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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Por Fórum dos Leitores
12 min de leitura

Congresso Nacional

Anistia aos partidos

Sobre a chamada PEC da Anistia, com a qual o Congresso visa a praticamente perdoar as dívidas de partidos políticos, acho injusto com os brasileiros pagadores de impostos e multas. É um péssimo exemplo. Tenho um hospital oftalmológico e pago com muita dificuldade meus impostos, inclusive alguns atrasados já negociados. Eu também gostaria deste perdão. Pegaria o dinheiro e reinvestiria no hospital.

Evandro Schapira

São Paulo

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Mandos e desmandos

Os políticos de plantão estipulam regras para nortear o comportamento dos seus partidos. Depois, as descumprem à vontade e, na sequência, estipulam que as tais regras não devem ser seguidas. E nós, pobres plebeus, só podemos nos revoltar.

David Hastings

São Paulo

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Brasil ou Sucupira?

Oportuno, sintético e didático, o editorial Transparência é obrigação, não afronta (Estadão, 17/8, A3) vai ao ponto que mais interessa nesta novela do orçamento secreto. Declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no fim de 2022, seu destino deveria ter sido o esquecimento, a proibição, o repúdio, enterro. Esse seria o desfecho natural, se estivéssemos nos referindo a um país sério, autêntica República regida por uma Constituição que estabelece em seu artigo 37 os cinco princípios da administração pública: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Cadáver insepulto e fétido, esta excrescência já declarada inconstitucional ameaça criar uma guerra entre Poderes e descambar numa crise institucional. Acertadamente desta vez, o plenário do STF confirmou a decisão do ministro Flávio Dino de suspender as emendas impositivas. Mantém, assim, coerência com sua decisão anterior em relação à prática inconstitucional. Quase dois anos depois, parece ter chegado a hora da verdade para o Brasil, quando terá de decidir entre a responsabilidade, a seriedade, o equilíbrio fiscal e a serenidade ou o caminho da esbórnia financeira, do estrangulamento progressivo do Orçamento, da desfaçatez e da esculhambação. Eis a questão: Brasil ou Sucupira?

João Pedro da Fonseca

São Paulo

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Chega de farra!

Cumprimento os ministros do STF por determinarem a total transparência das emendas Pix e impositivas. Cabe ao Legislativo provar a necessidade do uso dos recursos e seu destino com as divulgações pertinentes. Chega de farra com o dinheiro do povo! Rodrigo Pacheco e Arthur Lira deveriam ser os primeiros a aplaudir a decisão do STF e acabar com a atitude mesquinha de retaliações.

Roberto Sigaud

São Paulo

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Crise na Venezuela

‘Torneirinha de asneiras’

Como se dizia, “quem fala demais dá bom dia a cavalo”. Não sei se Lula já chegou a esse estágio, mas, se não chegou, está quase lá. Não é possível que amigos próximos ou companheiros de governo e de partido não o orientem a deixar de falar tanta bobagem de improviso. Seu recente comentário sobre o “desagradável” regime da Venezuela foi simplesmente ridículo, como bem destacado no editorial Torneirinha de asneiras (Estadão, 18/8, A3). Não pode e não deve um presidente da República falar de improviso sobre assuntos que envolvam outros países. Se tiver comentários a fazer, que o faça seguindo o que lhe dite o Itamaraty, e não mais do que isso.

Marcos Candau

São Paulo

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Falha na comunicação?

Celso Amorim ainda não comunicou ao seu chefe que o tal “regime muito desagradável” está matando cidadãos venezuelanos?

José Wilson Gambier Costa

Lençóis Paulista

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Mercado imobiliário

Locação temporária

A respeito da matéria Proposta quer mudar Código Civil para deter aplicativos de locação temporária (Estadão, 18/8, B6), se não a totalidade, ao menos 99% das pessoas que decidem morar em apartamentos o fazem por questão de segurança. É um absurdo que se cogite permitir as locações pelo sistema do Airbnb em condomínios residenciais, em detrimento da segurança coletiva, principalmente quando já há disposição expressa na convenção do condomínio proibindo esse tipo de contrato locatício. É uma falácia alegar que tal vedação ofende o direito à propriedade, pois este só é absoluto quando não traduz risco à propriedade e à segurança alheias.

Luiz C. de Castro Vasconcellos

Rio de Janeiro

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

‘ASNEIRAS’

Torneirinha de asneiras (Estadão, 18/8, A3). “Sem saber o que dizer, Lula fala em nova eleição ou governo de coalizão na Venezuela. Mas não parou aí: para ele, a Venezuela de Maduro ‘não é uma ditadura’, é só um ‘regime desagradável’”. Ao ler o título deste editorial eu intui que o termo foi usado por Monteiro Lobato ao se referir à boneca Emília. E constatei que a percepção do jornalista foi a mesma ao ler o conteúdo do artigo. Mas não é só no tema em foco que o nosso presidente deveria cuidar do fluxo das asneiras expressadas em suas falas. O cargo exercido pelo senhor Luiz Inácio Lula da Silva exige contenção e comportamento condizentes. A mídia não é palanque de campanha. E as palavras expressas por um líder político deveriam fundamentar o pleno exercício do executivo em função do desenvolvimento social, cultural e econômico do País, e não para criar imagens vãs que agradem os seus fiéis seguidores.

Arnaldo Goltcher

São Paulo

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‘TORNEIRA DE BOBAGENS’

Quero parabenizar o brilhante artigo que este conceituado jornal escreveu: Torneirinha de asneiras (Estadão, 18/8, A3). Realmente, o presidente Lula, quando abre a sua boca, é uma torneira de asneiras e bobagens.

Sidney Cantilena

São Paulo

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AGÊNCIAS REGULADORAS

É revoltante o que tomamos conhecimento por meio do editorial A rusga entre governo e agências (Estadão, 18/8, A3). As agências reguladoras, uma herança bendita – dentre tantas outras – da era Fernando Henrique Cardoso, foram criadas não para servir a interesses escusos, mas unicamente interesses da população. Nem Bolsonaro, nem Lula e nem Centrão nenhum devia ousar por as suas mãos sujas numa conquista do povo brasileiro que, nos últimos governos, vem sendo sorrateiramente e sordidamente desvirtuada. É no que dá eleger governos populistas, mais preocupados em se manter no poder e criar cizânia do que em se preocupar com os verdadeiros e inadiáveis problemas do País. Governos que deveriam, mas infelizmente não o fazem, respeitar conquistas da democracia brasileira que são inegociáveis.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

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NOVA LEI

Oportuníssimo o editorial A rusga entre governo e agências (Estadão, 18/8, A3). Fica mais do que claro que estas entidades também precisam de uma lei específica que, como a Lei das Estatais, possa blindá-las das nomeações de apadrinhados. Sem independência, tais entidades ficam ao gosto do político e do governante incompetente e/ou desonesto. Para acabar de vez com essas rugas, que se repetem sempre nas mudanças de governo, e, sobretudo, conquistar a confiança do investidor, só há um caminho: o Congresso Nacional promulgar uma Lei das Agências Reguladoras que as caracterizem como subordinadas ao Estado e não aos governos. Sem alterar ou desvirtuar suas finalidades, e para assegurar Orçamento próprio, poderiam até se subordinar administrativamente ao Judiciário e não ao Executivo. O importante e fundamental é se conseguir a segurança jurídica requerida pelos investidores sérios.

Nilson Otávio de Oliveira

São Paulo

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CORTES

Serviços a aposentados, água e internet podem ser cortados pelos Ministérios, como ameaça ao Governo. (Estadão, 19/8). Não seria melhor cortar o número de ministérios, número de funcionários, comissionados e desvios de dinheiro? Acabar com as mordomias de esposas e assessores de coisa nenhuma? Devolver carros, motoristas e despesas de combustível? Eliminar viagens, passeios em reuniões chamadas de trabalho e simpósios chamados de turismo? Por que não trabalham em casa com um plano de atividades e resultados esperados para o bem da Nação? Aluguem os espaços que ocupam para empresas sérias, reduzindo custos de energia, água, internet e alimentação cara. Troquem os políticos por profissionais independentes e competentes, para Brasília ser uma cidade do primeiro mundo e justificar sua existência. Chega de pagarmos pelo que não vemos, não temos e não queremos. Chega de desperdício de tempo e dinheiro.

Carlos Gaspar

São Paulo

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PEC DESTRAVADA

Precisou o Supremo Tribunal Federal (STF) seguir a Constituição, no caso das emendas parlamentares, para que Arthur Lira desengavetasse a PEC que limita as decisões monocráticas dos ministros do STF. Já deveria ter feito isso há muito tempo, uma vez que já havia sido aprovada pelo Senado Federal. Talvez até obrigasse o STF a rever as decisões monocráticas do ministro Dias Toffoli, que tanto prejuízo trouxeram ao País.

Alroger Luiz Gomes

Cotia

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PRISÃO DE EX-DIRETOR

PF prende Renato Duque, ex-diretor da Petrobras (Estadão, 19/8, A9). Renato Duque “confessou crimes que envolviam integrantes do PT, como o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e o presidente Luís Inácio Lula da Silva”, sendo este último apontado como o chefe da suposta quadrilha, e maior beneficiário do esquema criminoso. Agora, o brasileiro que anseia por justiça espera que Duque abra o bico em acordo de delação premiada, e que, particularmente Luiz Inácio, o presidente ilícito, seja destituído do cargo e volte para a prisão de onde nunca deveria ter saído.

Maurilio Polizello Junior

Ribeirão Preto

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PABLO MARÇAL

Em meio à falas desconexas, Pablo Marçal dá uma voadora nas propostas de moradia de Tabata Amaral e Guilherme Boulos, e capta eleitores. Nas eleições municipais de São Paulo, a ascensão de figuras políticas, como Pablo Marçal, destaca uma tendência presente no comportamento do eleitor e que faz a dança das cadeiras mudar conforme os candidatos usam ou não melhor essas intenções. Marçal, com seu discurso direto e promessas de ações imediatas, apela para um eleitorado que se sente marginalizado pelas abordagens tradicionais. Este fenômeno não é exclusivo a ele; observa-se em diversas partes do mundo onde políticos que se apresentam como anti-establishment ganham força. Ademais, a atração por tais agitadores vai além da concordância em questões específicas. O cerne de seu apelo está na capacidade de vocalizar com componentes de revolta as preocupações que são frequentemente ignoradas pelas elites políticas, trazendo-as para o centro do debate público. Esse tipo de discurso toca diretamente em questões que ressoam com um eleitorado que se sente esquecido e não representado. Contrariamente, políticos de centro e esquerda, como Tabata Amaral e Guilherme Boulos, apresentam propostas estruturadas, mas com viés de longo prazo. Essas iniciativas, que abrangem melhorias no setor educacional e regulamentações no âmbito habitacional, embora essenciais, podem ser percebidas pelos eleitores como desconectadas de suas necessidades imediatas, especialmente por aqueles que lidam diariamente com dificuldades urgentes. Em contrapartida, Pablo Marçal adota uma abordagem que encontra forte eco entre o eleitorado tradicional mais vulnerável, prometendo respostas rápidas e práticas para os problemas de moradia nas periferias, por exemplo. Marçal foca em descentralizar o empreendedorismo e regularizar a posse de imóveis nas favelas, entregando soluções práticas e imediatas que impactam diretamente a qualidade de vida dos moradores. Sua política de facilitar a obtenção de escrituras e incentivar a instalação de empresas em regiões carentes não apenas aborda questões de habitação, mas também promove o emprego local, reduzindo o tempo de deslocamento e melhorando a estabilidade econômica. Esta abordagem pragmática e focada no curto prazo serve como um contraponto eficaz às políticas mais complexas e de longo alcance de Boulos e Tabata. Enquanto esses políticos visam a implementaç ão de melhorias importantes, suas propostas podem não parecer tão acessíveis ou imediatas para aqueles que necessitam de soluções urgentes. Dessa forma, Marçal estabelece uma conexão direta e eficaz com um eleitorado que deseja mudanças rápidas e perceptíveis em seu dia a dia. Sua voz encontra eco nesses eleitorados. A questão central para muitos eleitores não é necessariamente a plausibilidade da execução das propostas de um candidato, mas sim a percepção de que, independentemente das promessas, suas vidas só mudam por esforços próprios, não pela ação de políticos. Esse sentimento, que se fortalece a cada eleição, decorre em parte do distanciamento do eleitorado em relação ao acompanhamento pós-eleitoral das políticas implementadas. Por isso, quando vão às urnas, muitos fazem escolhas baseadas naquilo que lhes parece mais prático e imediatamente aplicável. Neste contexto, candidatos como Marçal e Nunes encontram maior ressonância entre seus eleitores, pois suas ideias são percebidas como mais exequíveis e alinhadas com a necessidade de soluções tangíveis e rápidas, ao contrário de propostas que, embora bem-intencionadas, parecem distantes e pouco impactantes no curto prazo. Essa dinâmica nas eleições reflete um padrão mais amplo: a opinião pública é uma força inquestionável e muitas vezes volátil. Ignorar as preocupações reais das pessoas não as faz desaparecer; pelo contrário, impulsiona os eleitores a buscar alternativas que pareçam ouvir e responder às suas necessidades. As eleições, portanto, não são apenas uma batalha por ideais ou políticas de longo prazo, mas uma luta para conectar-se diretamente com as urgências do eleitorado. Portanto, enquanto o discurso político não se ajustar para atender às demandas imediatas e capturar um entendimento real das dificuldades diárias enfrentadas pela população, agitadores como Marçal seguirão encontrando espaço para crescimento em um ambiente que combina necessidades prementes com um desejo palpável dos eleitores de se rebelarem contra o sistema estabelecido, tão desfavorável para eles. Assim, torna-se fundamental para os políticos tradicionais desenvolverem um equilíbrio entre políticas de visão ampla e ações imediatas que tenham um impacto tangível no cotidiano dos eleitores. Simplesmente descreditar Marçal não é suficiente para conquistar esses eleitores; pelo contrário, tal estratégia pode até reforçar seu apoio. Assim, ao refletir no conceito de “O homem revoltado”, de Albert Camus, observa-se que Marçal, embora não personifique completamente a revolta filosófica proposta por Camus, ecoa fortemente um sentimento de rebelião autêntica no eleitorado que ele atrai. Este agitador, ao abordar diretamente os problemas imediatos, toca no núcleo da revolta descrita por Camus, surgindo não só como um confronto às condições existentes, mas também como um apelo por dignidade e justiça imediata, apesar de sabermos que é apenas um jogo dele para agregar eleitores, mas é assim que se vence eleições.

Maria Ramim

São Paulo

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‘EDUCAÇÃO CÍVICA’

O missivista Ruy Carlos Silveira Crescenti (Fórum dos Leitores, 19/8, A4) escreveu, com propriedade, que o STF está colaborando para devolver credibilidade aos congressistas. Mas estariam estes preocupados com isso? Ou melhor, eles precisam disso? A tragédia brasileira é que com boa ou má fama, os piores canalhas e bandidos são reeleitos. Quem na verdade quer congressista decente? A minoria que os elege. O problema é o eleitor. Só ele tem o poder de colocar canalhas lá e mantê-los. Falta educação cívica.

Sandra Maria Gonçalves

São Paulo

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FAMA DE AGOSTO

Este mês de agosto faz jus à fama. Acidente triste em Vinhedo com mortes, morte de Delfim Netto, Silvio Santos, e agora do homem mais belo dos anos 1960, 1970 e 1980, Alain Delon. Socorro agosto. Tchau, acabe logo. Sem contar as guerras que transformaram o mundo em um eterno agosto, um halloween sem doçuras nem gostosuras.

Roberto Moreira da Silva

Cotia

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ALAIN DELON

Se as mulheres tinham Elizabeth Taylor como epítome de beleza e charme feminino, nós, homens, tínhamos Alain Delon como o macho alfa, lindo de morrer na opinião delas e nosso exemplo de varão irresistível conquistador de corações femininos. Agora estamos sem nosso ícone, um melancólico solitário que nunca se mostrou feliz, apesar da fama e do título de homem mais bonito do mundo. Ninguém consegue ter tudo ao mesmo tempo. A felicidade é uma conquista dos simples de coração.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

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LONGA VIDA

Perdemos o mais comunicativo (Silvio Santos), e, um dia depois, o mais lindo (Alain Delon). Falta o mais inteligente. Acho que Lula, do jeito que anda falando besteiras, vai viver ainda muitos anos.

Roberto Solano

Rio de Janeiro

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ADEUS A SILVIO SANTOS

Um inesquecível marco e imorredouro legado na história da TV brasileira. Senhor Abravanel, senhor televisão. Viva!

Vicky Vogel

Rio de Janeiro

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FERNANDA MONTENEGRO

A presença de 15 mil pessoas no gramado e 800 no teatro do Parque Ibirapuera para ver a interpretação dramática de Fernanda Montenegro lê Simone Beauvoir: “A cerimônia do Adeus” é uma imagem deslumbrante. Poder estar entre elas foi um presente que agradeço ao patrocinador, o banco Itaú. Que outros patrocinadores sigam este exemplo e proporcionem mais apresentações excepcionais como essa, com tantos artistas incríveis que temos, pois com certeza há muito público interessado em experiências como essa. Uma celebração.

Tania Tavares

São Paulo

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SÉRGIO VIEIRA DE MELLO

Em 1971, Sérgio Vieira de Mello foi enviado para Bangladesh onde realizou o repatriamento dos refugiados da guerra civil. Em 1972, estava no Sudão, em outra missão de repatriamento. Mais outra impressionante missão de repatriamento em 1975, em Moçambique, assumindo o escritório do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) naquele país, tornando-se um dos mais jovens representantes (do Acnur) em operações de campo. Entre 1991 e 1996, Sérgio foi enviado especial do Alto Comissário ao Camboja, país destruído pela guerra, tendo sido o primeiro e único representante da ONU a manter conversações com o Khmer Vermelho (por iniciativa e méritos próprios, quebrando todos os protocolos e segurança e à revelia da própria ONU). Em razão desse contato, conseguiu e coordenou a repatriação de quase 400 mil cambojanos refugiados, espalhados pelos países fronteiriços. Foi coordenador humanitário da ONU na região dos Grandes Lagos Africanos. Como negociador da ONU, Sérgio Vieira atuou em alguns dos principais conflitos mundiais, como Bangladesh, Camboja, Líbano, Croácia, Bósnia e Herzegovina, Kosovo, Ruanda e Timor-Leste, entre 1999 e 2002. Entre 1998 e 2001, foi o secretário-geral adjunto para Assuntos Humanitários das Nações Unidas. Governou o Timor Leste entre 1999 e 2002, entregando ao mundo um novo país com Constituição e poderes constituídos. Entre 2002 e 2003, foi designado Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos. Em maio de 2003, foi enviado como representante oficial do secretário-geral das Nações Unidas para o Iraque, para ajudar a reconstrução desse país. Foi morto em Bagdá no maior atentado terrorista da história (perpetrado pela Al-Qaeda em 19 de agosto de 2003) contra uma missão civil das Nações Unidas até então, onde faleceram outras 21 pessoas. Em sessão plenária de 11 de dezembro de 2008, a Assembleia Geral das Nações Unidas resolveu designar o 19 de agosto, dia do ataque à sede da ONU em Bagdá, como Dia Mundial Humanitário, em memória de todos os trabalhadores que perderam suas vidas na promoção da causa. Timor-Leste criou o Prémio de Direitos Humanos Sérgio Vieira de Mello. O então secretário-geral da ONU, Kofi Annan, afirmava que Sérgio era “a pessoa certa para resolver qualquer problema”. Tudo indicava que seria o sucessor de Kofi Annan, na condição de secretário-geral da ONU. No Brasil, ora, no Brasil ninguém sabe quem foi Sérgio Vieira de Mello, provavelmente o brasileiro mais importante para o mundo no século 20 e inicio do século 21.

Milton Córdova Júnior

Vicente Pires (DF)