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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Acidentes aéreos

Urgente urgentíssimo

Não me surpreende saber que Apurações de acidentes aéreos no País levam mais de 2 anos (Estadão, 11/8). Afinal, no Supremo Tribunal Federal, por exemplo, mais alta Corte de justiça do Brasil, um processo iniciado em 2012 está desde 2015 aguardando decisão sobre o tema 725. Viúvas, órfãos e assalariados continuam na espera. Haja Deus!

Benedito Antonio Dias da Silva

Tatuí

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América Latina

Jogo de perde-perde

Em relação ao editorial O jogo de perde-perde de Lula (Estadão, 12/8, A3), entendo que há uma falsa visão de que o Brasil é realmente capaz de liderar alguma coisa em termos de política internacional. O que se pode esperar de um país que não tem sequer um projeto de nação, que muda suas ações diplomáticas com o vento, que teima em não investir em conhecimento e em aumento da produtividade e que não consegue nem proteger suas próprias fronteiras contra o crime organizado? Infelizmente, o governo brasileiro hoje não entende que o mundo mudou radicalmente, e continua tentando tirar da cartola velhos truques na vã tentativa de resolver uma miríade de problemas novos que mal compreende. Enfim, pouco ou nada se pode esperar desta administração, a não ser a continuação do despejo de dinheiro público em políticas sabidamente fracassadas e obsoletas. E, claro, em marketing vazio e ufanista, com uma visão rósea de que tudo está bem na economia e de que somos realmente líderes globais respeitados. Enquanto isso, o Brasil tende a continuar afundando na crise fiscal, na falta de competitividade internacional e na tentação do populismo antidemocrático. Até quando? Tristes trópicos...

Fernando T. H. F. Machado

São Paulo

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Olimpíada 2024

Igualdade de gênero

Encerrada a Olimpíada de Paris 2024, é preciso destacar o fenômeno que foi a performance das mulheres atletas do Brasil, não só porque ganharam a maioria de nossas medalhas (12 das 20), mas também porque foram elas que nos garantiram as medalhas de ouro – o que ainda nos coloca em patamar privilegiado entre as diversas potências esportivas. Este protagonismo feminino não deve ser gatilho para uma guerra entre sexos ou disputa de narrativas para localizar no mapa dos esportes quem é melhor, homem ou mulher. Deve, sim, provocar a reflexão sobre a importância do investimento nas atletas, para, em pé de igualdade com os homens esportistas, alcançarem o máximo de pódios possível – a exemplo de grandes potências como China e EUA. O desempenho delas reforça a necessidade de um olhar mais potente das políticas e dos investimentos públicos voltados para a igualdade de gênero no esporte do Brasil. Nem só de futebol masculino vive o Brasil, por exemplo. Há de haver comprometimento com atletas homens de outras modalidades e com mulheres em todas as modalidades, incluindo o futebol. Apenas de duas décadas para cá é que pudemos observar leves investimentos governamentais, nas diversas esferas do Poder Executivo, voltados para nossas mulheres esportistas, desde o Bolsa Atleta às políticas públicas focadas especificamente no gênero feminino. Como no futebol, as demais modalidades precisam ser incentivadas desde cedo nas escolas, no currículo escolar, com aperfeiçoamento/adequação das quadras e ginásios e com recursos para salas de treinamento adaptadas. Até a próxima Olimpíada!

Luciano Freitas Filho

Salvador

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Eixo do ensino

Esporte significa cultura, educação, saúde, lazer, patrimônio histórico, pertencimento social, dever e direito públicos. Na civilização humana, é um dos principais fenômenos de manifestação/expressão corporal, atrelado às questões filosóficas, políticas, econômicas, científicas e ou tecnológicas. A educação escolar pública requer projetos políticos pedagógicos, resultantes de ações coletivas, críticas e construtivas, que ressignifiquem o esporte na formação de crianças, adolescentes e jovens adultos, definindo-o como eixo de ensino e aprendizagem interdisciplinar.

Dagmar A. Cynthia F. Hunger

Bauru

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Correção

O estudo O Sistema Previdenciário Brasileiro sob a Ótica da Equidade, do Banco Mundial, é de autoria das pesquisadoras Asta Zviniene e Raquel Tsukada. No editorial Uma Previdência mais justa (11/8, A3), o sobrenome de Raquel Tsukada foi grafado incorretamente.

Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

TRAGÉDIA EM VINHEDO

Quando acontece qualquer acidente aéreo aparece, sempre, com abrigo e apoio da mídia leiga, uma chusma de especialistas e entendidos a pontificar, minutos após a ocorrência, quais as causas e culpas que provocaram o acontecimento. A investigação de acidentes aéreos a cargo do Cenipa, por não ter caráter de punição a quem quer que seja, mas sim a de prever e evitar que novos acontecimentos similares possam vir a acontecer, levam, às vezes, mais de dois anos para chegar a uma conclusão definitiva, mas a imprensa escrita, falada e televisionada, sequiosa por audiência, apoia e prestigia estes senhores a divulgar opiniões aparentemente técnicas sobre o que aconteceu e por que aconteceu. É bom ressaltar que o brigadeiro comandante do Cenipa, em meio a uma porção de meros palpites quanto às causas do acidente, em entrevista coletiva, limitou-se a declarar que seria extemporâneo qualquer opinião a respeito sem que uma investigação técnica criteriosa e minuciosa tivesse sido feita, e que, obviamente, demandará prazo maior para qualquer veredito. A respeito, merece especial atenção o artigo de Eliane Cantanhêde no Estadão, intitulado Dor e tristeza (Estadão, 11/8, A8), onde a articulista, com muito e elogiável bom senso, procura mostrar que junto à dor e tristeza que um acontecimento destes causa, é preciso cuidado extremo na investigação a fim de evitar sua repetição onde quer que seja pelo mundo afora.

Ruy Carlos Silveira Crescenti

São Pedro

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RESPEITO ÀS VÍTIMAS

Um minuto de silêncio em respeito às 62 vítimas fatais do acidente aéreo da VoePass em Vinhedo, ocasionado pela perda de sustentação – estol – provocada pela formação de gelo nas asas do avião, acarretando sua queda em parafuso num mergulho trágico de 5 mil metros em cerca de um minuto. Nestas ocasiões, com a perda total do controle da operação, o comandante da aeronave deixa de pilotar e virar um mero passageiro nas mãos do destino. Acidentes aéreos sempre provocam grande comoção e impacto. Lamentável perda de vidas, entre elas a de uma menina de quatro anos. Tristeza e luto.

J. S. Decol

São Paulo

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REFLEXÃO

A morte coletiva ocorrida na queda do avião em Vinhedo dá uma sacudida geral nas pessoas, no seguinte sentido: acorda-nos de nossa letargia, esfregando em nossas caras como a vida é frágil; como passamos desapercebidos da importância da vida, numa sensação de que somos imorríveis. De certa forma, nos apavora porque nós, também, já fomos e continuaremos a ser passageiros de aeronaves. Nos sentimos ameaçados, nos colocamos, inconscientemente, no lugar do outro. Isso nos causa medo. Por que será que outras formas de morte que ocorrem diariamente não mexem conosco? Talvez porque a fome em diversos países africanos não nos alcança, porque as guerras, de forma idêntica, não chegam aos nossos lares. 800 milhões de pessoas (10% da população mundial) passam fome diariamente. Muitos acabam morrendo de inanição e doenças provenientes da falta de uma boa alimentação. Porém, já nos acostumamos, faz parte, é assim mesmo. Quando é que a humanidade terá juízo? Quando é que bilhões de dólares gastos com coisas supérfluas e inúteis serão destinados à alimentação de nossos irmãos necessitados? Quando é que será exterminado de vez o egoísmo na Terra?

Armando Bergo Neto

Campinas

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PREVIDÊNCIA

Merece evidência o trecho do editorial Uma Previdência mais justa (Estadão, 10/8, A3), em que as autoras do estudo O Sistema Previdenciário Brasileiro sob a Ótica da Equidade, em entrevista ao Valor Econômico, destacaram que “a Previdência Social deveria se ater a proteger os idosos de cair em uma situação de pobreza, e não a reduzir a pobreza como um todo nem a servir como ferramenta com foco na distribuição de renda ou a resolver outras desigualdades históricas que o País acumula há décadas”. Os diversos governos petistas sempre se jactaram de serem promotores da justiça social por meio de programas de distribuição de renda. No entanto, bolsa-família, auxílio doença e outros semelhantes não distribuem renda. São programas importantes que mitigam a fome, a miséria e a invalidez, sem dúvida, mas não reduzem a desigualdade social. Para isso é preciso desenvolvimento econômico sustentável e criação de empregos. A deturpação crônica da ideia de distribuição de renda sobrecarregou o sistema previdenciário. O governo atual precisa perceber isso para começar a galopar atrás do prejuízo.

Luciano Harary

São Paulo

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CONGRESSO NACIONAL

Quem poderia imaginar que o nosso Congresso Nacional pudesse chegar a este nível de degradação a que chegou? Em nossos piores pesadelos, imaginaríamos uma situação de tamanha delinquência política como as descritas nos editoriais O atrevimento da Câmara e do Senado (Estadão, 8/8, A3) e ‘Emenda Pix’ retrata nossa miséria democrática (Estadão, 2/7, A3). Embora já tenha ouvido falar que as coisas nunca estão tão ruins que não possam piorar, esforço-me para não perder a esperança e tendo a acreditar que vai chegar o dia em que a democracia, a liberdade, a transparência e a decência enfim vão prevalecer sobre a desfaçatez, o descalabro, a esculhambação e a opacidade. Quando estudamos a história brasileira aprendemos que o patrimonialismo e o clientelismo fazem parte de nossa configuração política. Ao ler estes editoriais veio à minha memória o escândalo dos anões do Orçamento e a impressão de que foi sempre assim e nada vai mudar porque estamos condenados ao retrocesso político e social. Nascido em 11 de agosto de 1943, sou daqueles que “tem a estranha mania de ter fé na vida” e acredita que “é preciso ter sonho sempre”. Sou signatário do Manifesto em Defesa da Democracia e do Estado Democrático de Direito Sempre, lido na Faculdade de Direito da USP em 11 de agosto de 2022. Apesar de tudo, acredito que um dia realizaremos uma reforma político-eleitoral em que as eleições legislativas não serão mais apêndices das executivas, mas valorizadas e realizadas num contexto de superação do déficit cívico dos brasileiros e da miséria democrática nacional. Possamos então implantar uma República democrática, justa, próspera, livre e representativa dos interesses dos cidadãos soberanos e autônomos.

João Pedro da Fonseca

São Paulo

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MIMOS PARA PRESIDENTES

Lula e Bolsonaro estão se digladiando pelos relógios recebidos de presente em suas viagens ao exterior. Os acumuladores de mimos deveriam entregar à União – pelo menos é o que manda Tribunal de Contas da União (TCU) – mas que agora resolveu liberar geral – para beneficiar a dupla. Na verdade, enquanto um tinha um relógio de R$ 60 mil, o outro tinha um de R$ 6 milhões. Enquanto um usava no seu dia a dia, o outro foi vendê-lo nas relojoarias americanas. Evitando mais um imbróglio presidencial, o TCU resolveu pela liberação. Só que agora um quer entregar à União, já o outro quer se livrar do processo que responde, ou seja, misturam mil com milhão. Afinal, pau que dá em chico dá em Francisco. E agora, atabalhoada dupla de plantão?

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

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ADEUS A DELFIM NETTO

O Brasil perdeu um de seus sábios. Algumas de suas frases que mais gosto e que julgo muito adequadas para a realidade de nosso país hoje em dia. Sobre economia e política: “A política econômica é como um violino: você pega com a esquerda, mas toca com a direita”. Sobre inflação: “A inflação é como uma febre. Não é a doença, mas o sintoma de que há algo errado na economia”. Sobre planejamento econômico: “Planejamento é substituir o acaso pelo erro”. “Não existe almoço grátis”. Sobre a política brasileira: “A política brasileira é a arte de transformar o possível em impossível”. “No Brasil, até o passado é incerto”. Sobre o papel do Estado: “O Estado deve ser forte, mas não opressor. Deve ser regulador, mas não intervencionista”. Sobre crescimento econômico: ”O crescimento econômico é a única maneira de reduzir a pobreza de forma sustentável”.

Jorge A. Nurkin

São Paulo

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LEGADO

O ex-professor da USP, ex-deputado federal e economista Delfim Netto, que faleceu nesta segunda-feira, 12/8, aos 96 anos de idade, deixa grande legado. Se tornou mundialmente conhecido como ministro da Fazenda do governo militar, na época do milagre brasileiro, como o País que mais crescia no universo. Também ocupou cargos de ministro do Planejamento e da Agricultura. Nossos sentimentos aos seus familiares.

Paulo Panossian

São Carlos

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VIOLÊNCIA NO RIO

A polícia militar do Rio de Janeiro registra, em média, um conflito a cada 24 horas. A pergunta da sociedade é: como viver em paz?

Roberto Solano

Rio de Janeiro

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RELAÇÕES EXTERNAS

O jogo diplomático de Lula 3 demonstra a sua vontade de perder para a extrema esquerda, embora insista em prestigiar as ditaduras radicais de esquerda, como é o caso da Venezuela e Nicarágua. Mas faz tanto para beneficiar a Venezuela, que não lhe dá atenção – e com isso fica cada vez mais abalado no Brasil. Da mesma forma com Daniel Ortega. Por ausência de diplomata brasileiro em solenidade sandinista, sem esperar justificativas, expulsou o embaixador brasileiro, compelindo Lula 3 a expulsar também a embaixadora da Nicarágua. O jogo de perde-perde de Lula (Estadão, 12/8, A3) não deveria ser jogado por Lula 3 porque suas manobras evitáveis servem, só e simplesmente, para baixar cada vez mais a sua popularidade. Seria bom que se lembrasse de que a Venezuela não vai entregar as atas depois de duas semanas das eleições, e, mesmo que as entregasse, seriam objeto de descrença e de parcialidade. Na verdade, o rei está nu e o desprezo de Maduro a Lula deveria ter tratamento recíproco pelo que se sente da quase totalidade dos brasileiros.

José Carlos de Carvalho Carneiro

Rio Claro

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GESTÃO LULA

Muitos brasileiros votaram em Lula em 2022 – contra os malfeitos e o desejo de dar um golpe de Estado impetradas por Jair Bolsonaro em nosso país – mesmo sabendo que este foi o responsável direto pelo maior roubo aos cofres públicos de nossa história. Imaginem o que se passa na cabeça destes eleitores, que decidiram aquela eleição, assistindo ao presidente Lula tendo cuidados extremos para não melindrar seu companheiro boliviano Nícolas Maduro, mesmo sabendo que se trata de um ditador sanguinário, que não hesita em prender e até matar os cidadãos que se atrevam a ir contra sua inescrupulosa tirania.

Abel Pires Rodrigues

Rio de Janeiro

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DIPLOMACIA

O jogo de perde-perde de Lula (Estadão, 12/8, A3). “Casos da Venezuela e Nicarágua mostram como o Brasil tem sido desmoralizado na região que deveria liderar”. Mais uma uma vez, é preciso enfatizar que a conta da desmoralização deve ser paga, única e exclusivamente, por Luiz Inácio. Não cabe também ao Brasil liderar nenhuma região, mas sim, manter amigáveis relações diplomáticas e ajudas mútuas somente com nações democráticas.

Maurilio Polizello Junior

Ribeirão Preto

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‘FORTALECIMENTO DA EXTREMA DIREITA’

Acerca do que pode acontecer daqui para a frente na Venezuela, uma coisa é certa. Na hipótese, ainda que improvável, de vir a assumir o governo venezuelano o grupo político liderado por María Corina Machado, haverá um fortalecimento significativo da extrema direita na América do Sul. A favorecer, por exemplo, os candidatos bolsonaristas nas próximas eleições do Brasil. Lembrando que o Cone Sul já está sob o domínio da extrema direita na Argentina, Uruguai e Paraguai. Em relação a González Urrutia portanto, como dizia minha avó, cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.

Patricia Porto da Silva

Rio de Janeiro

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FIM DAS OLIMPÍADAS

Mais de 200 países participaram das Olimpíadas de Paris, e, apesar da enorme diversidade dos povos, todos viveram na maior harmonia da humanidade nas suas disputas esportivas. Duas semanas que deveriam servir como exemplo para que o mundo fosse um lugar melhor para se viver.

Luiz Frid

São Paulo

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OURO SIMBÓLICO

Em respeito a todos os participantes de uma Olimpíada, todos deveriam receber uma medalha de ouro, mesmo que simbólica. E os classificados nas provas deveriam receber as medalhas com diferencial por tamanho. A de ouro tamanho um, a medalha de ouro tamanho dois e a medalha de ouro tamanho três. Só ouro para todos para por fim no status de que se não for ouro, não vale nada. Desde o início da participação dos atletas, até o final, tudo valeu a pena. Ouro para todos.

Arcangelo Sforcin Filho

São Paulo