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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Por Fórum dos Leitores
9 min de leitura

Operação da PF

Venda de sentenças

Venda de drogas, armas clandestinas, sequestros, contratação de mercenários para matar, nada disso se compara à nefanda suspeita de venda de sentenças em que estão envolvidos desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS). Na investigação, a citação a um ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), instituição que goza de sólida reputação, fez o caso ser encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Na histórica Mesopotâmia, o Código de Hamurabi punia os agentes de crimes como este com a morte. Isso porque quem trai o sacerdócio da magistratura destrói vidas ao macerar o justo que sopra nossos corações. Ainda sem julgamento de mérito, a presunção de inocência, tronco vital do Estado Democrático de Direito, milita em favor dos acusados, mas é uma planta exótica e frágil que cresce numa mata sombria.

Amadeu R. Garrido de Paula

São Paulo

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Inadmissível

O Brasil tem uma das justiças mais morosas do planeta e, por vezes, injusta a ponto de ignorar a letra da lei. Agora, uma justiça corrupta é fim de linha. Inadmissível a situação no TJ-MS. O STF tem de mostrar rigor nas investigações e nas devidas punições, jamais compactuar com algo que não pode ocorrer em qualquer instância da Justiça brasileira.

Célia Maria Anderáos

São Paulo

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Punição

Se os magistrados de MS forem condenados pela venda de sentenças, serão exemplarmente punidos com aposentadoria compulsória e pleno vencimento? É isso? Que justiça é essa?

Luiz Frid

São Paulo

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No Congresso

Já que o Congresso resolveu fustigar o Judiciário, deveria fazer isso com mais competência, atacando suas fragilidades, e não com projetos já sabidamente inconstitucionais, como é o caso da revisão de decisões do STF. Mas que tal um projeto de lei no sentido de alterar o que ocorre hoje com magistrados corruptos? Em vez de uma (confortável) aposentadoria compulsória, eles perderem a função e o benefício da remuneração? Vide o que ocorre no TJ-MS. Perder apenas as suas funções acaba sendo uma premiação para quem se valeu da própria Justiça em proveito próprio. E teria o aplauso de toda a sociedade.

José Carlos Lyrio Rocha

Vitória (ES)

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Segurança no RJ

Tiros e mortes na Av. Brasil

Tiros do tráfico em direção à Av. Brasil deixam 3 mortos (Estadão, 25/10, A19). A violência a que quase sempre se assiste nas principais via de acesso ao Rio de Janeiro mantém a região serrana do Estado cada vez mais isolada da capital fluminense. A possibilidade de tragédias como a que aconteceu nesta semana na Avenida Brasil leva os cidadãos fluminenses à cautela e a pensarem duas vezes antes de ir ao Rio. Quem sabe o governo estadual também não se sente cauteloso para enfrentar a bandidagem nessas vias? Creio que o governador, bem como as autoridades municipais das cidades atingidas, estão completamente subjugados pelo crime, e o povo só poderá se deslocar em seu território se for por via aérea ou em tanques de guerra.

Mário Negrão Borgonovi

Petrópolis (RJ)

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Rio de Janeiro e sua guerra civil de três frentes: criminosos, milícias e a polícia de verdade.

Luiz Sertório

São Paulo

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Apagões em SP

Indenização

Saber que menos de 1/4 das pessoas que pediram indenização à Enel por danos causados após o apagão de novembro de 2023 foi atendido (Estadão, 25/10, A16) não me provocou nenhuma surpresa. Há cerca de quatro anos, por causa das interrupções de energia e, principalmente, pelo bambuzal do condomínio Portal do Morumbi, perdi uma TV, tive de reparar o aquecedor a gás e a máquina de lavar, gastando na época cerca de R$ 2.100. Munido dos comprovantes, ousei entrar no site da gloriosa Enel e solicitei o reembolso. A resposta: eu não esperei a aprovação dos reparos e, portanto, a empresa não iria me ressarcir. Um verdadeiro acinte. O que a empresa esperava? Que eu e minha família tomássemos banho frio, acumulássemos roupas para lavar e ficássemos sem TV? Antes tivéssemos concorrência, e não apenas uma distribuidora de energia. Se é assim com telefonia, internet e TV a cabo, por que não podemos ter o mesmo para gás e energia?

Renato Camargo

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

APOIO DE BOLSONARO

Jair Bolsonaro declarou apoio a Davi Alcolumbre para a presidência do Senado. É o apoio do roto ao esfarrapado. A grandeza política e constitucional do Senado não merece que o medonho e desqualificado senador pelo Amapá retorno ao cargo. Bolsonaro, por sua vez, deixa claro que o apoio velado ao roliço Davi objetiva cargos na futura Mesa Diretora da Câmara Alta, para senadores apaniguados do ex-presidente inelegível. É o fim da picada. Bolsonaro e Alcolumbre seguem a desprezível cartilha que depõe contra a saudável e boa política, a descarada e desprezível barganha por cargos e vantagens.

Vicente Limongi Netto

Brasília

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GLEISI HOFFMANN

Vejamos o que nos diz o dicionário sobre o que é uma pessoa ridícula: “que é digna de riso, que não tem bom senso, que revela mau gosto e pende para o vulgar”. Agora vejam o que acaba de declarar a presidente do PT, a senhora Gleisi Hoffmann, em referência a uma fala antiga do ex-ministro Paulo Guedes que havia dito que a volta do PT faria o Brasil virar uma Argentina ou Venezuela: “Não virou, nem mesmo com a sabotagem do Banco Central bolsonarista nesses quase dois anos”. A taxa de juros no Brasil, segundo Gleisi Hoffmann, é a responsável por todos os males do país. O Brasil precisa de um Banco Central independente. O que o Brasil não precisa é de uma pessoa ridícula como Gleisi Hoffmann.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

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APOSENTADOS

A grande maioria da massa popular que é aposentada no Brasil recebe de um a dois salários mínimos de benefícios. Já que o trabalhador de carteira registrada recebe do governo este auxílio, seria justo também incluir a camada de aposentados do INSS no rol dos beneficiários, uma vez que estes aposentados, mesmo com este salário, vivem em sua grande maioria em situação de vulnerabilidade social. Pelo menos este auxílio poderia ser temporário e seguindo regras de situações adversas e de necessidade. Principalmente aos que não tem casa própria, e o salário em sua grande parcela é usada para moradia. Outra parte em medicamentos é afins. O governo federal, e também os governos estaduais poderiam estudar projetos sociais para fazer justiça social e dar mais dignidade à essa população.

Célio Borba

Curitiba

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GUILHERME BOULOS

O deputado Guilherme Boulos, originário de classe média bem situada, filho de pais médicos e professores da USP, começou a se destacar como ativista do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), a partir do qual se apresentou como representante da esquerda de barricada. Estreou na política pelo Psol, seu atual partido, em 2018, quando concorreu à presidência da República, com a hoje ministra Sonia Guajajara (Povos Indígenas), conseguindo um décimo lugar entre 13 candidatos. Tendo como bandeira a questão habitacional, liderou ocupações suspeitas de áreas e imóveis, e esteve à frente de movimentações baderneiras, como o boicote à Copa do Mundo no Brasil, chegando a estimular, na ocasião, a invasão de estações do metrô paulista, segundo declarações do ex-ministro no governo Dilma Rousseff, Aldo Rebelo. Agora, candidato em segundo turno à prefeitura da maior cidade do País, com as pesquisas apontando uma diferença de mais de dez pontos para o líder, resolve mudar de indumentária e promete rever todas as suas atitudes equivocadas do passado. Passa a exibir uma fachada meio liberal, conforme conteúdo da chamada carta ao povo de São Paulo, naturalmente sugerida pelo seu principal mentor, Lula da Silva, que já havia adotado tal estratagema quando de sua eleição em 2002, em ambiente conjuntural completamente diferente. Hoje, tal documento além de significar o derradeiro recurso para tentar a virada, pode também não passar de um tiro no pé da anacrônica esquerda brasileira, cenário mais provável. Com a palavra, os paulistanos.

Paulo Roberto Gotaç

Rio de Janeiro

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SEGUNDO TURNO

No próximo domingo do decisivo segundo turno da eleição para prefeito de São Paulo, os paulistanos se verão novamente diante das urnas com o velho dilema de não poder votar por convicção no melhor candidato, porque não há, mas, sim, por exclusão, no pior dentre eles. Triste.

J. S. Decol

São Paulo

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SABATINA DE BOULOS

A live de Marçal com Boulos pode ser entendida como o show do milhão da política. O ex-candidato do PRTB para a prefeitura de São Paulo conseguiu 1.719.274 votos dos paulistanos no primeiro turno. Para o segundo turno, esse montante de mais de um milhão de votos pode fazer a diferença, definindo o novo prefeito da maior cidade do Brasil. Contudo, creio que o show que deve ser aplaudido em pé foi mesmo as posturas dos protagonistas desta live que, superando o baixo nível dos confrontos no primeiro turno, premiaram o eleitor e a democracia com um diálogo franco e honesto que restitui à dignidade política o seu soberano interesse: não das ideologias de direita ou de esquerda, mas do ideal de construção do bem comum. Meus cumprimentos à coragem de Guilherme, obrigado à ousadia de Pablo.

Luís Fabiano dos Santos Barbosa

Bauru

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ENEL

De acordo com o diretor geral da Aneel, Sandoval Feitosa, há falta de servidores para fazer a fiscalização, além do Orçamento ser insuficiente. Como pode a agência recolher cerca de R$ 1,4 bilhão todos os anos e apenas R$ 400 milhões serem destinados ao órgão? Sem contar os cortes repentinos no Orçamento para cumprir a meta fiscal, advindo de um governo gastador. Importante destacar que segundo Feitosa, o caos não foi pior porque teve a ajuda da Arsesp (agência conveniada à Aneel), responsável por fiscalizar os serviços públicos prestados em São Paulo, conta com 15 fiscais e ainda teve o repasse federal reduzido pela metade. Romper o contrato não é tão fácil como diz Boulos no conjunto de promessas eleitoreiras. Existe o direito de defesa que deve ser respeitado. Ficou claro agora quem é realmente responsável pelo contrato da Enel?

Izabel Avallone

São Paulo

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TENSÃO NO ORIENTE MÉDIO

O fim da banalidade do mal de Sinwar (Estadão, 24/10), artigo do diplomata Revital Poleg, indica a importância de os israelenses pressionarem Benjamin Netanyahu, agora, a cumprir a promessa de um acordo para trazer os reféns que ainda permanecem em mãos do Hamas, vivos e mortos, e por fim a essa guerra estúpida, como são todas as demais. Chega de carnificina. São os inocentes que pagam pela banalização do mal. É tempo de dar um basta, juntar o que ainda sobrou e negociar a criação de um Estado palestino para refazer a vida dos que escaparam dessa carnificina.

Jane Araújo

Brasília

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CÚPULA DO BRICS

Autocracia parece que virou requisito para ingressar no bloco do Brics. Essa associação tem caráter ideológico, e mais parece um clube de ditadores liderado por Vladimir Putin (Rússia) e Xi Jinping (China). O grupo poderá contar ainda com o ingresso de outros países autocratas como Cuba, Irã e Egito, na condição de membros parceiros. Criado com a intenção de antagonizar com o Ocidente e o grupo dos sete países mais ricos do mundo, o G7, essa associação sequer pode ser chamada de bloco econômico, pois não há um tratado, nem uma moeda única adotada pelos países membros, como ocorre na União Europeia. O Brasil não tem força alguma dentro do grupo e ficará subserviente aos interesses russos e chineses. Corre ainda sério risco de sofrer retaliações comerciais dos Estados Unidos e da União Europeia. Simples assim.

Deri Lemos Maia

Araçatuba

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VETO DO BRASIL

O Brasil vetou a entrada da Venezuela no Brics devido à desconsideração da última eleição. No entanto, apoiou a entrada de Cuba, onde não há eleições. Fica a dúvida: se aceitou Cuba, por que recusou a Venezuela, e vice-versa?

Wilson Scarpelli

Cotia

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LULA E VENEZUELA

No jogo do abafa da Praça dos Três Poderes, inconsistentes e voláteis as narrativas oficiais justificando (?) o acidente doméstico sofrido pelo presidente Lula, bizarramente carregadas nas costas de um banco escorregadio, do corte das unhas do pé e outras tanto quanto solertes. Sabe-se que, inevitavelmente, Lula encontraria o ditador Nicolás Maduro, na Reunião da Cúpula dos Brics, na Rússia, fazendo boca de urna para a adesão da Venezuela naquela confraria, disposto a lavar roupas sujas do Lula. Por ora, interesses políticos em curto-circuito, eles estão ex-amigos de infância. Com efeito, indago: qual o verdadeiro motivo que fez o presidente abortar a sua participação presencial na referida reunião? A saúde? Enquanto amadureço a resposta, na carona do pensador Willian Oliveira, indago ao dr. Roberto Kalil Filho, cardiologista, assistente multifuncional do presidente Lula: “Existem apenas duas maneiras de se fazer algo: a maneira certa e a maneira como os outros querem. E aí? Manter a coerência ética ou distorcer o caráter para inflar o ego alheio?”. A propósito, a Venezuela ficou fora da lista de novos parceiros do Brics. Pode isso, Luiz Inácio?

Celso David de Oliveira

Rio de Janeiro

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PLEBISCITO

Diante da insistência do presidente Lula da Silva em se alinhar com o que sobrou do finado bloco comunista, o País deveria realizar um plebiscito para saber se o Brasil deve se alinhar com o mundo livre, Estados Unidos e Europa, ou continuar se amancebando com as ditaduras da China, Rússia, Cuba e Venezuela. Caso o plebiscito indique que a maioria da população brasileira prefere continuar fazendo parte do mundo livre, o presidente Lula da Silva deveria renunciar ao que resta de seu mandato. É assim que funciona nas democracias de verdade.

Mário Barilá Filho

São Paulo

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ANTINATUREZA

De Macondo a Cali, a restauração da vida (Estadão, 24/10, B14) convida o mundo a repensar como estamos conduzindo nosso desenvolvimento econômico antinatureza, neste planeta azul cada vez mais cinza. Um trecho do artigo resume o dilema: “há vultosos investimentos para buscar vida em outro planeta, enquanto o desafio é financiar a proteção e a preservação dos ecossistemas na Terra”. Muitos simpósios de especialistas em proteção do meio ambiente natural e ação contrária de governos poderosos e de interesses econômicos e geopolíticos. De boas intenções o inferno está cheio.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

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FERROVIAS

José Serra faz um importante alerta de que As ferrovias precisam do orçamento público (Estadão, 24/10, A4). Tínhamos a segunda maior malha ferroviária do mundo, mas nos anos 1950 fizemos a opção pelo rodoviário que resultou no sucateamento das ferrovias e na criação de uma força descomunal entre os caminhoneiros, fato que ficou explícito quando dos criminosos bloqueios de rodovias após as eleições de 2022. Somado à diminuição dos esforços para a criação da hidrovia Tietê-Paraná, o ressurgimento do transporte sobre trilhos depende mais da política do que do Orçamento.

Adilson Roberto Gonçalves

Campinas

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ANTONIO CICERO

Antônio Cícero, sua vida foi fugaz, mas sempre fullgás. Descanse em paz!

Vital Romaneli Penha

Jacareí