Saúde
Falta de vacinas
Muito grave o que foi contado em reportagem do Estadão sobre a falta de vacinas no Brasil (Onze Estados relatam falta de vacina e outros três, que estoque está baixo, 23/11, A19). De acordo com as informações que o jornal levantou, em Minas Gerais, por exemplo, faltam vacinas contra covid-19, varicela, tríplice viral e DTP; em Pernambuco falta imunizante contra catapora e há “falta parcial” de doses da meningocócica ACWY, HPV, febre amarela e raiva. São Paulo está com os estoques reduzidos, no entanto são vacinas que não podem vir a sofrer desabastecimento, porque combatem doenças que já foram erradicadas justamente em razão da imunização. O sarampo é uma dessas doenças: em 2018 o vírus voltou a circular no Brasil e o País só recuperou o certificado de eliminação da doença neste mês de novembro. O atual governo federal, que tanto combateu seu antecessor neste assunto, vai deixar que outras doenças voltem a circular no País por falta de vacinas? Quando 64,7% de 2.415 municípios pesquisados pela Confederação Nacional dos Municípios relataram falta de vacinas, em setembro, já era para o Ministério da Saúde ter saído a campo a fim de sanar o problema. Também os meios de comunicação devem cobrar o governo por esta displicência e este descaso – lembrando que recentemente a Saúde deixou milhões de doses de vacinas vencerem antes de serem distribuídas a Estados e municípios. É inaceitável a falta de cuidado com o povo.
Izabel Avallone
São Paulo
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Cemitérios de São Paulo
A decisão de Flávio Dino
Parece que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino se esquece de que não é mais um político em exercício. Só não se esqueceu da sua eterna militância junto de partidos de esquerda, já que, em decisão tomada com base numa ação apresentada pelo PCdoB – partido ao qual foi filiado por 15 anos –, determinou que a Prefeitura de São Paulo retome os preços dos serviços funerários cobrados pelos cemitérios da capital antes da concessão da atividade à iniciativa privada (Estadão, 25/11, A17). Ora, se há alguma cobrança abusiva, isso não se corrige numa decisão que lembra os regimes ditatoriais. Pelo jeito, o ministro Dino decidiu com o fígado.
Paulo Panossian
São Carlos
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COP-29
Financiamento climático
Os países ricos que mais poluíram e poluem o planeta não querem abrir o cofre suficientemente para tentar conter um desastre climático sem volta. É uma vergonha e uma irresponsabilidade que pode comprometer a continuidade da vida na Terra.
Jane Araújo
Brasília
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Direitos humanos
Indignação
O Grupo de Empoderamento e Liderança Feminina (ELF), da Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp), expressa profunda indignação e repúdio à posição adotada pela diplomacia brasileira ao se abster numa votação crucial na Assembleia-Geral das Nações Unidas que condenava o regime do Irã pela repressão sistemática contra mulheres, minorias e manifestantes. A abstenção do Brasil é um retrocesso inaceitável no compromisso histórico do País com a defesa dos direitos humanos e da igualdade de gênero. Nos últimos anos, o governo iraniano tem promovido uma repressão brutal contra mulheres, incluindo prisões arbitrárias, torturas, execuções e a imposição de um regime de opressão que criminaliza atos simples como o descumprimento de regras rígidas de vestimenta. Essas práticas violam os direitos mais básicos de liberdade, dignidade e igualdade, o que torna qualquer neutralidade, como a abstenção, um sinal de conivência com tais atrocidades. Como um grupo comprometido com a promoção da liderança feminina e os valores de igualdade e justiça, o ELF condena veementemente qualquer atitude que relativize ou negligencie os direitos fundamentais das mulheres e minorias. Reafirmamos que o Brasil deve estar na vanguarda da defesa dos direitos humanos, alinhando sua política externa aos princípios universais de dignidade, liberdade e igualdade. O ELF conclama a sociedade civil e as lideranças femininas a se unirem num apelo conjunto para que o Brasil retome seu papel de liderança ética e moral no cenário global, assumindo posição ativa em defesa dos direitos das mulheres e dos valores democráticos que devem nortear todas as nações livres.
Marcos Knobel, presidente da Fisesp; e Miriam Vasserman,
vice-presidente da Fisesp e
diretora do Grupo ELF
São Paulo
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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br
UNIÃO DO MERCOSUL
Radical, mas adequada, a postura dos fornecedores brasileiros de carnes, que suspenderam o fornecimento da mercadoria às 150 lojas do grupo francês (Carrefour, Sam’s Club e Atacadão) espalhadas pelo País. Quando o CEO do Carrefour disse que ia ceder às pressões dos produtores franceses, os fornecedores brasileiros suspenderam o fornecimento às lojas do grupo. Está criado o impasse. O agronegócio da região do Mercosul é altamente competitivo e produtivo. Consegue colocar suas mercadorias – carnes e grãos – a bom preço nos mercados consumidores, coisa que a França não faz porque tem outro tipo de estrutura produtiva. Suspenso o fornecimento, agora a rede varejista francesa tem de se posicionar e fazer sua opção por adquirir as mercadorias de quem as produz de maneira competitiva ou, então, pagar os altos custos da produção europeia, o que tende a baixar a venda. É o momento em que o Mercosul precisa estar unido e fazer valer a sua condição de bloco econômico, pois, se não for para momentos como este, não há razão para a sua existência. O agro brasileiro é, sem dúvida, o setor que mais evoluiu e fez a lição de casa nos últimos 30 anos. Abriu fronteiras agropecuárias em regiões antes tidas como improdutivas. Com o emprego de pesquisa e tecnologia, consegue entregar ao mercado o bovino para abate aos 18 meses (não aos 24 como anteriormente), e, com o clima tropical, produzir três safras por ano - a tradicional, a safrinha e a irrigada – enquanto outras regiões, de clima mais severo como a Europa, só faz uma safra a cada 12 meses. O que tem faltado ao Mercosul é coordenação e força de negociação. Espera-se que os países componentes priorizem a produção – que já é alta – e as melhores condições de colocação dos seus produtos no mercado, deixando em segundo plano diferenças políticas e ideológicas que tanto têm atrapalhado o desenvolvimento do organismo comercial nas ultimas décadas. Que o Brasil, independente do que pensa ideologicamente seu presidente, empreenda negociações ao lado dos demais países-membros do bloco, sem priorizar o posicionamento político-ideologico dos parceiros. Quando estiverem reunidos no Mercosul, tratem só do negócios em comum e ignorem as diferenças políticas, e, principalmente, a vaidade pessoal. Apesar das dificuldades de alavancar o Mercosul, o Brasil tem uma importante estrutura negocial no Agro. É o setor que vem dando fôlego à economia nacional, apesar do ranço e do preconceito que sofre dos governos de esquerda. É preciso acabar com as divergências que só servem para atrasar os negócios. Temos de ser pragmáticos e não misturar os interesses para que um não atrapalhe ao outro. O governo brasileiro, particularmente, precisa reputar bem o Mercosul e as suas rendas. Enquanto outros setores – especialmente os gastos públicos – enfrentam problemas, a renda do Agro poderá ser a solução para o equilíbrio hoje difícil de se obter. Que o rompante do CEO do Carrefour francês seja utilizado como uma eficiente alavanca para colocar o Mercosul e o agro sul-americano no local de destaque que há muito merece, mas até agora não se conseguiu alcançar. E os franceses que paguem mais pela proteína que consomem até o dia em que deixarem de votar no presidente Emmanuel Macron e de ceder aos produtores locais que não tem preços para competir com o agronegócio sul-americano. Quanto ao Carrefour do Brasil e seus associados, que também busquem bom relacionamento continental e não no seu país de origem, que, apesar da tradição e da história, hoje pouco representa em produção agrícola, especialmente quando se discute o preço de cada mercadoria. Não se pode ignorar que, por razões climaticas e populacionais, o mundo tem necessidade cada dia maior de alimentos para as populações. Se o francês e outros europeus querem fazer disso instrumento de disputa política, nós que temos as mercadorias, simplesmente devemos deixar de vender e buscar outros mercados também carentes de alimentar as respectivas populações.
Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves
São Paulo
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PROVÉRBIO
Há um provérbio alemão que diz que “contra a burrice os deuses lutam em vão”. O CEO do Carrefour na França deve estar entre os opositores dos deuses.
Aldo Bertolucci
São Paulo
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JAIR BOLSONARO
O Brasil pensou que havia se livrado para sempre de Lula da Silva depois dele ter sido julgado, condenado e preso. No entanto, não foi isso que aconteceu. O País caminha para o quarto reinado de Lula. Não será diferente com Jair Bolsonaro, não é difícil enxergar o processo todo ser arquivado ou anulado lá na frente. Lula passou mais de um ano em uma delegacia, nunca foi para a cadeia. Bolsonaro não tem nada a temer, no máximo ficará um tempo sendo tratado como rei em um quartel do exército, sem chance de cumprir pena de verdade. O Brasil pode se consolar com o fato que está conduzindo o processo pós tentativa de golpe de Estado bem melhor que os Estados Unidos. O mito imbrochável americano já está no poder novamente.
Mário Barilá Filho
São Paulo
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ORDENAMENTO JURÍDICO
O inquérito policial relatado e enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) indiciou quase quarenta pessoas, atribuindo-lhes autoria e materialidade por terem cometidos alguns delitos, consumados e tentados. O Judiciário abrirá vistas ao Ministério Público, na pessoa de seu Procurador Geral. Este, titular da ação penal pública incondicionada, de competência do Supremo, analisará, minudentemente, todas as provas colacionadas ao inquérito policial. Poderá o PGR denunciar alguns ou todos, pedir novas diligência à Polícia Federal ou pedir o arquivamento do inquérito. Denunciados, tornar-se-ão réus, com direito à ampla defesa e ao contrário. Que o Judiciário e o Ministério Público executem suas funções com lisura, tecnicamente, com base em nossa Constituição e leis; jamais politicamente. Que sigam estritamente o ordenamento jurídico, a fim de não terem suas decisões anuladas posteriormente, por conluio, por exemplo, como aconteceu com o processo de Lula. Que o trâmite do processo demore o tempo previsto na legislação processual (o julgamento do mensalão, por exemplo, demorou seis anos), e que se aplique a jurisprudência consolidada no STF denominada Domínio do Fato, no qual possibilitou a condenação de José Dirceu, embora não tivesse contra ele nenhuma prova direta. Mas, é lógico, que toda a trama passava por ele e ele sabia de tudo, tinha domínio do fato (compra de parlamentares para votarem a favor do governo). O caso presente parece, salvo melhor juízo, amoldar-se perfeitamente a essa teoria jurídica, isto é, alcançar quem estava no topo da pirâmide. Vamos tocando em frente, na medida do possível. Saudações.
Armando Bergo Neto
Campinas
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PERGUNTAS SEM RESPOSTAS
O comandante do Exército, general Tomás Ribeiro de Paiva, disse que só se manifestará sobre a Operação Contragolpe ao final das investigações da Polícia Federal. Compreensível. Mas, seja quando for, ele vai precisar responder questões até o momento bastante nebulosas. Especula-se, por exemplo, que o golpe só não aconteceu pois o Alto Comando não aderiu. Ora, quem era o alto comando na ocasião? E como se deu a recusa? Foi num ambiente tranquilo e informal, como se estivessem conversando sobre futebol ou foi veemente e indignada? Como funciona a ética e o regimento interno das Forças Armadas? Projetos golpistas não deveriam ser imediatamente denunciados e os insurgentes presos? Perguntas existem aos montes. A sociedade vai querer respostas.
Luciano Harary
São Paulo
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ENTRAR NA LINHA
No dia seguinte não sabemos o que pode acontecer: o ex-presidente Bolsonaro preso ou ex-condenado solto e a população revoltada. Ou o País entra na linha ou teremos muita confusão.
Roberto Solano
Rio de Janeiro
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CORTE DE GASTOS
O anúncio do pacote de corte de gastos pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está parecendo aquela velha piada: o sujeito pula de paraquedas e não abre. Quando está a quatro metros do solo, ele diz: desta altura eu pulo sem paraquedas, e espatifa no chão. Já vamos passar da metade do governo, agora parece que vai sem plano, ou um plano muito tímido, e o governo vai espatifar como o paraquedista.
Vital Romaneli Penha
Jacareí
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CIDADE MARAVILHOSA
Dando uma volta pelos pontos turísticos da cidade do Rio de Janeiro – que receberam um cuidado especial, uma espécie de banho de loja para o G-20 –, um bom sentimento me bateu de imediato. Mesmo sendo morador daqui desde que nasci, não poderia, nem que quisesse, não ficar encantado com tanta beleza, como se estivesse visitando a cidade maravilhosa pela primeira vez. Logo imaginei que se nossos péssimos governantes, que tivemos nos últimos muitos anos, cuidassem para que a segurança pública não fosse totalmente deixada nas mãos de quem quis dela se apossar, seríamos imbatível no turismo, nossa embrionária vocação, concorrendo com qualquer outra cidade, hoje em destaque no cenário mundial.
Abel Pires Rodrigues
Rio de Janeiro
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COP-29
O resultado possível da conferência do clima (Estadão, 26/11, A3). O editorial do Estadão trata das frustrações das nações em desenvolvimento. Sobre a verba que os países ricos concordaram entregar aos países em desenvolvimento eu já me manifestei neste espaço, afirmando que, a meu ver, essas reuniões a cada ano em um país tem como objetivo principal que os países ricos doem verbas para àqueles em desenvolvimento, pois foram os primeiros a provocar o aquecimento global e por mais tempo. Esse enfoque desvia a atenção do problema central, ou seja, se não interrompermos a emissão dos gases de carbono, vamos ser simplesmente extintos. Nesta no Azerbaijão, país produtor de petróleo, era totalmente previsível que o seu presidente elogiasse os subprodutos do petróleo. No ano que vem, aqui no Brasil, o presidente Lula se comportará da mesma maneira, ou pior, visto sermos produtores de petróleo e ele pretender abrir um poço na Foz do Rio Amazonas, ameaçando a maior floresta tropical do planeta. Será mais um país se apresentando em desenvolvimento para obter verbas, apesar de insistir em perfurar poços de petróleo, onde não deveria sequer pensar no caso. Continuo pensando que essa tarefa de salvar a humanidade deveria ser prerrogativa do Conselho de Segurança da ONU – sem o privilégio de nenhuma nação, como é ainda –, e com cientistas com os conhecimentos pertinentes para que possam tomar decisões técnicas, objetivando nos salvar da extinção. Não temos muito mais tempo, como bem vem nos alertando o Dr. Carlos Nobre.
Gilberto Pacini
São Paulo
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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
O insustentável vício lulopetista (Estadão, 26/11, A3). O MEC, ao criar nova modalidade de ensino no País, se esquece que o mal do ensino no Brasil é que se preocupam com a forma e não com o conteúdo. Por consequência, continuamos não sabendo a verdadeira história de nossa pátria. A prova está na continuidade da calmaria pega por Cabral e pelas inexistentes ditas Capitanias Hereditárias, que de hereditária nada tinham e só serviram para Portugal, líder do tráfico negreiro, trazer escravos ao Brasil e com eles passar a produzir cana-de-açúcar e se beneficiar; além do ato contínuo em exportar para a Europa, mormente Inglaterra. Real e verdadeiramente não se preocupam com o conteúdo do ensino e ficam criando cursos novos, olvidando-se da verdade que teria de ser ensinada.
Fernando de Oliveira Geribello
São Paulo
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REFORMA TRIBUTÁRIA
Em relação ao artigo intitulado Reforma tributária: ameaça à indústria brasileira (Estadão, 26/11, B2), gostaria de tecer os seguintes comentários: a tributação é apenas um dos custos industriais, também tendo que ser levados em conta os custos de matéria-prima e mão de obra, por exemplo. O nosso setor agropecuário consegue ser um grande exportador, mesmo com a tributação que incide sobre ele. Uma indústria nacional que consegue competir muito bem internacionalmente é a Embraer, e parece estranho que ela consiga avançar nos mercados internacionais apesar de todos os percalços apontados no artigo. A razão para seu sucesso, e o de muitas outras, portanto, deve ser outra. É aí que entra a inovação e o desejo de fazer cada vez melhor para conquistar novos mercados mundo afora, e não ficar apenas dependendo de drawbacks, isenções, subsídios, benefícios, crédito fácil, proteção de mercado e exigências de conteúdo nacional. A nossa indústria parece estar viciada nessas muletas governamentais obsoletas e fracassadas, sendo infinitamente mais fácil ir a Brasília pedir mais e mais (como está acontecendo com a nova proposta de antecipação do aumento da tarifa de importação de carros elétricos para 35%), do que investir em conhecimento técnico relevante, gerar novas patentes, fazer produtos melhores e que sejam minimamente exportáveis. Tristes trópicos.
Fernando T. H. F. Machado
São Paulo
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TEMPOS DIFÍCEIS
Me parece que a Ucrânia está condenada com a vitória de Donald Trump. Como amigo de Vladimir Putin, vai aceitar o pedido de entrega de uma parte do território ucraniano à Rússia, ameaçando cortar toda ajuda americana se Volodmir Zelenski não concordar. Por isso Donald Trump afirmou que vai acabar com a guerra em um dia. Vislumbro tempos difíceis.
Luiz Frid
São Paulo
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JORNAL ISRAELENSE
Em uma decisão inédita, Benjamin Netanyahu e seu petit comité impuseram sanções ao jornal israelense de centro-esquerda Haaretz. Mandaram cortar todos os laços com o jornal, além da retirada de qualquer publicidade. A resolução não apareceu na agenda do governo publicada antes da reunião, e Netanyahu a aprovou sem que fosse submetida à habitual revisão legal. O jornal comentou que “tal como Vladimir Putin, Netanyahu está tentando silenciar um jornal crítico e independente”. Após a condenação do Tribunal Penal Internacional, Netanyahu está fazendo de tudo para salvar sua pele, dane-se a paz na região, os reféns israelenses, os 43.391 mortos e 102.347 feridos palestinenses (dados do escritório Ocha das Nações Unidas)
Omar El Seoud
São Paulo
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DESENVOLVIMENTO NO BRASIL
O Brasil precisa fomentar e desenvolver a cultura de que país desenvolvido precisa e possui adequada infraestrutura. O nosso país deve preservar, mas produzir e construir para progredir. Lembrando um saudoso poeta extraordinário, vale uma paródia: os atrasados que me desculpem, mas desenvolvimento é fundamental. A fundação é o princípio, a base, a sustentação de toda construção. Do mesmo modo, o projeto de qualidade é o princípio fundamental de um empreendimento, essa é a óbvia verdade. Sem um bom projeto é mais difícil chegar ao objeto certo. Uma solução eficiente para um desenvolvimento inteligente começa pela elaboração dos projetos coerentes por meio da valorização tanto das técnicas inovadoras bem como dos profissionais experientes. Precisamos valorizar as ações, os produtos e processos, e não somente as palavras. Além da brilhante locução, são imprescindíveis a forte atitude e a decisiva ação. Experiência e conhecimento são patrimônios e valem muito. Esse patrimônio, que foi construído no dia a dia, pedra por pedra, pode ser inovado e adequado ao momento contemporâneo por meio do estudo, da prática e do engenho. A necessária urgência de maior velocidade no processo de desenvolvimento brasileiro exige um retorno à atividade dos engenheiros experientes e outros profissionais de tecnologia, detentores de um saber que não pode ser adquirido de uma noite para um dia. A jovial modernidade do novo conhecimento, junto com a madura e experiente capacidade. Essa união precisa acontecer de uma forma coerente e competente para o adequado avanço do Brasil. Assim, para o desejado desenvolvimento, a melhor garantia é a gestão eficaz e eficiente utilizando a capacidade da engenharia com a inovadora tecnologia. Sustentabilidade rimando com prosperidade. Óbvio e elementar, mas vale despertar, acreditar e aplicar.
Paulo Cesar Bastos
São Paulo
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GRAMÁTICA
A língua portuguesa está sendo alterada. Se fosse possível reimprimir dicionários como o Aurélio, Houaiss, Michaelis e afins, hoje peças de museus, as equipes teriam muito trabalho em registrar as deturpações/alterações que o nosso idioma está sofrendo. Agora, o Google resolve tudo. Basta prestar atenção no modo de falar ou de escrever. Nesse caso, parece mais uma linguagem cifrada devido as abreviações com uma palavra sendo representada por duas ou três letras, o que é comum entre os jovens ou não jovens via celular. Salvo engano da minha parte, o que se ouve todos os dias na televisão por parte dos profissionais e de entrevistados é a missão das letras R e S. Registro exemplos: reagir virou ele vai reagí; votar = votá; chutar = chutá; entrar = entrá; jogar = jogá; você = ocê; pular= pulá; vamos = vamo; pagar = pagá; estamos = tamôs; embora = bora; seja = seje; brotar = brotá, e assim por diante. Como será o desempenho de uma pessoa em um vestibular em uma prova de redação? É possível imaginar que no futuro, daqui a dez ou 20 anos, a comunicação seja por meio de três ou quatro letras e por emojis. Não haverá conversação e uma pessoa enviará mensagens para outra.
Cesar Savi
Bauru