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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Por Fórum dos Leitores
11 min de leitura

Energia elétrica

Robin Hood às avessas

A manchete de ontem do Estadão (MP que favorece irmãos Batista eleva conta de luz de mais pobres) só vem demonstrar, mais uma vez, entre inúmeros outros exemplos, como o presidente Lula da Silva representa um Robin Hood às avessas: tira dos pobres para entregar aos ricos. E consta, também, que o aumento patrimonial do atual ministro de Minas e Energia foi significativo nos últimos anos.

José Roberto dos Santos Vieira

São Paulo

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Debate político

Entretenimento

Muito bom e elucidativo o artigo de Eugênio Bucci A doença infantil da democracia (Estadão, 25/7, A6), sobre a relação entre democracia e comunicação social. Apenas uma observação: para enriquecer o debate, eu acrescentaria as “promessas não cumpridas da democracia” e seus obstáculos, discutidas em profundidade por Norberto Bobbio no livro O Futuro da Democracia, publicado em 1984. São essas frustrações sociais – em especial a sobrevivência do poder invisível, a permanência das oligarquias e o cidadão não educado, bem como a lentidão das respostas a demandas sociais – que me parecem estar na origem do fenômeno da espetacularização do debate político em nossos dias, explorada no artigo. Cumprimento o autor pelo artigo sobre um assunto complexo, mas tão oportuno.

Fernando Montoro

São Paulo

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Eleição na Venezuela

Um chá em Caracas

Nicolás Maduro é mais esperto que os governantes de seus países vizinhos. Ao desqualificar as urnas eleitorais de alguns deles, conseguiu que não enviem técnicos para acompanhar as eleições de amanhã na Venezuela, e fará o que quiser. Não sei o que o sr. Celso Amorim, enviado por Lula, foi fazer lá. Acho que tomar o chá de camomila servido pela democracia “relativa”.

Tania Tavares

São Paulo

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Resíduos sólidos

Difícil, não impossível

Há um evidente diálogo entre o artigo de Mario Ernesto Humberg e Gilson J. Rasador (A questão tributária na cadeia de reciclagem, Estadão, 26/7, A6), em que atentam para a ausência do setor de coleta e reciclagem na reforma tributária, e o texto de Celso Ming (A chaga dos lixões, Estadão, 26/7, B2) discorrendo sobre o desperdício e o problema ambiental que são os depósitos a céu aberto dos resíduos domésticos. Ambos passam pela dificuldade de implementar políticas públicas que aproveitem os materiais em sua totalidade, uma vez que na natureza não há resíduos. Todos os processos são cíclicos e fomos nós que quebramos essa corrente com o desenvolvimento industrial e tentamos, agora, restabelecê-la. A questão primordial é estabelecer preços que considerem os valores dos ganhos ambientais da reciclagem, seja ela de embalagens ou de produtos que não mais utilizamos, considerando também sua transformação em energia. Difícil é, mas impossível, com certeza, não.

Adilson Roberto Gonçalves

Campinas

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Compromisso

É fundamental que o Estado não se esquive de investir em políticas públicas para minimizar o desperdício ou a destinação incorreta de resíduos. Cabe não só às instâncias de governo, mas também à iniciativa privada favorecer os meios mais adequados e exequíveis para que toda a sociedade seja capaz de abraçar esse compromisso socioambiental. A partir da minha própria experiência cotidiana de cuidado com o meu próprio lixo, penso que o desafio de reciclar exige de cada pessoa uma profunda conversão de mentalidade. Os antigos gregos chamariam isso de metanoia, isto é, conhecer além do já conhecido. É necessário “re-conhecer” que resíduos não são sinônimos de lixo. Nem tudo é “cinza ou água suja”, como sugere a origem latina do termo lixo. Juntamente com as macroiniciativas público-privadas, que tal assumirmos esse desafio em primeira pessoa? Uma possibilidade ao alcance de todos seria alterar a linguagem: ao invés de insistirmos em evocar os nossos descartes como lixo, vamos chamá-los de resíduos. Quem sabe alterando a linguagem mudamos também a mentalidade? Eu sei, não resolve o problema. Mas talvez preencheria nossa consciência acerca daquilo que poderia ser feito com os resíduos que o humano consumo dificilmente deixará de produzir. Poderia ser uma microcontrapartida cidadã às macroiniciativas institucionais, que Celso Ming tão bem sublinhou em seu artigo ontem.

Luís Fabiano dos S. Barbosa

Bauru

Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

ABERTURA DAS OLIMPÍADAS

Ao ver um cavalo de prata correr sobre as águas do Sena, um casal acender a pira olímpica e Céline Dion cantar o hino ao amor, em Paris, eu chorei. Perdão papai: um homem chora sim.

Roberto Solano

Rio de Janeiro

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ESPETÁCULO

O que foi essa abertura das Olimpíadas de Paris? Todos os adjetivos não vão conseguir expressar esse espetáculo que vai ficar para sempre na memória de todos nós que fomos privilegiados com tanta criatividade e emoção. Pela primeira vez, a cerimônia não aconteceu em um estádio. Que ousadia gratificante. Tinha que ser Paris, a Cidade Luz. A cidade do rio Sena, da Torre Eiffel, da Catedral de Notre Dame, do Museu do Louvre, do Can Can e, agora, da mais deslumbrante e emocionante abertura de uma Olimpíada. E quando já estávamos extasiados com tanta beleza, vem Céline Dion cantando Edith Piaf, na Torre Eiffel, interpretando L’Hymne à l’amour. Alguém não chorou? Merci, Paris.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

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EVENTO GLORIOSO

Nem mesmo a chuva fina conseguiu quebrar o encanto da espetacular, inovadora e impecável cerimônia de abertura oficial das Olimpíadas de Paris, realizada pela terceira vez na cidade natal do Barão de Coubertin, idealizador dos Jogos na era moderna. A parada náutica fluvial, com um quê de desfile de escolas de samba do carnaval brasileiro, foi absolutamente ousada e grandiosa, feita pela primeira vez na história fora de um estádio, tendo a monumental e belíssima Cidade Luz como cenário. O aguardado final do evento, com a chama transportada pelo rio Sena e a bandeira olímpica por um cavaleiro num cavalo metálico até os pés da icônica Torre Eiffel, foi de uma beleza arrebatadora, única e sem paralelo. O encerramento apoteótico da cerimônia, com a pira olímpica acesa e içada por um enorme balão de ar não poderia ter final mais glorioso e feliz do que a surpreendente e marcante presença de Céline Dion cantando divinamente o Hino ao Amor, numa interpretação emocionante que tocou certamente os corações de todos que tiveram o privilégio de assistir ao grandioso espetáculo ao vivo e pela TV. Que os Jogos Olímpicos possam trazer resultados e recordes tão espetaculares quanto a festa de inauguração de sua 33ª versão. Liberté, Egalité, Fraternité, Criativité. Viva o esporte! Vive la France!

J. S. Decol

São Paulo

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PROGRAMA VOA BRASIL

Uma farsa ou humilhação para os aposentados esse programa “Voa Brasil” de passagens aéreas a R$ 200, lançado por Lula. Como informa a imprensa, só poderá fazer parte deste suposto benefício aposentados que não tenham viajado nos últimos 12 meses. Mesmo assim, vai precisar passar por pente fino do governo para ver se seu cadastro cumpre os requisitos. Mesmo que consiga a passagem de ida, não terá a garantia da passagem de volta a R$ 200, que vai depender da disponibilidade da oferta da empresa aérea. Ou seja, a humilhação que promove Lula contra os aposentados reside neste quesito. Já que, não existindo a possibilidade de compra antecipada de ida e volta, o aposentado que conseguir a passagem de ida, provavelmente terá que pagar (se tiver recursos) o preço normal ou cheio para volta, ou ficar dias ou semanas perambulando sem eira nem beira longe de casa, até que seja contemplado com passagem de R$ 200. Programa este sem nexo algum, que só poderia ser arquitetado pelo demagogo Lula e que, feito de qualquer jeito, sem analisar suas consequências, pode gerar grande frustração aos aposentados.

Paulo Panossian

São Carlos

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‘PAÍS CORRUPTO’

O encontro dos 20 países mais ricos e poderosos do mundo será motivo de vergonha para o Brasil, afinal, o País está na lista de países mais corruptos do planeta. O Brasil segue martelando na tecla do aumento de impostos, algo profundamente impopular para quem pretende ganhar eleições. O País deveria pedir conselhos do G-20 para buscar maneiras de trazer os índices de corrupção para níveis aceitáveis para os países de primeiro mundo. Combater a corrupção generalizada no governo e tirar o país da lista de países mais corruptos do mundo deveria ser a prioridade número um do governo que suceder Lula da Silva.

Mário Barilá Filho

São Paulo

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‘DEMAGOGIA BARATA’

No G-20, realizado no Rio de Janeiro, Lula fala em combater a fome no mundo e o Brasil está no mapa da fome. A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, pede aos países ricos iniciativas contra os eventos climáticos provocados pela ação antrópica, mas o nosso Pantanal continua ardendo em chamas. Estes são alguns exemplos da demagogia barata reinante neste governo.

Jose Alcides Muller

Avaré

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‘BRASIL DEMOCRÁTICO’

Derrota de Maduro libertaria também Lula e o Brasil, se for aceita pelo regime venezuelano (Estadão, 25/7). Com todo respeito, discordo do articulista. A derrota ou vitória de Maduro diz respeito apenas a Lula da Silva. O Brasil democrático, representado por boa parte da população, não se identifica com Lula, e nada tem a ver com o ditador comunista. O Brasil democrático torce por uma derrota de Maduro, o que representaria um livramento para o sofrido povo venezuelano.

Maurílio Polizello Junior

Ribeirão Preto

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ELEIÇÕES VENEZUELANAS

Nicolás Maduro está caindo de maduro. Já passou da hora de passar as Chavez para outro(a).

Milton Cordova Junior

Vicente Pires (DF)

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REAÇÕES DE MADURO

Fez bem o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ao cancelar o envio de técnicos à Venezuela depois que o atormentado ditador Nicolás Maduro disse, num comício da ultima terça-feira, 23/7, que os boletins de urnas das eleições brasileiras não são auditáveis, conforme matéria intitulada Maduro repete Bolsonaro e diz que eleições no Brasil não são auditáveis (Estadão, 25/07, A12), e, ainda, aconselhou o presidente Lula a tomar chá de camomila após se assustar com a previsão (do próprio Maduro) de que se ele perder a eleição, haverá um “banho de sangue” no país vizinho. A ministra Carmen Lúcia, presidente do TSE, desmentiu o que disse Maduro. Espera-se, agora, a reação de Lula, no mínimo menosprezado em suas preocupações com os resultados (e consequências) das eleições venezuelanas. Como cidadão brasileiro, desagrada-me ver o governante do meu país ironizado como fez o mal-educado Maduro, contumaz detentor de grosserias que levam o seu país – a outrora progressista Venezuela – à bancarrota e ao isolamento internacional. O governo brasileiro também deveria cancelar a viagem do ex-chanceler Celso Amorim a Caracas, para evitar a sua participação num possível fiasco ou coisa pior. As eleições da Venezuela correm sério risco visto que, na sua preparação, o governo impediu a participação de opositores e Maduro – bravateiro já conhecido pelo mundo – percorreu o país fazendo ameaças que podem ser decorrentes do temor de perder no voto e estar preparando alguma fraude ou artimanha para permanecer no poder mesmo que sem o respaldo do eleitor. Lula, o governo e as instituições brasileiras precisam manter distância desta possível armação. O chavismo – que Nicolás Maduro encarna depois da morte do líder Hugo Chávez – conduziu a Venezuela ao caos econômico, onde chegou a faltar até papel higiênico, e tem se mantido no poder às custas de estratégias que passam muito longe da democracia. Persegue opositores e faz toda sorte de esquemas para não correr o risco de ser retirado do poder. Recorda-se do governo paralelo de Juan Guaidó, que nas eleições passadas, denunciou o quadro adverso, mas de nada serviu. A política radical dos chavistas já provocou grande êxodo na população venezuelana. Estima-se que hoje existam 6,8 milhões de venezuelanos vivendo no exterior, dos quais 550 mil no Brasil. O melhor que nosso País tem a fazer é manter-se longe do conflito e do governo temerário, até em respeito aos refugiados que acolheu e autorizou a aqui permanecerem. Embora tenha construído sua vida política na esquerda e até feito coisas discutíveis, como o Foro de São Paulo e a tentativa de montagem de uma república de padrão soviético na América Latina, nosso presidente não pode ignorar que hoje vivemos novos tempos. Ele não é mais aquele revolucionário rebelde e romântico e o mundo parece estar virando novo ciclo político, longe da Guerra Fria e da luta esquerda-direita do passado. As eleições europeias, onde a extrema direita progrediu, e as próprias eleições norte-americanas em que o presidente foi convencido a não concorrer à reeleição, são testemunhas do novo momento. Não se esqueça que o senhor, Lula, é o presidente de todos os brasileiros – tanto dos que lhe deram o voto quanto dos que o negaram. Assim, deve preserva-se das saias justas em que tem se metido. Encontre um meio de não se meter em questões que não digam respeito ao seu governo. Facilite a conciliação com o presidente argentino, Javier Milei (que será boa para os dois países), e fique longe de Maduro para que o destino faça dele o que interessar ao povo venezuelano. Sua parte de revolucionário já está feita. Agora, limite-se a governar o Brasil, que também precisa de pulso forte para vencer os desafios. Evite mediar questões que não são suas. Isso só poderá trazer ruídos ao seu governo e incomodar os 215 milhões de brasileiros. Especialmente neste momento, não permita que uma figura caricata como Nicolás Maduro faça pouco de sua pessoa e do Brasil.

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves

São Paulo

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‘MUY AMIGOS’

A declaração de Maduro de que as urnas eletrônicas brasileiras não são auditáveis e seguras me faz lembrar o personagem do Jô Soares, Gardelón, com Lula dizendo para Maduro: muy amigos.

Vital Romaneli Penha

Jacareí

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VOTOS AUDITÁVEIS

Maduro diz que o sistema eleitoral brasileiro não é auditável. Em outras palavras, que, se houver fraude, não há como provar. Uma afirmação forte que se soma ao que Elon Musk falou sobre a possibilidade de fraude em urnas eletrônicas. Dois grandes especialistas: um em fraudes eleitorais e um em tecnologia acendem o sinal amarelo para o nosso inviolável sistema eleitoral. Qual a resposta? Se um eleitor suspeitar que o que voltou foi computado de outro jeito por uma programação fora do padrão, haveria como verificar? Se há, basta esclarecer como. E se não houver, que tal implementar o voto impresso?

Jorge Alberto Nurkin

São Paulo

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RELAÇÕES EXTERNAS

O ex-presidente negacionista Jair Bolsonaro está fazendo história. Afinal, Donald Trump já deu início à tática de pôr em dúvida o sistema eleitoral americano mesmo antes de acontecer. Também, o ditador Nicolás Maduro está questionando as eleições brasileiras impondo dúvidas sobre a vitória do próprio amigo demiurgo. Na verdade, as palavras de Maduro além de provocativas são mentirosas, pois aqui no Brasil as eleições são sim auditadas e não como na Venezuela, onde o ditador é quem faz a auditagem das urnas venezuelanas. Por fim, Lula precisa melhorar urgentemente suas relações com os ditadores de plantão, para não ficar mais por baixo do que barriga de cobra e tudo continuar na lesma lerda.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

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‘REAÇÃO PARANÓICA’

Impressionante a reação paranóica da direita brasileira à candidatura de Kamala Harris à presidência dos Estados Unidos. Uma demonstração de como o reacionarismo tupiniquim segue a cartilha de Donald Trump e do ideólogo Steve Bannon, guru de Trump e Jair Bolsonaro. Até no YouTube há discursos anti Kamala Harris, como se a sua eleição fosse uma vitória da esquerda brasileira. A direita é mais organizada e globalizada do que se imaginava. A democracia está sob ataque no mundo todo, tanto pela esquerda quanto pela direita. Trump, Vladimir Putin, Bolsonaro, Xi Jinping ou Maduro, todos contra a democracia.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

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‘DOENÇA INFANTIL’

Estou de pleno acordo com a ideia do professor Eugênio Bucci de que atualmente somos uma civilização entretenizada, segundo artigo intitulado A doença infantil da democracia (Estadão, 25/7, A6). Os mais jovens, e hoje também os menos jovens, muitas vezes são avessos à política por interpretarem que ela seja coisa ruim, quando Platão já dizia que quem não se interessa por política se deixa governar por aqueles que por ela se interessam. Talvez uma explicação para essa infantilidade seja a de que a civilização tenha sido sempre desestimulada a amadurecer, com tantos ditames, guerras, religiões, etc.

Pedro Paulo Prado

São Paulo

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‘LINGUAGEM DO ENTRETENIMENTO’

Excelente o artigo do professor Eugênio Bucci A doença infantil da democracia (Estadão, 25/7, A6).

Albino Bonomi

Ribeirão Preto

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HOMENAGEM

O canoísta brasileiro Pepê Gonçalves competirá nos Jogos Olímpicos de Paris com capacetes customizados em homenagem ao tricampeão de Fórmula 1, Ayrton Senna. Gigante! Notícias que gostamos de dar. Seria magnífico uma vitória do canoísta em Paris para completar a homenagem ao piloto. Senna merece todas as homenagens porque é digno e será amado sempre. Ayrton Senna, nosso grande herói, o maior orgulho do Brasil, gênio e fantástico mestre do automobilismo. Inesquecível. Pepê Gonçalves não poderia ter feito diferente, belo gesto de lembrança ao nosso querido e eterno Senna. Simplesmente fenomenal. Baita homenagem emocionante. O Brasil vai ser bem representado. Vai trazer sorte.

José Ribamar Pinheiro Filho

Brasília