Rio Grande do Sul
Eleições municipais
Diante da tragédia no RS, a mudança na data das eleições municipais é um debate urgente e necessário, para dar mais tempo à reconstrução do Estado, destruído pelas inundações das últimas semanas. Como na época da eleição de 2020, durante a pandemia de covid-19, a melhor opção seria realizar o 1.º turno das eleições municipais no feriado de 15 de novembro. E as cinco maiores cidades gaúchas, com mais de 200 mil eleitores, ficariam com a opção de realizar o 2.º turno no último domingo do mês.
Luiz Roberto da Costa Jr.
Campinas
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Sem sentido
Soa sem sentido a ideia de prolongar os mandatos atuais dos prefeitos do RS, apresentada pelo governador Eduardo Leite, por causa das inundações no Estado. O Brasil e o resto do mundo passaram pela pandemia de covid-19, fato mais grave, e as eleições de 2020 ocorreram com sucesso. Além disso, será uma oportunidade ímpar para o povo gaúcho avaliar as políticas públicas adotadas pelos que atualmente têm mandato eletivo, além das costumeiras promessas. Será, sim, hora de encontrar os responsáveis pelas decisões políticas que contribuíram para a tragédia climática que praticamente destruiu o Rio Grande do Sul.
Celio Cruz
Recife
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Dengue
Pouco-caso
A mais recente divulgação dos casos de dengue no Brasil aponta que o País ultrapassou os 5 milhões de casos e 2,8 mil mortos. É a pura realidade. Posso afirmar sem dúvidas, pois somos em seis na família e três contraíram essa desgraça. Seguimos à risca os cuidados determinados pelos órgãos da Saúde, mas pagamos caro pelo relapso de quem não está nem aí para o mosquito. O governo federal, com ínfimos alertas na mídia, é corresponsável por este descaso. A distribuição em doses homeopáticas das vacinas, por faixa etária e só em cidades com mais de 100 mil habitantes com alto índice de infecções, é outro exemplo do pouco-caso com a população. Mas quem quiser ficar imunizado sem depender da rede pública, basta procurar o atendimento privado e optar pelo esquema vacinal completo, de duas doses, e pagar cerca de R$ 1 mil, uma bagatela! Afinal, o imposto que você paga é a assistência que você não tem.
Sergio Dafré
Jundiaí
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Irã
O futuro
Não se pode admitir como verdade nua e crua ter sido mero acidente a queda de um helicóptero dentre duas outras aeronaves iguais que pousaram sem traumas, voando em região remota sob forte intempérie, o que levou à morte do presidente do Irã e possível sucessor do líder supremo Ali Khamenei, Ebrahim Raisi, e do chanceler iraniano. Em tese, assume o vice-presidente e eleições serão convocadas em 50 dias. Creio que esta segunda regra será descumprida, ante o estado quebradiço da economia iraniana e o forte descontentamento popular, que certamente levará as eleições a um resultado antagônico às perspectivas do clã atualmente dirigente. O melhor dos mundos seria um Irã democrático, com liberdade econômica e política, para o Oriente Médio e o mundo, mas isso não deve passar de miragem onírica.
Amadeu R. Garrido de Paula
São Paulo
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‘Açougueiro de Teerã’
A ONU expressou condolências pela morte de Ebrahim Raisi, presidente do Irã apelidado de “açougueiro de Teerã”. Homenageá-lo assim é inocentá-lo das barbáries cometidas contra o seu povo. Cruzes!
Tania Tavares
São Paulo
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Ciclovias em São Paulo
É preciso rever o projeto
O cidadão e leitor sr. Geraldo Santana reclama, com razão, da criação de tantas ciclovias na cidade (Estadão, 21/5, A14). Essas muitas ciclovias têm gerado reclamações principalmente de profissionais do transporte público, que dizem que o trânsito no município só piorou. Mas a Companhia de Engenharia de Tráfego responde, com cinismo, que a implementação das ciclovias é uma alternativa de mobilidade à população. Ora, é visível que elas têm sido implementadas sem nenhum critério técnico – como bem disse o leitor, “ruas já estreitas para o tráfego de veículos foram sacrificadas para a instalação dessas ciclovias”. Vê-se que a administração pública, uma vez traçado um plano, não o altera mesmo percebendo (se é que percebe) que o projeto não atende aos interesses da comunidade.
Alvaro A. Fonseca de Arruda
São Paulo
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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br
BÔNUS POR ‘EXCESSO DE SERVIÇO’
Ao ler o editorial Excesso de desfaçatez (Estadão, 21/5, A3), fiquei me perguntando se o adicional por excesso de serviço que os procuradores de São Paulo vão ser presenteados também não deveria ser concedido a outras categorias onde se trabalha de verdade. Refiro-me aos carcereiros (talvez a pior das carreiras públicas) policiais, bombeiros, professores, etc. Pelo que sei, esses profissionais, além de receberem muito pouco em relação à importância e à periculosidade de suas funções, também são obrigados a trabalhar muito além do limite contratual.
Luciano Nogueira Marmontel
Pouso Alegre (MG)
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‘ABSURDO DE ESPERTEZA’
O editorial intitulado Excesso de desfaçatez (Estadão, 21/5, A3) alerta para um absurdo de esperteza e insensibilidade. O brilhante sociólogo Domenico de Masi, na importante obra Ócio Criativo, discorria sobre horas extras e alertava que, ao permitir horas extras, atestava sua deficiente capacidade gerencial, já que fazer essas horas mostrava que o trabalho não era produtivo. Domenico mostrava que ao deixar de trabalhar poderia exercer o ócio criativo e ser mais feliz. No caso abordado no editorial, irão continuar sem trabalhar o necessário no horário normal e, com certeza, nas horas extras também.
Carlos Ritter
Caxias do Sul (RS)
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SEM ESPAÇO
Os paulistas ganharão com a candidatura presidencial de Tarcísio de Freitas em 2026, pois abreviará seu mandato em alguns meses e teremos a oportunidade de escorraçá-lo do Palácio dos Bandeirantes e da política como um todo por um bom tempo, à semelhança do que aconteceu com o ex-governador João Dória. Oportunistas, ainda mais da extrema-direita, não podem ter espaço aqui.
Adilson Roberto Gonçalves
Campinas
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‘ABERRAÇÃO’
Se o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e os deputados estaduais de SP, que aprovaram a aberração de dar folgas de sete dias por mês ou compensação monetária aos procuradores de SP, soubessem quanto ganha um professor do Ensino Médio no governo do Estado – cerca de R$2 a R$5 mil por mês, enquanto para um procurador a remuneração inicial é de R$38.914,81 –, teriam aprovado este disparate? Professor não trabalha só em sala de aulas. Ele leva para casa as provas, os trabalhos, etc, para corrigir. Também fizeram faculdade e prestaram concurso como os procuradores do Estado de São Paulo. As eleições vem aí e farei questão de saber quem aprovou essa desfaçatez.
Tania Tavares
São Paulo
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VASO CHINÊS
Bem feliz a comparação da ministra Marina Silva como o vaso chinês Lula, segundo o editorial Marina, o vaso chinês de Lula (Estadão, 20/5, A3). Naturalmente, um vaso bom que deva inspirar cuidados devido ao risco de quebra. Já em relação ao presidente, bem, para alguém que pretende participar das dez próximas eleições, tenho receio da validade do dito popular: “vaso ruim não quebra”.
Benedito Antonio Turssi
São Carlos
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‘VENEZUELAR’
O Brasil acéfalo, com uma onerosa e ineficiente máquina pública cheia de penduricalhos, sem plano de governo e dono da Petrobras, está prejudicando a petrolífera, quando o País carece de ações governamentais que visem benefícios coletivos. A politicagem governamental, comprometendo o equilíbrio fiscal e praticando discriminação, visa venezuelar o Brasil, se manter no poder e hostilizar todos os que não comunguem com sua cartilha,
Humberto Schuwartz Soares
Vila Velha (ES)
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ANISTIADO
Lamentavelmente, Moro foi do céu ao inferno em pouco tempo. TSE retoma julgamento de ações que pedem cassação de Moro em clima favorável ao senador (Estadão, 21/5). O outrora respeitável juiz, que comandou a força-tarefa que desmantelou um dos maiores esquemas de corrupção do País, ordenando a prisão de muitos figurões que se julgavam intocáveis. Inexplicavelmente, abandonou a magistratura, a carreira brilhante e a respeitabilidade, para se tornar um mero político e beija mão de ministros do Supremo. Mas, se a Justiça anistiou um ex-presidiário, condenado inapelavelmente em três instâncias, permitindo que assumisse a presidência, espera-se, por uma questão de justiça ou ausência dela, que Sergio Moro seja também anistiado.
Maurílio Polizello Junior
Ribeirão Preto
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SUCATA VELHA
Seria mesquinhez diante dessa catástrofe que assola o Rio Grande do Sul parafrasear o presidente Lula da Silva na pandemia: “ainda bem que a natureza criou esse monstro do coronavírus”. Mas, infelizmente, a natureza parece que resolveu continuar se rebelando. Durante a pandemia, cidades e estados receberam bilhões para a saúde pública e hoje sabemos que muitos desses recursos foram usados para pagar dívidas acumuladas e quase nada para saúde. Muitos municípios já tinham recebido verbas contra catástrofes que sumiram na administração pública. Parece que o Brasil fica sempre correndo atrás de apagar incêndios e nada faz para evitá-los porque é ineficiente em administrar tudo. Por que não começar a enxugar a máquina pública, aprovar reforma administrativa que ficou fora nos estados e municípios na época da reforma da previdência federal? Para o Brasil crescer, não dá mais para ficar arrastando essa sucata velha e inoperante das administrações públicas, caso contrário, outras catástrofes virão. Doa a quem doer, mudança já.
Beatriz Campos
São Paulo
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COMBATE À CORRUPÇÃO
O Brasil vai precisar de muito dinheiro no curto prazo para reconstruir o Rio Grande do Sul. Seria um grande oportunidade para o país finalmente mexer na intocável conta corrupção, um grande esforço nacional poderia arrecadar centenas de bilhões de reais que viriam do combate aos mais variados esquemas de roubo de dinheiro público. O País poderia acabar com o fundo eleitoral, demitir todos os assessores parlamentares, fazer uma auditoria de verdade nas emendas parlamentares e endurecer muito o combate ao superfaturamento de obras. Essas medidas elementares poderiam trazer centenas de bilhões de reais aos cofres públicos, esse dinheiro poderia agilizar muito a reconstrução no Sul. O Brasil será grande no dia em que sair da lista de países mais corruptos do mundo, combater a corrupção generalizada no governo deveria ser a prioridade número um do governo que suceder Lula da Silva.
Mário Barilá Filho
São Paulo
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DOAÇÕES PARA O SUL
Para ajudar a reerguer as famílias atingidas pela tragedia no Sul, sugiro doar, por um ano, todo o lucro das loterias. Ou pensem realmente em ajudar ou parem de tergiversar.
Lourdes Migliavacca
São Paulo
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‘SUPOSTAS GENEROSIDADES’
Lula e seu governo poderiam parar de propagar essa costumeira trapaça, divulgando essas supostas generosidades e anunciando, em rede nacional, verbas e mais verbas para o povo gaúcho. Poderiam dizer a verdade: que cada moedinha que eventualmente chega ao Rio Grande do Sul é fruto do suor dos brasileiros pagadores de impostos, e divulgar, sim, que estão somente cumprindo com as suas obrigações e que não estão fazendo nenhuma caridade.
Arcangelo Sforcin Filho
São Paulo
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MOMENTOS CONTURBADOS
Estamos vivenciando nestes momentos conturbados da história da humanidade situações impressionantemente complexas. Além das situações políticas complicadas em várias nações, temos ainda a dura realidade das mudanças climáticas que, por mais que os negacionistas tentem negar, elas não são mais passíveis de serem ignoradas. No futuro, que está a nossa frente, precisamos que nossas lideranças de todo o planeta tenham capacidade de encontrar soluções a tais desafios para que possamos vivenciar momentos de mais tranquilidade em todo o planeta.
José de Anchieta Nobre de Almeida
Rio de Janeiro
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MORTE DE EBRAHIM RAISI
Sobre a morte do presidente do Irã,o linha-dura Ebrahim Raisi, responsável pelo enforcamento de milhares de prisioneiros políticos em 1988, pela perseguição implacável a seus opositores e pelo apoio irrestrito e patrocínio de grupos terroristas que perpetraram atentados mundo afora contra civis inocentes, cabe dizer que o lugar de seres diabólicos é no inferno. Que vá para lá.
Vicky Vogel
Rio de Janeiro
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ALINHAMENTO IDEOLÓGICO
As mortes do presidente do Irã, Ebrahim Raisi, e do chanceler iraniano, Hossein Amir Abdollahian, em queda de helicóptero, geraram duas notas de pesar: uma do Itamaraty e outra do presidente Lula da Silva. A do Itamaraty é protocolar. A do presidente é pra lamentar. O Irã é uma constante ameaça ao mundo com o seu regime teocrático, um perigosíssimo poderio nuclear e sua ligação umbilical com grupos extremistas, como os Houthis, no Iêmen; o Hezbollah, no Líbano; e o Hamas, na Faixa de Gaza. A nota pessoal de Lula escancara o alinhamento ideológico do seu governo e seu partido com um regime sanguinário. Ebrahim Raisi era conhecido como o carniceiro de Teerã, tendo atuado como juiz em tribunais secretos que condenaram à morte, por execução, cerca de 5 mil homens e mulheres iranianos, enterrados em valas comuns, o que constitui um crime contra a humanidade. A nota pessoal de Lula é um crime contra a nossa democracia.
Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva
Salvador (BA)
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SER EXTINTO
Estive hoje na escola de minha neta e vi um grupo de adolescentes rindo, brincando e correndo pela rua. Em pouco tempo eles serão adultos e, com um passo a mais, serão os líderes de nosso país. Fiquei sonhando e me perguntando se essa alegria e relações amistosas irão continuar ou se, para minha tristeza, irão se tornar os adultos de atualmente raivosos, olhando só para o próprio umbigo, desrespeitando as leis do trânsito. O cidadão cordial já é um ser extinto? É esse o destino que nos espera? Não é mais sonho, virou pesadelo?
Aldo Bertolucci
São Paulo