Congresso Nacional
Não nos deixemos abater
O editorial O Congresso afronta o Brasil (A3) e o artigo de Fernando Gabeira Emendas parlamentares, a grande jabuticaba (A6), no Estadão de 20/12, sintetizam o pensamento e o sentimento de muitos brasileiros que, bestializados, estão assistindo ao melancólico espetáculo da deterioração dos Poderes da República. É uma pena que justo a doce e saborosa jabuticaba seja incluída nas conversas sobre emendas parlamentares, essa anomalia nacional, considerada excrescência e aberração inconstitucional na campanha eleitoral de 2022. A perpetuação do orçamento secreto por meio de artimanhas, truques, dribles e jeitinhos deveria enojar os que cultivam a democracia e a transparência na gestão pública. Talvez o déficit de cidadania de grande parte do eleitorado, obrigado a votar, explique os problemas de representação e qualificação do Parlamento nacional. Mas não me deixo abater nem renuncio à esperança de que superaremos a “democracia vulgar e desalentadora” dos dias atuais e conseguiremos transformar o País num lugar melhor para viver e conviver. Não ignoro nossa história de patrimonialismo, corporativismo, clientelismo, fisiologismo, coronelismo e mandonismo. Mas continuo teimosamente esperançoso de que a soberania, a cidadania e a dignidade do povo brasileiro, estabelecidas no artigo primeiro de nossa Constituição, ainda vão se tornar realidade. Chegará o dia, não sei se já em 2026, em que o povo, por meio do voto livre e voluntário, saberá escolher um Congresso cuja maioria exerça o mandato de frente para o Brasil e com o respeito que seus representados merecem.
João Pedro da Fonseca
São Paulo
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Inflação e juros
O pior inimigo
Nosso pior inimigo é aquele que a gente não vê: a inflação. O governo Lula 3 continua ignorando seu dever de casa de cortar os gastos e o Banco Central (BC) vai tentar conter a alta generalizada dos preços aumentando ainda mais os juros. A economia trava, o dólar sobe, investidores idem, e o Brasil segue rumo ao enfraquecimento da moeda e os preços dos produtos disparam. O pobre não tem como proteger seu salário e vai sofrer cada vez mais com a queda do seu poder aquisitivo. Os mais abastados e esclarecidos vão tentar blindar suas economias em aplicações com correção monetária. Assim a moeda vai morrendo, e os pobres? Perguntem a Lula o que ele fará. Ele dirá: “Votem em mim”.
Roberto Solano
Rio de Janeiro
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O trabalho do BC
Em poucos dias o presidente Lula estará livre do inimigo do pobre brasileiro, também conhecido como Roberto Campos Neto. Talvez Gabriel Galípolo, próximo presidente do BC, consiga convencer Lula de que não é do interesse do famigerado mercado quebrar o real. Este movimento é circunstancial e, com certeza, a moeda brasileira se deverá acomodar na proporção de seis... por US$ 1,00. Nenhum absurdo para quem entende um pouco de macroeconomia. O que esperamos é que as grandes inteligências monetárias do PT deixem o BC trabalhar. E parece que Galípolo e equipe não vão afinar.
João Israel Neiva
Cabo Frio
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Lula 3 pode repetir Dilma 2
Lula da Silva está se tornando irrelevante sem a ameaça da volta de Jair Bolsonaro ao poder. O derretimento do real ante o dólar é consequência direta das bobagens que Lula segue impondo ao País. O mercado já está metabolizando a provável interferência no BC, assim como o tradicional aumento de gastos em ano que antecede à eleição. Tudo indica que Lula vai repetir o erro de Joe Biden e se lançar, octogenário, a uma nova disputa eleitoral. O governo Lula 3 pode acabar repetindo Dilma 2: com a aprovação em queda livre, Lula pode ser alvo fácil para um impeachment – motivos não faltam, basta requentar algum processo. O País se beneficiaria de Geraldo Alckmin na Presidência e estaria aberto o caminho para o surgimento de novas lideranças políticas, livres da influência de Lula e de Bolsonaro. O Brasil pode sonhar com o surgimento de um novo governo honesto e competente, em nome da alternância no poder.
Mário Barilá Filho
São Paulo
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Boas-festas
O Estadão agradece e retribui os votos de Feliz Natal e próspero ano novo de Aberje – Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Yasmin Paneto); Art Presse Comunicações (Nira Worcman); Banco Mundial; Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC); Equipe do Porto Central; e Peter Kujala.
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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br
DECISÃO DO STM
A absolvição dos militares condenados por matar Evaldo dos Santos Rosa e Luciano Macedo pelo Superior Tribunal Militar (STM), por considerar culposo e não doloso dar mais de 80 tiros em seu carro, num total de mais de 200 disparos, mostra a distância entre os juízes, a sociedade e a Constituição. O músico e o catador, mortos, não estavam em posição de confronto ou ofereciam perigo. Mesmo um criminoso, fugindo, sem oferecer perigo, não pode levar um tiro pelas costas. O primeiro voto, para absolver, ocorreu em 29 de fevereiro deste ano e a trágica conclusão, por maioria (oito a seis) somente na quarta-feira passada, 18/12. O direito à vida foi aviltado pela polícia e perdeu seu valor por quem deveria proteger: os juízes. E nosso Congresso segue omisso e aumentando os penduricalhos dos juízes às custas da miséria do povo.
Carlos José Marciéri
São Paulo
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REDUÇÃO E NÃO CORTE
Esse pacote do governo que está sendo erroneamente chamado de corte de gastos, na realidade, é uma redução. Na velocidade que os gastos aumentam, é igual desmatamento: quando dizem que o desmatamento está diminuindo, na verdade continua, só que com velocidade menor. Com os gastos acontece o mesmo, eles continuam a aumentar só que com uma velocidade menor.
Vital Romaneli Penha
Jacareí
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ARCABOUÇO FISCAL
Sinônimos de mentira: enganos, falsidades, inverdades, farsas, lorotas, balelas e arcabouço fiscal.
Roberto Solano
Rio de Janeiro
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‘ACOMODAR ARISTOCRATAS’
O editorial Tudo em família (Estadão, 18/12, A10) mostra que os Tribunais de Contas, com seus cargos vitalícios e salários soberbos, estão sendo aparelhados para acomodar uma crescente espécie de aristocratas. Afinal, as indicações de esposas de políticos poderosos, além violar princípios constitucionais e não atender aos rigorosos pré-requisitos como notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros vêm sendo a regra frequente. No caso recente, focado no editorial em apreço, a esposa do ministro Camilo Santana é formada em Letras, e doutora em Ciências da Saúde.
José Elias Laier
São Carlos
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FALTA DE COMUNICAÇÃO
Lula da Silva é chamado corriqueiramente de boquirroto – pessoa que fala muito – mas acaba de declarar que vai falar mais, porque, segundo ele, o seu governo ser visto pela maioria da população como ruim ou péssimo é apenas uma questão de falta de comunicação. Culpou a Secom e está fritando em fogo alto o ministro Paulo Pimenta. Aliás, essa é outra marca registrada de Lula, terceirizar os problemas. Diante da verborragia que se aproxima, das duas, uma: ou você compra um fone de ouvido, daqueles com cancelamento de ruído, ou se isola numa ilha sem internet. Parece que o conserto na cabeça deixou a língua ainda mais afiada.
Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva
Salvador
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SISTEMA POLÍTICO
Em algum momento de sua história o Brasil terá que se dar conta que seu sistema político partidário não funciona, não existe qualquer vestígio de competência no governo. O país vai seguir perdendo todas as oportunidades com um bando de corruptos e incompetentes se revezando no governo. Um país que se contenta em ser governado por alguém com o perfil de Lula da Silva, auxiliado por alguém como Fernando Haddad não pode esperar nada. O Brasil deveria incluir a palavra competência no vocabulário, não existe qualquer critério qualitativo na politica brasileira, quem sabe o país deveria escrever na bandeira: ordem, progresso e competência.
Mário Barilá Filho
São Paulo
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APARÊNCIA DO PRESIDENTE
O presidente Lula sofre de Transtorno Dismórfico Corporal (TDC), que nada mais é em ter preocupações exageradas com a aparência. Por isso, em 2023, ao realizar cirurgia total de quadril, colocando uma prótese, disse que ninguém iria vê-lo andando com andador ou de muletas. O mesmo aconteceu quando realizou uma cirurgia para retirar o excesso de pele das pálpebras, conhecida como blefaroplastia, e tomou um chá de sumiço para que ninguém o visse. Agora, mais uma vez, ao se submeter a duas cirurgias na cabeça, tem usado um chapéu Panamá para ninguém ver as cicatrizes em sua cabeça. Como disse aquela senhorinha de Taubaté: Lula, meu filho, aparência não é nada. O correto é não errar nos próximos dois últimos anos do seu governo, pode ser?
Júlio Roberto Ayres Brisola
São Paulo
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‘DESGRAÇA’
Não entendo nem gosto de política. Não entendo o porquê das guerras e não concordo absolutamente com nenhuma delas. Estou aposentada há muitos anos e me preocupo em aproveitar o que me resta de vida. Mas acompanho os acontecimentos. Não tenho nenhum político de estimação. Aliás, são raros os que têm bons propósitos. Mas analisando a atual situação do Brasil, ouso dizer que Lula e o PT me lembram o eixo do mal representado pelo Irã, o Hamas e o Hezbollah. Só fazem coisa ruim que parece não ter fim. Aderiu ao eixo o novo partido lançado por um cidadão chamado Luís Roberto Barroso, que isso declarou em alto e bom som e amplamente divulgado pela mídia. Pensei que a maldade estava restrita apenas a um tal de Alexandre de Moraes, Dias Toffoli e Gilmar Mendes. E eis que surge um candidato a rei momo no Maranhão para reforçar o time do inferno. Só não é pior pois é comunista graças a Deus. É difícil de acreditar que o Brasil está passando por tamanha desgraça.
Iria de Sá Dodde
Rio de Janeiro
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FUNDO DO POÇO
Democracia é a melhor forma de governo, ao, periodicamente, permitir alternância de poder de forma honesta, transparente, sem trauma e as leis são igualmente cumpridas para todos, tanto para Chico como para Francisco. Ou seja, com a básica segurança jurídica. Quando as leis são flexíveis, valorizando e defendendo os detentores do poder, e, por qualquer motivo, excluindo ou inviabilizando os adversários, gera insegurança jurídica e afugenta investimentos, a exemplo da Venezuela, cuja denominação foi chamada de democracia relativa. Celeremente o Brasil está venezuelando com a inflação, o desequilíbrio fiscal e a Bolsa de Valores derretendo. O fundo do poço é logo ali.
Humberto Schuwartz Soares
Vila Velha (ES)
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VINI JR.
Real Madrid leva seu 9.º título mundial(Estadão, 18/12, A18). Como brasileiro, estou muito feliz e orgulhoso com o prêmio de melhor do mundo recebido por Vini Jr. Mas, algo não vai tão bem. Diferentemente de Romário, Ronaldo, Rivaldo, Ronaldinho gaúcho e Kaká, que foram também contemplados com o Fifa the Best e eram brilhantes em suas equipes e no Selecionado Brasileiro, Vini é excepcional no Real Madrid, o que não chega a ser muita vantagem por atuar ao lado dos melhores do mundo, mas deixa muito a desejar quando joga pela Seleção. Como dizia um velho amigo: “jogar bem no Real Madrid, até minha sogra joga”.
Maurílio Polizello Junior
Ribeirão Preto