PGR
Bolsonaro investigado
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu para o Supremo Tribunal Federal (STF) investigar o ex-presidente Jair Bolsonaro por suspeita de incitar atos golpistas. Augusto Aras mudou de lado ou é “para inglês ver”?
José Milton Glezer
São Paulo
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Jair Bolsonaro
Pós-verdade
O vídeo de pessoas em lágrimas rezando em frente à casa onde se hospeda o ex-presidente Jair Bolsonaro em Orlando, na Flórida, representa como as realidades e verdades tão diversas fundamentam o que se convencionou chamar de pós-verdade. Qual a verdade por detrás de alguém que, alçado ao maior poder político do País, ignorou as necessidades das minorias e dos doentes por covid, porém deu-se aos arroubos da religiosidade farisaica que atende aos chamados das aparências frívolas e interesseiras?
Marcelo Gomes Jorge Feres
marcelo.gomes.jorge.feres@gmail.com
Rio de Janeiro
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Submissão
Incrível como fenômenos demenciais coletivos são produzidos e contaminam o imaginário emocional da população. A História é exemplar no registro desses eventos nefastos, como no caso recente do nazismo, em que um indivíduo demente conseguiu induzir uma população a assumir uma fantasia assassina que resultou na morte de 6 milhões de pessoas, algo que a Alemanha tenta purgar até hoje. Agora, no Brasil, um segmento expressivo da população infantilizada segue o mesmo script, sendo contaminada pela demência de um indivíduo possuído pela paranoia de ser um messias, conseguindo cooptar o interesse de acesso ao poder de evangélicos, policiais e militares em uma jornada suicida. Uma demência que teve a capacidade de contagiar segmentos de seitas místicas fanatizadas e, pior ainda, de um grande segmento de forças policiais e militares. Afinal o que se ensina nos templos e nas academias militares?
Nelson Frederico Seiffert
Florianópolis
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Governo Lula 3
Passagem da boiada
Curioso que, antes de completar um mês do novo governo, já se movimentem para converter dívidas das empresas flagradas em corrupção com o atual presidente da República em obras. Enquanto só se fala do vandalismo de 8 de janeiro, já estão preparando uma outra “passagem da boiada”. Só falta reorganizarem o “Departamento de Operações Estruturadas” de uma das empresas devedoras. Será que as dívidas serão abatidas com obras superfaturadas de novo?
Ana Lúcia Amaral
São Paulo
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Voto no escuro
Se o então candidato da esquerda tivesse apresentado seu plano de governo, o Ministério com 37 pastas e um projeto de gastos exacerbados, ou seja, tudo o que já deu “ruim” no passado, com certeza não teria ganhado essa eleição apertada. O ex-presidente da direita permitiu o retorno da esquerda. E, pior, da forma como este governo recém-empossado está começando, o Brasil ficará neste movimento pendular de grande amplitude entre os dois lados radicalizados, impedindo que o País avance.
Roberto Garbati Becker
São Paulo
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Pente-fino
O governo do PT não cessa de ser uma piada pronta e requentada para os atentos. O Estadão noticiou que o governo fará pente-fino em todos os contratos acima de R$ 1 milhão para rescindir programas desnecessários (14/1, B1). Será que alguém faz ideia de quantos contratos acima daquele valor estão vigentes no nível do governo federal? Detalhe: todos os contratos e programas são conhecidos desde sua origem. Por que o PT, que ama um gasto, nunca disse nada? Várias motivações para esse movimento podem ser listadas. Pouquíssimas boas. Aliás, alguém fiscalizará o custo da reforminha de Janja Lula da Silva no Palácio da Alvorada?
Oscar Thompson
São Paulo
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Frase de efeito
“O mercado não tem coração”, disse o presidente Lula em café da manhã com jornalistas (13/1, B4). O que interessa nessa série de tentativas de frases de efeito? Tudo em vão. Para o povo, o que interessa é o caráter dos integrantes do governo.
Edison Ribeiro Pereira
São Paulo
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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br
APAZIGUAR O PAÍS É PRECISO
As eleições deixaram claro, quanto aos dois candidatos, que o País estava dividido. É certo e induvidoso que as urnas optaram por Lula. Longe de uma vitória tranquila foi um páreo duro, cabeça a cabeça. Vencidas as eleições, cabe ao novo presidente unir os brasileiros, incentivar para que os espíritos sejam desarmados, para que todos empurremos o barco para a mesma direção e a paz volte ao cenário pátrio. Ao contrário desse esforço, o que vemos é o Supremo Tribunal Federal (STF) lançar mais gasolina na fogueira em nome da “garantia da lei”, fazer estardalhaço na busca de provas que possam incriminar o candidato que perdeu, sem se aperceber que por trás dele existe uma multidão que precisa ser acalmada, conscientizada de que a democracia tem de estar em primeiro lugar, e não do “caça às bruxas”. O presidente Lula, até quando discorda, tem de ser elegante e afável com todos os brasileiros. Ele é o presidente dos brasileiros. Não é com vinagre que se apanha moscas. Longe disso, o que vemos (com preocupação) são os passos do presidente que se põe em marcha contra os militares do Exército, desconfiado de que estariam por detrás dos atos de vandalismo do dia 8 de novembro. Será que não existe ninguém capaz de soprar no ouvido do presidente que não se acende fósforo perto do paiol de pólvora?
Antonio B. Camargo
bonival@camargoecamargo.adv.br
São Paulo
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PLANO PARA A DIPLOMAÇÃO
A importância da antecipação da diplomação de Lula da Silva e Geraldo Alckmin em uma semana (dia 12/12 em vez de 19/12) fica agora clara. Foi um “golpe de mestre”, uma ação que mudou drasticamente a história deste país, muito maior do que reduzir a uma “amostra grátis” as ações de vandalismo, desordem e conturbação executadas naquela data. Digo dessa forma porque, se tivessem mais uma semana (em vez de apenas 48 horas) para se organizar, o que vimos em 8/1 em Brasília, com Lula já presidente, teria acontecido em 19/12, ainda com Jair Bolsonaro presidente. E com toda a cúpula de comando, inclusive militar, sob suas ordens. Com a divulgação da minuta do “decreto golpista” de Anderson Torres, está claro agora o plano completo: dia 19/12/22 seria um dia de caos, de atentados, invasões, conturbação da ordem até em níveis maiores que as vistas em 8/1, o que demandaria não uma intervenção em Brasília, mas um decreto de Estado de Defesa. Esse mesmo encontrado na casa de Anderson Torres. Agora não há mais dúvidas da participação dele (com, no mínimo, ciência de Bolsonaro) na trama urdida para dar um golpe de Estado no Brasil. Só um cego (ou pior, aquele que não quer ver) não vê a cristalina relação dos fatos.
Guillermo Antonio Romera
São Paulo
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GESTO ALTRUÍSTA
Vivi nove anos em São Paulo e, sendo português, não deixo de me sentir brasileiro. Observei, recentemente, a invasão das sedes dos Poderes em Brasília por parte de apoiantes bolsonaristas. Antes de avançar com o testemunho que pretendo, quero que saibam que a compreendo. Assim sendo, se fosse Lula da Silva, começaria por perdoar os que invadiram as sedes em Brasília. Absolveria todos, inclusive o anterior presidente. Reconheceria, ainda, os erros e falhas no mandato anterior (que os teve e por isso esteve preso). Depois, após esse gesto altruísta, digno de um esquerdista maior, pediria que o povo se unisse e o ajudasse a reerguer, de uma vez por todas, o País. Que fizessem o favor de lhe dar uma segunda oportunidade (pois tudo fará para provar que a merece). A diferença da esquerda reside, sobretudo, nisto: na capacidade de compreensão e perdão. E o Brasil, essa grandiosa nação, merece, no mínimo, isso.
Luís F. Simões
São Paulo
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AGENDA PROPOSITIVA
Quanto mais se estica a corda, mais rápido ela arrebenta. O governo Lula e o STF, que andam de braços dados como nunca, assumiram que vão levar até às últimas consequências o cerco a Bolsonaro. Não estou aqui querendo tirar a responsabilidade que ele possa ter tido até no 8 de janeiro, mas existem formas e formas de se fazer isso. Imagine que o ex-presidente, ao chegar de volta dos EUA, seja levado intempestivamente a dar explicações ao STF ou mesmo tenha ordem de prisão. A tensão que isso criaria em todo o País seria incalculável. O que se viu em Brasília poderia se expandir para todo o Brasil, criando um caos nunca antes visto. Afinal, vamos lembrar que metade da população não votou em Lula e também que metade da população não confia no STF, como mostrou a pesquisa da AtlasIntel na sexta-feira, 13/1. O governo Lula faria melhor se olhasse para a frente, com os incontáveis problemas que afligem o nosso país, e gastar energias numa agenda propositiva e não revanchista. Não é esquecer o 8 de janeiro, é virar a página.
Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva
Salvador
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ENERGIAS DO GOVERNO
Esperamos que o combate ao golpismo não drene as energias do governo, a ponto de desviá-lo do foco das políticas públicas. Fustigar o governo sem parar pode ser uma “tática” de imobilizá-lo, fazendo-o refém de um labirinto sem fim de investigações, processos, desconfianças, atritos, acusações, etc.
Patricia Porto da Silva
Rio de Janeiro
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ÚTIL AO GOVERNO
O procurador-geral da República, Augusto Aras, continua sendo muito útil ao governo federal. Na época do governo de Jair Bolsonaro, era seguidor do “um manda, o outro obedece”. Agora, no governo de Lula da Silva, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu para o STF investigar o ex-presidente fujão. Na verdade, Aras é um tremendo “vira-casaca”, sendo mais conhecido como “engavetador-geral” da República.
Júlio Roberto Ayres Brisola
São Paulo
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SEGUIDORES DE BOLSONARO
Viver num mundo paralelo, sem a presença do contraditório, onde as pessoas circulam apenas pelas ideias de um determinado grupo, que dita o que elas devem falar e pensar, resulta no que estamos vendo. Segundo o líder, a culpa é dos infiltrados e o movimento invasor foi espontâneo. E esse mantra é repetido pelos seguidores, e nada mudará seu pensamento, a não ser que o líder mudasse de posição, pois esse pessoal não pensa com a própria cabeça, já que são “seguidores”. É desolador.
Elisabeth Migliavacca
São Paulo
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DESPESAS EM MOTOCIATAS
Enquanto era possível vermos pessoas nas portas dos açougues para conseguir um quilo de osso para fazer sopa e não morrer de fome, o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, mais conhecido por “Mito”, gastava milhares de reais com o cartão corporativo para pagar despesas com hotéis e alimentação em dias de motociatas.
Virgílio Melhado Passoni
Jandaia do Sul (PR)
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GASTOS DO CARTÃO CORPORATIVO
Analisando o que os últimos presidentes gastaram com cartões corporativos, poderiam ser compradas mais de 910 mil cestas básicas, o que equivale a 228 mil pessoas se alimentando nos últimos 20 anos.
Carlos Gaspar
São Paulo
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REAJUSTE DO SALÁRIO MÍNIMO
O governo está hesitante em aumentar o salário mínimo para R$ 1.320, quando esse valor não dá para uma família viver por uma semana. Coitado do trabalhador. Seria preciso que esse salário fosse corrigido com realidade desde que Getúlio Vargas o criou. O valor seria bem maior e mesmo assim insuficiente para uma vida digna do trabalhador. Assessor de um político ganha cerca de R$ 15 mil, enquanto aquele que trabalha de fato ganha uma merreca e passa fome. São as grandes injustiças do País.
Delpino Verissimo da Costa
São Paulo
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ARRECADAÇÃO DO GOVERNO
É muito rudimentar e sem fundamentos o critério de aumento de arrecadação pelo governo, segundo o ministro Fernando Haddad, simplesmente ganhando as disputas no Conselho Arbitral da Receita Federal (Carf), ou seja, não terá análise técnica sobre as pendências, sempre será favorável ao governo.
Vital Romaneli Penha
Jacareí
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ALERTA NA ECONOMIA
Itaú Asset alerta para perigo na economia. Eu diria: “Faz o L”.
Gustavo Guimarães da Veiga
São Paulo
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PRIMEIRA-DAMA OU COPRESIDENTE?
Com efeito, ressignificar o cargo de primeira-dama, como declarou pretender Rosângela Lula da Silva, a Janja, parece, de fato, uma boa intenção. No entanto, diante da assiduidade com que apareceu em toda e qualquer cerimônia ao lado do presidente Lula nessas primeiras duas semanas do início de governo, cabe, por oportuno, perguntar se Janja é a primeira-dama ou copresidente do Brasil. Evita Perón nem Michelle Obama apareceram tanto. Francamente!
J. S. Decol
São Paulo
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MASCULINIDADE
Carro esportivo atrai mais quem pensa ter pênis pequeno, revela estudo (Estado, 13/1). A psicologia já dizia isso, mas não se pode generalizar. De qualquer forma, são estudos muito interessantes.
Marcos Barbosa
Casa Branca
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POLÊMICA DOS ESPORTS
Com todo o respeito aos gamers e simpatizantes: está corretíssima a ministra dos Esportes, Ana Moser, quando afirma que eSport não é esporte. Esporte no sentido tradicional, direto e preciso da palavra envolve exercícios corporais repetidos que aferem benefícios igualmente físicos: musculares, cardiovasculares, metabólicos, etc. É ótimo que certos games sejam capazes de agregar valor social, educativo e mental, mas eSport não é esporte, é outra coisa. Só falta levantamento de copo ser considerado esporte também...
Luciano Harary,
médico
São Paulo