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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Por Fórum dos Leitores
9 min de leitura

Segurança pública

‘Atlas da Violência’

A Bahia tem sete das dez cidades mais violentas no Brasil (Estadão, 19/6, A12 e A13). Santo Antônio de Jesus, no recôncavo baiano, é a cidade mais violenta do País por número de homicídios. Das 20 cidades mais violentas, 11 estão na Bahia, incluindo a capital, Salvador. E 16 cidades nordestinas estão entre as 20 mais violentas. Os números fazem parte do Atlas da Violência, relatório produzido anualmente pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Vale lembrar que, por coincidência – e apenas por coincidência (será mesmo?) –, é o Nordeste que há mais de 20 anos vem sendo o sustentáculo das vitórias presidenciais petistas e que é citado nos palanques eleitorais como a região prioritária dos seus projetos econômico-sociais. Parece que algo não está dando certo.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

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Lula e a economia

Dúzia de dez

Fui ao mercado comprar uma dúzia de ovos e voltei com uma embalagem com 10 unidades, pagando o mesmo preço que há pouco tempo eu pagava por 12 ovos. É isso que acontece com os produtos que encolheram para sobreviver à crise. Lula da Silva quer que o Banco Central (BC) baixe os juros para aquecer o consumo da população, sem combinar com a inflação, que virá. Lula acredita na dúzia de dez e quer, com populismo barato, jogar toda a culpa no BC, afinal, ele nunca tem culpa nem sabe onde foram parar os dois ovos que sumiram.

Roberto Solano

Rio de Janeiro

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Populismo

As duas coisas mais desajustadas do Brasil são Lula e Bolsonaro, que vivem num passado que é pesadelo da Nação. Nada mais anacrônico do que políticos acorrentados a ideologias mortas.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

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Competitividade

Ranking do IMD

Por tudo o que estamos passando no Brasil, parece ser coerente a conclusão do estudo do renomado Institute for Management Development (IMD) e da Fundação Dom Cabral (FDC) de que o Brasil caiu no ranking de competitividade internacional (Estadão, 18/6, B6). Embora os renomados institutos tenham realizado um levantamento com centenas de empresários e realizado uma análise que comporta 336 indicadores, algo estranho nas posições relativas merecem atenção. Comparando o Brasil com a Venezuela, na categoria “eficiência dos negócios”, a Venezuela está pontuada em 6 pontos melhores que o Brasil no que se refere a “atitudes & valores”, e os dois países estão quase empatados no item “produtividade & eficácia” (Brasil na 65ª posição e Venezuela, na 66ª). Já nas “práticas de gestão”, a Venezuela está bem à frente do Brasil (Brasil na 55ª posição e Venezuela, na 35.ª). Sem poder conferir a metodologia utilizada, conhecendo razoavelmente a situação dos dois países, a comparação não me parece ser razoável. Se o estudo tem como objetivo orientar governos e empresas sobre a atratividade de investimentos, no campo da eficiência dos negócios a Venezuela é melhor que o Brasil?

Ingo Ploger, presidente do Conselho Empresarial da América Latina (Ceal)

São Paulo

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Congresso Nacional

O circo parlamentar

Com o devido respeito ao mundo circense e seus integrantes, constata-se que uma minoria de parlamentares está transformando o Congresso Nacional num espetáculo circense. Nossa esperada representatividade foi substituída por mal-ajambradas esquetes em que um indivíduo imaturo e estridente veste peruca zombando da diversidade de gênero; outro faz ridículas mímicas imitando colegas; e, fechando o círculo, um leão de chácara busca o enfrentamento físico daqueles que dele divergem. E ainda fazem vídeos disso para as redes sociais. É o corolário de uma realidade traumática que está deteriorando a representatividade democrática. Difícil afastar a responsabilidade de Lula da Silva e Jair Bolsonaro por essa disfuncionalidade parlamentar. O primeiro, pelo vale-tudo que sempre norteou sua carreira política, agora acrescida do rancor e do desejo de vingança. O outro, pela disfuncionalidade pessoal que sempre pautou sua perturbadora vida pública, porém sempre oportunista, e, agora, imitada pela sua caterva eleita. Somando a herança destes dois à omissão corretiva da maioria dos legisladores, consolida-se este circo parlamentar.

Honyldo Roberto Pereira Pinto

Ribeirão Preto

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

LULA x BANCO CENTRAL

“Grandes mentes discutem ideias; mentes medianas discutem eventos; mentes pequenas discutem pessoas”. Frase atribuída a ex-primeira-dama dos Estados Unidos Eleanor Roosevelt, esposa do grande estadista americano Franklin Roosevelt e força inspiradora da Declaração Universal dos Direitos Humanos das Nações Unidas, em 1948. Lula da Silva comprovou, em recente entrevista, que seu arcabouço mental se enquadra perfeitamente na última das categorias citadas. Na verdade, a indisfarçável tendência de apontar pessoas como causas de seus eventuais fracassos e fazer de tal atitude uma bandeira política, é velha conhecida da sociedade. Desta vez, aproveitando a iminência da decisão, num momento de deterioração dos indicadores pelo Banco Central do ritmo da taxa de juros, atacou de modo inconsistente e irresponsável o seu presidente, Roberto Campos Neto, e viu nele uma válvula de escape para aliviar a pressão gerada por seu ultrapassado estilo de liderança, pela sua incompetência no sentido de coordenar a abordagem dos enormes problemas enfrentados hoje pela economia e pela sua incapacidade de harmonizar as interações com o Parlamento. Em vez de tentar corrigir os rumos, prefere mostrar que a responsabilidade por sua falta de comando é exclusiva de dirigentes específicos e, assim, os apresenta como algozes e obstáculos para o desenvolvimento do País.

Paulo Roberto Gotaç

Rio de Janeiro

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CRÍTICAS DE LULA A CAMPOS NETO

As contundentes críticas do presidente Lula ao presidente do Banco Central revelam não só desconhecimento da matéria de politica de juros, adicionada ao desinteresse pela ciência, mas um rancor histórico contra o alvo, o ex-ministro Roberto Campos que detinha entre as especialidade a de massacrar a esquerda petista em debates.

Mário Cobucci Junior

São Paulo

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‘CULPADO’

O grande responsável pelas agruras ao desenvolvimento do País, segundo Lula da Silva, é Campos Neto, presidente do BC. O dólar subindo, o Ibovespa caindo, a greve nas universidades federais, o aumento da dívida pública e da inflação, derrotas consecutivas no congresso, o PIB crescendo pífios 0,8%, empresários descontentes e a popularidade do presidente em queda livre. Tem um culpado que se chama Roberto Campos Neto, eleito o bode expiatório do governo Lula 3.

Jose Alcides Muller

Avaré

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‘HÁ FATORES MAIS IMPORTANTES’

A imprensa tem divulgado que o PT e nosso presidente Lula estão muito preocupados com a taxa de juros elevada. Alguns economistas, como o presidente do Banco Central, defendem o controle da inflação através da manutenção da taxas de juros. Porém existem fatores que são mais importantes neste momento. Diariamente, os jornais divulgam acusações contra o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, por mal uso do dinheiro público. E o que o governo faz? Nada. Agora foi divulgado a relação das cidades mais violentas do país e 7 das 10 mais violentas estão no Estado da Bahia que é governada pelo PT há 16 anos. O que tem sido feito para reduzir essa violência contra a população? Já não passou da hora de se preocupar com essa situação que a cada dia piora? Corrupção, violência, até onde vamos chegar? O que está prejudicando o nosso país é só a taxa de juros?

Carlos Alberto Duarte

São Paulo

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‘SENTIMENTO MISTO’

Ainda com relação à matéria Ao atacar erro de Campos Neto, Lula aumenta nervosismo e escala crise que prejudicará governo (Estadão, 18/6), tirante as convicções econômicas e ideológicas dos conselheiros do presidente e seu próprio cacoete de culpar outrem por seus próprios erros, eu queria lembrar, a propósito dos ataques que o presidente do BC vem sofrendo pelo partido do governo, que ele é neto de famoso e brilhante economista e político liberal, que, décadas atrás, não hesitava em dizer, publicamente, a sua sincera e ácida opinião sobre o Partido dos Trabalhadores e seu líder máximo. Sua inteligência e sagacidade o faziam cunhar ótimas e irônicas frases sobre os esquerdistas em geral; seus detratores o chamavam pejorativamente de Bob Fields (foi somente após a primeira eleição de Lula que a grande maioria dos políticos passou a ter medo de criticá-lo e falar o que achavam de sua santidade). Enxergo nos ataques do presidente a Campos Neto um sentimento misto de rancor e vingança.

José Roberto dos Santos Vieira

São Paulo

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‘SEMELHANÇAS’

Ao criticar Campos Neto pelos altos juros Lula reforça um velho hábito dos governos totalitários: nomear inimigos. Na história da humanidade é de praxe eleger alguém ou um grupo para atacar, desviando assim a atenção para longe dos seus interesses e defeitos. Nero e os cristãos, a Igreja, os hereges e os mouros, Hitler e os judeus, EUA e os comunistas, Rússia (China e Cuba) e os EUA, o PT e os fascistas e a extrema-direita, ressaltando, ainda, o próprio presidente e o senador Sergio Moro. Muitas semelhanças que nos faz refletir para onde se caminha o País.

Prof. Me. Marcelo Teixeira

São Paulo

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FALA DE LULA

Em entrevista à CBN, o presidente Lula disse que dependendo do seu estado de saúde não hesitará em candidatar-se à reeleição para “evitar que os trogloditas que governaram voltem a governar”, e que não vai permitir que esse país volte a ser governado por um “fascista” e “negacionista”. Quem votou em Lula em 2022, após o desastre que foi o governo de Jair Bolsonaro, simpatizante ou não do petismo, sabe muito bem do que ele está falando. Mas, cuidado. A definição de troglodismo e de negacionismo é igual para todos. Ao pé da letra, a resistência voluntariosa e irracional em cortar gastos e atribuir obsessivamente ao presidente do Banco Central a responsabilidade pelo travamento econômico do País faz Lula avizinhar-se perigosamente do troglodismo e do negacionismo. Não é apenas pelo falatório eloquente que a volta de Bolsonaro será evitada. É preciso agir e governar com razão e equilíbrio para que desastres não se repitam.

Luciano Harary

São Paulo

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CAMPOS NETO

E a culpa para o pífio resultado da economia brasileira e o dólar nas alturas vai para: Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central. Já virou mantra para o presidente Lula da Silva, porque o BC sendo independente não dá para mentir, engabelar, mascarar e nem forjar nada sobre os resultados econômicos do País. Dai o ranço de Lula contra o presidente do BC, mais aplaudido no mundo.

Beatriz Campos

São Paulo

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AUTONOMIA DO BC

As decisões do Copom não podem de maneira alguma passar pela vontade do presidente de plantão, mesmo se ele for um expert no assunto. As decisões do BC não são monocráticas e o seu atual presidente salvo melhor juízo não está jogando contra a economia. O presidente da República tem em seu partido economistas que são totalmente capazes de colocá-lo bem posicionado sobre o assunto. Se as decisões se polarizarem, a economia pode perder o rumo. Acredito que o presidente também tem boas intenções, porém, de bem intencionados o inferno está cheio.

João Israel Neiva

Cabo Frio (RJ)

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‘PREJUDICANDO O BRASIL’

Quem está prejudicando o Brasil é Lula ao criar 39 pastas ministeriais para acomodar todos os seus cupinchas e ao gastar mais do que arrecada, aumentando a dívida do País. Alguém precisa avisar Lula que a taxa de juros não é alta, a dívida é que é alta. Pague o que o País deve que o juros caem.

Renato Maia

Prados (MG)

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CONVITES

Lula afirma que o presidente do Banco Central tem vínculo político pois almoçou com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Mas Campos Neto não foi convidado por Lula para um churrasco na Granja do Torto? Só vale um lado? Lula não tem jeito mesmo.

Luiz Frid

São Paulo

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GLEISI HOFFMANN

Gleisi Hoffmann acaba de decretar a censura no País. Vejam o que ela disse a respeito do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, numa ação protocolada na justiça: que ele “se abstenha de fazer novos pronunciamentos de natureza político-partidárias”, e seja obrigado a “total abstenção de realização de pronunciamentos que denotem possível interferência na independência e imparcialidade impostas ao presidente do Banco Central”. Eu estaria rindo agora se não estivesse perplexo. Mas não é a própria Gleisi e seu capo maior, Lula da Silva, que, dia após dia, atentam contra a independência do Banco Central e estão fazendo de tudo para conseguir esse intento? Cuidado, Brasil. O perigo era mesmo Bolsonaro? E Gleisi? E o PT? E Lula da Silva? Não seriam eles um perigo com sinal trocado?

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

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FORMULAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS

Acreditávamos que o crescimento do modo de comércio eletrônico estaria de qualquer forma abrindo novas frentes de trabalho. O que poderia compensar ao menos uma parte das vagas perdidas no setor lojista por conta da concorrência do meio eletrônico. Acabo de ler, todavia, que uma plataforma está adotando robôs que serão responsáveis por até 22% da separação de pedidos, e poderão separar cerca de 100 mil compras por dia, estando em pauta expandir a iniciativa para mais centros de distribuição. Mercado Livre usa robôs para fazer o trabalho pesado (Estadão, 19/6, B16). Na sequência de minha leitura do jornal encontro adiante a reportagem sobre dados reunidos no Atlas da Violência no Brasil, relatório produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O documento indica que, em 2022, de cada cem mortes de jovens no Brasil, um terço (34) se deu por homicídio, a maioria homens negros que viraram mão de obra do crime organizado, 62 jovens são assassinados por dia; em 11 anos, foram 321,4 mil (Estadão, 19/6, A12). Desponta uma sombria relação entre os dois fatos noticiados. A queda de oportunidades no mercado formal implica em privar contingente de jovens de origem pobre de meios de vida, a não ser trabalhar para o crime organizado ou catar comida em latas de lixo, como se tem visto cada vez mais. Algo triste e preocupante, sobretudo porque não se nota a devida atenção e seriedade da parte de órgãos responsáveis na formulação de políticas públicas.

Patricia Porto da Silva

Rio de Janeiro

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‘DESCALABRO’

O sr. Wilson Scarpelli (Fórum dos Leitores, 19/6, A4) está coberto de razão. O Plano Diretor de Cotia é um descalabro.

Maria Madalena Los

São Paulo

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80 ANOS DE CHICO BUARQUE

Feliz do país que tem o privilégio de poder desfrutar há décadas do singular e multifacetado talento de Chico Buarque de Hollanda na música, no teatro e na literatura. Longa vida ao jovem Chico ao completar 80 anos. Roda vida!

J. S. Decol

São Paulo