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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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8 min de leitura

Agências reguladoras

Cortar o mal pela raiz

A notícia é estarrecedora: Rui Costa confirma a empresários que governo Lula prepara projeto para mudar agências reguladoras (Estadão, 24/10). Não, ministro Rui Costa. Não, Lula da Silva. Não, PT. Não, abutres. Agências reguladoras são conquistas da democracia brasileira. O Congresso Nacional tem a obrigação de cortar o mal pela raiz. E se eles (Lula e PT) não entenderem assim, o mecanismo do impeachment está aí para ser usado, se essa for a única forma de o lulopetismo entender que o dono do Brasil é o povo brasileiro.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

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Contas públicas

Quase ninguém acredita

Confesso que dei boas risadas ao ler a coluna de Celso Ming intitulada Corte de gastos, agora prioridade (Estadão, 24/10, B2), diante de mais esta aparentemente inexplicável promessa de mudança de atitude do governo federal, rumo a uma política econômica menos irresponsável. O que se pode esperar de um desgoverno que tolera passivamente a existência de uma estatal, entre muitas outras, que emprega centenas de pessoas para fazer no máximo chips para lá de desatualizados? E que, pior, acabou de enviar ao Congresso projeto para a criação de mais uma estatal (chamada pitorescamente de Alada) e que, em vez de focar no corte de despesas inúteis para melhorar concretamente a vida dos brasileiros, como as que custeiam a enormidade de cargos indicados politicamente e demais benesses, insiste em bater o pé para torrar ainda mais na compra de um novo e caríssimo avião presidencial? Apenas no mundo da fantasia em que se tornou Brasília a contradição evidente entre esse discurso vazio (e risível) de conversão à responsabilidade fiscal e a trágica realidade que assola o País pode passar despercebida. Enquanto isso, no mundo real, o Fundo Monetário Internacional (FMI) alerta para as terríveis consequências do desvario fiscal sobre o futuro dos brasileiros e quase ninguém acredita seriamente que haverá mudança na propensão à gastança da atual administração. Tristes trópicos.

Fernando T. H. F. Machado

São Paulo

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Congresso Nacional

Prioridades

No ano passado muita gente comemorou a aprovação da reforma tributária, que iria encerrar 30 anos de uma legislação retrógrada sobre impostos que criou custos enormes para os contribuintes. Neste ano, em vez de o Congresso regulamentar essa legislação, nossos congressistas estão mais interessados na eleição da presidência da Câmara e do Senado ou no perdão dos arruaceiros do 8 de Janeiro. Muito esquisita essa prioridade.

Aldo Bertolucci

São Paulo

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Brasil armado

Tragédia no RS

Após o terrível episódio em Novo Hamburgo (RS), onde um homem com esquizofrenia, que tinha quatro armas licenciadas como CAC, matou o pai, irmão e um policial militar e feriu outras nove pessoas, é preciso estabelecer limites e maior controle no acesso a armas no Brasil. A quantidade de armamento legalizado no País aumentou exponencialmente desde o governo Bolsonaro. Episódios trágicos de uso de revólveres, pistolas e assemelhados se tornaram banais nos últimos anos. É preciso proteger vidas inocentes.

Célio Cruz

Recife

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Copa Libertadores

Vandalismo no Rio

Botafogo arrasa o Peñarol em jogo precedido por vandalismo no Rio (Estadão, 24/10, A19). Os dirigentes do Botafogo, em acordo com as torcidas organizadas, deveriam fazer uma campanha para desincentivar a ida de torcedores botafoguenses para o Uruguai na próxima quarta-feira. É melhor prevenir, pois o risco de violência física é imenso, e a vantagem no placar não justifica esse sacrifício.

Roberto Solano

Rio de Janeiro

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Maguila

1958-2024

Morreu ontem, aos 66 anos, o ex-pugilista Maguila. O peso pesado foi por muitos anos atração nas madrugadas de sábado para domingo. O Brasil parava para assistir às suas lutas. Nordestino de Aracaju (SE), veio para São Paulo a fim de realizar o sonho de se tornar pugilista. Passou fome, trabalhou como pedreiro, mas chegou lá. Deixa o exemplo da conquista de sonhos e a lembrança de sua simplicidade. Vá com Deus, grande Maguila.

Armando Bergo Neto

Campinas

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

PRIVILÉGIOS IMORAIS

Presente de grego (Estadão, 23/10, A3). É inacreditável que em um país pobre como o nosso, com pessoas revirando lixo e dormindo na rua, a PL dos supersalários vai validar penduricalhos que ignoram o teto do funcionalismo. O auxílio-moradia dos juízes, de R$ 4,3 mil e de procuradores de 25% do salário, também será mantido. Até quando vamos suportar esses privilégios imorais?

Cleo Aidar

São Paulo

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AGÊNCIAS REGULADORAS

O editorial do Estadão sob o título Nova ofensiva de Lula contra as agências (Estadão, 23/10, A3) mostra um dos grandes defeitos do presidente, que é a teimosia. É a sua insistência em tentar submeter as agências reguladoras à sua sabedoria. A mesma que decidiu pela construção da Usina de Belo Monte, no Rio Xingu, contra as advertências dos climatologistas da Amazônia. Não conseguiu em seu mandato, mas sua sucessora Dilma Rousseff a construiu. Custou cerca de R$ 40 bilhões, produz eletricidade apenas cinco meses por ano, prejudicou os indígenas que viviam ali desde sempre, reduziu as chuvas no Sudeste, onde estão as empresas mais produtivas do País, do agronegócio e das industriais. Em São Paulo, as chuvas diminuíram e o então governador, Geraldo Alckmin, teve que se desdobrar para construir novas represas. As agências reguladoras foram criadas em 1997 durante o governo Fernando Henrique Cardoso, em consequência do programa de privatizações e surgiram para fiscalizar e disciplinar a prestação de serviços. Obviamente, não podem ficar sob a tutela do presidente da vez. Já chega o que ocorre com aquelas que são sociedades anônimas, com participação do governo federal em que presidente da República tem influência.

Gilberto Pacini

São Paulo

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EQUILÍBRIO FISCAL

As projeções do equilíbrio fiscal para o Brasil acusam um aumento do déficit público, bem como um crescimento da dívida bruta do País. Os estudos dos técnicos do Fundo Monetário Internacional (FMI), não consideram – apesar de saberem – que a corrupção por aqui é incomensurável e somos considerados um dos países com maior corrupção ativa. Afinal, não há quem aguente, as rachadinhas, os superfaturamentos, os orçamentos secretos, as emendas parlamentares, as transferências PIX, as ameaças à ordem pública, os discursos de ódio e negacionistas, os crimes contra o erário público, os corruptos colocados em liberdade, entre outros vários. Na verdade, que ninguém se engane com as previsões de sucesso após 2027, como informa o FMI, que oficialmente desconhece esses agravantes que atolam o País. Quem viver verá.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

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DIAS TOFFOLI

O ministro Dias Toffoli da nossa Corte Suprema, em lançamento do seu livro, mencionou em seu discurso um país justo por meio da nossa Corte. De qual Corte ele estava falando? Salários altos, mordomias sem freios, custo aos pagadores de impostos, 243 funcionários ao custo de R$ 930 milhões. E por conta da sua atitude monocrática que os ladrões da Lava Jato declararam que tudo aconteceu mesmo, mas para o nosso ministro, foi um puro conluio do juiz Sergio Moro.

Humberto Cícero de Cerqueira

São Paulo

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PARLAMENTARES

Onde estão os parlamentares de direita eleitos para salvar o País? Por que não aparece nenhum candidato desses para as duas Casas Legislativas? Incompetentes, frouxos ou desprovidos de qualquer capacidade de articulação? E fala-se novamente em Davi Alcolumbre para o Senado? Pelo amor de Deus, chega de Pachecos, Alcolumbres, Maias, Liras, etc. Gente covarde e subserviente que não tem nenhum compromisso com os anseios do povo brasileiro, que quer o que é seu, por direito, sua Pátria. Basta de Centrão, parlamentares vendidos e que se preocupam apenas com seus interesses pessoais. E o recado das ruas, mais uma vez, vai cair no esquecimento?

Elias Skaf

São Paulo

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NOVAS LIDERANÇAS

Chega de Lula e Bolsonaro. Está mais do que na hora de termos pessoas capazes de conduzir nossa nação.

Robert Haller

São Paulo

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GASTO SUPORTÁVEL

A queda no banheiro, no Palácio da Alvorada, do presidente Lula, mostrou que nem tudo é culpa do Banco Central. Com um investimento numa podóloga, esse gasto certamente necessário traria uma despesa suportável que o livraria do acidente. Com a palavra, a presidente do PT.

Mario Miguel

Jundiaí

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ESCOLAS CIVICO-MILITARES

É sem sentido a existência das chamadas escolas cívico-militares. A condição militar é uma e a civil é outra; nem mesmo nos colégios militares do Exército os alunos são militares e não podem ser assim enquadrados. Militar é a pessoa nas condições previstas no Estatuto dos Militares e nos das Polícias Militares e Brigadas Militares. A título de eficiência e disciplina, não se pode militarizar a sociedade. Escolas realmente militares já existem, como as das Forças Armadas. Há de se verificar também a condição de militares inativos que trabalham nessas escolas, pois não podem acumular cargos, mesmo levando em conta a inatividade – exceções previstas na Constituição.

Heitor Vianna P. Filho

Araruama RJ

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ATO DE BOULOS

“Quando Guilherme Boulos pede voto, ele pede uma oportunidade de servir a quem mais precisa, enxergar e trabalhar para melhorar a vida das pessoas”, disse Geraldo Alckmin (PSB), vice-presidente da República, em ato de campanha em São Paulo. Só quem não conhece Alckmin engole essa mentira. E no caso, se Ricardo Nunes pede votos, qual seria o propósito? É uma vergonha esse esforço para convencer o eleitor a votar na esquerda, sendo que Alckmin era de direita e só mirou para a esquerda porque viu espaço para crescer. Todo candidato se propõe a melhorar a vida das pessoas. Época de prometer tudo. Alguns candidatos vendem a alma. Depois acertam as contas com o demônio e o eleitor que se dane. Uma coisa é certa, ser político é ótimo. Já viu o desespero para não largar o osso?

Izabel Avallone

São Paulo

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SABATINA DE BOULOS

Boulos aceita ser sabatinado pelo sujeito que divulgou laudo fraudado sobre ele (Estadão, 24/10). Reafirmo que Marçal não tem perfil para ser prefeito de São Paulo, com a mesma certeza que é, disparado, o mais inteligente entre Ricardo Nunes e Boulos. Ao que tudo indica, ao convidar Boulos para ser sabatinado por ele, Marçal pode estar armando uma arapuca para o candidato psolista que, ao meu ver, deveria evitar esse evento, sob pena de ser humilhado e dar adeus a qualquer chance de vencer o segundo turno do pleito eleitoral paulistano.

Maurílio Polizello Junior

Ribeirão Preto

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SIGLA BRICS

O economista Jim O’Neill, do Banco Goldman Sachs, em 2001, criou o acrônimo BRIC, apontando as quatro economias emergentes daquele momento. Com o passar do tempo, houve a adesão de novos integrantes, e sob a liderança da Rússia e China, o BRICS se transformou num bloco antiocidental, com o objetivo de criar uma nova ordem mundial e desdolarizar as transações comerciais. É a volta da Guerra Fria, e o Brasil de Lula 3 optou pelo lado do autoritarismo em detrimento das maiores democracias mundiais. Lula sonha em se perpetuar na presidência. Talvez outra queda no banheiro o faça recobrar a consciência.

Jose Alcides Muller

Avaré

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VETO

Como o Brasil se sente com poder de veto na cúpula dos BRICS? Ele que critica tanto o mesmo poder de veto de alguns membros do Conselho de Segurança da ONU.

Vital Romaneli Penha

Jacareí

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MADURO NO BRICS

Não a Nicolás Maduro. Meus cumprimentos, presidente Lula, pela sua atitude forte e firme.

Tomomasa Yano

Campinas

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CONFUSÃO COM TOCEDORES

Nesta quarta-feira, 23/10, um grupo de torcedores do time de futebol do Uruguai que veio jogar com o Botafogo criou um tumulto na Barra da Tijuca, depredando totalmente um quiosque no local. Esperamos que esses fatos não voltem a se repetir para que nos próximos jogos os times estrangeiros voltem a jogar aqui.

José Anchieta Nobre de Almeida

Rio de Janeiro

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ANTONIO CICERO

A carta deixada pelo poeta Antonio Cicero, imortal da Academia Brasileira de Letras, que optou por uma morte assistida em função de estar sofrendo de Alzheimer, é de uma lucidez admirável. A medicina, que já avançou tanto, está nos devendo esse milagre que certamente dará mais tempo de vida a muitos Antonios e Ciceros.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador