Congresso Nacional
Gatos pardos
Entra ano, sai ano, e o Congresso Nacional continua desapontando. Nas eleições majoritárias em que são escolhidos presidente da República, deputados e senadores, os eleitores de modo geral têm procurado, atendendo a apelos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), peneirar candidatos para nos representar dignamente no Parlamento. Mas um grande lote de peneiras, na eleição passada, deve ter saído com defeito, pois o que passou de impurezas foi uma coisa de louco. Veio a calhar, a propósito, o excelente e explícito editorial O Congresso tem etiqueta de preço (Estadão, 11/12, A3), que espelha a falta de pudor dos senhores congressistas para conseguirem a liberação de dinheiro para destravar votações importantes para o País. Beicinhos, braços cruzados, falta de quórum foram algumas das artimanhas utilizadas, como pressão, para a liberação do pagamento de emendas parlamentares. E conseguiram. Embora o ministro Flávio Dino, do STF, tenha sido irredutível, o governo deu um jeitinho e liberou R$ 6,4 bilhões. Ato contínuo, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado deu sinal verde para a reforma tributária e no dia seguinte foi aprovada naquela Casa a primeira lei complementar que regulamenta a reforma. Missão cumprida, hora de limpar a pauta legislativa em votações que podem varar a noite – quando “todos os gatos são pardos”.
Sérgio Dafré
Jundiaí
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Presidência da República
Durante internação de Lula
Gostaria de saber qual a utilidade de um vice-presidente da República no Brasil, se o presidente Lula, em uma semana, passa por duas cirurgias no cérebro e nem assim o vice é empossado no cargo de presidente.
Vital Romaneli Penha
Jacareí
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Educação
Formação de professores
O estudo da organização Todos Pela Educação dissecado no editorial Professores que não sabem ensinar (Estadão, 13/12, A3) revela a realidade nua e crua de processos seletivos preparados para serem rápidos, menos subjetivos, mas que, em muitos casos, apenas atendem à legislação vigente. Por algum motivo, a análise se restringiu ao ensino fundamental e, assim, as escolas federais foram excluídas de tal levantamento, pois atuam fortemente nos ensinos médio e tecnológico. Lá, as provas para ingresso na carreira de professor incluem tanto avaliações teóricas dos fundamentos educacionais como a prática pedagógica, por meio de aulas ministradas para uma banca de avaliadores. O desempenho de egressos na continuação da vida acadêmica e sua inserção profissional após o ensino médio comprovam a eficácia da seleção, que também incluiu a valorização do profissional por meio de remuneração justa e bem acima da média nacional e pelas possibilidades de atuação em atividades de pesquisa e extensão com seus alunos. Fica o exemplo que pode ser adotado nas demais esferas de ensino.
Adilson Roberto Gonçalves
Campinas
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O futuro e o ‘saber ensinar’
O estudo do Todos Pela Educação que revelou que os concursos públicos não conseguem avaliar a competência de professores para o ensino nos faz pensar que a qualidade da aprendizagem escolar é, sobretudo, um desafio da formação docente. Em tempo, o governo demonstra certa preocupação, visto que está a repensar as diretrizes de regulamentação para o aperfeiçoamento dos cursos oferecidos em educação a distância (EAD), especialmente as licenciaturas. De fato, a formação de educadores passa tanto por um consistente embasamento teórico quanto pela aplicação prática, ou seja, a mediação criativa e propositiva entre conteúdo e mundo da vida. Como bem ensinou Paulo Freire, o educar ocorre na relação mútua e transformadora entre educador-mundo-educando. Foi-se o tempo da educação bancária que via o aluno como um depósito de informações e conceitos. Além disso, a cultura virtual na qual estamos inseridos exige da docência a urgente competência de saber alfabetizar os nativos digitais para o sadio e produtivo aproveitamento da cibercultura, tal como sugerem os estudos do filósofo e sociólogo francês Pierre Lévy. Não é mais possível imaginar a existência de dois ambientes de aprendizagens distintos e independentes, isto é, o real e o virtual. Hoje, ensinar e aprender é redescobrir a indissociabilidade dessas esferas, extraindo dessa conexão os melhores recursos para uma educação que se queira integral e inovadora, desde agora e no futuro.
Luís Fabiano dos S. Barbosa
Bauru
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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br
JABUTI APROVADO
O Senado aprovou projeto sobre exploração elétrica em alto-mar (offshore) com jabuti (texto fora do foco de um projeto de lei) que pode aumentar a tarifa de energia elétrica em 7,50%. Tanto governo como legislativo não têm vontade política de acabar com os jabutis, ambos usam desse ardil. É simples acabar com esse disparate, é só colocar em norma interna que assuntos não pertinentes ao projeto de lei não pode ser inserido na votação. Se o projeto é sobre bananas, não pode colocar laranjas na votação.
Vital Romaneli Penha
Jacareí
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SEMPRE PODE PIORAR
O Congresso Nacional fez muito mal em aprovar o projeto que criou o SPVAT. Será um novo saco sem fundo, pois os recursos do fundo do seguro obrigatório de danos pessoais causados por veículos auto motores de via terrestre (FDPVAT) também foram esvaziados. E por que esse Congresso ineficiente não procurou saber a razão dos recursos terem acabados? Em vez de punir os maus gestores, resolvem a questão criando outro imposto para o cidadão pagar. Como vimos em 2024, tivemos um Congresso pobre em debates, interessado em seus próprios bolsos, tudo feito nas coxas mirando sempre o bolso do contribuinte. E assim, iniciaremos o ano de 2025 com mais um imposto, como se não bastasse os que já pagamos, e, todos, sem exceção, não beneficiam os pagantes. Sempre pode piorar, infelizmente.
Izabel Avallone
São Paulo
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TRIBUTAÇÃO
É triste ver que os refrigerantes não estão sendo tributados por alíquota maior apesar do mal que fazem à saúde de nossas crianças, que continuarão a correr o risco da obesidade. As armas não preocupam, a maioria chega de contrabando pela ação do crime organizado e pela corrupção em nossas fronteiras.
Aldo Bertolucci
São Paulo
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ENGOLIR SAPOS
Engolir sapo é para os fracos. Os fortes engolem a lagoa inteira. Aí me pergunto: quantas lagoas o ministro da Fazenda, Fernanda Haddad, aguenta e/ou está disposto engolir?
Maria Carmen Del Bel Tunes
Americana
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AMEAÇA NO AR
Segundo a mais recente pesquisa Quaest, se a eleição presidencial de 2026 fosse hoje, Lula da Silva venceria por larga margem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o influencer Pablo Marçal (PRTB) e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado União Brasil). Faltando dois anos para o pleito, a ameaça está no ar. Pobre Brasil.
J. S. Decol
São Paulo
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OPINIÃO NÃO SOLICITADA
O ex-presidente do Uruguai disse que “Lula não tem substituto. Essa é a desgraça do Brasil.” Sinto informar ao sr. José Mujica que ele pode entender de Uruguai, Venezuela, Nicarágua, mas não entende nada de Brasil. Desgraça, sr. Mujica, foi o mensalão do seu amigo Lula. Desgraça foi o petrolão. Desgraça foi Dilma Rousseff, cria do seu amigo Lula, uma inepta que o eleitor brasileiro teve a infeliz ideia de eleger e reeleger. Desgraça é um partido, o Partido dos Trabalhadores, que atenta diariamente contra tudo o que deu certo – foi contra até o Plano Real – e insiste em tudo o que já deu errado. Sr. Mujica, o Brasil seria hoje um país melhor sem o PT e Lula. Um populista que dividiu o país em nós e eles, sendo eles todos aqueles que não fazem o L. Um democrata relativo que alinhou o país ao que há de pior ideologicamente no mundo: Rússia, China, Irã, Venezuela, Nicarágua, Hamas, Hezbollah, entre outros. Até Jair Bolsonaro só existiu como presidente porque existia Lula. Hoje, um se alimenta do outro, e quem come o pão que o diabo amassou é o povo brasileiro. Desgraça é opinião sobre outro país não solicitada e totalmente descartável. Passar bem, sr. José Mujica.
Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva
Salvador
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FALTA DE LIDERANÇA
Está perceptível a total falta de liderança deste governo, pois o único com poder de comando é o presidente Lula, que está preocupado só com a importância que ele mesmo se dá e com as benesses do cargo, com suas falas populistas e dissimuladas. Não deve mudar nada até o fim do seu mandato. Azar o nosso.
Luiz Frid
São Paulo
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VICE-PRESIDENTE
No andar dessa carruagem brasileira, Janja da Silva esta mais para vice-presidente do País do que Geraldo Alckmin. Brasileiros, rezem. Rezem muito.
Carlos Gaspar
São Paulo
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AUSÊNCIA DE ESPÍRITO CÍVICO
Os ataques e piadas proferidos por setores da oposição acerca do estado de saúde do presidente Lula evidenciam uma preocupante ausência de espírito cívico, democrático e de respeito à pessoa humana. A saúde de um chefe de Estado transcende o âmbito pessoal, representando a estabilidade institucional e a integridade das funções de governo. Em uma democracia madura, o respeito à dignidade humana é inegociável, independentemente de filiações partidárias ou divergências políticas. Por fim, a ética cívica e os princípios constitucionais exigem que o debate público seja pautado pela civilidade e pela decência. Ao desdenhar da condição de saúde de qualquer presidente, dilui-se a essência republicana, rompendo os laços de solidariedade e empatia que sustentam a convivência democrática, indispensável à preservação do tecido social e à legitimidade das instituições.
Luciano de Oliveira e Silva
São Paulo
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SINALIZAÇÃO NO RIO DE JANEIRO
O caminho para visitar a estatua do Cristo Redentor é uma vergonha nacional, quase não há sinalização e existem dezenas de bifurcações que podem levar para as temidas comunidades, como aconteceu com o turista argentino que foi baleado. O governador, o prefeito, todos os deputados e vereadores do Rio deveriam ficar um mês orientando pessoalmente os turistas sobre o caminho correto para visitar o Cristo Redentor, maior atração turística do país e uma das sete maravilhas do mundo. Para evitar que novas tragédias aconteçam, o caminho correto deveria ser magnificamente bem sinalizado, como se o Brasil fosse uma nação de verdade.
Mário Barilá Filho
São Paulo