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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Por Fórum dos Leitores
7 min de leitura

Insegurança pública

Tragédia no Natal

De nada adiantará o decreto federal que regulamenta o uso da força policial no Brasil. A proposta é só um conjunto de regras de conduta que não terá aplicabilidade prática. É preciso identificar caso a caso os verdadeiros motivos que levam autoridades policiais a cometer excessos desnecessários e inexplicáveis, como este mais recente cometido pela Polícia Rodoviária Federal na véspera do Natal (PRF atira em carro de família no Rio e atinge jovem na cabeça, Estadão, 26/12, A12). Ordens superiores? Ódio? Medo? Preconceito? Questões ideológicas? A lista de possibilidades é enorme, e só uma abordagem pedagógica paralela à conduta jurídica vai lançar alguma luz que explique esses casos absurdos, e a partir daí soluções surgirão. Publicar um decreto e lavar as mãos é burocracia fadada ao fracasso.

Luciano Harary

São Paulo

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Congresso Nacional

O trivial, e não o essencial

Estados mais carentes de recursos podem ficar sem R$ 2 bi do Fundeb (Estadão, 26/12, B1 e B2). Era necessário um pacote de corte de gastos para servir ao Brasil, não para agradar aos parlamentares. Era para aumentar a verba do ensino, e não diminuir o repasse do Fundeb para a educação em tempo integral; para manter o ganho real do salário mínimo, eliminar os supersalários e, sobretudo, solucionar o vexame das emendas parlamentares. Para desviar a atenção da questão das emendas Pix, alguns parlamentares puxam da gaveta coisas que já foram decididas antes, inclusive a questão do aborto, as exigências para posse de armas e, acreditem se quiserem, a volta de votação em papel. É a velha estratégia de discutir o trivial para não fazer o essencial – para o Brasil, obviamente.

Omar El Seoud

São Paulo

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São Paulo

Temporal

O temporal que caiu sobre a cidade de São Paulo durante o Natal revelou que a metrópole está em condições precárias para vencer as fortes chuvas do início do ano. Com já milhares de prédios na cidade, mudanças críticas na lei de zoneamento e a precária impermeabilização do solo, creio que o pior ainda está por acontecer. O alcaide e seus edis precisam acordar, para que a maior cidade do País não seja transformada pelos interesses econômicos de alguns grupos, ao lado de lenientes órgãos reguladores.

Carlos Henrique Abrão

São Paulo

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Adensamento dos Jardins

Recentemente, vi muitas críticas contrárias ao “destombamento” do bairro dos Jardins, de associações de moradores, arquitetos da academia, etc. São Paulo merece projetos mais grandiosos com mais generosidade. O que é melhor para os Jardins, casarões abandonados ou subutilizados na Rebouças, na 9 de Julho, na Avenida Brasil, etc., ou manter a origem e a vocação residencial do bairro? Por que não construir predinhos residenciais (térreo mais três andares) com fachada ativa, transformando os recuos frontais em alargamento das calçadas? Preservem-se o miolo do bairro, o traçado das ruas, as áreas permeáveis e a vegetação. Mas não faz sentido proibir o adensamento num lugar que tem toda a estrutura para receber mais milhares de moradores.

Luiz Pereira Barretto, arquiteto

São Paulo

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Mobilidade esquecida

Ultimamente, os nomeadores de pontes de São Paulo só pensam naquilo: o zoneamento urbano. Imaginamos os interesses em jogo que conseguem despertar tamanha atenção ao tema. Enquanto isso, a mobilidade desta cidade gigantesca segue esquecida, como se não fosse prioridade. Passou da hora de privatizarmos a nossa engenharia de tráfego, pensando em soluções inovadoras, com disponibilidade de um canal direto com o munícipe, e nos preparando para o que já ocorre em países desenvolvidos. Por aqui, o semáforo inteligente parece que passou de ano colando. Caso aqueles sigam em sua especialidade, sugiro que ao menos alterem o nome para Companhia dos Extraterrestres. Afinal, não os vemos, não sabemos o que andam fazendo e devem estar operando em outra galáxia.

Renan Pinto

São Paulo

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Boas-festas

O Estadão agradece e retribui os votos de boas-festas e feliz e próspero ano novo de Ayrton Cesar do Amaral; Equipe da Iniciativa FIS; Ernesto Lozardo; Fátima Soares; Panayotis Poulis; Pedro R. Chocair; e Virginia Andrade Bock Sion.

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

VER PARA CRER

Arthur Lira disse que volta ao chão de fábrica sem problema e o presidente Lula, que não vai interferir no Banco Central (BC). Declarações como essas se encaixariam perfeitamente em 1.º de Abril, o Dia da Mentira, ou para quem ainda acredita em Papai Noel. Lira terá de aprender novamente a abrir portas ­– há quatro anos não sabe o que é uma maçaneta – e a proferir o “pela ordem, presidente”. Quanto à afirmação de Lula, estamos bem crescidinhos para acreditar no bom velhinho. Eu acompanho São Tomé: só vendo.

Sergio Dafré

Jundiaí

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USINA DE CORRUPÇÃO

O recente editorial Uma usina de corrupção (Estadão, 23/12, A3) foi preciso ao analisar a prática vergonhosa das emendas parlamentares Pix, outrora chamada de “Anões do Orçamento”, que de R$ 600 milhões em 1993 passou a ser de R$ 8,2 bilhões em 2024, como bem enfatiza o editorial. Nem o Supremo Tribunal Federal (STF) consegue brecar as ratazanas do Parlamento. Não seria ideal criar uma agência reguladora para examinar as reais necessidades dos destinatários? Pelo que sabemos, a Câmara tem função de legislar, não de administrar recursos.

Luiz Antonio Amaro da Silva

Guarulhos

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VESPEIRO

O ministro do STF Flávio Dino colocou a mão num vespeiro. Dino mandou suspender os pagamentos de emendas parlamentares, no valor de R$ 4,2 bilhões. Determinou ainda a abertura de um inquérito pela Polícia Federal. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, está sendo denunciado por manobras sobre essas emendas, tentando burlar as regras de transparência. Sabemos que nem sempre existe a perfeita rastreabilidade dessas emendas de comissão. Os autores das emendas e os beneficiários precisam ser claramente mencionados. Essas manobras não passam de deboches com os contribuintes brasileiros. Esperamos que a Polícia Federal consiga realizar o seu trabalho sem nenhuma tentativa de obstrução das autoridades das Casas parlamentares. Que os eventuais criminosos sejam punidos com todo o rigor da lei.

José Carlos Saraiva da Costa

Belo Horizonte

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EMENDAS BLOQUEADAS

Primeiro, parabéns ao ministro Flávio Dino. Gostaria de saber qual a grande dificuldade dos deputados e senadores em apontarem a total transparência do uso do dinheiro público. Por que a rebeldia dos parlamentares em achar ruim a transparência? Caso as emendas sejam transparentes e corretas, aí, sim, devem ser liberadas dentro dos poderes da Constituição. Até Lá, devem ser bloqueadas.

Roberto Sigaud

São Paulo

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NUMA SÓ CANETADA

O ministro do STF Flávio Dino deu um basta na farra com o suado dinheiro público, mandando suspender o pagamento das emendas de comissão no valor de R$4,2 bilhões, proibiu o Executivo de liberar valores até de 2025 – sem o cumprimento de critérios estabelecidos previamente – e ainda mandou a Polícia Federal investigar se houve alguma irregularidade na manobra feita pela Câmara para destravar a liberação. Agindo em nome da decência e da moral públicas, na mesma canetada o superDino enquadrou o Congresso do maquiavélico Arthur Lira e seus insaciáveis amigos do Centrão, fechou o cofre do emparedado Executivo do presidente Lula, e ainda chamou a polícia. No apagar das luzes do mandato e às vésperas do Natal, finalmente alguma coisa deu ruim para o poderoso Lira, que foi apanhado de surpresa já vestido com o seu traje de Papai Noel – dos congressistas e dele mesmo.

Abel Pires Rodrigues

Rio de Janeiro

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CHAPA EXPLOSIVA

Flávio Dino para presidente 2026, com Nísia Trindade como vice. Estamos lançando uma chapa um tanto explosiva para a próxima eleição presidencial, com duas personalidades fortes e ousadas. Flávio Dino foi juiz federal, deputado federal, senador, governador do Maranhão e ministro da Justiça antes de ser ministro do STF. Foi tudo. Nísia é uma notável ministra da Saúde. Ambos são especialistas em justiça e sociologia, com experiência administrativa e muita competência.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

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DINO, O INGÊNUO

As emendas parlamentares se tornaram a maior ferramenta de roubo de dinheiro público do planeta. O Congresso foi aos poucos impondo modificações para permitir cada vez mais desvios, o Tribunal de Contas da União (TCU) foi neutralizado, as emendas secretas permitem que o dinheiro público jorre livremente, ninguém sabe quem pagou, ninguém sabe quem recebeu, um verdadeiro sonho da corrupção. O Brasil é de longe o país que mais usa emendas parlamentares no mundo. Roubar dinheiro público através das emendas parlamentares é considerado direito adquirido, e a bancada da corrupção, dona do Congresso, não vai aceitar qualquer mudança nesse esquema que coloca o Brasil na lista de países mais corruptos do planeta. Não basta diminuir um pouco a roubalheira generalizada, o País precisa se livrar da bancada da corrupção, que comanda todos os esquemas de roubo de dinheiro público, a rachadinha, o superfaturamento das obras públicas e as emendas parlamentares que não saem do papel. O ministro Flávio Dino precisa estar atento para o tamanho do vespeiro que ele está querendo derrubar.

Mário Barilá Filho

São Paulo

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PRECIPÍCIO

Será que casas de aposta (bets) no Brasil não poderiam lançar um concurso de quando o País, levado pelo governo e o Congresso, chegará ao precipício?

Luiz Frid

São Paulo

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TUDO VAI MUDAR?

Recentemente, o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, desmistificou a implicância de Lula da Silva com Roberto Campos Neto, ex-presidente do Banco Central (BC). Disse o futuro líder do PT que, como Gabriel Galípolo foi indicado por Lula, o posicionamento muda completamente, ou seja, mesmo que a taxa de juros esteja alta, não será mais problema. O governo espera submissão total, apesar de dizer que Galípolo atuará com independência. Até aqui, o BC foi independente, o que causou a ira em Lula. O futuro dirá quem estava certo. Apesar de o dólar interferir no preço da carne, na inflação dos alimentos e na popularidade de Lula, 2025 será um grande desafio para o novo líder do PT. Resta saber se o novo “lobo” conseguirá conduzir sua alcateia.

Izabel Avallone

São Paulo

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CONDIÇÃO

Lula da Silva declarou que Gabriel Galípolo, novo presidente do Banco Central, terá toda autonomia do mundo. Essa autonomia vai acontecer desde que haja redução na taxa básica de juros.

José A. Muller

Avaré

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ELOGIO

Gabriel Galípolo, assim como Roberto Campos Neto, é profissional sério e respeitado. Ambos, como cidadãos, têm o direito de votar ou apoiar quaisquer políticos, mesmo que frontalmente divergentes. E ambos têm dado um magnífico exemplo de competência, seriedade e coragem. Os bilhões de dólares que o Banco Central precisou queimar há alguns dias contribuíram para evitar a explosão do câmbio, explosão esta que se origina do comportamento e do discurso politiqueiro de Lula. Porém, temos de reconhecer o mérito de Galípolo e de Campos Neto, cujo comportamento equilibrado, coerente e reciprocamente amistoso deveria servir de referência às velhas raposas que vivem da política neste país.

Celso Francisco Álvares Leite

Limeira