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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Contas públicas

O presidente e os juros

Presidente Lula, não importa o nome que se dê ao desembolso: investimento, gasto, despesa, qualquer um. A soma desses não pode ser maior que os recebimentos. Senão, os juros sobem e/ou o Estado emite dinheiro ou se endivida mais. Ambas as alternativas levam a aumento da inflação (vide o governo Dilma 2), que o tal mercado financeiro acrescenta hoje mesmo aos juros atuais e futuros. O Tesouro pagará mais pelo que pega emprestado, e é uma fortuna. Ninguém é iludido por manobras fiscais, não adianta.

Cássio M. de R. e Camargos

São Paulo

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Haddad e o impossível

Itamar Franco nomeou FHC ministro da Fazenda e o deixou trabalhar. FHC, que por sua vez não era economista e também não era bobo, nomeou a equipe que mudou o rumo da economia brasileira. Virou presidente da República. Atualmente, o único quadro petista que pode ter chance de tornar-se presidente, além de Lula, é Fernando Haddad. Para isso ele teria de ter o mando da economia e a condição é ter a confiança total do presidente. Porém este insiste em posar de economista e morre de medo de Haddad dar certo. O dia em que Lula largar o osso é porque a eleição já estará definitivamente perdida para o PT. Ao invés de presidente, Haddad voltará para a academia.

João Israel Neiva

Cabo Frio (RJ)

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Eleição em São Paulo

Precatórios

Não vi nos debates entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo qualquer menção à dívida dos precatórios do Município de São Paulo. O valor é expressivo, em torno de R$ 30 bilhões, predominantemente alimentares. É uma dívida com munícipes e servidores públicos, já reconhecida judicialmente, e que observa uma fila cronológica. Atualmente, o Município de São Paulo está pagando precatórios de ordem cronológica do ano de 2009. É claro que há a possibilidade de acordo mediante o recebimento do valor devido com um deságio em torno de 60% ou a possibilidade de cessão a instituições financeiras com deságio maior ainda para quem quiser abrir mão da maior parte de seus direitos. É fato que todas as demais dívidas do Município de São Paulo foram reduzidas, o acordo com a União deu um grande fôlego aos cofres públicos municipais, mas não se vê o mínimo interesse no pagamento dos precatórios. Isso porque, na realidade, não se aplica qualquer sanção ao não pagamento. O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou que a dívida dos precatórios da União, de Estados e municípios fique fora do limite de gastos e, enquanto isso, o Senado se mobilizou para aprovar Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece medidas para aliviar ainda mais as contas dos municípios (PEC 66/2023), ao reabrir o prazo para que eles parcelem suas dívidas com a Previdência e ao definir limites para o pagamento de precatórios. Em outras palavras, a PEC premia aqueles que não cumprem sua obrigação e institui, mais uma vez, o calote. Executivo, Legislativo e até o Judiciário parecem unidos para driblar o pagamento dessa dívida. Moral da história: os munícipes e servidores morrem e não conseguem receber o que lhes foi reconhecido como direito. Bem, não se pode dizer que isso seja moral... Mas quem mais perde são as instituições políticas e governamentais, que acabam desacreditadas.

Maria Regina Ferro Queiroz

São Paulo

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Educação

Celular nas escolas

País deve iniciar 2025 com proibição de celular nas escolas (19/10, primeira página). Finalmente uma boa medida a ser aprovada pelo Poder Legislativo e posta em prática no ano que vem. Não há nada mais viciante do que a internet no celular. Se adultos não se desgrudam de seus aparelhos, nem quando andam na rua ou dirigem carros, imagine o fascínio que os celulares exercem sobre crianças e jovens. Vivemos a era dos “zumbis digitais”. A manchete do Estadão de sábado é a melhor notícia do ano.

Paulo Sergio Arisi

São Paulo

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Seres gregários

A possibilidade de proibição do uso de celulares em escolas coloca, em seu devido lugar, a importância de professores bem formados, muitos dos quais já o são. A maravilha que a tecnologia nos oferece só é percebida se estiver a serviço do avanço da maturidade humana. E o contato pessoal entre professores e alunos e entre colegas confirma a máxima de que somos, na essência, seres gregários.

Renata Pimentel de Oliva

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

GESTÃO LULA

O presidente Lula da Silva se elegeu convicto que um Estado grande e forte iria trazer benefícios e desenvolvimento ao País. Dizia que as estatais eram patrimônio do povo brasileiro. Agora que elas estão dando prejuízo como nunca antes nesse país, Lula pretende retirará-las da responsabilidade do Estado: tipo, dane-se o povo porque meu governo não assumirá prejuízos. Por isso boa parte da população clama pelas privatizações, porque hoje as estatais não passam de cabide de emprego para incompetentes e amigos do PT, mas a conta o povo que deverá pagar. Privatização, já.

Beatriz Campos

São Paulo

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SUBDESENVOLVIMENTO

Quando olhamos para o Estado brasileiro, a visão é de fracasso em relação aos seus cidadãos. Nosso Judiciário custa mais do que em países civilizados, mas os tempos de julgamento são imensos e temos juízes do STF que quando pedem vista demoram anos para tirar os processos da gaveta. As verbas destinadas à educação são superiores aos países europeus e nossa qualidade do aprendizado é uma das piores do mundo. Com raras exceções, as agências responsáveis pelo controle de empresas prestadoras de serviço, como o fornecimento de energia não só não fazem o controle, mas foram invadidas por agentes dessas prestadoras que deveriam ser controladas. Questões ambientais importantes como a economia de água, a obrigação da preservação de bens recicláveis, o controle dos invasores das propriedades do governo, a liberdade do crime organizado aumentar seus tentáculos se apoderando de muitas partes do País, nada disso interessa. O que interessa é se apoderar dos recursos do governo mantendo os cidadãos em regime de dominação entregando-lhes algumas quireras para que fiquem felizes. Os vencedores do Prêmio Nobel deste ano têm razão, está explicado o nosso subdesenvolvimento.

Aldo Bertolucci

São Paulo

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RECIVILIZAÇÃO

O turismo internacional – tipo regabofe – dos ministros (acima de qualquer suspeita) do Supremo Tribunal Federal, que, por coincidência, são patrocinados pelos maiores devedores da União, potencializam a já desgastada e declinante imagem daquela Corte Suprema, e deixam os brasileiros de bem indignados com tamanha falta de escrúpulos. Na verdade, quem avalizou todo esse convescote foi o próprio presidente do STF, Luiz Roberto Barroso, que pretende recivilizar os brasileiros com esse péssimo exemplo. Já na outra ponta a vergonha deságua no ministro Dias Toffoli, que, recentemente, a requerimento de sua esposa Roberta Rangel e advogada dos irmãos Batista, suspendeu, monocraticamente, multa bilionária que fora aplicada à dupla. Afinal, essa tal de recivilização dos brasileiros deve começar pelos próprios ministros – também brasileiros – como disse sabiamente aquela senhorinha de Taubaté para que as togas não fiquem desmoralizadas.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

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VISITA DE LULA

Camaçari, na região metropolitana de Salvador, é a quarta cidade mais violenta do País. Na quinta-feira passada, Camaçari tinha policiais espalhados por toda a cidade. Quem lá estava disse que nunca viu tanta polícia na rua. O motivo: a visita do presidente Lula da Silva que veio reforçar a campanha de um companheiro de partido neste segundo turno das eleições. Lula da Silva falou que os machos deste país não tiveram respeito com a companheira Dilma Rousseff, que a Lava Jato foi uma mentira inventada para tirá-lo da disputa eleitoral e disse ainda que ninguém foi mais esquerda do que Jesus Cristo. Sobre a cidade, comandada pelo PT, e o Estado da Bahia, também comandado pelo PT, assim como sobre a sua terceira passagem pela presidência, que permitiram que a cidade de Camaçari e a Bahia estejam hoje capturadas pelo crime organizado, não se tem notícia de que Lula da Silva tenha feito alguma referência no seu discurso no palanque, nem que tenha anunciado qualquer medida para ajudar na proteção da população.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

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‘CALABOUÇO FISCAL’

“As empresas estatais acumularam um déficit de R$ 7,2 bilhões de janeiro a agosto de 2024, segundo dados do relatório de estatísticas fiscais do Banco Central. É o maior rombo na série histórica iniciada em 2002″. Eu me pergunto: é arcabouço ou calabouço fiscal?

Roberto Solano

Rio de Janeiro

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‘NOVO FILÃO’

Muitos defendem o uso do cartão do Bolsa Família até para usar na enganação das “bets”. Não duvidem que se nada for feito no sentido de isso ser controlado em pouco tempo, as 60 gramas de maconha autorizadas pelo STF serão o novo filão dos usuários. Afinal, aqui é Brasil e todos possuem direitos, nunca obrigações.

Zureia Baruch Jr.

São Paulo

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LULA E TABATA

Quem não lê jornal não fica tão bem informado quanto aos bastidores da política. Apesar de Lula insistir para que Tabata Amaral se aproximasse da candidatura de Boulos, seu partido liberou seus eleitores para votar de acordo com a compreensão e consciência política. Porém, achou por bem Tabata não contaminar sua imagem com a agenda de Boulos. Um sinal de que a companhia não é boa e uma saída interessante, pois fica patente que a deputada tem outros planos com as bençãos do seu partido PSB. E numa próxima eleição essa decisão poderá ser levada em conta.

Izabel Avallone

São Paulo

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ELEIÇÕES EM SÃO PAULO

A menos de dez dias do segundo e decisivo turno das eleições municipais, pesquisa do Datafolha divulgou os números atualizados: Ricardo Nunes (PMDB), com 51% das intenções de voto, ante Guilherme Boulos (PSOL), com 33%. Índice de rejeição: Boulos,56%, Nunes,35%. Duas palavras definem a voz dos eleitores: Boulos,não.

J. S. Decol

São Paulo

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ÁRVORES EM SÃO PAULO

Na quinta-feira passada, no jornal Em Ponto, da GloboNews, assisti, já em andamento, o depoimento do presidente da Enel e de Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, que criticou a omissão da Agência Nacional de Energia Elétrica, além da Prefeitura de São Paulo. Eu nasci e sempre morei em São Paulo, posso dizer que na atual administração de Ricardo Nunes os cuidados com a vegetação arbórea da cidade é deficiente e com certeza não atende às recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) que prescreve no mínimo 12 m²/hab. de vegetação arbórea. Ocorre que o problema maior, a meu ver, é a manutenção das árvores da cidade pela Prefeitura de São Paulo. O prefeito Nunes está mais preocupado em adensar a cidade para atender as empresas imobiliárias, o que implica em não preservar a vegetação arbórea a contento. Pedidos de assistências às árvores chegam a levar dois anos para o atendimento, dando um tempo muito grande para as pragas sacrificarem-nas. Também as podas executadas para liberar os galhos dos fios, podem prejudicar as árvores. O problema aumentou devido ao aquecimento global e a solução mais viável ao meu ver é a Enel e a Prefeitura de São Paulo com a ajuda do Governo do Estado se associarem para contratar empresas de especializadas em agronomia para cuidarem das árvores, pois o problema aparece quando elas caem devido às tormentas, e toda fiação fica entre elas. O ideal seria enterrar a rede elétrica, mas essa solução vai ser praticamente inviável em uma cidade do tamanho de São Paulo, pois exigirá um projeto complexo e de longo tempo, devido às outras redes já existentes no subsolo.

Gilberto Pacini

São Paulo

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ÁGUA DO BRASIL

Incrível a voracidade com que o Brasil segue destruindo seus biomas e suas águas. Seria interessante ver publicados os estudos de impacto ambiental que concluíram não haver problemas em desmatar 80% do Cerrado e usar toda a água do aquífero Guarani para irrigar lavouras de soja. O Brasil está esgotando as águas de todos os biomas para atender os interesses de duas dúzias de grandes fazendeiros de soja, a bancada ruralista avança também nas águas subterrâneas. As águas brasileiras estão sendo enviadas para a China, junto com as 160 milhões de toneladas de soja que o Brasil produz, cada quilo de soja precisa de 4 mil litros de água para ser produzido Basta fazer as contas e todos saberão para onde foi toda a água do País.

Mário Barilá Filho

São Paulo

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NÚMERO DE MÉDICOS

A desigualdade do número de médicos com disparidade regional no Brasil continua de forma impressionante. Essa realidade precisa ser equacionada para que possamos ter uma outra realidade e igualdade médica que beneficie toda a nossa imensa população.

José de Anchieta Nobre de Almeia

Rio de Janeiro

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DESTITUIÇÃO NO CHILE

Leio que o Congresso do Chile destituiu juiz da Suprema Corte, Sergio Muños, por ter fornecido à sua filha, também juíza, informações privilegiadas para compra de um apartamento. O juiz também foi acusado de descumprimento do dever ao encobrir uma viagem de sua filha à Itália quando se acredita que estava exercendo suas funções no Chile. Sabe nada a Corte Suprema do vizinho coirmão. Houvesse naquele Congresso um omisso e suspeito Roberto Pacheco da vida, exterminador de obrigações regimentais, submisso premium dos Alexandres, Gilmares, Barrosos, Carmens, Toffolis, Fachins, Dinos, Zanines e outros pares da vida, sabendo-se que os escritórios de advocacia das filhas, esposas, sócios e afins de nossos iluministros têm extrema parceria e livre trânsito formal no plenário e gabinetes da nossa casa Suprema, nela atuando sem qualquer avexamento ético dos magistrados e/ou renúncia de suas funções jurisdicionais em razão de sociedade e laços de parentesco com a defesa do paciente. Afastar um magistrado porque o mesmo trocou figurinhas estatais com a filha é fichinha no modus operandi da Praça dos Três Poderes e da Esplanada dos Ministérios. O escândalo (?) chileno sequer seria nota nos rodapés dos velhos matutinos aliados. No Diário Oficial, nem pensar. Assim funciona a nossa Justiça, Muños. Copiou?

Celso David de Oliveira

Recreio (RJ)

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FORÇA AÉREA BRASILEIRA

Todo brasileiro, independente de que seja politicamente de esquerda ou de direita, deve ter o maior orgulho dos militares da Força Aérea do Brasil nestes resgates de brasileiros no Líbano. Cada voo é uma operação de guerra (custo total do voo, troca de tripulações, abastecimento, manutenção aeronaves, intendência de comida, voos sem GPS e de luzes apagadas, etc.) para trazer de volta 230 brasileiros, animais e de outros dos nossos países vizinhos a cada voo. São mais de mil passageiros até agora. Israel e seus irresponsáveis dirigentes e seu povo estão cometendo o maior genocídio e crime de guerra, interferindo inclusive no GPS dos aviões da Força Aérea do Brasil que estão resgatado os brasileiros. Agradeço, como brasileiro, aos melhores pilotos da nossa FAB por voarem sem GPS e inclusive de luzes apagadas para não serem atingidos por mísseis de Israel.

Werner Sönksen

São Paulo

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FASCÍNIO

Impressionante o fascínio que políticos cafajestes e canalhas exercem sobre eleitores em nações democráticas, como o Brasil e os Estsdos Unidos. Jair Bolsonaro e Donald Trump são exemplos de líderes políticos truculentos, toscos, mal educados e péssimos administradores, que mesmo tendo provado sua total inconveniência como presidentes, equivocadamente eleitos por eleitores inconsequentes, continuam sendo admirados por parcelas da população, que com eles se identificam. São pessoas egoistas e fúteis em busca de populistas medíocres e cafajestes como seus ícones e líderes em sociedades em decadência.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre