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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Apagão em São Paulo

Até quando?

Uma metrópole do porte de São Paulo ficar sem luz durante horas, afetando 2,1 milhões de imóveis, é algo a muito lamentar. Não é de hoje que enfrentamos problemas similares a este decorrente do vendaval de sexta-feira passada. Uma solução comprovadamente eficiente seria enterrar a fiação, evitando assim muitas mortes por falta de energia, eletrocutamento e colisão com postes de concreto. Mas acredito que essa brilhante iniciativa pouco importa para nossos políticos, haja vista que em nenhum debate eleitoral este ano em São Paulo houve menção a tal ideia. Só posso entender que um investimento como este não se traduz em votos; assim, continuaremos distantes de um modelo comprovadamente eficiente em países de Primeiro Mundo e permaneceremos sob perigo e na mediocridade que nos oferecem há muito tempo. Pergunto: até quando vamos ter de conviver com a Enel nesta escandalosa falta de eficiência?

Eduardo Foz de Macedo

São Paulo

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Sem aviso

Diferentemente do povo norte-americano, que recebe avisos sobre furacões com dias de antecedência, nós, em São Paulo, recebemos o alerta da chuva pesada com vendaval no estilo just in time. E, para piorar, o restabelecimento da energia ocorre com dias de atraso.

Fábio Soares

São Paulo

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Horas sem luz

No sábado, Vila Mariana, Jardim da Saúde e dezenas de outros bairros estavam há mais de 24 horas sem energia elétrica e convivendo com o barulho dos geradores de quem tinha o privilégio de instalá-los. Quem ligava para a concessionária recebia a resposta-padrão de que estavam trabalhando para restabelecer a energia, sem prazo para isso. Um desrespeito. Por que os governos federal e estadual não fazem um projeto para aterrar os fios juntamente com as empresas prestadoras de outros serviços que utilizam os postes da cidade?

Silvio Olivo

São Paulo

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Aqui, em Pinheiros, ficamos sem luz por mais de 12 horas ininterruptas, sem previsão de retomada, sem qualquer satisfação da empresa, em total descaso com o cliente e consumidor. A Enel é uma vergonha. Inaceitável.

Renato Khair

São Paulo

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A energia do lobby

Quando o formato MP3 foi criado, a indústria fonográfica protestou. Quando o Uber surgiu, os taxistas também reclamaram. Agora, se o governo incentivasse a produção e instalação de placas fotovoltaicas, poderíamos reduzir significativamente nossa dependência das concessionárias de energia e do estoque de água nas barragens.

Artur Mendes

Campinas

Tragédia anunciada

O novo apagão na capital do Estado é a crônica de uma tragédia anunciada. Entre os anos de 2019 e 2023, a Enel cortou 40% de seus funcionários e 34% dos terceirizados, resultando numa redução de 36% de empregados. O histórico apagão que aconteceu em novembro do ano passado provocou diversos transtornos, por quase uma semana, em decorrência da falta de luz em vários lugares da Grande São Paulo. Quase um ano depois, parece que nada mudou. Árvores caem e carros são atingidos. O fornecimento de energia é interrompido e produtos perecíveis são perdidos. Faltam equipes de manutenção suficientes para atender tantas emergências por toda a cidade, assim como não há previsão para o retorno dos serviços de energia elétrica. Culpar novamente o vento forte é falta de autocrítica sobre o tipo de árvores plantadas, que crescem demais e se enroscam na fiação, assim como há ausência de estudo e planejamento para o aterramento dos fios.

Luiz Roberto da Costa Jr.

Campinas

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Saúde

Infecção no RJ

Pacientes testam positivo para HIV após transplante no Rio (Estadão, 12/10, A19). Que vexame esta infecção por HIV em seis pessoas transplantadas! O serviço de transplantes do Rio de Janeiro é referência, desde 2006. Agora, dizem que vão apurar... Só falta concluírem que foi uma fatalidade.

Panayotis Poulis

Rio de Janeiro

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Investigação e punição

Assustadora a história da infecção por HIV de seis pacientes transplantados no Rio. É preciso investigar e os responsáveis precisam ser punidos, para que não volte a acontecer.

José de A. Nobre de Almeida

Rio de Janeiro

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

LULA DA SILVA

Fiquei surpreso pelo presidente Lula não ganhar o prêmio Nobel da Paz, ele que foi o artífice das eleições democráticas da Venezuela, ele que apoiou o ditador Vladimir Putin na invasão da Ucrânia. Será que se apelar para o VAR não muda o resultado? Seria muito bonito quando do recebimento da honraria, ele dedicando o prêmio ao seu assessor para assuntos internacionais, Celso Amorim e in memoriam a Marco Aurélio Garcia.

Vital Romaneli Penha

Jacareí

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VENDA PARA SERVIDORES

Um traficante foi preso no estacionamento do Supremo Tribunal Federal (STF), funcionário de empresa terceirizada. Mas como o STF correto decidiu tempos atrás, se portar ate 60 gramas libera, pois é só usuário.

Antonio Jose Gomes Marques

São Paulo

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JUROS

É de assustar esse alerta: “IPCA chega perto do teto, e incerteza fiscal eleva juros”. Todos nós sabemos onde isso vai dar, pois passamos pela recessão do governo Dilma Rousseff que culminou com seu impeachment. Sem se importar com todos os alertas aos gastos que o governo vem fazendo, a agência Moody’s quis ficar bem na foto atribuindo uma nota ao Brasil que deixou economistas de orelha em pé. A política fiscal continua preocupando o mercado. Nenhum sinal do governo em cortar gastos para atingir o teto da meta fiscal. Lula continua gastando já que deu ao seu pupilo uma ordem: aumente os impostos que eu quero gastar. E se o novo presidente do BC mostrar independência aumentando juros, acabará o casamento. E não foi por falta de aviso. Quem avisa amigo é.

Izabel Avallone

São Paulo

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PEDIDOS

Querido Papai Noel, devido a precariedade dos correios eu remeto minha cartinha com antecedência. Meus pedidos são poucos: nos livre dos furações políticos, do tipo Pablo Marçal, e do atual governo; peço que tragas força para o Gabriel Galípolo no BC não obedecer o Lula; e se não for pedir muito, que o senhor acabe com o PT. A tempo: fui um bom menino esse ano, viu?

Roberto Solano

Rio de Janeiro

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URNA ELETRÔNICA

Quem disse a frase: “O Brasil não é um país sério”, atribuída durante anos ao presidente francês Charles de Gaulle foi, na verdade, dita por um brasileiro: o embaixador Carlos Alves de Souza, que serviu em Paris entre 1956 e 1964. Entre outros conceitos discutíveis, podemos acrescentar que, sendo o Brasil um país rico, não deveria assistir a ladrões miseráveis que dormem nas ruas e perambulam nas madrugadas, roubando cabos elétricos nos postes de luz ou subterrâneos, vendendo o metal de cobre para matar a sua fome de comidas ou comprar drogas para saciar o seu vício. Existem também outros miseráveis engravatados, sonhando em conquistar um cargo eletivo para enriquecimento ilícito mas, logicamente, existem exceções. O nosso sistema eleitoral de urnas eletrônicas é o que existe de mais avançado em apuração e mostra de resultado. Em poucos minutos, após o término da votação, já se sabe quem ganhou e quem perdeu. Todavia, esse notável sistema cibernético de votar, invejado por muitos países avançados, está sujeito à manipulação criminosa, como toda máquina eletrônica. Segundo informações do próprio Tribunal Superior Eleitoral (TSE), uma urna eletrônica custa aproximadamente US$ 985,50 (quase mil dólares), afora os gastos adicionais com reparos e manutenção. Estão sendo usadas 500 mil para cada eleição e, por ser um software livre sem custos de propriedade, o TSE estima que seja uma economia aos cofres públicos a compra e o uso desses notáveis sistemas operacionais. A cada dois anos são utilizados e a renovação de estoque acontece de oito a oito anos. Um cálculo estimado em cada eleição, somente com as urnas gasta-se: US$ 500 mil x US$ 1.000, que equivalem a quase meio bilhão de dólares que, transformando-se em reais, cada eleição custa quase R$ 2,5 bilhões. Não há critério na seleção dos candidatos, qualquer pé-rapado analfabeto ou cidadão de nível universitário pode ser candidato, desde que tenham dinheiro e sejam filiados a cada um dos mais de trinta partidos políticos. Assim, acontecem as mais aberrantes figuras assumindo cargos desde vereador até presidente da República. A urna de madeira ou material plástico com tampa inviolável, colocando-se o voto individual pelo buraco da tampa, levaria quase um mês para finalizar a contagem dos votos. Como a posse dos eleitos é quase três meses à frente, ainda sobraria tempo suficiente para o júbilo dos vencedores e a decepção dos perdedores. Então, chegamos à conclusão de que as eleições com urnas de madeira economizariam muito dinheiro que daria para matar a fome, tratamento médico, vestir, alojar e educar o pessoal de rua, acabando-se com os roubos de cabos elétricos e outros pequenos delitos, praticados por eles. Com o voto obrigatório, neste país pouco sério, que é rico em produtividade e pobre em procedimento ético, as suas elites continuarão vibrando com o sucesso da votação eletrônica sem se importar com a fortuna escorrendo para o ralo do desperdício. Ninguém se importa em exigir um mínimo de escolaridade e lisura moral de governantes responsáveis pelo destino de nossas vidas. Até um candidato vulgar, com pouca instrução escolar e muita ambição, conseguiu ser eleito presidente em vários mandatos, continuando a ser o nosso pai, até que a morte nos separe.

José Batista Pinheiro

Rio de Janeiro

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URNAS PELO BRASIL

Nem esquerda nem direita. A voz das urnas do Brasil, depois do primeiro turno das eleições municipais, foi centro, volver!

J. S. Decol

São Paulo

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DOR DE COTOVELO

Em rara entrevista, o reeleito Carlos Bolsonaro mostrou todo o seu rancor em face do sucesso de Tarcísio de Feitas na campanha de Ricardo Nunes. Na verdade, Jair Bolsonaro se encantou com a ‘grossura e irresponsabilidade’ patrocinada por Pablo Marçal e desdenhou de Ricardo Nunes, apesar dos apelos de Tarcísio e do próprio Nunes. Agora, após feito o estrago e com cara de paisagem, vem o “02″ Carlos Bolsonaro, mudar a verdade das coisas, afirmando que os votos de Nunes vieram através do seu - omisso - pai. Afinal, não há duvida que Tarcísio de Freitas já se ‘descolou’ de Jair Bolsonaro - que percebeu perder terreno às futuras eleições presidenciais no Brasil, lógico, quando ele se tornar elegível. E não foi por falta de aviso e não se trata de uma estrutura para destruir Ja ir Bolsonaro, como disse o “02″, pois ele mesmo se autodestruiu e periga até ser preso. Agora, já estão pensando no lançamento da chapa ‘Marçal para presidente e Bolsonaro para vice’. É a literal ‘dor de cotovelo’ Quem viver verá!

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

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ELEIÇÕES

O grande teatro acabou, as promessas de paz mundial, erradicação da pobreza, três domingos na semana, escola 24 horas, segurança particular para todos, fim de filas em hospitais, asfalto com pedrinhas de brilhantes para meu amor passar, calçada com mármore italiano, uniforme escolar para cada dia da semana, merenda com churrasco de picanha e todo tipo de promessas jamais realizáveis porque o tempo foi para este fim, enrolar o eleitor que, muitas vezes, na cumplicidade ou inocência mesmo, acreditam nestas groselhas. A realidade voltou depois do voto, afinal, eleitor que já votou é como papel higiênico, antes de ser usado, todo branquinho, mas depois de usado é jogado fora e as autoridades desviam dele. Como um ciclo, os candidatos voltam ao anonimato porque somente daqui quatro anos precisarão do papel higiênico novamente. A política, assim como a cachaça, é a causa e a solução para todos os problemas. Daqui quatro anos você já esqueceu que foi enganado e será enganado novamente.

Manoel José Rodrigues

Alvorada do Sul (PR)

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ENEM

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) tem o objetivo de avaliar o desempenho dos estudantes ao fim da escolaridade básica, quem tiver uma boa nota no Enem terá oportunidade de prosseguir para o Ensino Superior, recebendo bolsa de estudo para a faculdade. Um exame semelhante ao ENEM deveria ser obrigatório para os postulantes a cargos públicos, todos que quiserem ingressar na política, se candidatar a qualquer cargo, deveriam antes passar pelo Exame Nacional da Vida Pública (ENVP). O Brasil precisa subir muito o nível de seus governantes, a política precisa deixar de ser o porto seguro para onde vão todos os analfabetos e ignorantes que não teriam qualquer chance na iniciativa privada. O Brasil não precisa de analfabetos no poder, não precisa de picaretas e estelionatários, não precisa de vagabundos governando o país. Isso não é democracia, a vida pública brasileira se tornou uma grande palhaçada, com políticos sem qualquer gabarito. O País vai continuar atolado até a orelha no pântano do subdesenvolvimento de terceiro mundo sem qualquer perspectiva de progresso.

Mário Barilá Filho

São Paulo

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MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Impressionante os efeitos trágicos das mudanças climáticas que estão ocorrendo em todo o planeta, principalmente agora nos Estados Unidos, com o furacão Milton, que felizmente teve efeitos danosos menores que eram previstos. O quantitativo de mortes foi bem menor, certamente pela ações das autoridades locais, que possibilitaram tal redução das tragédias, fato que nós por aqui no Brasil precisamos também ter condições de praticar no futuro que está a nossa frente.

José de Anchieta Nobre de Almeida

Rio de Janeiro

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INVESTIGAÇÃO

Departamento de Justiça dos EUA investiga compra de caças pelo Brasil (Estadão, 11/10, A9). “O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi denunciado pelo Ministério Público Federal por suspeita de tráfico de influência na contratação”. “A prorrogação de incentivos fiscais a montadoras foram autorizadas em troca de R$ 2,5 milhões supostamente repassados a Luiz Cláudio, filho de Lula”. “Ricardo Lewandowski, à época ministro do Supremo, agora ministro da Justiça, trancou a ação”. É claro que Luiz Inácio e seu fiel escudeiro Lewandowski vão alegar inocência. De qualquer forma, é mais um escândalo de corrupção protagonizado pelos governos petistas que, mais uma vez, emporcalha o nome do País junto a opinião pública mundial.

Maurilio Polizello Junior

Ribeirão Preto

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FAIXA DE GAZA

A Faixa de Gaza enfrenta atualmente uma crise de governança sem precedentes, caracterizada por um vácuo de poder e pela proliferação de atividades criminosas e anárquicas em toda a região. A população local reconhece a impossibilidade de retornar ao status quo anterior, demonstrando uma crescente disposição para negociar, inclusive abrindo mão de armamentos em troca de um cessar-fogo duradouro. Lideranças de alto escalão do Hamas já abandonaram a Faixa de Gaza e estão em processo de retirada também do Líbano e do Irã, buscando refúgio em locais considerados mais seguros. Istambul, na Turquia, e Doha, no Catar, emergem como os principais destinos, onde acreditam estar fora do alcance de potenciais operações israelenses. Há especulações de que alguns líderes tenham eleito a América do Sul como sua opção de refúgio. O Hamas alega que 80% das 41 mil vítimas fatais do conflito seriam membros da organização e seus familiares. Se confirmada, esta estatística revela o impacto devastador do conflito sobre a estrutura operacional e social do grupo. Um consenso crescente, inclusive dentro das fileiras do Hamas, reconhece uma transformação irreversível na dinâmica da Faixa de Gaza. Até Yahya Sinwar tem sinalizado uma possível disposição de abdicar de parte do poder militar em troca de autopreservação. Parece estar reconsiderando sua postura de martírio, buscando formas de garantir sua segurança pessoal contra ataques israelenses direcionados. Esta mudança de atitude indica uma preocupação crescente com sua própria sobrevivência. É importante ressaltar que as estratégias e opiniões de Sinwar são altamente voláteis, podendo sofrer alterações rápidas em resposta aos desenvolvimentos no terreno e às pressões internas e externas.

Jorge A. Nurkin

São Paulo

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INTERNET

“A internet deu voz aos idiotas”, escreveu Umberto Eco. Além de dar voz a oitos bilhões de terráqueos, a internet, em sua redes sociais e em plataformas como o YouTube, representa uma nova forma de imprensa marrom, fonte de informações falsas, sensacionalistas, exageradas e mentirosas. O mundo movido por fake news numa era em que a verdade deixou de existir. A inteligência artificial chega acompanhada de verdades artificiais e relativas.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

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SELEÇÃO BRASILEIRA

Antes do sofrimento em campo, jogadores brasileiros já passavam vergonha e constrangimento, balbuciando palavras, fingindo que cantavam o Hino Nacional. Patetice que parece não ter fim. Dorival mexeu bem, sacando André e Paquetá, que estavam horríveis. Bruno Guimarães movimentou mais o meio de campo. A falta de criatividade permanece tenebrosa. Gerson precisa render mais. Não produziu nenhuma jogada de encher os olhos, como costuma fazer no Flamengo. Defesa precisa ficar mais atenta. Oportuna, exemplar e marcante exortação de Luiz Henrique, no final do jogo, frisando que jogadores na seleção têm o dever de honrar camisa penta campeã do mundo. Dar sangue por ela, no bom português.

Vicente Limongi Netto

Brasília