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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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10 min de leitura

Corte de gastos

Que seja para valer

O presidente Lula e ministros da área econômica estão trabalhando para apresentar à Nação um plano de redução de gastos. Ansiosos, aguardamos, esperando tratar-se de valores factíveis dentro da exigência, e não de um corte meia-boca para atender aqueles contrários à redução exigida, começando pelo PT. O que traz dúvida é se, após a esperada medida, o governo continuará gastando por meio de artifícios contábeis, ou seja, pedaladas. Seria o fim da picada.

Mário Cobucci Júnior

São Paulo

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Ajuste fiscal

Esta novela termina neste ano ou vão acrescentar mais capítulos para durar até o ano que vem?

Robert Haller

São Paulo

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Da prosa à realidade

Em entrevista a um podcast com os senadores Jorge Kajuru e Leila Barros (Estadão, 12/11, A11), Lula da Silva confirmou definitivamente seu estilo de proseador astuto, jamais o desejado líder de que precisamos. Passados mais de 20 anos desde que classificou o que recebia de Fernando Henrique Cardoso como “herança maldita”, Lula permanece com seu estilo retrô de embrulhar a realidade no papel amassado da prosa inútil. Na entrevista, quando indagado sobre o esperado e essencial corte dos gastos prometido pelo governo, desconversa indagando se o Congresso vai aceitar tais cortes, estendendo a pergunta aos empresários, e repete a ladainha da gana especulativa. Esquiva-se, também, de responder assertivamente sobre o imbróglio que criou apoiando a ditadura venezuelana e sobre Donald Trump. Proseia sobre uma legislação rigorosa para as bets, escanteando por que ainda não o fez. A bazófia maior ficou por conta da afirmação de que dorme tranquilo. Quem não dorme tranquilo, sr. presidente, é o povo brasileiro, atormentado pela inflação, pela insegurança pública, além da carência de bons serviços de saúde e educação.

Honyldo Roberto Pereira Pinto

Ribeirão Preto

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Mercado de trabalho

O fim da escala 6x1

PEC do fim da escala 6x1 atinge assinaturas necessárias para ser protocolada (Estadão, 13/11). Entendo que a redução da jornada de trabalho não pode ser resolvida numa canetada, imposta goela abaixo por deputados que têm estabilidade e recebem, entre salários e penduricalhos, vultosas quantias, independentemente do quanto produzem. A referida PEC requer um estudo mais aprofundado, demorado, contando com a participação de vários segmentos da sociedade, particularmente de empregadores e colaboradores. Está muito claro que a proposta só será bem-vinda e aceita se o empresário não tiver perda de receita e o trabalhador não correr risco de sofrer redução salarial ou de ser demitido. Empregadores e empregados representam a força motriz do País, e nenhum dos dois segmentos pode ser penalizado.

Maurílio Polizello Junior

Ribeirão Preto

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Tiro pela culatra

Sobre a polêmica do fim da escala de trabalho 6x1, a redução da jornada de trabalho sem redução na remuneração trará como consequência não intencional a revisão das especificações dos cargos e acabará promovendo a criação de oportunidades para trabalhos de meio período, recebendo proporcionalmente metade da remuneração. Horário de almoço e o próprio almoço, por exemplo, serão por conta de cada um. O fenômeno forçará as pessoas a buscar múltiplos empregos, aumentando sua produtividade, pois a competição crescerá significativamente. Isso ocorrerá inclusive dentro das empresas, que passarão a comparar o desempenho de funcionários antigos com o de novos contratados.

Jorge Alberto Nurkin

São Paulo

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Futebol

Campeonato Brasileiro

Que grande alegria poder ler no Estadão (12/9, A22) a notícia da volta do Santos F. C. à divisão de elite do futebol brasileiro. Não era crível ter fora da série A uma equipe que já teve tantos expoentes, como Formiga, Zito, Pagão, Del Vecchio, Toninho Guerreiro, Pepe, Mengálvio, Dorval e, é claro, Pelé e Coutinho (ultimamente, Neymar e Ganso). Por outro lado, que tristeza ler que o Guarani, time que já foi campeão brasileiro e abrigava em suas fileiras jogadores como Careca, Zenon, Evair, Renato, Ricardo Rocha, João Paulo e outros, já está praticamente rebaixado para a série C do futebol brasileiro. São coisas da vida. Que os vencedores façam jus em 2025 às honrarias e os que merecem melhor sorte a tenham no ano vindouro.

Edmir Netto de Araujo

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

CONGRESSO NACIONAL

Câmara tem o menor número de sessões de votação em ano eleitoral desde 1992 (Estadão, 13/11, A6). O Estadão mostrou com todas as letras o que os congressistas produzem em seus mandatos. Em setembro, foi realizada tão somente cinco sessões. Os brasileiros precisam urgentemente acampar em frente das duas Casas e cobrar mais produtividade, porque o que eles mais produzem são gastos. Voltam ao trabalho pensando somente em emendas secretas, desviadas sem nenhuma transparência. Basta ver com as ONGs. Para onde foi o resto do nosso dinheiro dos impostos?

Humberto Cícero de Cerqueira

São Paulo

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SALÁRIO DOS VEREADORES

Vereadores paulistanos reajustam o próprio salário em 37% (Estadão, 13/11, A8). O aumento que terão é uma afronta ao contribuinte paulistano.

Robert Haller

São Paulo

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DILEMA DAS CONTAS

Estamos vivendo mais um período de mudanças significativas e desafiadoras. Todas as pessoas querem dedicar menos tempo e esforço na produção de riquezas, reduzir a carga de responsabilidades e pressão, ter tempo e acesso à saúde, educação, lazer e relações sociais. Consumidores e contribuintes gostariam de não serem responsáveis por bancar isso tudo. Empresas e governos tentam equilibrar essas demandas, criando e se adaptando às regras que tentam mitigar os riscos das ações possíveis. A tecnologia avançou e cada vez mais desempenha o papel de facilitador e de agregador de custos na equação. Aparentemente, deste caos começam a surgir, mais uma vez, mudanças e inovações que redesenharão a organização das sociedades. A percepção da necessidade de equilíbrio entre qualidade de vida, sustentabilidade e crescimento econômico já está hoje mais presente em nossas atitudes e discussões. Humanos têm essa capacidade de fazer mudanças de hábitos e valores usando colaboração, criatividade e a ânsia pela vida.

Monica Baumer

São Paulo

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ESCALA 6x1

Que os trabalhadores regidos pela CLT serão beneficiados pela redução da jornada de trabalho no que concerne qualidade de vida, não há dúvida alguma. A pergunta que deve ser feita, entretanto, é: e a contrapartida para o empregador, qual será? Quem vai arcar com a oneração da folha de pagamento e demissões que fatalmente acontecerão? Antes de discutir redução de jornada, é a própria CLT que precisaria ser revista, pois a minirreforma trabalhista que ocorreu no governo de Michel Temer parece que perdeu a validade, haja vista os tribunais trabalhistas que voltaram a ficar abarrotados de litigantes. A PEC 6x1, abraçada com vigor pelo PT, PSOL e pelo presidente Lula, tem componente fortemente político, imediatista e populista como compensação pelo fracasso da esquerda nas eleições municipais. Se for implementada de qualquer jeito, será alta a probabilidade de ser prejudicial tanto para trabalhadores como para macro e microempresários.

Luciano Harary

São Paulo

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TEORIA E PRÁTICA

Nenhuma novidade que o Projeto de Lei que propõe o fim da escala de trabalho 6x1 tenha vindo da deputada Érika Hilton do PSOL, partido cujo ideal seria voltarmos a viver nas cavernas. Basta uma pesquisada no IBGE para constatar aumento da população idosa e da geração nem-nem, aquela que não estuda nem trabalha. Se a aposentadoria paga aos idosos vem do trabalho da população em idade útil, diminuir horário de trabalho não irá impactar no futuro? Fora que as empresas precisarão se ajustar às absurdas novas regras propostas. Diminuirão salário? Demitirão um, empregarão dois com meio salário? Repassarão custos aumentando a inflação? Quem irá sustentar toda essa política populista no futuro? Tudo feito no papel é lindo, mas não precisa ser médium para adivinhar o desastre na prática.

Beatriz Campos

São Paulo

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GERALDO ALCKMIN

O vice-presidente de Lula, Geraldo Alckmin, mais conhecido como picolé de chuchu, professoralmente, disse que é contrário à jornada de trabalho dos brasileiros na escala 6x1. Foi mais longe, dizendo que “a redução é tendência no mundo inteiro”. Só não explicou por que os países mais desenvolvidos como Japão, China, Noruega, Austrália ainda adotam, no mínimo, 40 horas semanais de labor. Também não explicou se é correto diminuir substancialmente a jornada de trabalho de um País que ainda é considerado subdesenvolvido e, com muita boa vontade, considerado emergente. Na verdade, um partido que abriga Lula’s, Boulos’s, Marina’s, entre outros ‘figurões’ – que não sabem o que realmente é trabalhar – surgem com essas ideias populistas. Ora, não roubar dinheiro público e investir seriamente em prol dos contribuintes é o que acontece nos países desenvolvidos, em que os salários são compatíveis, sem mordomia, sem penduricalhos, sem auxílios espúrios, sem aumento da carga tributária. Aí sim, haverá condições para reduzir a jornada de trabalho. Ideia de jerico só poderia sair da mente brilhante do picolé de chuchu, como disse aquela senhorinha de Taubaté.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

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TEMPO PARA CUIDAR DE SI

A saúde do trabalhador deve ficar em primeiro lugar. É importante o fim da cansativa escala 6x1 para oferecer mais conforto ao trabalhador com a escala 4x3, sem redução salarial. Essa redução de trabalho será essencial para melhorar a saúde física e mental das pessoas. A economia, com certeza, irá acompanhar essa evolução mundial e deverá oferecer um aumento significativo nas atividades econômicas. O próprio trabalhador terá mais tempo disponível para consumir, inclusive com sua família. E claro, quanto mais consumo, melhor para os índices econômicos. É desumano a pessoa não ter tempo livre para estar com a família, e também para cuidar de si. Essa redução já é uma tendência em países ricos e desenvolvidos.

Arcangelo Sforcin Filho

São Paulo

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MERCADO DE TRABALHO

E notório que os custos (imprevisíveis, diga-se) que a especializada Justiça impõe ao empresário faz com que se retraiam as possibilidades de contratação. Já dizia o saudoso Roberto Campos: que aqui é mais fácil se desfazer de um casamento que a dispensa de um empregado. Por mais correto que esteja, o empregador não ganha uma, sempre tem mais custos ou verbas, já começando com honorários advocatícios. Creio ter descoberto o motivo: todos os operadores, dessa e das demais justiças, são empregados do Estado. É sabido que no meio judiciário a punição para o faltoso não é a demissão, mas o afastamento por tempo indeterminado, sem prejuízo dos salários, que em última análise são pagos para descansar. Parece mais uma regalia que punição. Talvez essa prática influencie a aplicação da Justiça em instâncias privadas. Sugiro que o empregador privado, ao ter que demitir, proceda da mesma forma, ou seja, afaste-o das funções, e, em casa, receba sem trabalhar. Agora sim, por tempo determinado, com a condição de não impetrar ação reclamatória. Creio que, com isso, praticamente eliminaríamos a necessidade de ações, e traria vantagens para o empregador, este com a previsibilidade, e o Estado com a economia das despesas, que não são baixas, podendo estas serem revertidas para outras áreas carentes de recursos.

Benedito Antonio Turssi

São Paulo

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INDICAÇÃO DE TRUMP

Elon Musk vai comandar o Departamento de Eficiência Governamental dos Estados Unidos, encarregado de cortar gastos, desmantelar a burocracia, reduzir os excessos de regulamentação e reestruturar as agências federais, entre outras tarefas para tornar mais eficiente a máquina governamental. Menos governo e mais iniciativa privada no próprio governo.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

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O QUE ESPERAR

Em relação ao artigo O impacto da eleição de Trump sobre o Brasil (Estadão, 12/11, A10), gostaria de tecer os seguintes comentários: o que os EUA podem esperar de um país rumo ao precipício econômico, cujo desgoverno federal é tragicomicamente incapaz de entender minimamente a necessidade urgente de uma guinada rumo à concreta responsabilidade fiscal? Que fica em seu mundinho de fantasia em Brasília sonhando com um novo e caríssimo avião presidencial, enquanto o resto do País convive diariamente com miséria, violência, infraestrutura precária e aumento contínuo da inflação? O que esperar de um Brasil que parece ainda não saber seu lugar no mundo, que não tem uma política externa concreta, mas sim atitudes externas erráticas, muitas vezes orientadas por um marketing vazio e por uma inacreditável ingenuidade? Um país que veta a Venezuela nos BRICs, mas apoia entusiasticamente Cuba? Um país que se dá ao luxo de emitir impensadamente opiniões sobre suas preferências nas eleições de outro país, do qual depende tecnologicamente e economicamente? A conclusão óbvia é que se pode esperar, pelo menos pelos próximos dois anos, o de sempre: o mundo continuará avançando, agora com mais protecionismo, e o Brasil continuará preso ao atraso, com grupos mais ou menos organizados lutando por nacos do orçamento enquanto a dívida pública só aumentará ainda mais, rumo a uma espiral catastrófica. E Brasília, provavelmente, continuará impávida sua trajetória de alienação em relação à lamentável realidade que a cerca, dando ao crime organizado condições de estender cada vez mais seus tentáculos sobre as nossas instituições, com cada vez mais insegurança jurídica e cenas de violência brutal, como a que vimos há menos de uma semana em Guarulhos. Até quando? Tristes trópicos.

Fernando T. H. F. Machado

São Paulo

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‘INTELIGÊNCIA’ ARTIFICIAL

Enfim um bom artigo sobre a inteligência artificial, intitulado Perigos da ‘inteligência’ artificial (Estadão, 13/11, A4) Valdemar W. Setzer disse exatamente o que eu queria ler sobre o assunto: computadores só fazem escolhas lógico-matemáticas. Somente seres humanos tomam decisões. Os dados usados pela IA são sempre dados do passado, computadores não têm a intuição humana, que pode e deve trazer novações para o futuro, que não são simplesmente combinações de coisas passadas.

Armando Gurgel

São Paulo

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ESQUECIMENTO DOS IDOSOS

Ao formidável artigo do Professor Valdemar Waingort Setzer, sob o título Perigos da ‘inteligência’ artificial (Estadão, 13/11, A4), sugiro incluir que, perigosamente, haverá aumento do esquecimento dos idosos, pois uma das poucas coisas que fazem com que os mais jovens respeitem os mais idosos é que eles detêm sabedoria e conhecimento. Com o advento dos aplicativos de IA, cada vez menos será necessário consultar os idosos.

Pedro Paulo Prado

São Paulo

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APAGÃO DA UFRJ

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) amanheceu hoje, 13/11, com a energia elétrica cortada, o que ocasionou a paralisação de aulas presenciais, serviços relacionados, como as bibliotecas e atividades laboratoriais. O serviço foi interrompido pela concessionária em virtude de falta de pagamento, com consequente dívida superior a R$ 30 milhões. A publicação inglesa Times Higher Education (THE) publicou há poucos dias o ranking das instituições de ensino superior da América Latina. De acordo com os dados lá divulgados, a UFRJ é a terceira do continente entre as dez melhores, sete das quais são brasileiras, quase todas federais ou estaduais. É evidente que a inadimplência que causou o apagão introduz um desnível entre o possível descontrole de gestão, aliado ao descaso do poder público no sentido de manter o funcionamento da universidade, e a qualidade da sua produção científica, excelência de ensino, ambiente de pesquisa e internacionalização, entre outros parâmetros qualificadores, avaliados como de bom padrão. O que concluir deste contraste? Que o aspecto primordial causador da boa classificação é a qualidade dos docentes e dos alunos que buscam lá ingressar, atraídos pela gratuidade.

Paulo Roberto Gotaç

Rio de Janeiro

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CADÊ O GOVERNO?

A universidade UFRJ está sem luz por falta de pagamento; água também vai ser cortada. Onde está a mão do governo federal para sanar esses problemas?

Roberto Solano

Rio de Janeiro

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CALENDÁRIO DO FUTEBOL

Só tem um jeito de melhorar o calendário do futebol brasileiro em um ano disputa: campeonato estadual, Copa Brasil, Sul-Americana e Libertadores. No outro ano, o Campeonato Brasileiro, ou aumentar o número de meses do ano.

Vital Romaneli Penha

Jacareí