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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Por Fórum dos Leitores
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Poderes

A República de Lira

Arthur Lira, desde 2021, quando assumiu a presidência da Câmara dos Deputados, age como um déspota e busca, não importa o método, o domínio orçamentário com emendas impositivas distribuídas entre seus aliados. Neste ano, seriam ao todo R$ 52 bilhões em emendas. Logo após os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), por unanimidade, referendarem a decisão do ministro Flávio Dino mantendo o bloqueio das emendas orçamentárias de deputados e senadores por falta de transparência, Lira, afrontando o princípio da harmonia entre os Poderes, enviou à Comissão de Constituição e Justiça duas Propostas de Emenda à Constituição que limitam o poder decisório daquela Corte. Este mandonismo de Lira está afetando profundamente a gestão executiva do País, por desenvolver um mecanismo de dominação da governança, do Parlamento e dos redutos eleitorais dos parlamentares beneficiados, prejudicando o princípio republicano da livre escolha na renovação de nossa representação na gestão do Estado, via eleições. Distante do interesse coletivo, essa é a República de Lira.

Honyldo Roberto Pereira Pinto

Ribeirão Preto

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A favor do Congresso

Alguém pode dizer a nossos dignos congressistas que o STF está trabalhando a favor deles? Que a recente decisão daquela Corte deverá dar a nosso digno Congresso mais credibilidade, maior seriedade na manipulação do dinheiro público e maior respeitabilidade aos atos de deputados e senadores – enfim, repor o nível de respeito hoje perdido pelas duas Casas Legislativas, cuja imagem diante dos cidadãos brasileiros é a pior possível? Ou estarão nossos dignos legisladores satisfeitos com a má fama que vêm granjeando dia após dia?

Ruy Carlos Silveira Crescenti

São Pedro

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Transparência e privilégios

Cumprimento o Estadão pelos dois editoriais de 17/8: Transparência é obrigação, não afronta e O paradoxo da energia barata e da conta cara. O primeiro realça a obstinação do Congresso em capitalizar nos bônus com as emendas que atendem prioritariamente seus currais eleitorais ou, ainda mais descaradamente, redutos familiares de parlamentares, sem qualquer compromisso com o ônus de cuidar das reais prioridades do País. O segundo chama a atenção para o descalabro da verdadeira farra – promovida pela parceria Executivo/Legislativo – dos crescentes subsídios a alguns grupos privilegiados, que democraticamente encarecem a conta de luz num país de energia barata e abundante.

Francisco E. Soares

Campinas

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Energia elétrica

Paradoxo

Se o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, assumisse, de fato, a liderança para identificar problemas e propor soluções para o paradoxo revelado pelo editorial O paradoxo da energia barata e da conta cara (Estadão, 17/8, A3), ele não precisaria voltar para casa, como disse, bastaria propor ao Congresso Nacional a solução: tirar de si ou de Brasília o problema e transferir aos Estados a faculdade de outorgar concessões, fixar tarifas, fiscalizar e regulamentar a prestação de serviços em sua área, como fazem há séculos com grande eficácia os Estados Unidos, onde, ao contrário, a energia é cara e a conta, barata. Com essa descentralização, apesar de um sistema todo interligado, como o brasileiro, naquele grande país não se pratica apenas um modelo setorial; são vários, cada um deles ajustado às necessidades locais. Mas o fundamental: seus órgãos regulamentadores são técnicos, independentes e distantes da influência de governantes e políticos. Daí a atratividade que exerce no meio do capital privado, apesar da conta barata. Também diferentemente do Brasil, onde só se interessam por este estratégico setor da nossa economia, por razões de Estado, as estatais estrangeiras.

Nilson Otávio de Oliveira

São Paulo

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Silvio Santos

1930-2024

Um minuto de silêncio em respeito ao falecimento de Silvio Santos, aos 93 anos. De longe, o maior comunicador da história da TV brasileira e um vitorioso no mundo dos negócios, que iniciou a vida profissional como um simples camelô no Rio de Janeiro até erguer um milionário grupo de empresas. Ao longo de nada menos que seis décadas, o domingo dos brasileiros consistia em missa, almoço em família, futebol e Silvio Santos na TV. Desde o seu afastamento da telinha, os domingos de milhões de brasileiros nunca mais foram os mesmos. Viva Silvio Santos!

J. S. Decol

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

ALEXANDRE DE MORAES

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) gostam muito da Europa e, para estar lá, participam rotineiramente de convescotes camuflados de congressos jurídicos, patrocinados por escritórios e empresas poderosas com interesses em ações que tramitam na Corte constitucional. Mesmo que o ministro Alexandre de Moraes não tenha em vista no momento nenhum desses convescotes, será didático e de crucial importância para ele ir à Europa por conta própria, sem demora, e visitar a Chapelle Expiatoire, em Paris, na França, onde estão os ossários de diversas figuras históricas guilhotinadas durante a Revolução Francesa, dentre elas Maximilien de Robespierre (1758-1794), artífice da fase do Terror e vítima da máquina de perseguição que ele mesmo concebeu contra seus adversários políticos. Que Moraes, renomado escritor do qual eu sou leitor, nessa sua visita à cidade luz, seja iluminado introjetando a percuciente reflexão do irlandês C. S. Lewis, teólogo e também escritor: “Se você está no caminho errado, voltar atrás significa progresso”.

Túllio Marco Soares Carvalho

Bauru

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JUDICIÁRIO

Num país em que o executivo é incapaz de atender as necessidades da Nação e o Legislativo age unicamente pelos interesses pessoais de seus representantes, só resta ao Judiciário atacar os grandes temas nacionais. O STF é o órgão confiável e sério do Brasil, que jamais teve os Três Poderes de uma democracia moderna atuando em sua necessária harmonia e plenitude para o bem do País.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

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COMENTÁRIO DE LULA

Depois de mandar o ministro do STF Flávio Dino, nomeado por ele, intimidar e provocar o Congresso com decisões contra emendas parlamentares, Lula tornou-se motivo de gracejos e boas gargalhadas no mundo inteiro ao propor novas eleições na Venezuela. Piada tosca e infantil, de extremo mau gosto que deslustra a chefia da Nação e, sobretudo, apequena a importância e o respeito do Itamaraty aos olhos do mundo. Se a infeliz intenção era para aclamar os ânimos, a fervura da panela explodiu a tampa de vez. Lula, com o prosaico Celso Amorim, que não desencarna nunca, jogaram no lixo o manual do necessário bom relacionamento com países vizinhos. Mesmo aqueles, como a Venezuela, dominados por ditadores.

Vicente Limongi Netto

Brasília

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AUTOEXPLICATIVO

Farinha do mesmo saco. Flávio Dino e Cármen Lúcia defendem posições tiranas de Alexandre de Moraes. Basta ler o início desta carta. Ele é autoexplicativo.

Paulo Henrique Coimbra de Oliveira

Rio de Janeiro

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EMENDAS IMPOSITIVAS

O presidente Lula disse que acha errado que “um deputado que passe o dia me xingando tenha o mesmo direito de outro a favor do governo”. Ele não é contra as emendas impositivas, só contra o critério de distribuição.

Vital Romaneli Penha

Jacareí

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PAÍS DO FUTURO

Pelo andar da carruagem, em quatro anos o PCC e CV estarão de fato governado este País. O Estado já perdeu essa batalha. Eles estão em tudo que se possa imaginar. Bandido no Brasil é tratado como um coitadinho que não teve oportunidade e se tornou alvo predileto dos grandes empreendimentos ilegais. Onde entram os políticos eleitos nesta história? Entram no oportunismo, covardia e leniência. Lula e Bolsonaro são tudo farinha do mesmo saco. Tem saída desta encruzilhada? Infelizmente não. A sentença já foi dada. País do futuro que nunca chegará

José Roberto Iglesias

São Paulo

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‘DEBATEBOCA’

A respeito do debate político em formato inovador entre os candidatos à prefeitura de São Paulo promovido pelo Estadão na quarta-feira passada, 14/8, em parceria com o portal Terra e a Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), cabe dizer que em vez de gerar mais luz e menos calor, mais pautas propositivas e menos provocativas, acabou sendo um debateboca vulgar e vazio de troca de acusações, golpes baixos e ataques pessoais de embrulhar o estômago do eleitor. Uma réplica do condenável debate da Band da semana passada que pouco acrescentou ao cenário político às vésperas das eleições de outubro, que definirão quem irá comandar a maior, mais rica e importante cidade do País. Pobre São Paulo.

J. S. Decol

São Paulo

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GOVERNO DE SP

É lamentável que analistas competentes sejam raros no oceano federal de governos do Brasil. Ao menos o governador Tarcísio de Freitas pode aplaudir seu assessoramento na excelência da privatização da Sabesp. Falta aplicar na resolutividade do SUS e na falta de fiscalização e eficiência, assim como nas faculdades públicas de medicina, na guerra contra o narcotráfico e na transformação das cracolândias; e superar a fragilidade pedagógica do magistério do ensino básico e profissionalizante em português, matemática e empreendedorismo cooperativo, micro ou pequeno, para médio e longo prazo. O Brasil do futuro tem esperança na inteligência natural e humanista da locomotiva que vira trem bala com Tarcísio e a juventude de São Paulo.

Natan Oliveira

São Paulo

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‘POSICIONAMENTO CLARO’

Lula está bastante confuso, sem saber o que dizer a respeito de Nicolás Maduro. Maduro é considerado um ditador pela maioria das pessoas um pouco mais esclarecidas em todo o planeta. Certamente o regime governamental da Venezuela não é uma democracia. O país está destruído e sua população está visivelmente descontente. Apesar da grande reserva de petróleo, a Venezuela tem um povo pobre, que necessita até de comida. No início de 2023, Lula recebeu Maduro em Brasília e fez pose para diversas fotografias abraçado ao tirano. O chefe de Estado do Brasil não pode fechar os olhos e fazer de conta que não tem nada de errado acontecendo em Caracas. Necessitamos de um pronunciamento claro e assertivo contra os despautérios das últimas eleições venezuelanas.

José Carlos Saraiva da Costa

Belo Horizonte

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‘PASSOU DOS LIMITES’

“Acho que a Venezuela vive um regime muito desagradável. Não acho que seja uma ditadura, é diferente de uma ditadura. É um governo com viés autoritário, mas não é uma ditadura como a gente conhece tantas ditaduras nesse mundo”. É o fundo do poço. Não dá para aceitar mais o sr. Luiz Inácio Lula da Silva como presidente da República Federativa do Brasil. Chega. Basta. Passou dos limites.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

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METAMORFOSE

“Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”. Lula da Silva constitui o exemplo mais pedagógico do ponto de vista que o saudoso Raul Seixas resumiu em sua famosa canção. Lá nos idos de 2007, ele próprio já havia admitido preferir ser uma metamorfose ambulante quando, várias vezes, adotou posicionamentos opostos como candidato e como governo. E a ocasião se apresenta hoje para ele confirmar mais uma vez a dicotomia ao mudar de opinião em relação à Venezuela, país sobre o qual afirmou, após encontros com o seu ditador no ano passado, que as eleições de lá seriam limpas e representativas da vontade popular. O que se viu, porém, foi um show de fraudes na apuração. Agora, de novo, se metamorfoseia e critica o companheiro, sugerindo até novo pleito, uma fantasia. Ao repertório de motes, deveria acrescentar o de que não se deve entrar num lugar de onde poucos saíram.

Paulo Roberto Gotaç

Rio de Janeiro

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POSICIONAMENTO DO BRASIL

É consenso mundial (com exceção de Vladimir Putin e Xi Jinping) que Nicolás Maduro, sob as mais diversas formas, trapaceou nas eleições de 28 de julho, mas, segundo os seus aliados da área militar e da Justiça, ele foi eleito com 51,2% dos votos. Lula da Silva, fiel escudeiro de Nicolás, ficou em cima do muro, querendo a divulgação das atas para aceitar a sua vitória eleitoral, mas como Nicolás não quer ou não tem como mostrar as atas, Lula, sob muita pressão, sugeriu libertar os mais de mil presos políticos sobreviventes do “banho de sangue” e, com a presença da comunidade internacional, realizar uma nova eleição ainda em 2024. Nicolás Maduro afirma ser vencedor e não aceita nova eleição.

Humberto Schuwartz Soares

Vila Velha (ES)

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‘MODA VENEZUELANA’

Se a moda venezuelana pega, proponho nova eleição para presidente agora, sem Lula.

Carlos Gaspar

São Paulo

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‘DUPLA ATRAPALHADA’

O presidente Lula, com sua astúcia e visão de estadista, demorou, mas, constrangido e envergonhado, resolveu aceitar que seu amigão Nicolás Maduro havia dado um passa moleque não só nos venezuelanos, mas também nele. Lá atrás, o demiurgo asseverou que a democracia na Venezuela era tão firme – como geleia – que lá haviam mais eleições do que no Brasil e, disse também, que cada um possui sua própria democracia. Afinal, é o que o mundo inteiro já percebeu sobre essa dupla atrapalhada. Imbecilidades à parte, os dois perturbados se merecem. É o que temos para hoje. Lamentável.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

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‘CAIRIA BEM’

Chavismo e oposição rejeitam ideia do Brasil de nova eleição na Venezuela (Estadão, 16/8, A13). Essa ideia poderia ser aplicada no Brasil, considerando todas as circunstâncias da nossa última eleição, onde Lula é um presidente sem povo, pela ausência do código fonte, ausência do voto impresso e pelas notícias atuais, corroboradas pelas evidências do assunto Alexandre de Moraes, motivo de muita insatisfação da nossa sociedade. Nova eleição cairia bem para corrigir os rumos do País, e também para lavar a alma do povo brasileiro.

Arcangelo Sforcin Filho

São Paulo