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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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8 min de leitura

Inquérito do golpe

O julgamento de Bolsonaro

Julgamento ou confirmação de condenação? É o que se pode concluir ao observar declarações anteriores de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), a composição da Primeira Turma e a aceleração do andamento do processo. Mas vamos em frente.

Francisco R. Ziglio

São Paulo

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A história se repete

O julgamento de Lula foi eivado de nulidades do começo ao fim, o juiz levantava a bola para o procurador cabecear e fazer o gol, e deu no que deu: tudo anulado e Lula de volta à Presidência. A história está se repetindo com o julgamento do caso da tentativa fracassada de golpe de Estado: uma multidão na cadeia há mais de dois anos por causa de uma baderna, julgamento em ritmo alucinante e só meia dúzia de juízes para julgar o caso mais importante da República. O caminho está pavimentado tanto para a condenação de Jair Bolsonaro como para a anulação da sentença.

Mário Barilá Filho

São Paulo

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Governo Lula

Propaganda

Será que a propaganda do “empréstimo do Lula” divulgada por Gleisi Hoffmann sobre o novo crédito consignado de trabalhadores foi criação do ministro da Reeleição, Sidônio Palmeira?

Vital Romaneli Penha

Jacareí

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Lula, Mujica e Biden

Ao que tudo indica, Lula pretende se candidatar a um quarto mandato. Não vai ser fácil, por motivos de saúde e porque os brasileiros não se impressionam mais com seus discursos ou programas de nomes exóticos como Pé-de-Meia e Auxílio Gás. Lula pode seguir o exemplo de José Mujica, que governou o Uruguai por um mandato, fez seu sucessor e continuou sendo um líder no seu país. No outro extremo, temos o exemplo de Joe Biden, que insistiu em se candidatar, apesar de não ter condições física e mental para governar os EUA, não preparou sua vice e não deu tempo para que o seu partido escolhesse outra pessoa, o que resultou na eleição do truculento Donald Trump. Certamente, o Brasil tem políticos capazes de se candidatar, e Lula pode continuar a ajudar o País numa outra função importante. Ser estadista é colocar o bem do País antes da ambição pessoal. Se não, o bolsonarismo agradece.

Omar El Seoud

São Paulo

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Infância e adolescência

‘Tirania da maioria’

Mais que oportuno o artigo da jornalista Renata Cafardo no Estadão de domingo (Lifelong learning para pais e mães, 23/3, A27), um dos mais importantes daquela edição do jornal. Ele se debruça sobre a repercussão da excepcional série Adolescência, da Netflix, e sobre a importância essencial do vínculo de proximidade dos pais com os filhos adolescentes e das conversas com eles e da tarefa constante de compreensão do mundo em que eles vivem. As mudanças trazidas pelo avanço da tecnologia, com a internet e os algoritmos, que têm forte impacto nas reações emocionais e comportamentais, precisam ser mais bem acompanhadas pelos adultos responsáveis por crianças e adolescentes. Este assunto não deveria interessar só aos pais, mas a todos os especialistas em saúde e educação, como médicos, psicólogos e professores, que se dedicam ao cuidado deles. Além disso, deveriam estar mais bem informados sobre o assunto os julgadores do poder público. Já no início dos anos 1950, Hannah Arendt, uma das maiores referências da Filosofia dos últimos séculos, escreveu, no livro Entre o passado e o futuro: “A autoridade de um grupo, mesmo que este seja de um grupo de crianças, é sempre consideravelmente mais forte e tirânica do que a mais severa autoridade de um indivíduo isolado. Se a olharmos do ponto de vista da criança individual, as chances desta de se rebelar ou fazer qualquer coisa por conta própria são praticamente nulas (...) Assim, ao emancipar-se da autoridade dos adultos (que, em seguida, a filósofa esclarece serem os responsáveis pais humanos e educadores), a criança não foi libertada, e sim sujeita a uma autoridade muito mais terrível e tirânica, que é a tirania da maioria”. Em minha atuação como psicóloga, há muito tenho percebido, em relação a crianças e adolescentes, uma crescente desresponsabilização dos pais e profissionais da educação, em meio a um mundo também cada vez mais complexo para eles. Essa situação não é facilmente superada e, por isso mesmo, deveria ser mais bem compreendida e transformada em medidas políticas, sociais e educacionais que efetivamente favoreçam o apoio de todos os familiares.

Maria Beatriz Cytrynowicz

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

MOMENTO GLEISI

Gleisi Hoffmann estreou sua verve lulopetista ao chamar o novo programa de crédito consignado lançado pelo governo de “Empréstimo do Lula”. Só faltou dizer que o presidente é o mais novo agiota do mercado financeiro. Parabéns, dona Gleisi. Tenho certeza de que mais pérolas como essa virão da sua mente brilhante.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

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PACOTE DE CRÉDITO

O governo atual acha que dinheiro emprestado resolverá o problema do brasileiro. Lançou o consignado para a iniciativa privada como se fosse uma maravilha. Se esqueceu de dizer ao trabalhador brasileiro que durante muito tempo seu salário pode ser 35% menor. Agora, quer baixar a taxa de juros para o brasileiro se endividar mais. Não tem problema. Depois, quando a inadimplência aumentar, faz-se um Desenrola.

Renato Maia

Vitória

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JANJA NO JAPÃO

A primeira-dama do Brasil, Janja da Silva, embarcou para o Japão uma semana antes do presidente da República, Lula da Silva. O dinheiro dos contribuintes está sendo utilizado, mais uma vez, para pagar as salgadas contas dos restaurantes, da passagem aérea de primeira classe, entre outras despesas. Janja e sua comitiva devem estar tratando de assuntos importantíssimos, relacionados com os interesses do povo brasileiro. Os pagadores de impostos têm o direito de ter explicações sobre essas regalias, incluindo os gastos com os cartões de crédito do Poder Executivo. Lula e Janja sabem que milhares de brasileiros passam fome e não têm sequer o saneamento básico para garantir as mínimas condições de saúde. Há alguma dignidade em rasgar dinheiro público?

José Carlos Saraiva da Costa

Belo Horizonte

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OBRA DE FICÇÃO

Para quem adora ler uma obra de ficção, recomendo o Orçamento da União aprovado pelo Congresso e, em breve, sancionado pelo Executivo. Certamente figurará entre obras famosas, por descrever uma realidade paralela e um mundo fantasioso, que só existe nas mentes brilhantes que o escreveram.

Alfredo Papirio Cardoso de Mello Tucunduva Gomes

São Paulo

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BRASIL SEM LULA

Não quero nem pensar no Brasil sem o presidente Lula em 2027. Sem discursos e ilusões diárias, sem promessas e programas para vida melhor dos pobres, sem amigos nos ministérios, sem justiça rápida, sem as ideias da primeira-dama, sem picanha e, talvez, sem Pé-de-Meia.

Carlos Gaspar

São Paulo

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NOVO PRESÍDIO

Sugiro a construção de um novo presídio em Brasília, grandioso como o estádio Mané Garrincha, a se chamar “Perdeu, Mané”, com o dizer afixado na entrada: aqui, sua vingança será realizada. Lá, ficarão confinados os perigosos meliantes do 8 de Janeiro, sem discriminação de crime. Também ficarão os úteis inocentes, como donas de casa (com ou sem batom) e outros. Fica a dica.

Roberto Solano

Rio de Janeiro

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AMEAÇA À DEMOCRACIA

Nos idos tempos dos anos de chumbo do regime de exceção da ditadura militar, de triste e lamentável memória, o Estado Democrático de Direito do Brasil foi ameaçado por coquetéis molotov e algumas metralhadoras nas mãos da oposição esquerdista. Algumas décadas depois, uma das grandes ameaças à democracia foi um simples batom vermelho em mãos da extrema direita. A que ponto chegamos. Com efeito, quem perdeu não foi o “mané”. Perdeu, Moraes.

J. S. Vogel Decol

São Paulo

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PODER IMPERIAL

Fiquei estupefato ao ler a condenação de 14 anos de prisão imposta pelo Prof. Dr. Alexandre de Moraes, professor titular da Universidade de São Paulo e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), à cabeleireira Débora Rodrigues do Santos, por ter pichado com batom a estátua da Justiça, em frente ao STF, com a frase “Perdeu, mané”, de autoria do presidente da Corte. O ministro se comporta como um ser infalível, dono da verdade e do Estado Democrático de Direito que jura defender, mas que interpreta como quer. Isso me lembra o famoso e triste juiz Roland Freisler, o fanático do nazismo que condenava todos os opositores do regime a pena de morte. Gostaria de saber a opinião da comunidade acadêmica da área jurídica, da Faculdade do Largo de São Francisco, do Centro Acadêmico XI de Agosto, dos orientandos de mestrado e doutorado do professor ministro, da OAB, da Adusp, da Andes, da USP e dos intelectuais tão solícitos e rápidos em contestar o governo anterior. Até agora, não escutei nada. Será que estão acovardados ante o poder imperial do ministro professor da USP?

Julio Tirapegui

São Paulo

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BORRÃO NA HISTÓRIA

Educadamente, informo a Valdir Ferraz de Oliveira (Estadão, 25/3, A4) que, para anistiar Lula da Silva e outros que participaram do maior esquema de corrupção da história política do País, também passou-se uma “borracha ruim” numa “escrita ruim” e foi deixado um enorme borrão na história da democracia brasileira.

Maurílio Polizello Junior

Ribeirão Preto

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UBER MOTO

A Uber, em sua comunicação, deixa de mencionar a insegurança e o crescente número de mortes de motociclistas e caronas em São Paulo. Está certo o governo do Município em não aceitar este meio de transporte, e é recomendável que todo o povo se manifeste contra.

Pedro Sérgio Sassioto

São Paulo

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MOTOTÁXI

Motociclistas de entrega em São Paulo não respeitam semáforos e faixa de pedestres, quebram retrovisores dos carros, andam em alta velocidade e, protegidos por uma lei irresponsável aprovada pelo Congresso que permite que motos trafeguem entre carros, morrem. Lamentavelmente, uma empresa americana agora quer se aproveitar desta insegurança para contratar, ninguém sabe como, motociclistas neste mercado da contravenção. Por que não dizer desta selvageria que são as motos neste caótico trânsito? Nos Estados Unidos e em todos os países civilizados, as motos não podem trafegar entre os carros, mas a empresa americana quer se aproveitar desta facilidade e fazer isso aqui. Será que os seus acionistas sabem que as mortes de motociclistas em São Paulo superam 20 casos por mês? Querem aumentar este número com um na garupa? A China, por razões de segurança, proibiu a circulação de motos em grandes cidades. As empresas que contratam estes serviços, como é o caso da entrega de alimentos, não se responsabilizam pelos motociclistas e pelos seus atos. As autoridades não controlam e nem fiscalizam. A Prefeitura está incluída, pois nada faz através de seu órgão de trânsito. Na atual circunstância, aprovar mototáxi em São Paulo seria uma insanidade.

Manoel Sebastião de Araújo Pedrosa

São Paulo

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IMPECÁVEL

Por que não saímos do lugar? (Estadão, 22/3, A4). Parabéns. Impecável a coluna referenciada, que espelha a realidade em que vivemos, mas infelizmente vai levar décadas para melhorar.

Silvano Antônio Castro

São Paulo

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CORRUPÇÃO SEM FIM

O ótimo artigo Por que não saímos do lugar? (Estadão, 22/3, A4), de Bolívar Lamounier, questiona de onde irão tirar o dinheiro para campanhas de eleição. É simples: do dinheiro dos escorchantes impostos pagos principalmente pela classe média. A corrupção parece não ter fim, enquanto juízes do Supremo Tribunal Federal (STF) continuarem livrando ladrões da cadeia. Isso mesmo, ladrões confessos que até parte do dinheiro roubado devolveram e estão livres, leves e soltos pelas indecentes decisões monocráticas de alguns juízes, que, devido ao notório saber, nem deveriam fazer parte do STF, mas estão lá se locupletando e recebendo os famosos e ilegais penduricalhos.

Marisa Bodenstorfer

Alemanha

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CIDADÃO E O JUDICIÁRIO

O advogado dr. Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, em seu artigo Cidadão, razão de ser do Judiciário (Estadão, 21/3, A4), nos diz que o Poder Judiciário tem no advogado “um partícipe indispensável” para elidir conflitos em relacionamentos interpessoais. Que a voz dos advogados deve ser a voz do jurisdicionado, devendo, portanto, “ser livre, independente, plena e encontrar eco junto aos seus destinatários, que são os juízes”. E que a advocacia “antecede ao próprio Poder Judiciário”. Mas esse advogado afirma “sem medo de errar, que nos dias de hoje a Justiça está sofrendo uma significativa alteração em sua estrutura, modo de atuação e até em seus objetivos naturais e originários”. Também diz: “O Judiciário está interferindo indevidamente no desempenho da advocacia”. Que o prejudicado maior é o cidadão brasileiro. E conclui com muita propriedade com o seguinte pedido ao Judiciário: “não enterrem o direito de petição, que é um direito constitucional da cidadania”. Só podemos aplaudir!

Silvano Corrêa

São Paulo

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CARROS ELÉTRICOS

Na edição de 21/3, no caderno de negócios (Estadão, B14), o CEO da L’Occitane é muito claro quando relata as limitações para ter uma frota de veículos elétricos. Primeiro, o executivo cita uma dificuldade com a frota elétrica que já possui, pois “nem o ferro-velho” quer os modelos ultrapassados. Uma possível solução seria encontrar alguém para dividir o prejuízo, que poderia ser o governo em uma parceria público-privada. Tudo isso vai depender de quanto o lobby vai desembolsar em crédito de papel moeda.

Samir Antun

São Paulo