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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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10 min de leitura

Oriente Médio

Guerra em Gaza

Israel mata líder do Hamas mentor de atentado e projeta mais guerra (Estadão, 18/10). Guerras são sempre alimentadas por egocentrismos autocráticos. Com Netanyahu não é diferente. Após eliminar Yahya Sinwar, o primeiro-ministro reforça sua intenção de seguir com o conflito até que os israelenses sequestrados sejam libertados. Se a lógica da nutrição bélica estiver certa, ainda que o Hamas liberte todos os reféns, a guerra persistirá. Enquanto as batalhas forem se revelando favoráveis à imagem dos pseudoatributos heroicos do líder, a megalomania de Bibi continuará a esbravejar não à paz.

Luís Fabiano dos S. Barbosa

Bauru

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Temporais em SP

Fim de semana

A previsão de tempestades até domingo pode estragar o fim de semana do cidadão paulista, que não aguenta mais a Enel. Esgotaram-se os prejuízos e a nossa paciência com a falta de luz.

Silvio Olivo

São Paulo

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Corte de árvores

A Enel vem sendo apontada como única responsável pela falta de energia elétrica em São Paulo após o temporal que recentemente provocou a queda de árvores sobre a rede pública. Durante anos testemunhei o corte indiscriminado de árvores em Higienópolis, sem nenhum critério técnico das empresas terceirizada pela Prefeitura de São Paulo. Com frequência, contestei o serviço e cobrei a presença obrigatória de engenheiro agrônomo ou florestal, sem sucesso. Assim, a poda prosseguia, com o corte indiscriminado elevando o centro de gravidade e prejudicando o equilíbrio natural das árvores, que mais parecem postes com os troncos pelados e uma minúscula copa no topo. Após completar a carroceria do caminhão com os restos das podas – o que normalmente ocorria por volta do meio-dia –, a equipe se retirava para descarregar e receber pelo serviço, retornando no dia seguinte para continuar a sanha destruidora.

Frederico Fontoura Leinz

São Paulo

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Parque da Água Branca

Deterioração

Quando uma empresa privada assumiu a administração do Parque da Água Branca, há cerca de dois anos, fiquei satisfeito, pois ele precisava muito de investimento. Desde então, tenho visto poucas mudanças, além da substituição de alguns quadros de avisos. Áreas de leitura na Praça de Leitura foram fechadas. As mesas e cadeiras onde as famílias faziam piqueniques foram removidas e os únicos lugares para sentar são desconfortáveis bancos de madeira e concreto. A trilha natural está fechada, a Casa do Caboclo está literalmente caindo aos pedaços, a pérgula está em mau estado e pouco convidativa e vários prédios estão vazios. Eu me pergunto se um parque numa área mais nobre, como o Ibirapuera ou o Parque do Povo, teria permissão para se deteriorar de forma tão vergonhosa.

John Fitzpatrick

São Paulo

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Música

Grandes Paulos

São Paulo recebeu nesta semana dois gigantes da música moderna: Paul Lewis e Paul McCartney. Quem assistiu ao pianista britânico tocando as sublimes sonatas de Schubert e o Concerto nº 1 de Brahms com a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) não esquecerá jamais. Já os inúmeros fãs do ex-Beatle foram presenteados com suas canções mais favoritas debaixo de uma lua cheia de tirar o fôlego e fazer esquecer momentaneamente as recentes tempestades e infortúnios da natureza inclemente. Viva Britânia! Uma curiosidade: o nome Paulo, do latim, significa pessoa de estatura baixa e humilde. Quem diria!

John Ferençz McNaughton

São Paulo

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12 de outubro

‘A romaria e a treva’

A propósito do artigo do jornalista Eugênio Bucci (Estadão, 17/10, A5), os peregrinos a caminho de Aparecida vão em busca de esperança, de um milagre que faça com que seus problemas de saúde, financeiros, a falta de emprego e a miséria cessem. Eles não estão indo para a Flip ouvir palestras literárias, coisa para pessoas mais intelectualizadas. Os peregrinos que andam descalços ou de joelhos não estão fugindo da pós-modernidade ou de si mesmos. Vão em busca do sentimento de que existe Alguém que olha por eles e que os protegerá das infelicidades e misérias da vida, em busca de um Pai ou uma Mãe que lhes dê segurança.

Marcia Penteriche Menucelli

São Bernardo do Campo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

ADMIRÁVEL MUNDO VELHO

O Brasil vem experimentando crescimento pífio ao longo das últimas duas décadas e meia. Mantém um parlamento que, de ano para ano, mostra sinais gradativamente mais claros de deterioração moral e de ausência de interesse público. Conta com uma Corte suprema – órgão mais importante de um Poder Judiciário gastador e lento – que, às vezes, escorrega na sua missão de guardar a Constituição, embora se considere dona de uma espécie de cátedra pronta a ditar regras ao incivilizado país. Vive uma atmosfera de crescente violência – com espaço cada vez maior ao crime organizado – que tira do cidadão o direito de ir e vir. A educação pública é pessimamente avaliada por entidades internacionais, passando a desagradável sensação de aumento de analfabetismo funcional entre a juventude. Não investe o que deveria em saúde pública, o que resulta, entre outras consequências, numa carência vergonhosa de saneamento básico e em assistência médica pública irregular. Como corolário de tudo isso e de muitas outras mazelas, exibe desigualdade renitente até em comparação com países do terceiro mundo, com economias quantitativamente menores. É ou não a lamentável fotografia de um Admirável Mundo Velho?

Paulo Roberto Gotaç

Rio de Janeiro

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GESTÃO LULA

Dicas para o presidente gastão: eliminar ministérios de amigos, acabar com cabides de empregos, reduzir viagens e gastos desnecessários com a primeira-dama e comitivas, diminuir o tamanho dos Estados com todos governadores, cobrar a redução da corrupção e mordomias em órgãos públicos, adequar cobrança de impostos e taxas a nível mundial, priorizar o dinheiro arrecadado para saúde, educação e segurança e principalmente, discursar menos como super herói e trabalhar mais como um presidente de todos os brasileiros. E, se possível, não faça campanha todo dia para sua reeleição e esqueça da picanha para os mais pobres.

Carlos Gaspar

São Paulo

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POPULISMO DE LULA

Essa história do presidente Lula ressuscitar a promessa que fez na última eleição presidencial de ampliar a faixa de isenção do Imposto de Renda, Pessoa Física, para R$ 5 mil não tem amparo na realidade, conforme editorial Populismo de Lula para a classe média (Estadão, 15/10, A3). Ou está com amnésia, ou acha que o Brasil todo está sofrendo desse mal, inclusive, os que sacramentaram o voto ao seu favor. Deveria ler a fábula de Esopo, O menino e o Lobo, em que um pequeno pastor de ovelhas, depois de tantas mentiras sobre o ataque de um lobo ao rebanho sob seus cuidados, quando disse a verdade não foi ouvido, e acabou sendo devorado pelo animal. A quem possa interessar: “depois da primeira mentira, toda verdade vira dúvida”.

Sérgio Dafré

Jundiaí

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CRÍTICAS AO BANCO CENTRAL

É constrangedor observar que as críticas do presidente Lula ao Banco Central cessaram após Gabriel Galípolo, o menino de ouro e seu indicado a presidente do BC, ter se alinhado a Roberto Campos Neto e votado a favor da elevação dos juros da taxa Selic na última reunião do Copom. Decerto Lula agora passou a entender um pouco de economia e viu que a atual gestão de política monetária é séria e pautada por critérios técnicos. Esse alinhamento obriga Lula da Silva a fazer um pedido público de desculpas a Campos Netos pelas grosserias e leviandades de suas acusações. Graças à autonomia do Banco Central e à firmeza de seu presidente, que não se curvou às pressões sofridas, evitou-se um mal maior que é o aumento de inflação. Em vez de criticar, Lula deveria agradecer Campos Neto por ele ter votado de acordo com suas convicções e com base em análises econômicas e não em consonância com os desejos do Planalto.

Deri Lemos Maia

Araçatuba

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PEÇA OBSOLETA

Em relação ao editorial A senilidade lulopetista (Estadão, 18/10, A3), gostaria de tecer os seguintes comentários: em termos de ideias concretas para administrar eficientemente e desenvolver o Brasil no século XXI, esse (des)governo pode ser comparado a uma peça velha que foi reutilizada apenas numa situação de emergência para evitar a continuação dos desmandos da administração anterior. Tendo cumprido sua função primária, pouco ou nada se pode esperar em termos de novos usos, tendo em vista a sua comprovada obsolescência. Exemplos disso são o elogio e defesa de ditadores como o da Venezuela, o atendimento a interesses de lobbies diversos e, pasmem, o envio de projetos de lei ao Congresso criando novas estatais, além da tentativa constante de mudança das já frouxas regras de equilíbrio fiscal. Sempre para poder gastar mais e mais, como se não houvesse amanhã e o dinheiro dos contribuintes fosse um maná do céu. Agora fala-se na Brasília isolada e protegida da realidade até em ajudar, com bilhões de reais, companhia aérea que preferiu pedir concordada nos Estados Unidos e não no Brasil, beneficiando os investidores americanos. E também num novo avião presidencial, como se estivéssemos num país nórdico que já não tem problemas gravíssimos de infraestrutura, educação e pobreza. Resta aos brasileiros indignados aguentar até 2026, quando essa peça obsoleta que essa administração federal atual representa finalmente será merecidamente trocada. Tristes trópicos.

Fernando T. H. F. Machado

São Paulo

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ECONOMIA DE ENERGIA

Como é que o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) fala em economia de energia para justificar a adoção do maldito horário de verão, no período em que o ar condicionado reina absoluto durante o dia todo, inclusive de madrugada? Seria só por incompetência ou tem gato nessa tuba?

Silvio de Barros Pinheiro

Santos

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AUSÊNCIA DE AÇÕES PREVENTIVAS

Durante 72 horas sem energia elétrica fiquei lembrando o ótimo trabalho preventivo que fazia a Eletropaulo, com suas equipes percorrendo a cidade, cortando galhos, podando e removendo árvores que representavam ameaça à rede elétrica. Há muito tempo que não vejo essa atividade sendo realizada por algum órgão. Será que isso é devido às Secretarias de Meio Ambiente, que, para elas, árvores, galhos e folhas são entes sagrados, como as vacas na India? Se conhecem tanto assim de árvores, por que não se dá essa responsabilidade de ação preventiva a essas secretarias?

Wilson Scarpelli

Cotia

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ÁRVORES NA CIDADE

Estou em pleno acordo com o sr. Mário Tadami Seo. Plantam árvores sem nenhum critério técnico, como podem notar nas reportagens, numa rua com passeios de um metro, sem critério, plantam árvores de rápido crescimento que no prazo curto chegam a atingir 30/40 cm, fechando as passagens até para pedestres. As árvores das cidades tem que ter acompanhamento, com podas constantes, mas com suportes técnicos para não causar estresse nas árvores e também plantar árvores como ipês, que demoram para crescer e que tem a particularidades de ter raízes profundas. O mal já vem há tempos, pois nunca presenciei podas de árvores da cidade em São Paulo. Nascido em São Paulo há 90 anos), também fui fruticultor e entendo das árvores.

Shinob Matsubayashi

São Paulo

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CONFLITOS

Durante uma guerra, o deliberado ato de vingança contra a pessoa que arquitetou um plano, que provocou milhares de mortes, é executado de maneira fria e calculista para responder a sentimento coletivo de luto pela perda de entes queridos e para atender a um clamor público, diante do país brutalmente atacado por forças estrangeiras. Durante a 2.ª Guerra Mundial (1939-1945), os Estados Unidos derrubaram o avião onde estava o almirante Yamamoto que perpetrou o ataque contra Pearl Harbour. Quase dez anos após os ataques de 11 de Setembro de 2001, o governo americano levou à cabo uma operação para matar Osama Bin Laden, que tinha idealizado o ataque contra as Torres Gêmeas em Nova York. Agora, em 2024, o governo israelense confirmou a morte de Yahya Sinwar, que planejou o ataque de 7 de outubro do ano passado e que levou à morte de mais 1.200 pessoas e o sequestro de cerca de 250 pessoas, sendo que ainda há cerca de 100 reféns em poder do Hamas na Faixa de Gaza.

Luiz Roberto da Costa Jr.

Campinas

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POSICIONAMENTO DO BRASIL

Israel anuncia que matou Yahya Sinwar, comandante do Hamas e mentor do atentado de 7 de outubro do ano passado. Sem dúvida, uma grande perda para a humanidade. Agora ficamos no aguardo da nota de pesar do Partido dos Trabalhadores, e se o governo irá enviar um representante, talvez o vice-presidente, para a cerimônia de despedida.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

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CONTINUIDADE ASSUSTADORA

A assustadora continuidade do conflito no Oriente Médio, com a morte do mentor dos atos terroristas de 7 de outubro, parece não ter fim. A humanidade terá oportunidade de vivenciar ou não uma paz na região. O que acontecer poder impactar não só a população local, como também as outras regiões, cujos efeitos não temos nenhuma condição de avaliar no momento.

José de Anchieta Nobre de Almeida

Rio de Janeiro

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PRÁTICAS RELIGIOSAS

Faço uma prece a Deus: que todos eles (israelenses e palestinos), num determinado momento, se interessar, estudem e coloquem em prática os ensinamentos de Jesus de Nazaré, notadamente o amor, o perdão, a compaixão e a misericórdia. Que assim seja.

Armando Bergo Neto

Campinas

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ORGULHO NACIONAL

Em meio a tanta ignorância e obtusidade na política brasileira, paramos para assistir, pela televisão, a um belo tributo à nossa estrela maior, dos palcos e das telas: Fernanda Montenegro. Ela disse: “Se atacam a cultura, o resto não vai funcionar. Sem cultura não há nação”. Fez 95 anos e é um orgulho nacional. Meus cumprimentos

Elisabeth Migliavacca

São Paulo

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CARLOS LACERDA

Guilherme Evelin faz uma boa resenha da obra de um personagem, cuja origem estava à margem da história, conforme matéria Livro-relíquia escrito por Carlos Lacerda em 1935 é reeditado (Estadão, 15/10, C1). O resgate desse livro de Carlos Lacerda mostra que as oscilações políticas de um indivíduo são inerentes à própria natureza humana, revelando os interesseiros que mudam de lado conforme as conveniências. Nada muito diferente do que acontece hoje, quando verificamos a trajetória dos que defenderam a redemocratização no final dos anos 1980 e migraram para um neofascismo criminoso.

Adilson Roberto Gonçalves

Campinas

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SITUAÇÃO INSUSTENTÁVEL

Gostaria de chamar a atenção da sociedade e das autoridades para uma situação insustentável que vem afetando os moradores da Rua Clementine Brenne, localizada no Jardim Morumbi, em São Paulo. Nossa rua é classificada como via local, situada dentro de uma Zona Estritamente Residencial (ZER), o que significa que ela deveria servir primariamente aos moradores, algumas escolas e serviços essenciais da comunidade. No entanto, de forma alarmante, a Clementine Brenne tem sido sobrecarregada com tráfego pesado de caminhões e ônibus, agravado durante eventos no Estádio do Morumbi. Isso transformou uma via tranquila em um ponto de caos, congestionamentos e deterioração da qualidade de vida. Ônibus de grandes dimensões e caminhões pesados têm utilizado nossa rua como rota de desvio para a Avenida Giovanni Gronchi e Avenida Morumbi, o que vai completamente contra a sua função de via local. Durante eventos no Estádio do Morumbi, a situação se agrava ainda mais, com um aumento desproporcional do fluxo de veículos, que se prolonga por horas. A cada grande evento, a Clementine Brenne se transforma em um verdadeiro pesadelo. Além da obstrução de tráfego, estamos sofrendo com o impacto da poluição sonora, que ultrapassa frequentemente os 80 decibéis, violando os limites máximos estabelecidos pelas normas brasileiras para áreas residenciais. A poluição ambiental, causada pelas emissões de gases dos veículos, e as vibrações constantes devido ao peso dos caminhões também afetam a estrutura das casas e a saúde dos moradores. Nosso apelo é simples: respeito pela comunidade que aqui vive. Pedimos que as autoridades revisem os desvios de trânsito e implementem medidas para limitar o tráfego de veículos pesados na rua, especialmente durante grandes eventos. Sabemos que existem outras vias mais adequadas para suportar esse fluxo intenso, sem prejudicar os moradores. A Rua Clementine Brenne é a casa de famílias, crianças que frequentam escolas e pessoas que precisam de tranquilidade e segurança para viver. Pedimos solidariedade de todos os que leem este jornal para que unam suas vozes às nossas e exijam uma solução justa. Estamos em contato com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), mas até o momento não obtivemos uma resposta satisfatória. Nosso pedido é que as leis sejam respeitadas e que possamos voltar a ter a tranquilidade que nos é de direito. Agradeço ao Estadão por permitir que nossa voz seja ouvida. Contamos com o apoio de todos.

Victor Matheus Caprera

São Paulo