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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Por Fórum dos Leitores
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Política externa

O Brasil e o ataque do Irã

O Brasil vem se comportando de forma vil e desonesta em tudo o que diz respeito à política externa. O alinhamento automático com ditaduras terroristas – tal como o Irã – vai cavando imenso fosso a separar-nos do mundo desenvolvido e nos colocando lado a lado com Venezuela, Cuba, Nicarágua, Rússia e outros que desdenham da liberdade. Meus cumprimentos pelo excelente editorial de 17/4 (O papelão do Itamaraty lulopetista), que tocou de forma clara e contundente na questão. Oxalá sirva para uma necessária guinada em nossa política externa.

Marcos L. Susskind

Holon, Israel

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Mudança de tom

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, só condenou o ataque do Irã a Israel após ser criticado. Parece o cara que pisa no pé de propósito e, depois, pede desculpas. Não enganam mais.

Tania Tavares

São Paulo

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Congresso Nacional

Davi Alcolumbre

Sobre o artigo de Vera Rosa O recado de Alcolumbre ao STF (Estadão, 17/4, A7), não é este o cidadão que já foi presidente do Senado e também se envolveu com denúncias de prática de rachadinha? Ex-funcionárias do senador relataram essa prática em seu gabinete, e o que aconteceu? Nada, absolutamente nada. E ele ainda pretende ser candidato à presidência do Senado em 2025, com grandes chances de vitória. Isso é uma vergonha, como diz Boris Casoy.

Károly J. Gombert

Campinas

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Recado ao STF

O Brasil talvez seja o único país do mundo onde um “favorito” para assumir, por escolha de seus pares, uma presidência de cargo importante do Poder Legislativo, formula recomendações ou advertências antes de ser eleito ou indicado. O nobre senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que já presidiu a Casa Alta entre 2019 e 2021, considerado favorito para ocupar o mesmo comando a partir de 2025, aconselhou os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) a darem “um passo atrás”, o que quer que isso signifique, em relação ao clima de atrito que se estabeleceu entre o Congresso e o STF. Isso, segundo o parlamentar, para que não se chegue a um inédito processo de impeachment contra um dos magistrados. Trata-se de uma perspectiva possível de acontecer diante dos rumos aleatórios às vezes observados no plenário do STF, embora uma opinião emitida com um ano de antecedência por um possível candidato a liderar o Senado tenha todas as características de campanha eleitoral indevida. Muita calma nesta hora.

Paulo Roberto Gotaç

Rio de Janeiro

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PEC das Drogas

No Senado

Contra STF, PEC que pune porte de droga é aprovada no Senado (Estadão, 17/4, A15). Tristeza e indignação ao saber da aprovação de projeto que pune a posse e o porte de qualquer quantidade de drogas. Na contramão do resto do mundo, o Brasil pune o usuário, em vez de cuidar do problema com políticas públicas eficazes. E, como se não bastasse, a emenda que prevê que caberá ao policial distinguir entre usuário e traficante só pode ser um escárnio. Como se nossa polícia estivesse preparada para isso, e não fosse considerada uma das mais violentas do mundo. Os meninos brancos de boa família serão considerados usuários e liberados com pedidos de desculpa. Quanto aos demais... sim, têm enorme chance de serem enquadrados como traficantes. Reforço aos senhores parlamentares que só querem se confrontar com o STF, e não pensar e trabalhar pelo Brasil (é por isso que estão lá): droga é problema de política pública, e não de polícia.

Cristina Cardoso

Carapicuíba

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Fim da Linha

E os tribunais de contas?

Em São Paulo existe o Tribunal de Contas do Município de São Paulo e, para os demais municípios do Estado, o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo – para falar apenas de SP. Diante das operações policiais contra fraudes em licitações para beneficiar o crime organizado, onde estavam aqueles tribunais de contas? Não são eles que enchem as prefeituras de burocracia para preencher relatórios eletrônicos sobre contratações, entre outras coisas? Ora, ora, ora, será que o inferno burocrático dos tribunais de contas é mera justificativa para os polpudos salários de seus conselheiros e servidores de alta estirpe?

Franz Josef Hildinger

Praia Grande

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

PEC DAS DROGAS

O Senado Federal tomou uma decisão de birra contra o Supremo Tribunal Federal (STF), que atingirá avassaladoramente o funcionamento da vida dos cidadãos brasileiros. Ao tornar crime toda e qualquer posse de droga, o sistema prisional brasileiro (que já é caótico) não suportará o ingresso de uma multidão de pessoas que as usam. O mundo caminha em direção contrária. As soluções para o problema não passam pela simples prisão. Que o nosso povo reaja, pressionando o Congresso Nacional a rever essa decisão absurda.

Celio Cruz

Recife (PE)

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DECISÃO DO SENADO

Imagine se alguém resolver proibir o consumo de bebidas alcoólicas e colocar a polícia na rua para prender todo mundo que estiver tomando uma cerveja? Essa proibição iria causar o colapso do sistema judiciário com milhões de processos. Não haveria cadeia para todos, a indústria de bebidas iria para a ilegalidade e não pagaria mais impostos, a qualidade das bebidas iria despencar, pessoas iriam matar e morrer para conseguir consumir álcool. Com as outras drogas não é diferente. A proibição nunca funcionou, empurra todo mundo para a ilegalidade, a qualidade das drogas é péssima mas as pessoas continuam usando no mundo inteiro. Muito mais inteligente seria legalizar tudo, impor padrão farmacêutico de qualidade para as drogas e cobrar impostos altos. O mundo perdeu a guerra contra as drogas, essa derrota precisa ser reconhecida. É preciso encontrar outras maneiras de lidar com a realidade dos fatos.

Mário Barilá Filho

São Paulo

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RETRATO DO BRASIL

A atual composição do Congresso Nacional, tanto de senadores quanto de deputados federais, é o retrato do atraso propiciado pela influência maléfica de Jair Bolsonaro, seus aliados fardados e pastores evangélicos nas últimas eleições. Apesar do estrago causado no 8 de janeiro, os prédios foram recuperados, mas o ambiente jamais será o mesmo. O nazifascismo de linha ultradireitista que cresce em todos os continentes também se reflete abaixo da linha do Equador. Javier Milei, presidente da Argentina, e o resistente e atrasado Nicolás Maduro, da Venezuela, além do narcotráfico que tomou conta do Equador e de grandes territórios e capitais brasileiras, vão minando a democracia como um câncer que se alastra sem possibilidade de contenção. A última dos senadores, criminalizando o portador de qualquer quantidade de droga, vai ajudar a superlotar os presídios, onde as facções atuam para formação da criminalidade. É ou não uma aliança explosiva de suas excelências para tornar o Brasil um território atrasado e perigosíssimo para se viver?

Jane Araujo

São Paulo

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COMBATE À CORRUPÇÃO

Compete ao Legislativo criar leis ou reforçar as existentes. Precisa endurecer, acabar com a impunidade. Do jeito que está é incentivo à criminalidade, ou seja, o crime compensa. Para atingir tolerância zero ou próxima de zero, é necessário punir rigorosamente todos os deslizes, por menor que seja, além de cumprir integralmente o tempo da condenação. Corrupção, se praticada por funcionário público, em todos os níveis dos Três Poderes (Executivo, Judiciário e Legislativo), é demissão sumária, pena dobrada e confisco de todos os seus bens. Impedir que repita o que sucedeu, após a Operação Lava Jato.

Humberto Schuwartz Soares

Vila Velha (ES)

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MINISTRA OFICIOSA

Conforme entrevista à BBC, a primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, disse sem meias palavras ser articuladora do governo, que trata de política pública. “[Lula] me dá total autonomia para eu fazer o que faço”. Como se sabe, ela já declarou querer ressignificar o papel de primeira-dama, estereotipado em organizar apenas chás de caridade. No entanto, por não ter cargo nem mandato concedido pelos eleitores nem pela legislação, deveria saber separar o papel decorativo do excesso de ativismo, contendo sua investida em tomar parte dos assuntos governamentais para os quais não foi chamada, a não ser por seu único eleitor, seu marido, o presidente Lula da Silva. Depois de Isabelita Perón, na Argentina, e de Michelle Obama, nos Estados Unidos, o governo tem instalado no 3.º andar do Palácio do Planalto a auto-eleita e proclamada co-presidenta Janja da Silva. Pobre Brasil.

J. S. Decol

São Paulo

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PRIMEIRAS-DAMAS

Como mulher e curiosa, acompanho, dentro do possível, as movimentações das primeiras-damas do País. Muitas dotadas de muita cultura, inteligentes, parceiras e bonitas, como Ruth Cardoso, Marcela Temer e Michelle Bolsonaro. Outras são fúteis e inúteis, tais como Marisa Letícia Lula da Silva e a atual Janja Lula da Silva, sendo essa última um desastre. Muito feia e cafona. Deslumbrada, parece sem limites na sua mediocridade. É lamentável uma primeira-dama ser conhecida por alcunhas, que longe de parecer carinhoso, soa mais como deboche. As mídias documentam tudo. Só passamos vergonha, interna e externamente.

Iria de Sá Dodde

Rio de Janeiro

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MEGA ACUMULADA

Se a Mega-Sena está acumulada com prêmio de R$ 72 milhões é porque, provavelmente, o contador de Lula e sua esposa não tem jogado.

Carlos Gaspar

São Paulo

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NOTA DO ITAMARATY

Sobre o editorial O papelão do Itamaraty lulopetista (Estadão, A3, 17/4), não é a diplomacia que tem má-fé, e nem os responsáveis pela política externa brasileira são rematados ineptos. Apaixonado por ditaduras comunistas, particularmente as que praticam terrorismo, Lula reivindica exclusivamente para si falas, procedimentos e omissões, e continua envergonhando o Brasil perante a opinião pública mundial. Julgando-se inteligente e o dono da verdade, o anão diplomático é o rematado inepto-mor do País, dono de má-fé e virtudes que não aceita dividir com ninguém.

Maurílio Polizello Junior

Ribeirão Preto

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RELAÇÕES EXTERNAS

Sobre o editorial do Estadão O papelão do Itamaraty lulopetista (A3, 17/4), que critica a pífia nota emitida pelo Brasil sobre o ataque do Irã a Israel, chama atenção a explicação – no dia seguinte – do embaixador-estepe (o verdadeiro é o sr. Celso Amorim), sr. Mauro Vieira, ao dizer: “não tínhamos claro a extensão ou o alcance das medidas”. Não sei em que país vive o sr. Vieira. Certamente não é o Brasil porque naquela mesma noite acompanhei pela TV, ao vivo e em cores, os mísseis chegando ao território israelense e sendo abatidos, um a um, pelo Domo de Ferro, com a ajuda providencial de outros países, como Estados Unidos, França, Alemanha e alguns países árabes. O cinismo do Itamaraty não é por acaso, afinal, desde que o lulopetismo se instalou de volta no comando do País, seu sonho de consumo é transformar o Brasil num Irã, numa China (o pior da China), na Rússia de Vladimir Putin, numa Venezuela ou na Cuba do saudoso amigo Fidel Castro. Para azar do lulopetismo, ainda existem brasileiros que se opõem a isso e uma imprensa livre e atenta que zela pela verdadeira democracia, não aquela democracia relativa de Lula e seus fiéis seguidores.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador (BA)

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REAÇÃO DE ISRAEL

Poucas semanas após o fatídico e covarde assassinato de 1.400 civis israelenses por parte do Hamas, manifestações antissemitas, respaldadas por vários governos, inclusive do Brasil, se multiplicaram mundo afora e conseguiram inverter o ônus da responsabilidade, transformando Israel em grande algoz pelos excessos cometidos no combate aos terroristas. Antes que alguém pense em fazer o mesmo, após o Irã lançar drones e mísseis contra o território israelense, nunca é demais lembrar: o Irã é governado por uma teocracia xiita autoritária que prende dissidentes e opositores, enforca homossexuais, considera mulheres seres de segunda linha e financia grupos terroristas que têm como objetivo perpetrar atentados contra alvos judeus e americanos. A propósito, a justiça Argentina, após anos de investigações, finalmente responsabilizou o Irã pelo atentado contra a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), em 1994, que matou 85 pessoas em Buenos Aires. A república dos aiatolás, tal qual o Hamas, não é flor que se cheire.

Luciano Harary

São Paulo

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ATAQUE EM ISRAEL

A perigosa brincadeira do Irã de utilizar de grupos insurgentes contra Israel acabou e a conta pelos crimes praticados pelo terror está chegando. Fracassos podem ser fatais para ditaduras. Tomemos o exemplo da Guerra das Malvinas. A guerra foi um desastre militar para a Argentina, que perdeu o conflito para o Reino Unido. Essa derrota foi um fator importante para a queda da junta militar argentina, enfraquecendo o já exíguo apoio popular e contribuindo para a sua queda. Atualmente, 75% dos iranianos gostariam de uma mudança de regime. Os aiatolás só não caem porque dominam sua população com mão de ferro. De forma certamente mais abusiva do que outrora fez o Xá. O mega ataque iraniano a Israel com mais de trezentos lançamentos e 16 toneladas de explosivos foi um fracasso retumbante. Menos de 1% dos mísseis enviados explodiram em território israelense, causando apenas prejuízos leves. Em breve teremos a resposta israelense que, a princípio, não será algo pró-forma. Se o malogro ficar escancaradamente evidente, existe uma possibilidade não remota de que Lula tenha de abrir as nossas portas para acolher seus amigos iranianos em fuga.

Jorge Alberto Nurkin

São Paulo

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INVASÃO NO EQUADOR

O Equador, onde tenho bons amigos, está tomado pelo crime organizado e pela corrupção dos ex-governantes e alguns atuais. Os não corruptos e algumas autoridades, em uma verdadeira cruzada, infelizmente atravessaram a linha do tolerável e invadiram a embaixada do México para sequestrar um ex-governante equatoriano, condenado por corrupção, no qual o México, de forma humanitária, o mantinha protegido em sua embaixada no Equador. Mas a invasão é inadmissível. O que ninguém nota é a estranha ordem do ditador Nicolás Maduro. Ele ordenou que a embaixada da Venezuela no Equador não mais existisse e seus diplomatas se retirassem. Algo que demonstra indignação? Claro que não. Como o governo do ditador Maduro é comandado por corruptos e narcotraficantes, ele naturalmente teme que o Equador faça o mesmo com seus parças. Ninguém observou isso? O Brasil continua em silêncio diante de atitudes do irmão Maduro, que ameaça tanto a Guiana como a paz no continente sul-americano.

Jose Rubens de Macedo Soares Sobrinho

São Paulo

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TRAGÉDIA DAS CRIANÇAS

No editorial de hoje, intitulado A tragédia das crianças pobres (Estadão, A3, 17/4), segundo o IBGE, metade das nossas crianças convive com a pobreza, o que representa uma nuvem negra colorindo ou tisnando o nosso futuro. Eis que, ao continuar o status de pobreza referido, as nossas crianças terão poucas oportunidades de alavancarem seus desejos de progresso em meio à concorrência profissional nacional. Os governos federal, estadual e municipal precisam gerir novas políticas públicas para sanar essa falha no contexto da Nação. Caso contrário, o Brasil continuará, ainda por muitos e muitos anos, a ser o país do futuro.

José Carlos de Carvalho Carneiro

Rio Claro

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CADÁVER NO BANCO

A inacreditável postura de uma mulher, que levou um cadáver a um banco no Rio de Janeiro para sacar empréstimo, é uma situação inimaginável na história da criminalidade humana. Além de uma ignorância sem limite, a criminosa é de uma falta de inteligência absoluta, o que a levou a ser presa por essa impressionante forma criminosa de agir.

José de Anchieta Nobre de Almeida

Rio de Janeiro

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TENTATIVA DE SACAR EMPRÉSTIMO

Meu avô dizia: “nesse mundo tem gente para tudo e ainda sobra para mascar fumo”. Vou reformular a frase: “nesse mundo tem gente para tudo e ainda sobra para fazer assinar o defunto”. A cena filmada em um banco é insólita e macabra, meu avô iria acatar a minha frase.

Roberto Solano

Rio de Janeiro

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ASSALTO EM SÃO PAULO

Todos os dias os paulistanos são vítimas de roubos, assaltos e agressões. Quando a vítima é alguém famoso, parece que a coisa é mais grave. Não é. Anônimos e famosos têm o mesmo valor, o mesmo pavor e o mesmo direito à segurança e ao sossego. No caso da jornalista Silvia Poppovic, o que vale é a sua voz denunciando o caso, que tem mais peso do que a minha, desconhecida, mas do mesmo modo amedrontada e acuada. Com a palavra, o prefeito e o governador.

Elisabeth Migliavacca

São Paulo