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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Democracia

Baixar o tom

Globalmente, vivemos tempos difíceis para a democracia e a liberdade política. O atentado contra a vida do ex-presidente Donald Trump, no sábado, é um cristalino demonstrativo da sombria campanha que se aproxima. Cada vez mais o extremismo vem saindo das sombras e tomando espaço diante das multidões. E isso deixa uma clara mensagem: a democracia mundial nunca correu tamanho risco como agora. Precisamos diminuir o tom. Ouvir todos os lados e decidir as medidas políticas com serenidade, sob pena de condenarmos as democracias ao aniquilamento, desenvolvendo, assim, um estado de caos constante.

Lucas Loeblein

Gravataí (RS)

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Atentado contra Trump

Democracias são feitas com votos nas urnas, não com tiros de um covarde atentado criminoso. Vergonha.

Vicky Vogel

Rio de Janeiro

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Medicina

Qualificação necessária

Tenho 74 anos, sou médico, formado em 1976 pela Unesp de Botucatu e me contraponho, aqui, à visão equivocada apresentada pelo ex-deputado federal Paulo Delgado sobre a abertura de novas faculdades de Medicina no País (Menos médicos, menos SUS, Estadão, 13/7, A4). A posição das entidades representativas dos médicos contra a abertura de novas faculdades de Medicina não tem nada que ver com “(aqueles) que veem a medicina como clube de elite, privado”, mas vem daqueles que têm verdadeiras preocupações com o futuro da formação médica. As novas faculdades de Medicina são o novo filão de dinheiro explorado por grandes empresários do sistema de educação que buscam lucros exorbitantes neste novo ramo de negócio. Matricular-se num curso de Medicina em entidade privada não é para qualquer um, as mensalidades são exorbitantes e a qualidade do ensino é baixa na maioria das vezes. Novas faculdades de Medicina serão bem-vindas se, no mínimo, estiverem localizadas em regiões deficientes de assistência médica; tiverem hospitais próprios, com leitos em número suficiente para atender a população e propiciar um aprendizado médico adequado a seus alunos; contarem com professores qualificados e bem pagos e oferecerem postos de saúde à população da região de sua abrangência, entre outros quesitos que contribuam de forma efetiva para a melhora da saúde em geral. O SUS provou seu valor durante a pandemia de covid, demonstrando ser fundamental para atender a população do País. Com certeza, precisa de melhorias, e para tanto necessita de que nossos governantes encarem o problema de forma séria, objetiva, sem politicagens baratas e com um programa de Estado na busca de soluções efetivas. Não traz nenhum benefício à população termos milhares de médicos que mal sabem verificar uma pressão arterial, fazer uma ausculta cardíaca/pulmonar, apalpar um abdômen ou diferenciar diagnósticos por meio de um bom exame clínico. Médicos mais qualificados, melhor governança, melhor SUS.

Marcelo de Carvalho Braga

São Paulo

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Uma medicina melhor

Leio sempre os artigos de Paulo Delgado e respeito suas opiniões, mas, quanto ao artigo publicado em 13/7, só posso acreditar que ele está equivocado e mal informado. O credenciamento de novas escolas médicas, principalmente particulares, para formar mais médicos não é o caminho correto para resolver os crônicos problemas de saúde do País e, principalmente, o atendimento das populações carentes. Ao contrário do que afirma o articulista, há muito tempo a medicina como profissão não é um caminho para ficar rico rapidamente. As mensalidades das escolas particulares custam em torno de R$ 10 mil para um curso de seis anos – portanto, são acessíveis só a uma elite econômica que dificilmente vai atender pacientes do SUS. Com os honorários pagos pelo sistema público de saúde, muitos médicos formados nessas escolas milionárias ainda terão de viver com auxílio da família. As entidades médicas lutam por melhores condições de trabalho, um atendimento mais digno à população, independentemente do nível socioeconômico, e uma remuneração compatível com sua formação profissional. Os médicos cubanos aceitam as condições ofertadas porque vivem num país totalitário onde recebem uma ínfima remuneração. O buraco, portanto, é mais em cima: precisamos cobrar de nossos governantes uma maior aproximação com os profissionais da Saúde e suas entidades em busca de soluções viáveis e isentas de demagogia barata.

José Paulo Cipullo

São José do Rio Preto

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

REFORMA TRIBUTÁRIA

Pelo andar das coisas, a reforma tributária deste executivo vai recair sobre a classe média, afetando seu patrimônio, injusta e absurdamente, sendo o alvo principal da esquerda desenvolvimentista. Este IVA sobre transações imobiliárias atinge não só todo o mercado imobiliário, como também o patrimônio duramente acumulado pela classe média, em que se ancora para sair da pobreza deste país. Em mais de três gerações, os emigrantes europeus e os migrantes bem intencionados acumularam bens com suas poupanças e trabalho duro, e se veem agora ameaçados por uma tributação excessiva para distribuir renda alheia populisticamente com quem nada tem ou se esforçou para tanto. Esperava-se que num Congresso conservador este risco não existiria, mas aquela casa se tornou um balcão de negócios escusos, pouco confiáveis. Agora, só resta o Senado Federal para consertar este desastre.

Ronaldo Rossi

São Paulo

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LULA 3

Lula 3, na contramão, quer destruir o Brasil. É uma fábrica de impostos para fazer face à ampliação de gastos, da máquina pública e de penduricalhos, acrescido da nefasta insegurança jurídica e interferência na Petrobras, enquanto o Brasil carece de redução drástica do quadro funcional nos Três Poderes, extinção de quase todos os penduricalhos e estabilidade jurídica. São grandes reduções na carga tributária para que tudo funcione com responsabilidade e credibilidade, objetivando atrair empreendimentos e, consequentemente, benefício coletivo. Parece impossível, mas não é. Veja a Argentina, destroçada e inflacionada e, Javier Milei, mesmo sem apoio do Legislativo, num curto espaço de tempo, reduz a inflação e, com reformas e credibilidade, está no caminho certo para botar o país em ordem.

Humberto Schuwartz Soares

Vila Velha (ES)

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‘CONDENANDO O FUTURO’

Agora querem liberar o jogo do tigrinho, claro, vislumbrando a arrecadação de mais impostos. O Brasil se tornando um país com drogas e jogos de azar liberados. O parlamentares não percebem que estão condenando nosso futuro? Lamentável.

Luiz Frid

São Paulo

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DIREÇÃO OPOSTA

Eu não mudaria uma vírgula do editorial Bolsonaro e a política como pirraça (Estadão, 15/7, A3), mas faço uma ressalva: se tivesse sido escrito durante qualquer governo não petista (Fernando Collor, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Michel Temer e Jair Bolsonaro), com poucas alterações, o título poderia ser Lula e a política como pirraça. O PT sempre sabotou qualquer projeto de seus inimigos. A única diferença é que agora o vento sopra na direção oposta.

Luciano Nogueira Marmontel

Pouso Alegre (MG)

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PLANOS DE SAÚDE

Na reportagem sobre o fato de o governo considerar insuficientes as respostas sobre as rescisões de contratos dos planos de saúde, por parte das operadoras, intitulada Governo considera insuficientes as respostas de planos sobre rescisões (Estadão, 15/7, A16), cumpre destacar aqueles em que as empresas afirmam que estavam previstos por ocasião da assinatura do contrato. Não me parece lógico que tenham conseguido vender muitos planos de saúde, com cancelamento sem qualquer motivo, por parte da operadora. Tive um plano de saúde em que a empresa encerrou suas atividades sem mais. Porém, oficialmente não faliu. Também sei que as operadoras estão passando por dificuldades devido ao envelhecimento dos associados e os aumentos dos insumos. Ao me internar para a colocação de um marcapasso, percebi a aplicação da “Curva ABC”, método para se avaliar os custos dos insumos que mais impactam nas despesas de uma empresa, no caso, dos hospitais e prontos socorros. Se as respostas das operadoras forem consideradas insuficientes e, for comprovada má-fé, cabe ao governo federal tratá-las com o rigor da lei. Se realmente elas estiverem com dificuldades, creio que o mais razoável seria o governo apoiá-las, pois caso contrário, estes associados, em sua maioria, iriam para o SUS, aumentando os custos para o governo e talvez o obrigando a construir novos hospitais.

Gilberto Pacini

São Paulo

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ATENTADO CONTRA TRUMP

Em sua primeira manifestação após o atentado que quase o matou, Donald Trump disse: “É incrível que um ato como este possa ocorrer em nosso país”. Se por um lado pessoas civilizadas e de bem respiram aliviadas pelo fato de Trump ter escapado com vida e sem ferimentos graves, por outro, estas mesmas pessoas se revoltam com o cinismo explícito dessa afirmação. Pois como bem sintetizou o editorial Entropia Americana (Estadão, 15/7, A3), “o ex-presidente é o grande responsável por essa radicalização da política americana desde que chegou à Casa Branca, em 2017″. Não há nada de incrível neste atentado. Ao contrário, foi uma tragédia anunciada, assim como outras virão, pois não existe polarização pacífica. A julgar pela reação de Trump e do público presente no evento no Condado de Butler, logo após os tiros, o estrago provocado pelo autor dos disparos foi muito além do que a ponta da orelha do ex-presidente. O tempo dirá.

Luciano Harary

São Paulo

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FRAGILIDADE DE BIDEN

O tiro do covarde atentado na Pensilvânia pegou de raspão Donald Trump, mas atingiu em cheio a candidatura à reeleição do fragilizado presidente Joe Biden. Por um milagre, Trump sobreviveu ileso. Só por outro milagre, Biden será reeleito. Alea jacta est.

J. S. Decol

São Paulo

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CAMPANHA DE BIDEN

Como o atentado acertou em cheio a campanha de Biden. Se há algo que nós, jornalistas, aprendemos ao longo dos anos, é que a política é uma eterna montanha-russa de surpresas. Mas, meus amigos, confesso que até eu fiquei surpreso com o último capítulo do teatro eleitoral nos Estados Unidos. Imaginem a cena: um atentado contra Donald Trump, o homem que já foi chamado de muitas coisas, de empresário a presidente e, por que não, um personagem de reality show que não sabemos se é para rir ou chorar. Mas, no melhor estilo de humor ácido à la Boechat, o tiro que deveria atingir Trump acabou acertando em cheio na já combalida campanha de Joe Biden. Não seria a primeira vez que a política se transforma em um circo de horrores. Relembramos os atentados que marcaram a história: John F. Kennedy, com seu fatídico desfile em Dallas; Ronald Reagan, que levou um tiro e ainda assim conseguiu fazer piada no hospital; e mais recentemente, o atentado contra Jair Bolsonaro durante a campanha presidencial no Brasil, em 2018. Cada um destes eventos mudou o curso das eleições e, mais importante, expôs as entranhas da polarização política. Mas, convenhamos, quem esperava que um atentado contra Trump se transformasse no mais novo pesadelo de Biden? A verdade é que a campanha de Joe Biden já não estava lá essas coisas. Em meio a gafes, discursos que muitas vezes pareciam saídos de uma novela mexicana e uma falta de entusiasmo quase palpável, a equipe do candidato a reeleição precisava de um milagre. E o que eles conseguiram foi um atentado contra seu oponente. Pode parecer piada, mas foi um tiro que não apenas falhou em atingir Trump, mas sim atravessou o cenário político e acertou em cheio na campanha democrata. O mais preocupante disso tudo é a polarização crescente. O atentado, em vez de unir as pessoas em um momento de crise, serviu como mais um ponto de ignição para os extremos da direita e da esquerda. Os apoiadores de Trump, com seus chapéus vermelhos e teorias da conspiração, agora se sentem mais justificados do que nunca em sua luta contra o estado profundo e a mídia fake news. Já os defensores de Biden, que tentam se agarrar a qualquer sinal de normalidade, veem a tentativa de assassinato como uma prova de que a violência está se tornando a nova norma. Lembrem-se, um tiro que não mata pode ferir profundamente a campanha de outro. E é exatamente isso que vemos: uma campanha ferida, tropeçando em seus próprios erros, e uma nação que precisa mais do que nunca de um retorno ao bom senso.

Gregório José

São Paulo

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BARBÁRIE INACEITÁVEL

Doravante, sendo vítima, Donald Trump irá explorar a tentativa de homicídio sofrida em comício no Condado de Butler, Pensilvânia, quando teve a orelha atingida por uma bala. Atirar em presidentes já é um hábito americano, embora o costume seja repulsivo e inapropriado para uma grande democracia como a dos Estados Unidos. Morto o atirador, a vingança dos adeptos está realizada, esperando-se que a violência inusitada pare por aí, sem demais atos de barbárie inaceitáveis.

José Carlos de Carvalho Carneiro

Rio Claro

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FATÍDICO COMÍCIO

Com uma polarização política jamais vista pela corrida à eleição presidencial, o serviço secreto dos EUA falhou com a segurança de Donald Trump, que sofreu no sábado passado, 13/7, o 16.º atentado contra presidentes ou candidatos à Casa Branca. Mesmo porque, o identificado jovem atirador de 20 anos, Thomas Matthew, filiado ao partido Republicano, que foi morto pelo serviço secreto, estava com seu carro estacionado e com muitos explosivos, bem próximo do evento em que Donald Trump estava. Infelizmente, neste atentado, além dos disparos terem atingido a orelha do Trump, matou um e feriu outras duas pessoas presentes neste fatídico comício. Lógico que personalidades do mundo político condenaram este ataque. Seu opositor Joe Biden, como se exige de um homem público, falou com Donald Trump por telefone. Agora, se esta tentativa de assassinar o ex-presidente vai favorecê-lo para voltar à Casa Branca, são outros quinhentos.

Paulo Panossian

São Carlos

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‘SITUAÇÃO TENEBROSA’

Nada está tão ruim que não possa piorar. O atentado contra Trump, que o transformou em vítima e irá lhe garantir votos que não somaria antes, e a teimosia de Biden, visivelmente sem condições para exercer um novo mandato e em se manter no páreo, pode colocar os EUA e, por consequência, o mundo em situação mais tenebrosa do que se encontra hoje. Os democratas precisam achar urgente uma forma de convencer Biden a desistir da candidatura.

Jane Araújo

Brasília

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VIOLÊNCIA

Mais uma prova da escala de valores da vida neste mundo, afinal, um atentado contra qualquer vida humana é repugnante porque a morte tem que ser algo que venha naturalmente e não por vontade e ódio de outrem. O candidato a presidente Donald Trump foi alvo desta ignomínia, mas felizmente escapou por pouco. O que me causa ojeriza e indignação é o fato de uma bomba cair em cima de civis na faixa de Gaza, matando centenas, principalmente mulheres e crianças, e nenhum telejornal no mundo interromper sua programação. O amor ao próximo esfriou mesmo, inclusive de vidas que parecem que pouco importam. Existem vidas mais importantes. O homem é lobo de si mesmo e muitas vezes cai na própria arapuca. Poderosos, revejam seus valores enquanto é tempo, porque não dizemos adeus. Está passando da hora.

Manoel José Rodrigues

Alvorada do Sul (PR)

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ANDRÉ JANONES

O deputado federal André Janones (Avante-MG) ironizou a tentativa de assassinato do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, insinuando ter sido uma armação, tal como, segundo ele, o atentado sofrido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na campanha eleitoral de 2018. Janones, um político oco inflado por polêmicas, mero agitador no Congresso Nacional, finge não saber que se o tiro de fuzil AR-15 tivesse atingido Trump, certamente isto teria rachado o crânio do candidato republicano. Aliás, tal tiro seria fatal pois causaria uma racha craniana expressiva e não uma rachadinha qualquer. Enfim, as mortíferas consequências de um tiro certeiro são óbvias, não precisam de explicação e de rachado, racha ou rachadinha. Janones entende bem.

Túllio Marco Soares Carvalho

Bauru

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MOMENTOS DE EMOÇÃO

Dois momentos de muita emoção marcaram a Eurocopa e a Copa América: o choro convulsivo de Messi ao sair machucado na decisão contra a Colômbia, e de Cristiano Ronaldo, na derrota contra a França. Dois dos maiores jogadores do mundo que queriam, certamente, se despedir dos gramados juntando mais um título aos vários que conquistaram. Retrato bem forte do que foi a vida e carreira destes monstros do futebol, que ficará bem mais pobre com a ausência deles.

Sylvio Belém

Recife

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PREFEITURA DE SANTO ANDRÉ

Minha prima tem duas crianças que iniciaram o ano letivo em fevereiro na rede municipal de Santo André, na cidade de São Paulo, e até agora, julho, metade do ano letivo, as crianças ainda não receberam uniforme escolar nem os de inverno. Em plena campanha eleitoral, a prefeitura de Santo André ocupou-se apenas com revitalizações urbanas que são visíveis, e as outras necessidades são ignoradas numa clara violação a toda legislação educacional que garante o direito ao acesso e permanência.

Eliel Queiroz Barros

Santo André