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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Por Fórum dos Leitores
8 min de leitura

Judiciário

Penduricalhos

TJ de Rondônia garante a juízes mais de R$ 400 mil de salário em um mês (Estadão, 14/1, A7). O que eles ganham são verdadeiros prêmios de loteria, e não honorários. Sinto falta do que poder fazer como cidadão comum. Será que esses nobres funcionários públicos não têm o mínimo de vergonha? Todos os dias aparecem casos novos no Estadão e nada acontece. Até quando teremos que aturar estes escândalos?

Károly J. Gombert

Vinhedo

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Controle de supersalários

Num país onde a maioria da população sobrevive com poucos salários mínimos, é estarrecedor saber que alguns servidores públicos chegam a receber mais de R$ 1 milhão em alguns meses por conta de penduricalhos. Ao invés de o servidor público prestar serviço ao povo, esses juízes se servem do povo. Essas situações mancham a imagem e a reputação do Poder Judiciário. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) precisa ser mais ativo na contenção desses absurdos. Afinal, quem paga esses supersalários somos nós! Por mais que o ministro Luís Roberto Barroso defenda no Estadão o papel do Supremo Tribunal Federal (STF), esses relatos respingam em todo o Judiciário. E no pacote fiscal do governo é fundamental o controle rígido do teto de salários do funcionalismo.

Edson Shitara

Sorocaba

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Ao Direito o que é do Direito

Ninguém deixa de reconhecer que o STF é importante para a Nação, mas esse órgão precisa ser lembrado de que não é o justiceiro que se arroga a civilizar o País sem ouvir o povo e suas opiniões. É imprescindível que o STF fuja dos holofotes, seja discreto e siga a Constituição ao pé da letra, para conseguir recuperar o respeito da população. “Ao Direito o que é do Direito, e à política o que é da política”, já dizia sabiamente o ministro Edson Fachin.

Marcia Penteriche Menucelli

São Bernardo do Campo

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Educação

Alimentação escolar

Parabéns ao Estadão por trazer ao debate a questão dos alimentos ultraprocessados nas cantinas escolares públicas e privadas, com o editorial Negligência na cantina da escola (13/1, A13). É difícil compreender que essa prática prejudicial à saúde e bem-estar de nossas crianças e adolescentes continue acontecendo. Seja por negligência, preguiça, comodismo, ignorância, insensibilidade ou lucro, não há justificativa para a manutenção desses tipos de produto nas cantinas e na merenda escolar. Os custos humanos e financeiros decorrentes de diabetes, obesidade, hipertensão e outras doenças em nossos filhos, netos e alunos deveriam “preocupar gestores escolares, autoridades públicas e, sobretudo, os pais”. É lamentável a omissão do Legislativo, nos três níveis de governo, e mais lamentável ainda a omissão dos guardiões da Constituição, que nada fazem contra o desrespeito ao artigo 227, que diz: “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação”. Ressalte-se o belo exemplo dado pelo governo Franco Montoro no Estado de São Paulo, com o programa de municipalização da alimentação escolar, em que se introduziu o almoço escolar com alimentos produzidos localmente, respeito aos hábitos alimentares e preocupação com a educação nutricional. Que os órgãos de educação e de saúde estabeleçam parcerias que priorizem os direitos da criança e dos adolescentes e lhes proporcionem um desenvolvimento integral. A negligência é intolerável e indesculpável.

João Pedro da Fonseca

São Paulo

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‘Estadão’, 150 anos

Família de leitores

Meu avô lia, meu pai assinava e cá estou eu lendo o Estadão – e no papel nos fins de semana! Na biografia do meu bisavô, descobri que ele era leitor do jornal também. Que o Estadão continue sendo lido pela família pelos próximos 150 anos (no mínimo)!

Felipe Guarnieri

São Paulo

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Consolidação da cidadania

Parabenizo o Estadão pelos seus 150 anos de história, marcados pelo compromisso com a liberdade de expressão e pelo papel inestimável na formação do pensamento crítico e na consolidação da cidadania em nosso país.

Tonico Ramos,

presidente da Constituição paulista de 1989

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

NOVO MINISTRO

Sidônio Palmeira chegou com pompa e circunstância na Secom. Elogiou o chefe, sua esposa, pessoas que trabalhavam lá, mas demitiu alguns e colocou os seus. Ele está apostando no combate às fake news, mas não pode se esquecer de que mentir para promover o governo já não faz tanto sucesso quanto fez no passado. Um povo que experimentou um governo perdulário, com vocação para arrecadar, está sentindo no bolso o peso dos impostos. Não houve corte de gastos nem haverá, e Sidônio chega justamente para convencer o povo de que Lula é o salvador da pátria. Depois de ter mudado a forma do reajuste do salário mínimo para 2,5%, o estrago está feito. Dificilmente, uma pessoa com fome se deixa levar por discurso populista. É esperar pra ver.

Izabel Avallone

São Paulo

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BARROSO

O STF que o ‘Estadão’ não mostra (Estadão, 13/1, A4). Algumas observações sobre o artigo do ministro Luís Roberto Barroso: 1) maior grau de judicialização do mundo não necessariamente significa que isso seja sinal de confiança na Justiça. Por acaso teria outra opção? 2) ao mencionar “ódio institucional” o ministro escreve: ”que se sabe bem de omde veio e onde pretendia chegar”. Está falando de quem? 3) mais à frente, quando destaca algumas das 114 mil decisões proferidas em 2024 ele menciona: enfrentamento ao etarismo, permitindo que maiores de 70 anos escolham o regime de bens do casamento. E por que não comenta sobre o assalto que o Supremo Tribunal Federal (STF) cometeu contra os aposentados, quando reverteu uma decisão que foi julgada favorável aos mesmos na Revisão da Vida Toda no governo anterior? 4) ainda cita que nenhum ministro do SFT recebe remuneração acima do teto constitucional, mas esquece de mencionar os escândalos nos tribunais de Mato Grosso do Sul, e agora em Roraima. Isso além de já ter defendido a prática dos penduricalhos; 5) uma pérola ele escreveu já no fim do texto: sob a Constituição de 1988, temos 36 anos de eleições regulares, estabilidade institucional e avanço nos direitos de todos os brasileiros, inclusive de mulheres, negros, gays, comunidades indígenas e pessoas com deficiência. Citação desnecessária e que embute preconceito, pois são todos brasileiros; 6) e por último, mas não menos importante, faltou ao ministro fazer um mea culpa e justificar a tentativa do seu parceiro ministro Dias Toffoli de reescrever a história do Brasil, saqueando os cofres do governo com a devolução de milhões de reais advindos de confissões de desvios de dinheiro e propinas. Por fim, acabaram por ressuscitar José Dirceu. Para quem Toffoli trabalha? Para o STF ou para o PT?

Attilio Alemi

São Paulo

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GUARDIÃO DA CONSTITUIÇÃO

O senhor ministro Luís Roberto Barroso, diz em seu artigo O STF que o ‘Estadão’ não mostra (Estadão, 13/1, A4) que o Estadão produziu editoriais “duramente críticos, com muitos adjetivos e tom raivoso“, discordo veementemente. O sr. ministro passa a elencar várias benfeitorias da Corte, porém, todas elas estão previstas na Constituição, não sendo mérito do STF, e sim obrigação do órgão em cumpri-las como guardião da CF que são. O jornal deve sim fazer críticas, trazer os fatos como sempre o fez. Não está disposto na Constituição participar de viagens ou fazer reuniões com empresários que têm ações tramitando na referida Corte. Quando o Estadão coloca, e muito bem, que muitos tem gosto por holofotes, o sr. ministro vem falar em “transparência”, “transmissão por rede aberta”? Não subestime a inteligência do leitor.

Jacqueline de Oliveira Pinfari

São Paulo

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REEDITAR CENÁRIO

Gostaria de iniciar desejando a todos um feliz Ano Novo e cumprimentando o Estadão pelos seus 150 anos. Agora, com muito mais satisfação, após sua excelência, o ministro Barroso, aproveitar o momento de aniversário deste estimado diário para tentar reeditar um cenário que não foi o jornalismo que criou. Como todo político criticado, assim também sua excelência elenca sucessos do STF, potencializando ainda mais o espectro político da Suprema Corte. Pelo saldo entre sucessos, que a meu ver são muitos e fracassos, registro apenas um que atende todo o povo brasileiro, seja de qual for sua motivação política: os processos da Lava Jato. Ah, quanta decepção. O que faria uma Corte cancelar provas e processos assumidos pelos corruptos? Somente essa atuação do STF sobre a Lava Jato já seria suficiente para ver o saldo da balança de sucessos e fracassos. Agora vão ter de correr atrás dos prejuízos, pelo mal exemplo dado. Estão aí as emendas secretas. A meu ver, fruto da impunidade perpetrada no assunto Lava Jato. Estadão de volta às origens. Parabéns.

Carlos A. Marques

São Paulo

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POBRE REPÚBLICA

Ante a fala do ministro Barroso, do STF, cabe a pergunta: quem precisa de um STF como esse? Quando a Constituição lhe faculta indicação para cargos, é o que acontece. Pobre República.

Panayotis Poulis

Rio de Janeiro

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FICHA APAGADA

Um criminoso na Casa Branca (Estadão, 14/1, A3) é o título de editorial do Estadão sobre o fato de Donald Trump ter sido condenado pela justiça em um dos vários processos que enfrenta. O inimputável presidente eleito terá sua ficha criminal apagada. O mais brutal crime praticado por Donald Trump foi a tentativa de golpe em 6 de janeiro de 2021, quando incitou seus arruaceiros a invadir o Capitólio e impedir a certificação de Joe Biden, o vencedor da eleição que Trump queria subverter. Assim teremos na presidência dos Estados Unidos um criminoso e golpista mau caráter que rasga a Constituição e o Estado Democrático de Direito.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

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ESCOLHA DESASTROSA

A América escolheu de livre e espontânea vontade ser governada por um agressor sexual, um criminoso condenado. Donald Trump volta ao poder e já começa muito mal: ameaça usar o enorme poderio bélico americano para conquistar territórios estrangeiros, ameaça o Canada, a Groenlândia e o Panamá. Trump atribuiu os incêndios na Califórnia aos democratas e desmereceu o heróico trabalho dos bombeiros, a quem chamou de incompetentes, sem sugerir qualquer medida que pudesse debelar o fogo. A América vai colher o que plantou ao eleger Donald Trump, o mundo inteiro se tornou um lugar muito pior com essa escolha desastrosa do povo americano.

Mário Barilá Filho

São Paulo

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MARCO DA IMPRENSA

E já se vão quase 40 anos que começou o meu contato com o Estadão. Assinei o jornal entre 28 de outubro de 1991 e mais ou menos até o ano 2000. Sempre fui figurinha carimbada aqui neste Fórum. E qual minha alegria e surpresa ao ver um anúncio na internet dele de forma escrita aos finais de semana? Não hesitei e de imediato solicitei uma edição. Aqui sinto-me em casa. Meus cumprimentos pelos 150 anos. Obrigado, meu jornal favorito. Mais 250 e o quanto mais forem possíveis para esse marco da imprensa em nosso país.

João Lopes dos Santos

Mogi das Crizes

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EXCELÊNCIA JORNALÍSTICA

Sou assinante deste jornal há mais de 50 anos, portanto, cumpre-nos observar que, respeitando todas opiniões aqui expressas, mantivemos nossa fidelidade à excelência jornalística. Dessa maneira, honramos e cumprimentamos o Estadão pelos seus 150 anos de existência.

Francisco José Sidoti

São Paulo

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A SEMENTE DO FRUTO SAGRADO

Será surpresa para mim se a produção iraniana A Semente do Fruto Sagrado não receber o Oscar de melhor filme estrangeiro. Produção iraniana é alerta sobre opressão (Estadão, 14/1, C3). Não exatamente pela qualidade do longa, tampouco porque mereça mais o prêmio do que o reconhecido Ainda Estou Aqui. Nada disso. Na verdade, a história dirigida pelo diretor refugiado na Alemanha, Mohammad Rasoulof, contém ingredientes sob medida para o momento de disputa territorial, econômica e cultural no Oriente Médio, em que o Irã representa a resistência implacável da tradição islâmica. Não é de hoje que o prêmio de melhor filme internacional da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas vale como crédito conferido às narrativas alinhadas ao projeto político do país patrocinador. A premiação impulsiona a carreira do audiovisual, potencializa a audiência, amplia a rede de convencimento. Espécie de catequese praticada com apoio da indústria hollywoodiana desde a época da Segunda Guerra Mundial.

Patricia Porto da Silva

Rio de Janeiro