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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Por Fórum dos Leitores
10 min de leitura

Meio ambiente

Mata Atlântica

Foi com grande satisfação e esperança que li o artigo A década da virada (16/1, A4). O diferencial da Mata Atlântica em relação à inquestionável e necessária defesa da Floresta Amazônica é que a primeira está situada onde teve início a colonização do Brasil, onde mora a grande maioria dos brasileiros, de elevada atividade econômica e, consequentemente, região de grande urbanização. É fundamental que a defesa e regeneração deste estratégico bioma se dê conjuntamente com o esverdeamento de nossas cidades, metrópoles e megacidades.

Rui Tavares Maluf

rtmaluf@uol.com.br

São Paulo

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Governo Lula 3

Isenção de IR

As promessas de Lula da Silva feitas durante a campanha presidencial começam a ser descumpridas. Prometeu isentar do Imposto de Renda ganhos menores que R$ 5 mil, mas a tabela para 2023 mostra que quem auferir ganhos mensais superiores a R$ 1.903,99 entra na faixa da alíquota de 7,5%. Lula derrama lágrimas quando se dirige aos mais necessitados, mas é tudo encenação.

J. A. Muller

josealcidesmuller@hotmail.com

Avaré

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EBC

Lula troca comando da EBC; cobertura de atos golpistas desagrada ao governo (16/1, A7). A EBC será transformada no 38º ministério, o da Propaganda?

Ely Weinstein

elyw@terra.com.br

São Paulo

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Ataque à democracia

‘Ódio e nojo’

Diante do editorial É preciso investigar Bolsonaro (15/1, A3), sobre invasão de Brasília destruindo e vandalizando o patrimônio público: ódio e nojo, como disse Ulysses Guimarães; dano material de R$ 8 milhões; e dano moral de R$ 80 milhões. Quando se analisa, por exemplo, o Brasão da República jogado numa poltrona, temos o dano material do brasão propriamente dito, mas, sobretudo e mais importante, temos o dano moral sobre a honra e imagem que ele representa, porque é o escudo republicano de defesa do Estado Democrático de Direito.

Antonio Gerassi Neto

gerassi@uol.com.br

São Paulo

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Saúde

Carnaval

O Estadão de domingo informa que blocos de carnaval de São Paulo fazem “esquenta” com festas e ensaios sem restrições à pandemia de covid-19 (15/1, A18). Mas comunica também, na página seguinte (A19), que a Fiocruz alerta para possível avanço da nova variante XBB no Brasil, tendo-se identificado o primeiro caso brasileiro no Estado de São Paulo, na cidade de Indaiatuba, em uma mulher de 54 anos de idade. Ora, não quero nem posso atrapalhar o carnaval de ninguém, porém seria de bom alvitre, e ainda há tempo suficiente, que o prefeito paulistano determinasse a obrigatoriedade, pelo menos, do uso de máscara protetora. Vide a China, onde os casos aumentam incontrolavelmente dia após dia.

José Roberto Cersósimo

jrcersosimo@uol.com.br

São Paulo

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Dependente químico

Nunes quer internação forçada de usuário de crack (14/1, A22), mas qual período para cada internação? O período mínimo para obter resultado é de dez meses em clínica especializada, o que ainda não foi oferecido pela Prefeitura paulistana. O direito primordial à saúde do dependente químico ainda não foi atendido. E os direitos do paulistano a uma cidade saudável e a ir e vir de todo o centro também não foram atendidos.

Suely Mandelbaum

suely.m@terra.com.br

São Paulo

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Padrão de beleza

Modelo luta para agência ignorar suas cicatrizes, 15/1, A24). O depoimento de Giulia Dias me comove, pois trata do conceito de beleza, um padrão que se tem como imutável, pois calcado num antigo e já superado ideal da perfeição, totalmente fora da realidade humana, em que somos todos integralmente imperfeitos, em corpo e alma. Felizmente esse conceito encontra oposição, pois há quem lhe bata de frente. E essa é Andrea Damiani, que abriu as portas de sua agência, Gas Models, para Giulia e quantas outras e outros, acolhidos e acolhidas a despeito de seu diferente padrão de beleza, concedendo-lhes o direito a essa carreira. Parabéns a todos aqui mencionados. Que novos caminhos sejam abertos.

Therezinha Kroiss Ferigato

tkferigato@terra.com.br

Jundiaí

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

MEDIDAS PENALIZAM CONTRIBUINTES

As medidas anunciadas pelos Ministérios da Fazenda, Planejamento e Gestão focam, mais uma vez, em penalizar os contribuintes. São poucas as ações direcionadas ao corte de gastos, aliás, não houve nenhuma menção à correção da tabela do Imposto de Renda. O trabalhador e a classe média continuam, mais uma vez, tendo de arcar à inércia do Estado em corrigir os valores passíveis de isenção. Diante do exposto, fica mais evidente que precisamos avançar na reforma tributária. Simplificar e diminuir o peso do Estado (lê-se impostos) sobre as pessoas e empresas é essencial. Enquanto os ministros de Estado ou mandatários focarem no aumento de arrecadação através de elevação da carga e não da atividade econômica, permaneceremos com crescimento pífio. Além disso, é imperioso que trabalhemos no corte de gastos. O Brasil arrecada muito, gasta demais e não há qualidade nas despesas. Somos uma nação perdulária, infelizmente. Precisamos, repito, avançar na reforma e promover maior racionalidade na cobrança de impostos, taxas e contribuições compulsórias.

Willian Martins

martins.willian@yahoo.com.br

Guararema

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TORRES DEIXOU CELULAR EM MIAMI

A maior prova de culpa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro, sobre os atos terroristas de 8 de janeiro na Praça dos Três Poderes e as consequências que adviriam deles caso não tivessem sido contidos energicamente e repudiados pela maioria da sociedade brasileira, além da minuta encontrada em sua casa para um golpe contra o resultado das eleições urdido desde o início por Jair Bolsonaro, é o fato dele ter deixado o celular em Miami. Agora já deve ter sido destruído e as conversas comprometedoras, apagadas.

Jane Araújo

janeandrade48@gmail.com

Brasília

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TROCA DE DÍVIDAS

A sugestão do presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, para que empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato paguem suas dívidas e acordos com a execução de obras públicas é apoiada pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Dantas em um passado recente fez propostas de sanções mais duras às empreiteiras. Minha dúvida é, se ao apoiar esta proposta o PT quer se redimir frente às empreiteiras e seus acordos, e o atual presidente do TCU, ao propor as trocas de dívidas das empreiteiras, um forte candidato ao STF.

Tania Tavares

taniatma@hotmail.com

São Paulo

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PACOTE PÍFIO DE HADDAD

Depois de tanta expectativa, esse pacote econômico apresentado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não convence o mercado, é pífio. E que dificilmente vai, como planeja, transformar o rombo de R$ 231,55 bilhões, para um superávit de R$ 11,13 bilhões, em 2023. Ao mesmo tempo em que apresenta esse plano, o próprio Haddad não acredita na sua viabilidade, já que confia que fecharemos o ano com um rombo de R$ 90 bi e R$ 100 bi. Por que falar em um superávit de R$ 11,13 bi? Na realidade, o palpável neste plano é: se o governo decidir pela volta do imposto sobre combustíveis, pode arrecadar R$ 28 bi, já a tributação do PIS/Cofins sobre o custo do ICMS, referente aos bens e serviços, pode proporcionar outros R$ 30 bilhões. É de sucesso duvidoso arrecadar R$ 25 bilhões, com redução no valor de contratos com fornecedores, e mais R$ 50 bilhões, com a renegociação de dívidas tributárias na pessoa física e jurídica, etc. O melhor que Haddad poderia fazer seria reconhecer que a situação fiscal está debilitada, e que, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Estouro, aprovada totalizando R$ 168 bilhões, com exceção dos R$ 70 bi, para o Bolsa Família, foi um erro imperdoável, já que vai aprofundar as incertezas num ano em que até se prevê recessão mundial. E não será com pretensas ações paliativas que o investidor vai acreditar que o equilíbrio fiscal será alcançado. Uma pena.

Paulo Panossian

paulopanossian@hotmail.com

São Carlos

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DECRETO DE ESTADO DE DEFESA

Anderson Torres, que já está preso por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, é um delegado de carreira da Polícia Federal e, mesmo com muita vivência, singelamente, disse que os documentos apreendidos em sua residência, onde constavam planos para alterar o resultado das eleições, seriam triturados no seu departamento, mas, estavam em sua casa- “ou o inverso”. Uma explicação nada convincente, nem mesmo uma criança acreditaria nessa história.

Júlio Roberto Ayres Brisola

jrobrisola@uol.com.br

São Paulo

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SINAIS ASSOCIÁVEIS AO MINISTRO

A ilustração do ministro Alexandre de Moraes, reproduzida por Kleber Sales (Estado, 15/1, A2), reúne sinais associáveis à duas entidades lendárias. Uma seria a que se lança sobre a presa e lhe subtrai a seiva, a aniquilar qualquer esboço de reação ou defesa. O outro seria alguém cujos atos se voltam, ocasionalmente, contra si mesmo. Tais referências remetem ainda a uma outra associação, relativa ao dito que “pau que bate em Chico, bate em Francisco.” Especialistas da área jurídica, aliás, tem alertado ao presidente Lula da Silva sobre futuras implicações a considerar, decorrentes do atual quadro de aparente simbiose entre o Governo Federal e a Corte Suprema.

Patricia Porto da Silva

portodasilva@terra.com.br

Rio de Janeiro

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A OBSESSÃO DO CHICOTE

O artigo A obsessão do chicote de J. R. Guzzo (Estado, 15/1, A9) é perfeito e oportuno. O PT e o Lula não conseguem olhar para a frente, querem esticar a corda até estourar. Digamos que é uma revanche contra a Lava Jato, que colocou Lula na cadeia, e agora querem trocar o presidiário Lula pelo presidiário Bolsonaro, usando para isso todos os meios, lícitos ou não. O ex-presidente deve ser investigado? Deve, mas não por Lula e o PT. Já basta o que aconteceu em Brasília, não vamos querer incendiar o resto do País. E é sempre bom lembrar que metade da população não votou em Lula e também que metade da população não confia no STF, como mostrou pesquisa recente. Cautela faria bem ao PT, Lula e ao STF. E o governo faria melhor se olhasse para a frente, com os incontáveis problemas que afligem o nosso país, e gastar energia numa agenda propositiva e não revanchista. Não é esquecer o 8 de janeiro, é virar a página.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

lgtsaraiva@gmail.com

Salvador

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AFASTAMENTO IBANEIS ROCHA

Advogados ligados à Lula consideram excesso do STF no afastamento do governador afastado do DF, Ibaneis Rocha. Tal medo é de que a lua de mel de Lula com o Judiciário acabe e os precedentes criados possam ser usados contra os interesses do governo. São sintomas de quem conhece a índole do ser humano. É o famoso ditado, um dia da caça, outro do caçador. A vingança vencendo a esperança.

Izabel Avallone

izabelavallone@gmail.com

São Paulo

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OPÇÕES DE VOTO

Se o ex-presidente Bolsonaro tivesse respeitado a Constituição, não afrontado a ciência e comprado vacinas no tempo certo, tivesse protegido o meio ambiente, cuidando das florestas e não deixado passar a boiada, e enfim, tivesse colocado gente competente para gerir ministérios e empresas públicas, e não, militares e amigos, na certa o povo brasileiro não iria votar em um ex-presidiário, que só saiu da cadeia para evitar que o País caísse em uma ditadura, coisa que já estava bem encaminhada. Mas Bolsonaro fez tudo ao contrário. Na verdade, não dá para esperar que um mal militar, político do baixo clero, totalmente despreparado e incompetente, se transforme em um estadista. É pedir demais. Essa foi a minha motivação, e da maioria do povo brasileiro, que então, escolheu o já testado Lula.

Abel Pires Rodrigues

abel@knn.com.br

Rio de Janeiro

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CARTÃO CORPORATIVO DE BOLSONARO

O ex-presidente Bolsonaro gastou, com comida, uma média de R$ 6.200 em cada final de semana durante o seu governo de quatro anos. Compreende-se agora o motivo de tantos brasileiros estarem fazendo orações por Bolsonaro: é que o pecado da gula é terrível. E, pior ainda, quando este pecado da gula é pago com o dinheiro alheio.

Marcelo Gomes Jorge Feres

marcelo.gomes.jorge.feres@gmail.com

Rio de Janeiro

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A DEMOCRACIA MILITANTE

Um primor o artigo A democracia militante, do professor de filosofia Denis Lerrer Rosenfield (Estado, 16/1, A5), sobre o abominável e ultrajante espetáculo de vandalismo perpetrado por extremistas bolsonaristas contra as sedes dos Três Poderes no fatídico domingo, 8 de janeiro, em Brasília. Diante do caos orquestrado pela turba, é preciso interromper a propagação dos discursos de ódio, a subversão da ordem e o incentivo à quebra da normalidade institucional e democrática. Como bem disse Rosenfield, “situações de exceção exigem medidas excepcionais.“ Cadeia neles, sem anistia.

J. S. Decol

decoljs@gmail.com

São Paulo

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REVISÃO DO TERMO TERRORISMO

Em entrevista ao Estadão (Tachar ataque a Poderes como terror é perigoso, 15/1, A10), o pesquisador Guilherme France apontou que o termo terrorismo não poderia ser usado para qualificar os atos de vandalismo que aconteceram em Brasília, pois a motivação foi político-ideológica e não por xenofobia ou discriminação. Por definição técnica, está correto e essa é a questão principal: as definições precisam ser revistas e aperfeiçoadas. Ninguém tenta dar golpe de Estado usando a delicadeza. Em 8 de janeiro, milhares de pessoas invadiram e destruíram o patrimônio dos prédios representativos dos Três Poderes visando perpetrar um golpe de Estado e o que não faltou foram cenas de violência e terror. É imperativo endurecer as leis. Isso não significa endurecer o regime. Ao contrário, leis duras são necessárias para sustentar a liberdade e a democracia.

Luciano Harary

lharary@hotmail.com

São Paulo

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BOLSONARISTAS REGISTRARAM TUDO

As impressionantes imagens do terrorismo em Brasília no dia 8 passado vão ficar na história do nosso País como flagrantes de terror por personagens enlouquecidos por ideologias que nem mesmo eles percebem que são envolvidos. As postagens que eles publicaram nas redes, se autoincriminando, são de uma patologia que somente especialistas na mente humana são capazes de diagnosticar. Tais patologias, aliadas às tecnologias virtuais atualmente existentes, vão facilitar os processos judiciais em andamento, no sentido de julgar e condenar tais tristes figuras. Poderá também facilitar a descoberta e julgamento dos mandantes e patrocinadores, estes sim os maiores responsáveis por tais loucuras.

José de Anchieta Nobre de Almeida

josenobredalmeida@gmail.com

Rio de Janeiro

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REVISÃO DA CARTA MAGNA

O fato do Brasil rever importantes cláusulas da sua Carta Magna -a “cidadã”- desde sua promulgação em 1988 até os dias atuais, dá margem a inferir que o documento foi redigido para atender anseios particulares de algumas classes, e não para servir como guia geral da sociedade. Daí, um detalhamento desnecessário e inadequado, travador do desenvolvimento, que precisa hoje ser retificado, implicando em perda de tempo, desgaste político e desperdício de dinheiro, pois o Parlamento no qual tais modificações são debatidas é um dos mais caros do mundo. Como, porém, existe alta probabilidade que o espírito do texto permaneça inalterado, é lícito esperar que, num período semelhante, no futuro, ou seja, uns 30 anos, haja necessidade de mudanças e novas formulações. Desalentador.

Paulo Roberto Gotaç

pgotac@gmail.com

Rio de Janeiro

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INDÚSTRIA BRASILEIRA

Em relação ao artigo Salvar a indústria é fazer escolhas (Estado, 15/1, B2), gostaria de comentar que o declínio do setor industrial brasileiro só tende a continuar, pois pouco se pode esperar desse novo governo em termos de compreensão da nova realidade mundial do setor, com a consequente implementação de políticas consistentes para enfrentar essa realidade. Provavelmente será muito mais fácil para o novo governo atender demandas de setores politicamente organizados, do que implementar uma política industrial internacionalmente competitiva, sendo o que o País realmente precisa. Dessa forma, só nos resta assistir, impotentes, a uma indústria nacional cara e cada vez menos relevante, com raras exceções. Sem falar no perigo de se criar, em certos setores, verdadeiras ‘zumbilândias’ industriais, totalmente dependentes do governo federal para se manterem funcionando, custeadas por subsídios, protecionismo, isenções, crédito fácil, exigência de conteúdo nacional, com os consumidores brasileiros mantidos numa triste situação de sempre ter que pagar mais por produtos industriais ‘made in Brazil’ em relação ao que ocorre no resto do mundo.

Fernando T. H. F. Machado

fthfmachado@hotmail.com

São Paulo