadorias, que neste ano fica abaixo da inflação oficial, achatando o poder de compra dos mais velhos. Todos os brasileiros, que não os da corte (funcionalismo público) estarão sujeitos a isso. Os aposentados usam sua parca remuneração principalmente para gastos com saúde, no que são ignorados pelos governos, deteriorando gravemente seus valores. Essa classe tembém vota, e precisa ser alertada sobre seus seus inimigos, a esquerda corporativa e os amigos da corte.
Ronaldo Rossi
São Paulo