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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Por Fórum dos Leitores
7 min de leitura

Criticar é preciso

O artigo do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso (O STF que o ‘Estadão’ não mostra, 13/1, A4), corrobora a relevância deste jornal e a importância da imprensa livre, em uma feliz coincidência com o aniversário de 150 anos do Estadão. E isso porque, a começar pelo tom panfletário e político do texto, confirma a maior parte dos apontamentos feitos em reportagens e editoriais ao longo dos últimos anos. Mas não é só. Revela a dificuldade em conviver com críticas e ouvir as opiniões dos cidadãos aos quais a Corte deve servir. Comprova, ainda, o cada vez maior e preocupante descolamento da realidade: vangloria-se dos inflados números do STF, sem compreender que, longe de revelarem a “confiança que a população tem na Justiça”, eles denunciam a excessiva centralização de poder na Corte e a desvalorização/deslegitimação das instâncias inferiores. Por fim, apesar de proclamar a plena liberdade de expressão, rotula todos os editoriais como injustos e até raivosos, evidenciando a ausência de empatia com o diferente e a incapacidade de reconhecer falhas, mesmo que sejam elas próprias de todo ser humano mortal e de qualquer uma das instituições por ele criadas. Que tenhamos mais 150 anos de Estadão para nos fazermos ouvir e para dizer o que precisa ser dito!

José Luis Ribeiro Brazuna

São Paulo

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Um STF que esquece

Enquanto o presidente do Supremo fala de um STF que o Estadão não mostra (13/1, A4), também poderíamos falar de um STF que o seu presidente, convenientemente, esquece: aquele que anula condenações com base em argumentos estapafúrdios, liberando corruptos confessos e devolvendo-lhes dinheiro fruto de corrupção; aquele que tem ministros que confraternizam, aqui e no exterior, com empresários que têm causas naquela instância; aquele que se acha imbuído de uma missão “recivilizadora”, sem que tenha mandato para tanto ou haja para isso previsão constitucional; aquele que muda o entendimento de acordo com o CPF do julgado. E por aí vai. Mas entendo que a limitação de espaço do jornal obrigou o presidente do Supremo a deixar de abordar esses fatos.

Rodrigo Carioni

Florianópolis

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Ambiente polarizado

Sou assinante do Estadão há 50 anos e partilho da mesma opinião do presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, sobre os editoriais do jornal dos últimos tempos. Os textos, relacionados não só ao STF, mas também ao Executivo federal, são “duramente críticos, com muitos adjetivos e tom raivoso” e, “ainda que não deliberadamente, contribuem para um ambiente de ódio institucional”.

Jorge de Jesus Longato

Mogi-Mirim

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Governo Lula

Fim do DPVAT

Votei e sempre apoiei as decisões do governo Lula, no entanto estou decepcionado com a sanha arrecadatória, sobretudo com a parcela mais vulnerável da população. É inadmissível terem extinguido o seguro DPVAT, que era a única compensação aos mais pobres nesse trânsito violento, dificultarem o acesso ao BPC e excluírem outros necessitados, ao mesmo tempo que perdoam dívidas bilionárias de companhias aéreas, entre outras benesses aos milionários. Penso que o governo Lula deveria reavaliar quem o elegeu, pois as eleições já estão próximas, e assim estão facilitando o retorno da extrema direita ao poder.

Daniel Marques

Virginópolis (MG)

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Aniversário do ‘Estadão’

Educação continuada

A leitura diária do Estadão é um prazer que se integrou à rotina dos que lutam por um Brasil menos desigual e mais justo, solidário e fraterno. Corajosa postura em favor do contínuo aprimoramento da democracia tem garantido a incursão por todos os assuntos que interessam à comunidade e é um fator preponderante na educação continuada de gerações que não se esqueceram do significado de patriotismo. Ao congratular pelo sesquicentenário, espero que as emergências climáticas mereçam especialíssima atenção da primorosa equipe da “Casa de Júlio Mesquita”, pois esse é o maior perigo que a humanidade enfrenta e que depende não só do governo, mas também da consciência atilada de cada ser humano.

José Renato Nalini,

secretário executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

CONTA DA OBSESSÃO

Economia em desaceleração? Ampliem-se as margens para gastar. O governo é Lula (Estadão, 13/1). Obcecado para se eleger em 2026 ou fazer seu sucessor, Lula não hesitará em abrir os cofres para comprar apoio político. Por outro lado, com a economia em desaceleração, alta do dólar, inflação aquecida, rombo fiscal e corrosão do poder de compra do trabalhador que está, inquestionavelmente, cada dia mais pobre, o presidente precisará fazer das tripas coração, usar inteligência, que não tem, recorrer a seus assessores diretos, limitados também no quesito inteligência, para conseguir seu objetivo, que tem tudo para dar errado. Certamente, mais uma vez, quem pagará a conta de sua obsessão será o povo brasileiro.

Maurílio Polizello Junior

Ribeirão Preto

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STF QUE O ‘ESTADÃO’ NÃO MOSTRA

Merece grande elogio o excelente artigo do ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso, intitulado O STF que o ‘Estadão’ não mostra (Estadão, 13/1, A4).

Fábio Konder Comparato

São Paulo

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JORNALISMO DE QUALIDADE

No oportuno editorial A lição do ministro Fachin (Estadão, 13/1, A3), o Estadão publicou sua opinião acerca da polêmica e muitas vezes inadequada atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) nos últimos tempos, com ênfase em descabidas e questionáveis decisões monocráticas, corporativismo, ativismo judicial, partidarismo e o estrelismo vaidoso de alguns supremos ministros. Na página seguinte, o artigo O STF que o ‘Estadão’ não mostra (Estadão, 13/1, A4) trouxe a palavra do ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF, defendendo as posições da Casa e criticando a postura do jornal. Por ocasião do aniversário dos seus 150 anos, o Estadão dá o exemplo de como se deve fazer jornalismo de alta qualidade, responsabilidade e imparcialidade, trazendo aos seus inúmeros leitores no Brasil e exterior o contraste entre duas visões acerca do mesmo assunto. Viva o Estadão nosso de cada dia.

J. S. Decol

São Paulo

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RISCO

Diz o ministro: “O Brasil é o país que ostenta o maior grau de judicialização do mundo, o que revela a confiança que a população tem na Justiça”. Não temos escolha, então agradeço se ele puder indicar outro caminho. Que bom que ainda temos o Estadão como veículo para exteriorizar o sentimento de milhões de silenciados, afinal, opinar neste país como cidadãos comuns é um risco que não devemos correr. José A. Penteado Vignoli

São Paulo

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DIFÍCIL ACREDITAR

A lição do ministro Fachin (Estadão, 13/1, A3). O ministro Fachin quer dar uma lição do tipo “faça o que eu falo mas não faça o que eu faço”. As últimas decisões da Corte, monocráticas ou não, têm tido respaldo praticamente de todos os ministros, salvo alguma raríssima exceção. Nesse período, ocorreram decisões absurdas, das mais variadas espécies, sendo a que mais chamou atenção foi a de Dias Toffoli para com os réus confessos da Lava Jato. Um absurdo em todos os aspectos. Os beneficiados por essa decisão irão ter de volta tudo que roubaram, que confessaram e que até devolveram. Fica muito difícil de acreditar nessa fala do ministro Fachin ainda mais com a total falta de credibilidade atual do STF.

Nelson Falseti

São Paulo

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SEGURANÇA PÚBLICA

Quando será que as autoridades responsáveis irão perceber a insegurança que vivemos hoje, e que, visivelmente, sair as ruas das cidades se tornou um perigo anunciado de ser roubado ou ferido, ou mesmo morto? Tal situação não será resolvida enquanto as penalidades continuarem leves, favorecendo o bandido que tem certeza que será libertado, principalmente nas entrevistas de custódia. Ou as penas se tornam verdadeiramente sérias a ponto de não ser interessante ao bandido ou os cidadãos sofrerão as punições consequentes. Num país sério, roubar não pode ser justificado, como, por exemplo, dizer que rouba pra tomar uma cervejinhas com os amigos. Qualquer que seja o motivo das infrações, com penas levadas a sério, é possível qualificar a segurança que a democracia propicia. Ou a Justiça cumpre com sua função ou teremos um país onde o crime compensa.

Leila Elston

São Paulo

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NOVA ELOQUÊNCIA

Donald Trump, que está de volta à presidência americana – e doente da cabeça –, surge com nova eloquência. Quer porque quer, para chamar de seu, o Canadá, a Groenlândia e o Canal do Panamá. Já quanto ao fogo que consome as casas de Los Angeles e matam seus moradores, com a maior cara de pau, coloca a culpa nos governadores que durante anos nada fizeram para proteger os californianos. Na verdade, omitiu sua participação desastrosa quando desmantelou a política ambiental de Barak Obama, eliminando os limites às emissões de poluentes de seu país, considerado o maior contaminador do mundo. Na ocasião, assinou Ordem Executiva de Independência Energética, eliminando o Plano de Ação Climática, encarregada de reduzir as emissões de gás de efeito estufa provenientes do carvão. Aliás, não participou, e também retirou os EUA do Acordo de Paris, deixando 195 países órfãos. Agora, se apresenta com ar professoral sobre o controle desses problemas que abandonou. Aliás, há no Brasil um xerox inelegível do negacionista Trump, mais conhecido como Jair Bolsonaro. Lastimável.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

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RESPIRAR NOVOS ARES

No artigo Trump, o Brasil e o mundo pós- 2025 (Estadão, 12/1, A4), Pedro Malan discorre sobre os grandes desafios para os próximos anos, aqui e no mundo. Já quase ao final, ele cita “um eleitorado que compreende/a os custos de adiar escolhas difíceis”. Eu diria, também, mandatários que entendam que não é admissível adiar escolhas necessárias. O melhor futuro que Lula da Silva possa imaginar para o Brasil é não ter Lula da Silva na cédula em 2026. Porque agora não importa mais saber se Lula da Silva foi o melhor ou o pior presidente que o País já teve. O que importa é que Lula da Silva já passou do tempo, embora ele não perceba isso, e que o Brasil precisa respirar novos ares. A democracia não está em risco com a alternância de poder, ao contrário, esse é um dos pilares da democracia. A democracia está em risco com a obssessão doentia pelo poder.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

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ELEIÇÕES NA ALEMANHA

O apoio ao nacional-populismo está em alta na Alemanha. O partido Alternativa para a Alemanha (AfD, na sigla em alemão) tem um apoio popular com uma média de 20% de intenção de voto para as eleições legislativas de 23 de fevereiro. As propostas de Alice Weidel, líder do partido de extrema-direita, ressoam num ambiente político polarizado: expulsar os imigrantes; acabar com a energia eólica e restaurar a utilização da energia nuclear; sair na União Europeia; abandonar o euro e voltar a utilizar o marco alemão. Encontrar uma solução para a crise política e econômica do país dependerá da formação de uma grande coalizão de governo entre os sociais-democratas de Olaf Scholz (centro-esquerda) e os democratas-cristãos de Friedrich Merz (centro-direita). Portanto, buscar um entendimento político de compromisso entre as duas grandes agremiações políticas da Alemanha.

Luiz Roberto da Costa Jr.

Campinas

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150 ANOS

Eu só gostaria de deixar meu depoimento sobre o aniversário do Estadão. Eu vou fazer 67 anos dia 19 de janeiro. Sou empresário, e posso dizer com uma boa dose de sorte e sucesso. Sou assinante do Estadão há muito tempo. Mas o mais interessante e que aos 10 anos de idade, para ganhar uma grana extra, fazia a entrega do Estadão aos domingos com minha bicicleta. Precisa da grana pra ir ao cinema à tarde ou pra comprar algumas balinhas. Graças ao Zé da banca do Brooklin, eu tive esse privilégio, pois a minha bike era poderosa e os músculos tão vivos que não havia subida que me impedia de entregar o jornal de domingo. Muito feliz em compartilhar essa memória com vocês.

Paulo Matias

São Paulo