Eleição na Venezuela
É isto uma democracia?
Depois de vários dias sem reagir à declaração de Nicolás Maduro de que haveria um “banho de sangue” e uma “guerra civil” na Venezuela, caso ele não vença esta eleição, Lula da Silva disse que ficou “assustado” com a ameaça do venezuelano. Para quem se diz defensor da democracia, foi uma manifestação simplória. Já o déspota venezuelano foi sarcástico e mandou o recado desfazendo da fala de Lula: “Quem se assustou, que tome um chá de camomila”. Hoje, veremos se o chá de camomila será suficiente para amenizar o susto de Lula ou se ele terá de lançar mão de uma droga mais pesada. Todos sabem que as eleições serão fraudadas. O que causa estranheza é recordar que em nenhum momento Lula se mostrou assustado quando 8 milhões de venezuelanos deixaram o país, fugindo da fome e do desrespeito aos direitos humanos, tampouco denunciou a prisão e a tortura sistemática de adversários do regime bolivariano. Difícil será a tarefa de Celso Amorim, que se saiu com esta: a votação deste domingo será uma ocasião de demonstrar que a democracia está consolidada na Venezuela. É esperar para ver.
Izabel Avallone
São Paulo
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Chá de ‘simancol’
O doce e educado ditador da Venezuela recomendou chá de camomila para o nosso repentinamente convertido à democracia presidente Lula. Agora, espero que hoje Nicolás Maduro tome um chá de simancol, bem quente, e vá se tratar.
Roberto Moreira da Silva
São Paulo
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Não haverá calmante
Entre um susto pouco convincente de Lula e a sugestão sarcástica rasteira de um chá de camomila por Nicolás Maduro, é, infelizmente, pouco provável que a eleição presidencial na Venezuela hoje ocorra com a devida lisura, considerando que as pesquisas favorecem com folga o candidato da oposição, Edmundo González Urrutia. Maduro nunca deu mostras de ter se tornado apreciador da democracia plena. Ao contrário, passou a campanha ameaçando com consequências qualquer resultado em que não seja ele o vencedor e atrapalhando ostensivamente os candidatos da oposição. O tribunal supremo é controlado por ele e boa parte dos militares, que poderiam garantir a eleição livre, é sócia da estatal PDVSA – estratégia chavista para assegurar a ditadura. Se houver falcatrua de fato, o governo brasileiro terá a obrigação de transpor o susto e reagir assertivamente, sem condescendências ou meias palavras. Pois não haverá chá de camomila ou outro qualquer capaz de acalmar mais um disparate da ditadura que tanto prejudica a Venezuela há mais de 20 anos.
Luciano Harary
São Paulo
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Fome
Subnutridos do Brasil
O pobre no Brasil é massacrado com altíssima carga tributária, que vai desde as contribuições “sociais” (na verdade, um imposto do pecado), passa pelos vários impostos sobre o consumo e chega ao Imposto de Renda sobre os dividendos, que deveria ser pago pelos super-ricos. Nenhuma surpresa com os 8,4 milhões de subnutridos e quase 1/5 da população sem acesso adequado aos alimentos nos últimos três anos (Estadão, 25/7, A16). Mas nem tudo está perdido: depois da expropriação, ajudas caritativas.
Antonio Augusto d’Ávila
Porto Alegre
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Discurso no G-20
Erradicar a fome virou um bordão para Lula da Silva ficar bem na foto. Já assisti a esse filme várias vezes, mas nunca vi o fim dele, só o começo.
Lourdes Migliavacca
São Paulo
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Sabesp
Rumo certo
A Sabesp está no caminho certo, como enfatizou editorial do Estadão (25/7, A3), pois São Paulo, ao abraçar o liberalismo econômico, vai ao encontro das aspirações do seu povo e se distancia das ideologias extremadas, que, com o pretexto de orientar a economia, aparelham o Estado com as nefastas e conhecidas consequências: corrupção, apadrinhamentos políticos e ineficiência. O governador Tarcísio de Freitas entra em sintonia com a vontade dos seus cidadãos ao considerar que a solução dada à Sabesp pode perfeitamente ser o caminho para o Banco do Brasil e a Petrobras. A questão não é só de natureza ideológica ou de moralidade, o que se busca é a universalização dos serviços. Ganham o consumidor, o investidor, o contribuinte e o funcionário de carreira, pela perpetuidade da empresa.
Nilson Otávio de Oliveira
São Paulo
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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br
RESSENTIMENTO
Industriais e entidades representativas da indústria colocam que o agronegócio é mais privilegiado pelo governo que a indústria, inclusive tecendo considerações sobre as verbas destinadas ao agro, bem maiores que as endereçadas à indústria. Entretanto, não é verdade, porque a indústria pelos idos de 2009 e 2014, foi o segmento mais beneficiado no Programa de Sustentação de Investimento (PSI), além de outras benesses conquistadas pelo setor, inclusive por meio do BNDES. Porém, apelando-se sobre os resultados, a indústria teve progresso bem menor que o agronegócio. Eis que em 2023, o PIB cresceu 2,9%, o agronegócio cresceu 15,1% enquanto a indústria registrou alta de apenas 1,6%, demonstrando que a pujança do agro é bem maior. De outro lado, cumpre salientar que a programação do agro é bem mais global e incisiva que a da indústria, cuja movimentação se perde em argumentações diversas da competitividade, deixando, aliás, de lado a renovação de máquinas e permitindo a ocorrência do sucateamento. Em resumo, o segmento industrial tem tudo e muito mais para crescer e ombrear com o agro. É só querer e fazer. De nada resolve O ressentimento da indústria (Estadão, 26/7, A3), conforme o editorial desta sexta-feira, porque sentimento não eleva a produtividade.
José Carlos de Carvalho Carneiro
Rio Claro
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ERRADICAR A FOME
Luiz Inácio Lula da Silva, o demagogo de plantão, não se deu por vencido pelo seu péssimo desgoverno e, com a maior cara de pau, lançou um plano para erradicar a fome no mundo. Para tanto, se propôs a arcar com metade dos custos com o dinheiro dos brasileiros. Na verdade, antes de tentar reescrever sua história de corrupção, o demiurgo deveria erradicar sim, a miséria e a fome aqui no Brasil, onde ele ainda se mantém como inquilino do Palácio do Planalto. Menos Lula, menos.
Júlio Roberto Ayres Brisola
São Paulo
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NUTRIÇÃO
Segundo o relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Alimentação e Agricultura (FAO), 20% (39,7 milhões) da população brasileira não teve acesso adequado à alimentação nos últimos três anos, mantendo o País no Mapa da Fome global. Conforme o relatório “O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo”, entre 2021 e 2023, 3,9% dos brasileiros apresentaram desnutrição crônica. Causa espécie e indignação que o Brasil, destacada potência agrícola e um dos maiores produtores e exportadores de proteína animal do mundo, responsável pela alimentação de cerca de 1 bilhão de habitantes do planeta, não consiga nutrir adequadamente seus patrícios. Vergonha!
J. S. Decol
São Paulo
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ELEIÇÕES MUNICIPAIS
O PSDB não sacou que há muitos órfãos que não tem em quem votar. Não querem nem a esquerda e nem a direita. A oportunidade de voltar para a prefeitura de São Paulo seria agora. Se tem que ser com o José Luiz Datena, que seja, mas o PSDB volta. E se ele desistir, o vice será alguém afinado com o partido.
Tania Tavares
São Paulo
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ESTATIZAÇÃO
Temos notícias que uma refinaria estaria em projeto de ser reestatizada. A respeito deste assunto é bom informar que o moderno é privatizar empresas por dois motivos básicos. O primeiro é que a iniciativa privada é mais eficiente na gestão empresarial e a segunda é que o governo, não gastando dinheiro para estatizar empresas, tem mais recurso para investir em atividades básicas, como educação, saúde, etc. Vamos caminhar com a modernidade, pois seria muito ruim para o País caminharmos para trás.
Marco Antonio Martignoni
São Paulo
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RANKING
Repasso o que vi divulgado na mídia: “O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, liderou o ranking de junho de avaliações dos chefes de Estado da América do Sul no mês de julho, segundo pesquisa da CB Consultoria de Opinião Pública”. Pasmem. Estamos mal servidos com o nosso passeador, gastador que está se lixando com o equilíbrio fiscal e, de quebra, a primeira-dama e seu séquito foram aos Jogos Olímpicos em Paris. Se o nosso Lula é o melhor, imaginem a nulidade dos demais presidentes.
Humberto Schuwartz Soares
Vila Velha (ES)
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OLIMPÍADAS
Os Jogos Olímpicos nos proporcionam grandes emoções. Um jogo de handebol feminino pode ser muito mais emocionante que o surrado futebol. O Brasil deve agradecer muito aos atletas que praticam as mais variadas modalidades esportivas. Esta turma é completamente esquecida durante quatro anos, e o País só lembra que estes tantos esportes maravilhosos existem nas Olimpíadas. Seria ótimo se a televisão abrisse espaço para os demais esportes, quebrando o monopólio absoluto do futebol. O Brasil gosta de handebol, vôlei, basquete, iatismo, atletismo, todas as modalidades olímpicas são praticadas o tempo todo e deveriam ser mais prestigiadas.
Mário Barilá Filho
São Paulo
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COBRANÇA
Será que agora o presidente Lula vai cobrar de Nicolás Maduro os bilhões de reais que ele mandou para Venezuela para ajudar a construir a infraestrutura quase a fundo perdido? Iria ajudar bastante as finanças brasileiras.
Luiz Frid
São Paulo
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ELEIÇÕES VENEZUELANAS
TSE desiste de enviar técnicos à Venezuela (Estadão, 25/7, A12). Será que o poderoso TSE, que manda prender e manda soltar quem ousa questioná-lo, pensa que a Venezuela é o Brasil? Quem dá as cartas lá é, única e exclusivamente, Nicolás Maduro, que não permitirá ingerências estrangeiras nas eleições, nada democráticas, de seu país, particularmente do TSE, ao qual fez críticas afirmando, sem provas, que os boletins de urna do Brasil não são auditáveis. Verdadeiras ou não as acusações de Maduro, o TSE, que no Brasil é galo, o rei do terreiro, em terras venezuelanas, certamente viraria galinha.
Maurílio Polizello Junior
Ribeirão Preto
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DISCURSO HISTÓRICO
Emocionante ver um americano, presidente dos Estados Unidos, abrir mão do cargo em nome da democracia. Disse Biden: “Eu amo meu país, mas na defesa da democracia o que está em jogo é mais importante do que qualquer cargo”. Tal gesto jamais será visto no Brasil. Aqui as pessoas se agarram aos cargos, dizem defender a democracia, mas o apego ao cargo vem primeiro. Um país que não aposta nos jovens e faz questão de ficar no discurso surrado e ultrapassado impede a nação de crescer e fazer a diferença no mundo. Forte também foi a forma como Biden se referiu a sua vice, agora candidata. Depois de fazer elogios, disse ao povo americano: agora a escolha é sua. Nenhum ataque ao opositor. Aqui o presidente eleito não esquece seu antecessor um só dia, promete vingança e nos discursos raivosos instiga o povo a votar nele, ou seja, o povo brasileiro não faz escolha própria, é obrigado pelo presidente a escolhê-lo, tudo em nome da suposta democracia.
Izabel Avallone
São Paulo
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ATORES
Quando observamos as expressões faciais das lideranças mundiais, diariamente estampadas pelos veículos do jornalismo profissional, sejam impressos ou virtuais, temos a sensação que tais personalidades estão agindo como atores, representando uma peça de teatro, tal a forma como surgem em tais imagens. Qual serão os resultados das decisões tomadas por essas personalidades. Somente quem viver os tempos que virão é que poderá constatar.
José de Anchieta Nobre de Almeida
Rio de Janeiro
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OPINIÃO ABALIZADA
Eugênio Bucci prova com seu artigo desta quinta-feira, 25/7, intitulado A doença infantil da democracia (Estadão, 25/7, A6), que manter protegido qualquer território depende de um estudo profundo, elástico e de múltipla opinião. Mostra também que, para ter uma opinião abalizada, é necessário muita leitura. Para verificar este fato, basta contar o número de livros sobre democracia que se deve ler, e o professor ainda assinala que elas contêm uma parte da explicação, não toda. Ao visitar também a informação superficial e tendenciosa utilizada pelas pessoas, podemos concluir que se é infantil o conteúdo da informação, há enormes brechas para manipulação e convencimento. Este emburrecimento geral, muito utilizado na época das trevas pelo catolicismo, retorna encorpado e muito eficiente, já que os sociopatas sabem lutar nesta arena como ninguém.
Carlos Ritter
Caxias do Sul (RS)
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ALIENAÇÃO FATAL
A grande praga mundial do início século 20 foi a gripe espanhola que matou mais de 50 milhões de pessoas. A grande praga do século 21 é a internet e as redes sociais, que estão enlouquecendo bilhões de pessoas com ansiedade e vício compulsivo. É uma alienação fatal global.
Paulo Sergio Arisi
Porto Alegre
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INDIGNAÇÃO
Não dá para discordar deste primoroso artigo de Sebastião Ventura Pereira da Paixão Jr., publicado no Estadão com título O governo Lula acabou. E depois? (Estadão, 24/7, A5), que vê o País desgovernado, assim como tivemos que suportar por quatro anos um fascista e anarquista Jair Bolsonaro, que entre outras barbaridades até tentou um golpe de Estado. Aliás, como escreve o articulista, nestes últimos anos “o cidadão vota, mas o voto já não muda nada”. É o que, infelizmente, vem ocorrendo no Brasil, quando a partir de 2003 a meados de 2016, com Lula e Dilma Rousseff, e com a gestão de Bolsonaro, o País só regrediu, com PIBs medíocres e aumento da pobreza, etc., período este lastimável, em que emergiu uma polarização política insana do nós contra eles, e que por enquanto está sem solução no horizonte. É triste dizer que hoje o Planalto vegeta e ninguém acredita mais neste governo. Assim como o antecessor, também a cada dia entrega os dedos e os anéis ao Congresso, com 81 senadores e 513 deputados em que a maioria envergonha a Nação. Ou seja, vivemos uma tempestade perfeita de uma Nação sem rumo, que, até a favor dos corruptos enterraram a Lava Jato. E, se o governo Lula acabou, diante desta dura e cruel realidade, de onde vamos buscar uma liderança capaz de se eleger em 2026, e com dignidade servir a Nação? Ficamos na expectativa que o próximo promova a tão necessária guinada de reformas e desenvolvimento econômico e social, tal qual Itamar e FHC realizaram no poder desta República.
Paulo Panossian
São Carlos
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ATRASO NAS ENTREGAS
O mesmo problema do leitor Cláudio Bock sobre a não entrega das faturas pelos Correios acontece aqui em Utinga, em Santo André. Eu não recebo as faturas pelos Correios, e, quando reclamo, as empresas falam que foram postadas. Por várias vezes os Correios entregaram as correspondências todas juntas já vencidas, ou seja, esperaram acumular para dar somente uma viagem, e o pior é que os Correios mentem e negam o problema.
Eliel Queiroz Barros
Santo André