Violência no RJ
Questão de sobrevivência
Turista argentino é baleado no Rio após entrar por engano no Morro dos Prazeres (Estadão, 12/12). Mais um turista é baleado ao entrar, guiado pelo GPS, em local dominado por facções criminosas. Já é hora de os aplicativos de localização mapearem o crime no Rio de Janeiro. Não se trata só de informação, é uma questão de sobrevivência. Socorro!
Roberto Solano
Rio de Janeiro
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A derrota do Brasil
Na terça-feira passada, a capitã médica Gisele Mendes de Souza e Mello foi baleada na cabeça, dentro do Hospital Marcílio Dias, da Marinha, e morreu. Essa notícia é a notícia da morte do Rio de Janeiro e do Brasil. As organizações criminosas venceram e o Estado e a população brasileiros perderam.
Paulo Sergio Arisi
Porto Alegre
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Reforma tributária
No Congresso
Na tramitação da reforma tributária sobre o consumo, a quase totalidade dos senhores congressistas, mais uma vez, demonstra que nos considera meros eleitores fantoches, úteis apenas para elegê-los. Uma vez eleitos, fingem nos representar. Nos bastidores, defendem interesses escusos de influentes, razão de estarmos sendo conduzidos à obrigatoriedade de pagar um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) que já está chegando à casa dos 28,6%, o maior do mundo. Esse porcentual se tornou necessário para cobrir as exceções que os parlamentares outorgaram para armas, munições, academias de ginástica, bebidas açucaradas e outras extravagâncias, comprovando a sordidez intrínseca daqueles que elegemos para nos representar. O resultado é que todos nós vamos pagar um imposto escorchante para que uma minoria pague menos. No Parlamento brasileiro, vige a sordidez representativa.
Honyldo Roberto Pereira Pinto
Ribeirão Preto
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Alíquota do IVA
O projeto que regulamenta a reforma tributária conseguiu dar mais um passo negativo em termos da alíquota do IVA – já considerada a maior do mundo. No início dos estudos sobre a reforma, entendeu o Ministério da Fazenda que ela giraria entre 20,73% e 22,02%, mas logo ela alcançou 26,5%. Ocorre que, a cada isenção, a cada dispensa, a cada exoneração e a cada perdão concedidos a grupos que compõem a cesta dos contribuintes, como num passe de mágica a alíquota é majorada – e, por enquanto, já chegou ao patamar de 28,6%. Afinal, já há quem aposte que o IVA brasileiro poderá chegar a 35%, porque nunca se sabe quantos serão os futuros agraciados pelo governo Lula e pelo Congresso. Durmam com um barulho desse!
Júlio Roberto Ayres Brisola
São Paulo
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Caso Mangione
Fúria insana
As reais motivações que levaram Luigi Mangione a assassinar o CEO da UnitedHealthcare em Nova York, na semana passada, ainda carecem de muita investigação. Uma das hipóteses é de que ele se tenha enfurecido por julgar-se maltratado pelo sistema de saúde na condução de um problema que ele teve na coluna. Operadoras de saúde tratarem seus clientes com desfaçatez não é novidade nem aqui nem nos EUA. De janeiro a outubro deste ano, mais de 550 mil casos judiciais envolvendo temas de saúde pública e suplementar foram abertos na Justiça brasileira, sendo o principal motivo para a litigância a negação da cobertura assistencial e quebra de carência (Estadão, 1º/12/2024). Não se trata, absolutamente, de justificar o ato insano de Mangione, mas as conhecidas estratégias dos planos de saúde para negar exames, procedimentos e tratamentos são de causar furor e revolta, sobretudo naqueles pacientes que estão em sofrimento físico e mental. Para vender planos, as operadoras se intitulam humanistas. Na hora de cobrir os custos, a humanidade simplesmente desaparece.
Luciano Harary
São Paulo
A vida e a arte
A revolta com o sistema de saúde não é só do atirador que matou o CEO da empresa que monopoliza a saúde nos EUA. Grande parte da população americana sofre com a política dos 3Ds (delay, deny, defend) e se manifesta raivosamente nas redes sociais. O crime em Nova York me remete ao filme Coringa, no qual apoiadores do personagem, que na trama assassinou financistas de Wall Street, resolvem que já tiveram o suficiente e não aguentam mais. Coringa torna-se um ícone e Gotham City vira o caos. É só filme, mas a vida pode imitar a arte.
Flávio Madureira Padula
São Paulo
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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br
ARMAMENTO
No Brasil, essa ideologia simplória da esquerda contra armas é um absurdo e uma insanidade. Clubes de tiro nada tem haver com escalada de violência ou com criminalidade. O avanço do banditismo no Brasil, como no caso do Rio de Janeiro, com áreas inteiras da cidade tomadas pela marginalidade, tem a ver com leis lenientes e coniventes com a marginalidade, e com uma cidade tomada por favelas e guetos marginais, em que o Estado se omite de tudo e de todos. O nosso Congresso Nacional, inepto, jamais modifica uma legislação penal covarde e totalmente incoerente com a realidade social brasileira. No Brasil, a ideologia da esquerda é vitimizar os criminosos e criminalizar a existência de armas, inibindo o direito de defesa da população que fica refém de criminosos sempre armados e que matam impunemente neste país. No Brasil, existem pouco mais de três milhões de armas nas mãos de civis contra 400 milhões de armas existentes na sociedade americana e sendo o Brasil um país com uma criminalidade exponencial em relação a criminalidade norte americana. Há diferença. Lá um judiciário ágil que pune com rapidez e leis duríssimas contra a criminalidade. Arma não mata, quem mata é o ser humano e este no Brasil fica eternamente impune por conta de uma ideologia de esquerda que sempre imputa o crime a questões externas ao verdadeiro caráter perverso de um criminoso. Verdadeira barbárie é justificar a barbárie a partir da existência de arma. Arma só mata quando na mão de algum criminoso, criminoso que é defendido no Brasil por uma legislação penal estupida e espúria.
Paulo Alves. R. Domingos Ferreira
Rio de Janeiro
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ÓCULOS ESCUROS
Em sessão plenária, durante o julgamento de Recursos Extraordinários sobre a Responsabilidade das Redes Sociais, que teve ar de recreio escolar, em razão das piadinhas de velórios trocadas entre os iluministros, o neopensador Dias Toffoli estava de óculos escuros, modelito ícone dos filmes da máfia italiana. O noticiário divulgou que o jurista foi submetido a um procedimento ocular. Catarata? Três suposições a respeito do porquê: 1) Toffoli não poderia gazetear e deixar seus pares a descoberto. Assinou o ponto, contrariando as orientações médicas, em busca do título de funcionário do mês? Sabe-se que cirurgias oculares exigem repouso e cuidado no pós, independentemente de seus riscos, mas o trabalho dignifica o homem; 2) Seria alguma vergonha cívica/moral, em razão de suas alucinógenas teses, ensaios e afins, vendidos em sessões plenárias recentes, no modo Dilma Rousseff explicando, em rede nacional, os efeitos da física quântica no crescimento do PIB nacional? e 3) Será que o magistrado se enquadra no conselho do maluco beleza Raul Seixas: “Quem não tem colírio usa óculos escuros”? Ministro, a sua catarata está com cara de cascata. Haja óculos escuros para esconder as vergonhas de suas teses acadêmicas [sic]. Com ou sem colírios, pela ordem. O 2) é a sua cara.
Celso David de Oliveira
Rio de Janeiro
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PODER MODERADOR
Entre Lula e Arthur Lira, Flávio Dino decide o jogo. Entre o Executivo e o Legislativo, o Poder Judiciário decide o que deve prevalecer. É um novo poder moderador, com um condestável ubíquo.
Paulo Sergio Arisi
Porto Alegre
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DESMONTAGEM FISCAL
José Serra, no artigo A desmontagem fiscal (Estadão, 12/12, A4), explica didaticamente por que, a cada ano, sobra menos dinheiro dos impostos e taxas que pagamos para serem devolvidos na forma de serviços do Estado. Lê-se que, após a bagunça nas contas públicas promovida pela ditadura, organizou-se o Orçamento público quando, com a promulgação da Constituição Federal de 1988, foi instituído o Plano Plurianual (PPA) e a Lei de Responsabilidade Fiscal, estabelecendo-se normas e critérios na gestão dos recursos públicos. Entretanto, em 2015, o ex-deputado Eduardo Cunha, aproveitando-se da crise política, econômica e moral da ‘presidenta’ (sic) Dilma Rousseff, cria de Lula da Silva, inicia o apossamento congressista do Orçamento público através de emendas impositivas, que, já naquele ano, abocanharam R$ 9,7 bilhões. Em 2019, com o desastroso governo de Jair Bolsonaro, criou-se a oportunidade para a invenção de novos tipos de emendas, inclusive as famigeradas Pix, com os ditos parlamentares negando-nos até o direito constitucional de conhecermos quem as indicou e onde seriam aplicadas. Chegamos a 2024 com R$ 37 bilhões pretendidos em emendas e a previsão de R$ 50 bilhões para 2025. Esses lamentáveis oportunismos de legisladores prestam-se a nos revelar que golpes de Estado não são exclusivos das casernas; originam-se também nos parlamentos.
Honyldo Roberto Pereira Pinto
Ribeirão Preto
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TAXA DE JUROS
O aumento da taxa de juros realizado pelo Comitê de Política Monetária (COPOM) revela-se uma medida que repercute de forma intrínseca nos alicerces do mercado. De um lado, o fato econômico: o ajuste nos juros traduz a intenção de conter pressões inflacionárias e proteger a moeda nacional, sinalizando comprometimento com a estabilidade. De outro, o valor: tal decisão reforça a confiança dos agentes econômicos na solidez da política monetária e no respeito aos fundamentos macroeconômicos. Por fim, a norma: o ato normativo, ao alinhar-se às diretrizes do Banco Central, estabelece um vínculo jurídico e institucional com o objetivo de assegurar previsibilidade e segurança. Essa tríade, aplicada à decisão do Copom, confere ao mercado coragem e estímulo para planejar com clareza, investir com prudência e operar com segurança diante de um cenário de responsabilidade fiscal e controle.
Luciano de Oliveira e Silva
São Paulo
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LEVAR A SÉRIO
O Congresso precisa começar a trabalhar na área econômica sob o risco do Brasil passar por uma nova crise financeira, talvez até pior que a de Dilma Rousseff em seu segundo mandato. O Supremo Tribunal Federal (STF) também precisa parar de encobrir os gastos extras do governo deixando-os fora do Orçamento. Os avisos do Copom não estão sendo levados a sério pelo governo e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não tem condições de se impor ao presidente Lula. Precisamos de uma pessoa com mais envergadura econômica e política no cargo mais importante do governo. Henrique Meirelles e Guido Mantega, como ex-ministros da Fazenda, são os exemplos do que pode acontecer de bom e ruim para o País.
Nelson Falseti
São Paulo
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GREVE DE AUDITORES
Será que os auditores da Receita Federal resolveram aderir ao toma lá dá cá e usar o poder do cargo para chantagear o Poder Executivo em busca de um reajuste salarial? Quanto ganha um auditor da Receita? Quando tal auditor se inscreveu no concurso público, sabia qual seria sua remuneração? Com certeza, pois o valor da remuneração consta no edital do concurso. Se não estava satisfeito com o valor, não deveria ter se inscrito e após aprovado, não deveria ter assumido o cargo. E uma vez no cargo, não satisfeito como a remuneração, pode sair e voltar a trabalhar na iniciativa privada. Mas não pode usar uma greve para chantagear o Poder Executivo em busca de um reajuste que não pode ser obtido, pois se o reajuste for concedido para os auditores, tal reajuste deverá ser estendido para todos os servidores federais, pois como reza a nossa Constituição Federal, todos são iguais perante a lei. E esse reajuste não pode ser concedido, pois se concedido, sairá dos nossos impostos, e nós, trabalhadores e pagadores de impostos, não aguentamos mais pagar altos salários para uma classe privilegiada de servidores públicos. Basta. Voltem ao trabalho ou deixem o cargo e voltem para a iniciativa privada.
Maria Carmen Del Bel Tunes
Americana
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SAÚDE DE LULA
Depois da queda do presidente Lula da Silva no banheiro do Palácio da Alvorada em outubro, que provocaram as duas últimas intervenções cirúrgicas de urgência no seu crânio nesta semana em São Paulo, não foram apenas as unhas dos pés que foram cortadas, mas também as suas chances de ser reeleito em 2026. Votos de breve e pleno restabelecimento a ele. Saúde.
J. S. Decol
São Paulo
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FÉ E PROFISSIONALISMO
Lula está no melhor hospital, e, segundo dizem, nas melhores mãos. Não há motivo para preocupação quanto a isso, porém, é preciso que o paciente também dê sua colaboração, e quem já esteve em situação semelhante ou até mais grave, sabe que para tudo há limites. O corpo precisa reagir e os médicos fazerem o que for preciso. Acho que tudo deve ser feito com fé e profissionalismo, independente de ser no Sírio Libanês ou no SUS, independente de ser Lula ou João.
Izabel Avallone
São Paulo
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ESCOLA DE SÃO PAULO
É um absurdo o que o Governo do Estado de São Paulo está querendo fazer com o mais antigo colégio de São Paulo. Transferindo seus alunos para escolas do Brás e Mooca. “Para obras de revitalização do Parque e D. Pedro II, numa Parceria Público Privada, que só atende aos interesses da especulação imobiliária”. Segundo o supervisor Fábio César Severino, diretor da unidade de 2017 a 2020, a escola enfrentou vários problemas, mas, graças ao Programa de Ensino Integral (PEI) e parcerias com entidades privadas, comunidade, Polícia Militar e associações, além do apoio da FDE e da Seduc, a unidade tem superado suas metas nas avaliações externas, com índices em mais de 120% a cada ano.“É inegável todo o patrimônio histórico que a EE São Paulo traz para nosso país, e o que isso corrobora para a educação pública. Porém, é visível que os desafios encontrados por ela, no momento atual, se assemelham com desafios encontrados por grande parte das escolas públicas. Sendo assim, acredito que a EE São Paulo possa hoje ser um incentivo para aquelas que desejam, o que outrora desejamos um dia”, completa Fábio. Para a vice-diretora da unidade, Maria Claudia Dente Volpe Sentino, o PEI prepara os jovens do ensino médio para a vida e para uma carreira profissional. “Não é só uma escola em si, não é só um prédio antigo maravilhoso, é uma escola que vem há anos desenvolvendo um belíssimo trabalho. Tenho um prazer enorme em trabalhar e fazer parte da equipe”, disse. O próprio site do Governo do Estado de São Paulo (https://www.educacao.sp.gov.br/e-e-sao-paulo-e-uma-das-mais-antigas-estado/) atesta a excelência da escola, que reafirma que a qualidade da Escola onde estudaram grandes figuras públicas de São Paulo. Muitas personalidades já passaram pela escola e Maria Tereza menciona algumas: Cásper Líbero, Vladimir Herzog, Carlos Spera, Lourenço Diaféria, Carvalho Pinto, Hélio Bicudo, Orígenes Lessa, Paulo Setúbal, Maria Adelaide Amaral e Francisco Cuoco. “Enfim, a lista é grande. Eu dizia que as histórias do Brasil e de São Paulo passaram por essa escola”. Pelo exposto acredito que a escola mereça uma matéria à altura de sua importância. As fotos da escola mostram que ela está em excelente estado.
Vicente Wissenbach
São Paulo