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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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13 min de leitura

Eleições 2024

Debate político

Os debates políticos entre os candidatos se mostram de uma pobreza franciscana. Na falta de propostas para a população, fazem ataques e somente querem arranhar a imagem alheia. Não sabem que governar é revelar capacidade de compreender os problemas da cidade e levar adiante projetos para melhorar a mobilidade urbana, a saúde, a segurança pública. Somos o retrato de um desgoverno geral, cuja política torna o cidadão refém de uma pseudodemocracia de voto a cada quatro anos.

Carlos Henrique Abrão

São Paulo

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Novas lideranças

Brilhante o editorial do Estadão O dilema de Boulos e Lula (17/10, A8), em que se conclui que Lula da Silva está fadado a não ter em futuras eleições nenhum postulante de seu partido a cargos diretivos por um único motivo: o presidente, com o seu egocentrismo incontrolável, não admite no seu partido outro líder que não seja ele. Desde a criação do PT, não permitiu o surgimento de uma nova liderança que venha a concorrer com a sua. Lula matou no seu nascedouro lideranças como Plínio de Arruda Sampaio, Cristovam Buarque, Heloísa Helena, Hélio Bicudo e tantas outras que poderiam retirar o partido do ostracismo que ora vive.

Lincool Waldemar D. Andrea

São Paulo

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João Campos

‘A esquerda tem uma tarefa pela frente: trazer a pauta para o concreto’ (Estadão, 20/10, A10). É notável e – por que não – invejável a maturidade do prefeito do Recife, João Campos. Muito jovem, desenhou o cenário político de modo simples: o povo das cidades aprecia o mundo concreto. Reunir em torno de si mais de 80% do eleitorado indica que esse moço merece atenção!

Carlos Eduardo M. Hapner

São Paulo

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Mineração

Terras raras

Celso Ming traz uma importante discussão quanto à necessidade de exploração e produção de terras raras (Estadão, 20/10, B2). Porém, há que considerar que o referido projeto de lei (PL 2.210/2021) é lacônico, com apenas cinco artigos, sendo apenas dois que descrevem de forma genérica o que é a política referida, e não contém detalhamentos que possam levar à implementação de uma política nacional para o setor, com fontes de financiamento, incentivos, impactos sociais e ambientais. Além disso, inclui o grafeno como terra rara, o que não é. Pode ser o início de uma discussão e o senador proponente deveria consultar os cientistas que estão atuando no setor para um embasamento mais adequado.

Adilson Roberto Gonçalves

Campinas

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Venezuela

Emigração

A continuar neste ritmo o êxodo na Venezuela do ditador Nicolás Maduro, o país corre o risco de ser o primeiro do mundo a fechar por falta de população (Após vitória fraudada de Maduro, Brasil recebeu 12 mil venezuelanos, 20/10, A16-A17). Ou será que o nobre ditador recorrerá ao expediente em vigor em Cuba para preservar sua população no país, aplicando rigoroso, total e brutal controle das emigrações?

Joaquim Antônio Pereira Alves

Santos

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Educação

Avaliação das escolas

Com relação ao que Renata Cafardo traz em sua coluna Só com educação privada não funciona (Estadão, 20/10, A19), e lembrando a recentíssima eleição municipal em que foram eleitos mais de 58 mil vereadores, o País tem uma enorme oportunidade se tão somente uma pequena parcela desses vereadores tomar parte de seu tempo para dar uma atenção especial à educação, que está sob a responsabilidade dos municípios, que é a base de tudo o que se construirá depois. Cidadãos e seus vereadores poderiam atuar na avaliação da qualidade do ambiente educacional e da ministração de conteúdo, tendo em vista as melhores práticas e indicadores que pudessem servir de base para medição do progresso, estabelecendo planos e metas que seriam acompanhados semestralmente. Essa simples iniciativa já está sendo tomada em algumas cidades, onde temos cidadãos e vereadores que já entenderam a importância da educação para o desenvolvimento sustentável de um país, como muito bem destaca o texto.

Carlos Roberto Teixeira Netto

Rio de Janeiro

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

LIVRAMENTO

Ao que tudo indica, a queda de Lula foi um livramento, principalmente para a sua diplomacia. Sem contar que Lula não quer viajar em um avião que não tem todo o conforto de que ele gosta. Mauro Vieira vai para a Rússia. Melhor do que enviar Celso Amorim que só criou mais problemas do que soluções indo à Venezuela. É bom lembrar que até hoje Lula não condenou a fraude de Maduro.

Izabel Avallone

São Paulo

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CONVENIÊNCIA

Espero que o presidente Lula da Silva tenha rápido e pleno restabelecimento, pois na terceira idade tudo é mais complicado. Este tombo que o impede de ir à Rússia, neste momento, foi muito conveniente em relação às nossas eleições e às nossas relações com o exterior.

Tania Tavares

São Paulo

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QUEDA DE LULA

Lula caiu no banheiro e bateu a cabeça, mas passa bem. A pergunta que fica é: onde estava a cuidadora de idosos?

Sérgio Eckermann Passos

Porto Feliz

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‘CABEÇA DURA’

Está comprovado: Lula é, realmente, um cabeça dura.

Roberto Solano

Rio de Janeiro

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EMBARGO À COMPRA DE ISRAEL

O presidente da República embargou a compra de equipamentos de empresa israelense, decorrente de licitação regular, o que foi objeto de artigo no Espaço Aberto deste domingo, 20/10, do professor Celso Lafer, da Faculdade de Direito da USP, intitulado O embargo à compra de equipamentos de Israel (Estadão, 20/10, A4). O emérito jurista, muito conhecido e respeitado, criticou tal medida porque constituiu quebra dos princípios das relações internacionais (uma de suas inúmeras especializações, pois foi exatamente ministro das Relações Exteriores), mas também da administração pública brasileira, especialmente nas áreas do Direito Administrativo das licitações e contratos, posição que encontra fundamento na opinião da maioria dos administrativistas brasileiros. Embargo, portanto, ideológico, como acontece em vários atos da atual Presidência.

Edmir Netto de Araujo

São Paulo

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NOVO CANDIDATO

A bancada da corrupção, dona do Congresso, está em pânico com a possibilidade de haver uma eleição presidencial sem Lula da Silva e Jair Bolsonaro, isso abriria caminho para que alguém novo entrasse na disputa. Donos do poder, como Valdemar Costa Neto e Arthur Lira não querem nem ouvir falar de alguém novo governando o País, alguém honesto e competente, sem o rabo preso com ninguém. As consequências poderiam ser catastróficas para os corruptos. Muito melhor reverter a inelegibilidade de Bolsonaro e embalsamar Lula, esmagar qualquer hipótese de terceira via e garantir a manutenção e o crescimento de todos os esquemas de roubo de dinheiro público. Lula e Bolsonaro podem ser facilmente controlados, ambos tem o rabo bem preso, podem sofrer um impeachment fulminante se não jogarem o jogo das emendas, cargos e roubalheira generalizada, única coisa que interessa em Brasília.

Mário Barilá Filho

São Paulo

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CÚPULA DOS BRICS

Em relação ao artigo O dilema do Brasil na cúpula dos Brics (Estadão, 21/10 A12), gostaria de tecer os seguintes comentários: a atual gestão federal infelizmente não prima nem pelo bom senso e nem pela competência, preferindo elogiar e defender ditadores, como o da Venezuela, e alardear ao mundo a ilusão de que o Brasil é uma potência verde responsável, enquanto deixa o País literalmente queimar e ter seus rios mortalmente envenenados pelo mercúrio dos garimpos. Também tem o costume de ignorar olimpicamente os demais anseios da população, por melhores serviços públicos e real desenvolvimento econômico e social, como se tivesse sido eleita para ser um governo monárquico que não tem que dar satisfações a quase ninguém. E que despende o dinheiro dos contribuintes sem grande responsabilidade fiscal, como se fosse um maná caído do céu. O resultado dessa lamentável falta de visão é a tragédia anunciada que está a vista de todos: um país rumo ao precipício econômico e bastante desacreditado internacionalmente, que não tem uma política externa concreta, mas sim atitudes externas erráticas, muitas vezes orientadas por um marketing vazio e por uma inexplicável ingenuidade. E, tragicomicamente, até com um certo schadenfreude em relação aos países ocidentais, dos quais tanto o Brasil ainda depende tecnologicamente. Nesse contexto, o que realmente podemos esperar do encontro dos Brics? Tristes trópicos.

Fernando T. H. F. Machado

São Paulo

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SISTEMA ELEITORAL

A constatação de que as eleições tiveram compra de votos, caixa dois e facções infiltradas mostra a fragilidade do sistema eleitoral, mesmo com todas as garantias de que o eleitor estaria livre para fazer sua escolha sem pressão de criminosos. Não está. E precisamos apurar isso e impedir que os eleitos que fizeram uso desses atos não possam tomar posse. Como saber quais foram? É fácil. Basta seguir as denúncias e apurar onde o fato se confirmou. A polícia existe para isso. Não há democracia onde bandidos dão as cartas na hora de votar.

Jane Araújo

Brasília

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PLANO DE SAÚDE

A notícia da Agência Nacional de Saúde (ANS) e dos planos de saúde, sob o título Reajuste acima do teto opõe planos de saúde e consumidor (Estadão, 21/10, A16), nos trouxe à lembrança que o imortal Epicuro deixou firmado que: “nada é suficiente para quem o suficiente é pouco”. Ademais, estão se esquecendo que a Constituição Federal dispõe textualmente no artigo 5.º, inciso XXXII, que: “o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor”. E pior, com a conivência da ANS.

Fernando de Oliveira Geribello

São Paulo

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RIFAS

Federais investigam ligações do PCC com empresário do funk e rifas virtuais, mas quem está investigando o Viva Sorte, esquema de rifa virtual que por R$ 1,99 distribui prêmios de meio milhão, quatro casas, carros de luxo, 20 motos para cada ganhador, mas nunca apresenta os ganhadores? Quem fiscaliza esse tipo de rifa ilegal que está fazendo bilionários no País?

Luiz Claudio Zabatiero

São Paulo

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CRÍTICAS A ENEL

O editorial Enel, uma vilã muito conveniente (Estadão, 19/10, A3) mostrou o quanto nossas autoridades estão longe de serem honestas, transparentes e eficientes, como nos mostra a campanha eleitoral: os dois candidatos mentem, escandalosamente, ao propor soluções para diversos tipos de problemas, que, para os mais atentos e esclarecidos, jamais serão implantados, até pelas dificuldades de se administrar uma cidade país como São Paulo. Temos muitos problemas gerenciais, principalmente de zeladoria, e sociais, como os constantes semáforos defeituosos; placas sem manutenção e invertidas, bueiros e córregos entupidos, lixo nas ruas, sensação de insegurança, filas muito mal organizadas nos setores públicas e moradores de rua, estes uma questão arraigada, pois vêm de vários governos e qualquer ação que se implante se transforma num enxugamento constante de gel. Agora os eleitores também ajudam na manutenção deste nefasto processo (mentiras reiteradas na política) por votarem a cada eleição nos mais mentirosos. Fazer propostas honestas numa eleição é ter a certeza de que não será eleito. Quem votaria num candidato que pregasse o seguinte: não posso prometer nada, pois preciso saber a dimensão dos problemas, do caixa, da capacidade operacional, etc. Como qualquer candidato a um emprego, depois apresento meu programa de governo, vocês têm de analisar minha vida, experiência e minha capacidade para administrar uma cidade de 12 milhões de habitantes. Seria eleito? Pois bem, neste diapasão, responsabilizar somente a Enel pelo caos do último, e inédito, desastre climático, é de uma canalhice ímpar. A Enel, assim como as demais concessionárias, é verdade, não é transparente com os consumidores, basta tentar entrar em contato com elas por meio dos canais digitais disponíveis. Todos eles estão voltados para resolver problemas delas, principalmente quanto ao pagamento das contas. Você não encontra nenhum link para assuntos que saem da caixinha. A Enel, e aqui falo por mim, foi desastrosa e desonesta na época da pandemia, ao dobrar, triplicar a conta de energia com a deletéria explicação de que não poderia fazer a medição através da leitura dos relógios. Espantem! Não seria mais correto e honesto, simplesmente, cobrar pela média, e depois fazer os reajustes necessários, para mais ou para menos, do que aumentar desproporcionalmente as contas por meio de uma nefasta presunção de gastos? Não é difícil de se concluir que a Enel se enriqueceu, e muito, ilicitamente, pois a esmagadora maioria dos consumidores pagaram a conta para não correr o risco de ficar sem energia. Eu particularmente não paguei e tive um trabalho hercúleo para exercer o meu direito de defesa. Para se se ter uma ideia do tamanho da dificuldade, só consegui entrar em contato com a Enel para formalizar minha enorme indignação no canal de imprensa e do Conselho dos Consumidores, mas mesmo assim a Enel simplesmente ignorou com a ajuda temerária do Copom, que preferiu fazer um acordo para que os incautos consumidores pagassem a conta irregular, abusiva e ilegal em parcelas. Foi surreal e a Aneel se calou silente, a guardar as mágoas e indignações dos consumidores nos seus escaninhos de problemas a serem esquecidos. Quem consegue conferir o consumo de energia de sua casa ou empresa? Os impostos, então, são um escândalo, equivalem a mais de 50%. Pois bem, a pedir vênia pelo exposto, no caso do apagão, como bem esclarece o editorial, a Enel tem cumprido suas obrigações contratuais, e com certeza até mais, como foi o atendimento prioritário aos hospitais, postos de saúde, rodoviária, aeroportos e escolas. Lógico que os consumidores prejudicados, estão de mau humor, e com razão, mas, com a devida cautela, dá para fazermos uma comparação com o que aconteceu na Flórida com o furacão Milton. Lá o governo, mesmo preparado, pois mantém canais disponíveis e eficientes a disposição da população, como informar preventivamente a população, se preparou para distribuição de suprimentos essenciais, abrigos de emergências, tudo através da Agencia Federal de Gerenciamento de Emergência (FEMA) e o governo disponibilizou imediatamente cerca de US$ 600 milhões de ajuda as áreas afetadas – por aqui o governo pretende mandar uma Medida Provisória somente na próxima semana para financiar os prejuízos – mas mesmo assim tem muita gente ainda sofrendo com o abalo dos ventos que chegaram ao topo de 250 km/h. O Milton foi da escala dois para cinco em poucos minutos. Guardada as devidas proporções, reitera-se, por aqui também tivemos vários apagões nos últimos tempos; porque não nos preparamos com medidas preventivas para futuros, principalmente, desastres climáticos, que deve ser de responsabilidade de todos, principalmente dos governos, e logicamente dos responsáveis diretos como, no caso, a Enel e a Prefeitura. Por fim, a meu ver, a enxurrada de críticas, principalmente por parte da imprensa (o que não é o caso do Estadão, como comprova o próprio editorial), a Rádio CBN, por exemplo, não tira da pauta a condenação exclusiva da Enel, esquecendo-se da responsabilidade direta da Aneel, de subordinação ao governo federal. Apesar das exacerbadas críticas somente a Enel, ninguém no Brasil estava preparado para enfrentar um furacão, inédito, com mais de 100 Km/h, que se formou em poucos minutos. Penso com meus botões, será que as críticas têm um viés ideológico contra as privatizações? Ao que parece, o governador Tarcísio mordeu a isca. A ver.

Erminio Lima Neto

São Paulo

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PREVISÃO DE TEMPESTADE

Forte tempestade prevista para São Paulo perdeu forças. Já as más línguas estão dizendo que ela ficou foi com medo da Enel.

Celso Luis Gagliardo

Americana

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PONTA DO ICEBERG

A opinião do Estadão, Enel, uma vilã muito conveniente (Estadão, 19/10, A3), toca num ponto crucial: as agências reguladoras, que há muito não regulam bem, e não é só no setor de energia. Estou na Itália e a diferença de qualidade da internet para a nossa é enorme. O prefeito de Roma não está feliz com o que a cidade oferece aos cidadãos e está empenhado em melhorar muito. Em São Paulo, uma das cidades mais ricas e importantes do mundo, mesmo sem chuva, uma hora caí a energia, com ela a internet; outra hora as grandes empresas estão fechando, e internet e celular voltam ao sistema discado; outra hora os técnicos não sabem onde está o cabeamento; outra hora. Parece que não há o mais remoto interesse por parte das autoridades em ter agências regulatórias que regulem bem da cabeça. Por que será? Nas reportagens sobre os problemas de energia não se fala uma palavra sobre o boom imobiliário e as consequências nos sistemas de distribuição de serviços. Também não se fala uma palavra sobre gatos e inadimplência. Nem sobre funcionários da Enel ameaçados de agressão ou agredidos. Nem tão pouco sobre problemas elétricos causados pela própria população. Tão pouco se há algumas preocupação das agências reguladoras com a realidade. A Enel tem suas responsabilidades? Óbvio que sim. O excelente texto do Estadão aponta para a ponta do iceberg que há tempos rasga nosso casco. A culpa é, de fato, do iceberg, como dizem os comandantes e acreditam piamente os passageiros. Viva o SS Populista navegando por águas sempre calmas.

Arturo Alcorta

Itália

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CONQUISTAS DA DIREITA

Igualdade (Estadão, 21/10, A5). Na edição do jornal de hoje tive o prazer de ler o texto do professor Denis Rosenfield sobre o tema. Só por esse artigo já valeria a pena assinar o Estadão. Sem exageros, gostaria de cumprimentar o eminente professor de filosofia pelo excelente texto sobre um tema social que vigora hoje no Brasil.

Benedito Alves Taveira

Brasília

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VELHA (DES)EDUCAÇÃO

Infelizmente, ler a elucidativa coluna de Renata Cafardo, Só com educação privada não funciona (Estadão, 20/10, A19), gera angústias em mim, aluno do Ensino Médio de escola particular paulistana. Reitero, portanto, a perspectiva da repórter: falhamos, até aqui – como um país em desenvolvimento –, naquilo que tange o ensino universal; esse é um fato. Vejo a questão pela seguinte ótica. A educação pressupõe sadia relação entre aluno e professor, consolidada em meio de ensino-aprendizagem adequado, imagino que este seja ponto comum. Esse cenário, todavia, não encontra correlato com a realidade da maioria. Escolas públicas no Brasil foram apartadas do bom ensino, relegadas a um território quase que em litígio. A disfunção, a meu ver, advém da formação: estão em escassez escolas que, como a minha, preocupam-se com a pedagogia de excelência no ensino básico e com a autonomia do aluno, amadurecido pelo próprio ambiente, uma vez bem disciplinado por docentes experientes. Agir com maturidade aparenta ser a solução. Sinto que a prefeitura da capital paulista, eivada de maus gestores que estão alheados da população mais pobre, exime-se da responsabilidade pelos deprimentes índices na área. São Paulo configura a 21.ª posição entre as capitais quando o assunto é alfabetização, segunda a matéria Melhorar qualidade da educação infantil será desafio do futuro prefeito (Estadão, 07/08, A10 e A11). Para sintetizar tamanha problemática, o que há de ser realizado é o óbvio, ou seja, deixar para trás a velha forma de lidar com educação. A prefeitura, seja qual for o mandatário, deverá tomar atitude para ir além; não apenas zerar a fila das creches, mas reestruturá-las. Entendo que as escolas da rede municipal devem ofertar ensino integral apenas se esse ensino for acompanhado de pormenorizado planejamento, como é praxe no ensino particular de excelência, e certamente não o caso das equipes de campanha dos candidatos. Em uma nação que, outrora, rotulou-se pátria educadora é decerto constrangedor observar que o investimento dos responsáveis em educação privada para os seus (filhos, netos, etc.) faz dela um privilégio de poucos, enquanto milhões de jovens distanciam-se da vida acadêmica e dos estudos como um todo – somam 24% os jovens tidos como nem-nem, pois não estudam nem trabalham. Sou um jovem que não tem saber notório em área alguma. Tenho, contudo, vontade de presenciar, um dia, colégios (privados ou públicos) cambiando suas boas práticas, alimentando uma rede nacional de ensino que se inspire no sucesso das boas instituições particulares e na pluralidade e diversidade em EMEIs e EMEFs, além de haver, nesse ínterim, dimensionada capacitação de professores em várias áreas e acompanhamento dos alunos. Logo, teria de ser “função intrínseca da escola auxiliar cada sujeito, tanto individual como coletivamente, a ser capaz de pensar para inovar”, como escreveu minha professora de Química em sua dissertação de mestrado: creio que o excerto compreende, assim, a tese deste texto. Precisamos todos saber o que é ensinar para, aprendendo, um futuro construirmos. Concluo como iniciei minha carta. Felizmente, ler jornais como o Estadão, elucida e, sobremaneira, lança luz em matérias de interesse público por vezes escanteadas nas mídias digitais; dessa forma, o jornal nos angustia, mas para o bem-estar da Nação. Agradeço a atenção e o espaço cedido pelo Fórum dos Leitores para expressar minha opinião.

Luis F. Rivero V. Almeida

São Paulo