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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Por Fórum dos Leitores
8 min de leitura

Vida em São Paulo

Alteração do Psiu

Preocupante o projeto que altera o Programa Silêncio Urbano (Psiu), retirando o limite de barulho em grandes shows na cidade (Estadão, 18/12, A20). Não sei se a necessidade de a música ser tocada cada vez mais alto seja para compensar a falta de qualidade dela. Morei um tempo próximo a um clube que alugava seu salão de festas, sem isolamento acústico, para pancadões. O maior problema era o uso de woofers e subwoofers. O som grave desses equipamentos torturantes se propaga pela estrutura dos imóveis, tornando inúteis janelas antirruído, por melhores que sejam. Infelizmente, não existe regulamentação para o uso desses equipamentos. O mais curioso é que tenho recebido propaganda de um dispositivo, similar a um aparelho auditivo, que tem a finalidade de reduzir o volume percebido pelo usuário em shows. Creio ser este um grave problema de saúde pública. Além de prejudicar a audição dos participantes dos shows, o alto volume prejudica a qualidade de vida de pessoas que vivem próximas aos locais dos eventos e que são obrigadas a participar de um show mesmo não o desejando.

Mário Corrêa da Fonseca Filho

São Paulo

Mais psiu, não menos...

O projeto que tramita na Câmara Municipal de São Paulo visando a aprovar o fim do limite de barulho para eventos e shows de grande porte é justificado pela gestão do prefeito Ricardo Nunes com o argumento de que a medida “segue na direção de consolidar o papel de São Paulo como capital de eventos e fomento à geração de emprego e renda”. Ou seja, para o prefeito, pouco importam o sossego e as orelhas de uns, desde que haja emprego para outros, certo? Errado. Pois, apesar do Psiu, o nível dos diversos ruídos na cidade é de tal monta que as restrições deveriam aumentar, e não diminuir. Consolidar São Paulo como capital de eventos não significa liberar a permissividade. Isso pode ser feito com racionalidade, sem necessidade de ceder a pressões de grupos específicos.

Luciano Harary

São Paulo

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Violência sonora

Sobre o projeto que muda o Psiu, na sociedade atual, na qual liberdade é sinônimo de desprezo ao semelhante, são necessários limites, tanto sonoros quanto de horário, e fiscalização rigorosa. Moro no bairro do Morumbi há quase 30 anos. No dia 14 passado um show no estádio do MorumBis foi de uma violência sonora sem precedentes – e não temos a quem reclamar. Infelizmente, vivemos tempos em que a população é sempre sacrificada em benefício da ganância. Neste contexto, elogio o artigo Educação para o silêncio, do advogado Nicolau da Rocha Cavalcanti (Estadão, 18/12, A4). Reflitamos sobre que sociedade desejamos construir.

Carlos E. de Sousa Cornacchione

São Paulo

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Congresso Nacional

‘Um mundo à parte’

Congresso veta corte de emenda e eleva valor do Fundo Partidário (Estadão, 19/12). Neste momento, quando completo 80 anos, concluo que não verei um Brasil sério. Nossos políticos continuam resguardando os próprios interesses; juízes preocupados em manter seus privilégios – e outros vendendo sentenças; forças de segurança se corrompendo; nas eleições, o povo, iludido, elegendo promessas de receber o maná; empresas de apostas consumindo economias destinadas à compra de alimentos; e a naturalização de facções criminosas, cujas siglas são mencionadas como se menciona o nome de qualquer empresa, e nem se fala em sua extinção. Quem sabe os netos de meus netos viverão num Brasil sério? Orarei por isso.

Sergio Cortez

São Paulo

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Emendas e fundão

Nossos congressistas parecem aves de rapina quando se trata de seus interesses privados e não republicanos.

Sydney Bratt

São Paulo

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Esforço

Com um Congresso como este, não há país que consiga equilibrar suas contas. Parece que as instituições que dirigem o País se esforçam para sabotar o seu desenvolvimento.

Arnaldo Goltcher

São Paulo

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Boas-festas

O Estadão agradece e retribui os votos de Feliz Natal e próspero ano novo de Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração (ABM); Canção Nova; FSB Holding; José Alcides Muller; Kasznar Leonardos; Marito Cobucci; Paulo Sergio Arisi; Robert Haller; Roberto Moreira da Silva & Fábio André Balthazar; e Tania Tavares.

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

PASSA MOLEQUE

O governo, mais uma vez, liberou R$ 7 bilhões em Emendas de Comissão para destravar as votações do projeto de corte de gasto no Congresso Nacional, todavia, a politicalha quer mais. Na verdade, querem saber qual o destino dado aos outros R$ 8 bilhões que não foram liberados pelo Executivo. Afinal, o Congresso já deixou claro que sem a liberação desses recursos escusos nada avançará. É evidente que o Congresso faz pouco caso das determinações do Supremo Tribunal Federal (STF) - leia-se, ministro Flávio Dino. O crime perfeito é quando a politicalha abocanha recursos, que, pela falta de transparência, nem a Polícia Federal nem o Ministério Público Federal e nem a Controladoria-Geral da União dispõe de ferramentas para seguir o destino dessa irregularidade. Ora, trata-se do clássico Passa Moleque que o Legislativo aplica no Executivo, no Judiciário e no povo brasileiro.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

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FUTUROS IMBRÓGLIOS

Os congressistas brasileiros querem que o poder Executivo libere recursos para as emendas parlamentares. Deputados e senadores querem escolher e indicar cargos também. O corre corre dentro das duas Casas parlamentares nesses últimos três dias do ano surpreendem a todos. A estratégia de postergar as análises e votações de importantes pautas é zombar dos contribuintes brasileiros. Qualquer coisa feita às pressas dentro do Congresso Nacional, sem qualidade, significa futuros imbróglios. O recesso parlamentar começa no próximo sábado e os políticos vão se divertir excessivamente após a abertura do cofre com o aval presidencial.

José Carlos Saraiva da Costa

Belo Horizonte

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JOSÉ DIRCEU

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) encerrou duas ações judiciais, originadas na Operação Lava Jato, contra o ex-ministro José Dirceu, por prescrição e a partir da anulação pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes de todos os atos jurisdicionais praticados pelo ex-juiz Sergio Moro contra José Dirceu. Mas, afinal, José Dirceu cometeu crimes de corrupção (e outros) pelos quais foi condenado, ou não? Ah, já sei. Isso é o que menos importa, não é? O que importa, mesmo, é quem tem poderes políticos para dizer o que está certo ou errado, para retirar as vendas dos olhos da Justiça ou deixá-los vendados, para manter a mentirinha da justiça para todos, ou, então, querer entrar na brincadeira utópica e de mau gosto de virar a mesa e sonhar consertar o mundo.

Marcelo Gomes Jorge Feres

São Paulo

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PIEDADE

A pesquisa Data Folha diz que Lula tem um terço de aprovação e um terço de reprovação. Como se viu nesse 3.° mandato, Lula Biden da Silva chegou no seu limite. Gastou sem medida, o País está endividado, não há nada que segure o dólar, pois o mercado sentiu que os cortes não são de fato cortes. Para quem passou o ano dizendo que 2024 seria o ano da colheita, nenhuma surpresa, pois a colheita se traduziu em arrecadação. O presidente gastou antes de colher e agora exige sacrifício de todos. Não adianta o governo se socorrer do pé de meia, um benefício com quase nenhum impacto nos eleitores de baixa renda. Este será um Natal bastante minguado. Em vez da prometida picanha, teremos sopa de pés de galinha. Deus tenha piedade de nós.

Izabel Avallone

São Paulo

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ATITUDES DE MENINO ARTEIRO

Busco lá na minha infância algumas atitudes de menino arteiro para comparar com o que aconteceu na tentativa de golpe do dia 8 de janeiro de 2023. Lembro-me da meninada que se reunia ao anoitecer para brincar na rua e fazer também algumas travessuras. Na turma tinha um quase adolescente chamado por todos de Jair travesso. Era um espertalhão. Ele reunia o grupo e determinava as artes que seriam praticadas. Eis algumas: tocar campainha nas residências, jogar pedras nos telhados, esvaziar pneus de carros, gritar bem alto pedindo socorro, e outras coisas. Jair travesso atiçava e ficava escondido observando o que acontecia. A meninada cometia a traquinagem e saia correndo. Eis que um dia, o proprietário de um caminhão resolveu esperar, deitado na cabine, pela ação dos arteiros. Não deu outra. Ele conseguiu identificar alguns garotos, foi para a casa de cada um e contou aos pais o que acontecia. Todos receberam castigos e abriram o bico, contando que eram induzidos por Jair travesso a fazer aquelas coisas erradas. Espero que os envolvidos na trama golpista, que já estão prestando esclarecimentos, façam como os meninos que entregaram Jair travesso, contando para Brasil, de que cabeça saiu a ideia de exterminar a nossa democracia. Abram a boca.

Jeovah Ferreira

Taquari (DF)

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PAÍS DO PRESENTE

Sim, a prisão de Braga Netto e de outros que virão irá certamente instituir a nossa libertação de toda essa toxidade doentia que contaminou metade de nossa população, sobretudo os que, paradoxalmente, mais citam Deus, mas que aceitam que se trame a morte de autoridades legitimamente constituídas. É preciso sim mudar muita coisa nesse país para que venha a ser um lugar melhor de se viver, com uma cordialidade verdadeira, um país sem medo de sair às ruas, sem muros que nos separem, sem milícias e crime organizado que matam, e uma polícia amiga que possa até dispensar as armas. Quem sabe. Afinal, as ações sempre começam com sonhos. Que eles se realizem e que possamos nos tornar uma nação mais saudável mentalmente, mais madura, e, portanto, finalmente feliz. Não um eterno país do futuro e sim um país a se reconstruir no presente. Isso não é impossível, por mais difícil que pareça. Acho que estamos agora no caminho certo com a punição daqueles que pretendiam nos roubar a democracia, mais uma vez. Não o da vingança, mas do ordenamento e de uma da paz social que tanto ansiamos. Oxalá.

Eliana França Leme

Campinas

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GESTÃO LULA

Sou fã de Vera Magalhães, embora eu não seja nem de esquerda nem de direita. Ela foi direta e certeira em sua crítica mordaz no jornal O Globo. Virtus in Medium Est, como disseram os três mosqueteiros do Plano Real. O presidente Lula certamente não está no médium, motivo pelo qual está sempre atrapalhando a aprovação do pacote do corte de gastos do ministro Fernando Haddad. Por que Lula não deixa o ministro trabalhar em paz e fica cuidando de sua amada companheira Janja? Talvez assim as coisas melhorem e o dólar volte a ficar sossegado em seu valor histórico muito abaixo dos espetaculares R$ 6,20.

Mário Negrão Borgonovi

Rio de Janeiro

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ESPANTALHOS

Hugo Chávez se tornou ditador da Venezuela com 49 anos. Nicolás Maduro, que o sucedeu, com 45 anos. Getúlio Vargas, no Brasil, também não tinha 50 anos. E a maioria deles está espalhado pelo mundo todo nessa mesma faixa de idade. Eram jovens, cheios de gás e ideologia. Lula e seus comparsas, Dirceu e outros, estão todos quase octogenário. Não tem nem mais tesão. Acabou a energia. Estão deteriorados e em decadência. Não há o que temer. Só pensam em se locupletar. Nem os generais que os apoiam nem os advogados de toga desmoralizados. Só visam se dar bem. Acho que breve ventos favoráveis soprarão e renasceram das cinzas. Foi o legado que nos deixaram. Não passam de espantalhos. Aliás, nem para isso servem.

Paulo Henrique Coimbra de Oliveira

Rio de Janeiro

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DONALD TRUMP

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, processou um jornal (pasquim estatal?) porque publicou uma pesquisa eleitoral que indicava vitória da adversária Kamala Harris, em Iowa, dias antes das eleições. Se a moda pega por aqui, pelo volume demandado, em razão da seletiva e tendenciosa pauta de nossas Cortes superiores, morosa quando convém aos seus membros, muitos processos serão julgados por magistrados ainda por nascer. A propósito, qual seria a reação de Trump, sabendo que um midiático membro da Corte Suprema norte-americana ousou dizer, em meio a holofotes e microfones, fora dos autos: “Nós derrotamos o trumpismo, perdeu mané, não amola.” ou “Eleição não se ganha, se toma.”? Na mesma linguagem, Trump, em alguma live de humor, tomando como suas palavras outras do atual presidente do nosso Supremo Tribunal, Luís Roberto Barroso, proferidas em sessão plenária não muito distante, qualificando um de seus algozes temporários, hoje grande amigo de infância, diga ao mundo que esse insano jurista é “uma pessoa horrível com pitadas de psicopatia”. Sob gargalhadas, a claque de brasileiros e americanos do bem haverá de aplaudi-lo.

Celso David de Oliveira

Rio de Janeiro

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GUERRA NA UCRÂNIA

Vladimir Putin achou que iria ser fácil invadir a Ucrânia, violar sua soberania, anexar territórios e sair isento. Eis as consequências. Um de seus braços direitos nessa invasão pagou com a vida.

Sérgio Eckermann Passos

Porto Feliz