Equipe econômica
Governo se contradiz
Iniciaremos 2025 com novos prefeitos e vereadores eleitos ou reeleitos tomando posse. Atrelado às solenidades, teremos também um verdadeiro tsunami de desafios a serem enfrentados pelos gestores públicos locais, regionais e nacionais. Os problemas fiscais e orçamentários terão impacto direto na administração pública em todos os níveis de governo. A equipe econômica liderada por Fernando Haddad, em busca de sustentabilidade nas contas públicas, implementará uma série de medidas que farão com que governadores e prefeitos tenham de adequar seus orçamentos. Afinal, se a conta demora a fechar, dificilmente a fatura será transferida à elite do funcionalismo público. A população, como ocorre em todos os anos, é que arcará com essa conta. A contradição federal é uma regra, deixando de ser exceção há anos.
Willian Martins
Guararema
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Controle de gastos
O presidente Lula da Silva e o PT precisam entender que “ignorar a realidade dos fatos não os altera”. É preciso que eles ouçam, com urgência, os apelos do ministro Haddad, e adotem medidas eficazes para o controle de gastos do governo de maneira a evitar o crescimento incontrolado da dívida pública.
Adel Feres
Goiânia
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Fundamentos da economia
Oportuno o artigo de José Serra (Estadão, 26/12/2024, A4), pois esclarece que o PT e Lula III são useiros em interpretar a ciência econômica de forma distorcida da realidade. Precisam urgentemente aprender fundamentos da economia e a forma correta de aplicar os fundamentos na gestão. Porque distorcer a verdade também é outro deslize. E já chega por enquanto.
Silvio Olivo
São Paulo
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Futebol
Prisão de jogadoras
No editorial do Estadão intitulado Bastava o cartão vermelho (27/12/2024, A15), o jornal expressa seu ponto de vista a respeito da prisão de quatro jogadoras do River Plate por ofensas racistas dirigidas a atletas do Grêmio. O editorial, já a partir do título e no decorrer do texto, utiliza termos como “evidente exagero” e “suposta agressão de cunho racista”, para firmar posição de que a prisão foi “exagerada” e de que “o episódio obviamente deveria ter sido tratado como uma questão de indisciplina desportiva”. O texto continua na posição de que agressões no campo de futebol deveriam ser punidas sob a ótica do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, e não pelo Código Penal. A esse respeito, o ilustre advogado e professor Pierpaolo Cruz Bottini, em excelente artigo no mesmo jornal (Racismo e futebol, 29/12/2024, A5), manifestou seu entendimento em relação ao caso e, didaticamente, colocou os pingos nos “is”. Dentre seus argumentos, o professor pontua que “se a lei prevê expressamente uma punição criminal para a injúria em ambientes desportivos, não há espaço para sustentar o contrário, e defender que justamente nesses casos uma sanção menor seria suficiente”. “A arena esportiva não é espaço de impunidade. Racismo é crime, dentro ou fora do campo”, escreve ele. Ou seja, ofensas raciais são crimes, não importa se praticadas no campo de futebol, nas arquibancadas ou nas ruas. Minimizar a gravidade de tais crimes serve para ampliar a impunidade e criar uma cultura de banalização da injúria racial como sendo algo menor. De qualquer forma, resta parabenizar o Estadão por abrir suas páginas a opiniões contrárias, reafirmando sua tradição de oferecer a seus leitores a oportunidade de um debate democrático.
Luiz Loureiro
São José dos Campos
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Injúria racial
Cumprimento Pierpaolo Cruz Bottini pelo artigo Racismo e futebol, com o qual concordo. Foi uma oportunidade para esclarecer a natureza do crime de injúria racial. Lembremos que, historicamente, os acontecimentos dentro do campo e entre as torcidas foram tratados de forma distinta, evoluindo-se para o que se supõe ser a paz nos estádios. Também a sociedade mudou a forma de ver o esporte. O escritor Lima Barreto era contrário ao futebol, um século atrás, porque o via como elitista e excludente de negros, o que felizmente mudou, mas sem deixar para trás o racismo intrínseco de nossa sociedade.
Adilson Roberto Gonçalves
Campinas
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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br
GESTÃO LULA
No apagar das luzes de 2024, nenhuma imagem poderia representar melhor a situação econômica do Brasil na metade do terceiro mandato do presidente Lula da Silva do que a da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, cujo vão central ruiu no dia 22 de dezembro no rio que separa os Estados do Maranhão e Tocantins. O Brasil sob o governo lulopetista fechou o ano com a desvalorização do real em 27,3%, o dólar a R$6,18, a inflação em 4,72% e a taxa Selic em 12,25% ao ano. O governo que começou prometendo conter a gastança chega ao meio de sua jornada torrando cerca de US$ 30 bilhões dos cofres públicos para tentar conter em vão a disparada da moeda americana. Como se vê, a irrespon$abilidade fi$cal segue sendo praticada no dia a dia das incorretas decisões governamentais, e as perspectivas para 2025 são de céu encoberto de nuvens negras: inflação de 4,84%; taxa Selic a 14,25% em março; e crescimento do setor de serviços de 1,90%. Entre o início do governo Lula e o seu término, em 2026, há um vão central que ruiu neste 2024. Pobre Brasil.
J. S. Decol
São Paulo
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BOM SENSO
Qual seria a luz a iluminar o Brasil neste 2025? Acredito que a luz do bom senso. Então, que os Três Poderes encontrem, no bom senso, a convivência pacífica e profícua em nome do bem maior: o bem-estar do povo brasileito. Que o Ano Novo seja feliz.
Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva
Salvador
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FORÇAS ARMADAS
Fone em panetone levou Moraes a suspender visita (Estadão, 31/12, A8). Para mim e boa parte da população brasileira, as Forças Armadas representam uma grande decepção. Além de cruzarem os braços frente a um governo ilícito e ficarem de joelhos para uma Justiça arbitrária, agora demonstram burrice e infantilidade com o lamentável incidente do fone em caixa de panetone. Ao que tudo indica, nossas Forças Armadas, outrora motivo de orgulho, fariam uma péssima figura num conflito armado contra outro país.
Maurilio Polizello Junior
Ribeirão Preto
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NOVO ÁPICE
‘Ápice da Balbúrdia’. Será? (Estadão, 31/12, A8). Flávio Dino definiu para os R$ 50 bilhões das emendas parlamentares transparência e rastreabilidade. Eliane Cantanhêde perguntou em sua coluna no Estadão se o Ápice da Balbúrdia foram os 50 bilhões de 2024 ou vai piorar em 2025? O Brasil real sempre supera a mais delirante ficção e um novo ápice neste pandemônio não será surpresa em 2025.
Paulo Sergio Arisi
Porto Alegre
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DIGNO DE ELOGIOS
A firmeza com a que o ministro Flávio Dino tratou das emendas dos deputados é digna dos maiores elogios. Demonstrou com afinco que existe um limite para o desvio de dinheiro. Olhando para o currículo dele, vemos que a maior parte da sua vida profissional foi dedicada à política. Isso me faz pensar que, em algum momento, ele renunciará para concorrer ao cargo de presidente do Brasil. Da minha parte é mais do que bem-vindo. Está na hora de acabar com a polarização entre Lula e Bolsonaro com candidatos de alta qualidade.
Leonardo Sternberg
São Paulo
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REPÚBLICA FÉTIDA
A prática de parte do Orçamento do governo ser direcionada para os deputados indicarem a destinação, geralmente para sua base eleitoral, já tem alguns anos. O que que o Legislativo tem a ver com isso? Essa destinação, ou onde aplicar mais ou menos recursos é competência do Executivo. Afinal, é quem arrecada, inclusive, para sustentar o Legislativo, com todas as suas mordomias. Alguém já viu quanto custa um deputado federal ou um senador? Mas a prática existe vergonhosamente. Ou o Executivo atende ou não governa. Então vira um jogo de cartas marcadas, onde ganham sempre os mesmos. Essa República está podre, fétida.
Panayotis Poulis
Rio de Janeiro
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CORREIOS
Os Correios acusam um prejuízo de mais de R$ 2 bilhões, mas gastaram R$ 200 milhões de vale-peru e R$ 34 milhões de patrocínios totalmente dispensáveis. Mais alguém quer saber por que as estatais não são privatizadas?
Luiz Frid
São Paulo
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ROBERTO CAMPOS NETO
O economista Roberto Campos Neto encerra com muita competência seu mandato de seis anos como presidente do Banco Central. O primeiro a dirigir esse Banco guardião da nossa moeda com autonomia formal. Sensato e preparado para servir a Nação e valorizar esse honroso cargo, Campos teve que enfrentar turbulências na econômica mundial, como a pandemia da covid-19, a guerra insana da Rússia contra Ucrânia, e a de Israel na Faixa de Gaza. E, visionário, foi o primeiro presidente do BC, no mundo, a aumentar a taxa básica, já que previa turbulências na economia global. Se teve que enfrentar um presidente anarquista como Jair Bolsonaro, não menos lamentável foi digerir um presidente que lhe ofendia em público, como Lula, sem capacidade de valorizar filhos competentes desta nação. Que pena que Lula tenha se comportado como um péssimo aluno de Campos, já que não faltaram alertas do B, para que o presidente fosse austero com os recursos dos contribuintes e privilegiasse o equilíbrio fiscal. Oxalá, Gabriel Galípolo, que assume em janeiro a presidência do BC. Desejo um ótimo mandato. Siga, no mínimo, os passos de Campos e não dê ouvido a Lula, que certamente seguira retrógrado e baforando demagogia.
Paulo Panossian
São Carlos
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SAÍDA TEMPORÁRIA
Como se não bastasse a bandidagem que os brasileiros enfrentam diariamente, agora, essa trupe foi aumentada com mais de 35 mil condenados que estão livres, leves e soltos pelas ruas para interagir com a sociedade. Na verdade, se foram condenados pela Justiça, deveriam cumprir suas penas e se manterem atrás das grades. Afinal, tem condenados que mataram seus pais e são autorizados para sair no Dia dos Pais. Existem aqueles que mataram seus filhos e saem para comemorar o Dia das Crianças, e assim sucessivamente, até chegar ao grande objetivo que é a data natalina. Aliás, o Congresso Nacional fez a sua parte e derrubou o veto do presidente demiurgo que tinha intenção de deixar “Tudo como d’antes, no quartel de Abrantes”. Mesmo assim, há os elegíveis para a saída, que, mesmo no regime semiaberto, também estão causando na cidade. Alguma coisa tem que se ser revista nessa excrecência. Em suma, quem está preso deve continuar preso, pode ser?
Júlio Roberto Ayres Brisola
São Paulo
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EDUCAÇÃO
Como é possível, assim, de uma hora para a outra, a sra. Ana Maria Diniz, em coluna publicado no jornal Valor Econômico, achar que foi descoberta a mágica para as escolas? Desde quando em dois anos a educação de qualidade estará instalada nas salas de aula? Ainda que todos os professores quisessem, ainda que todos se tornassem os verdadeiros profissionais para as nossas crianças, só veríamos esse resultado em oito anos pelo menos. E ainda assim, nas séries iniciais. Diante de todo atraso educacional, nossos alunos estão sem aprender, porque eles não dispõem de professores qualificados para ensiná-los. Fato. Gostaria imensamente de estar tão animada quanto a empresária e conselheira do Todos pela Educação. Vou guardar seu artigo por pelo menos dois anos para voltar a conferir o desempenho dos nossos alunos, que espero estarão em ótimas mãos. Ainda que tenhamos saúde, atravessaremos muitas trevas. Difícil mudar alguma coisa sem investir no professor. Além de não saber ensinar, não há salário atraente a essa profissão que deveria ser a mais bem paga do País. Quem quer ser professor hoje em dia? Que em 2025, as pessoas despertem para ensinar todos, inclusive aqueles que foram abandonados pelo sistema, pois bem ou mal, nossa educação continua em marcha lenta e para melhorar precisa do componente vital para garantir a aprendizagem: o professor.
Izabel Avallone
São Paulo