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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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7 min de leitura

Gasto público

Republiqueta

Só mesmo numa republiqueta de bananas um ministro da Fazenda anuncia um pacote de corte de gastos junto com uma medida populista de isenção de Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil. O resultado foi queda do Ibovespa e alta do dólar. Sobrou para o Banco Central consertar esta palhaçada, aumentando os juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), para conter a inflação. Não importa se você “fez o L”, arminha ou votou em branco na eleição presidencial passada, porque todos nós vamos pagar essa conta.

Maria Carmen Del Bel Tunes

Americana

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Um blíster

Não sou letrado em números, mas todas as críticas que li a respeito do chamado pacote de corte de gastos do governo deixam claro que ele não passa de um blíster, aquela pequena cartela de comprimidos. Conforme disse William Waack (Estadão, 28/11, A12), “no trato das contas públicas (Lula 3) repete o que já não deu certo, que é pisar no acelerador da expansão dos gastos e buscar a compensação via aumento de arrecadação”. Enquanto isso, o dólar vai a R$ 6 (no mercado paralelo já está beirando absurdos R$ 7) e o Banco Central fica com o ônus de ter de aumentar a taxa de juros e ser acusado de a única “coisa desajustada” no País, segundo Lula da Silva. E o pior é que a dupla Taxad e Gastão ainda tem dois anos de descontrole pela frente.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

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Incertezas

O pacote fiscal anunciado é “para inglês ver”, já que nenhuma medida concreta foi apresentada. Trata-se, isso sim, de um pacote de aumento de impostos, que ainda depende de aprovação do Congresso. Contenção de despesas mesmo, que é o que interessa – por exemplo, a extinção de algum dos atuais 39 ministérios –, nem sequer foi cogitada. Considerando que o pronunciamento do ministro Fernando Haddad na quarta-feira trouxe para o mercado mais dúvidas do que certezas, melhor seria se nada tivesse sido anunciado.

Alvaro A. Fonseca de Arruda

São Paulo

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A montanha pariu um rato

Não obstante uma série de reuniões ministeriais e consecutivas, adiamentos e tudo mais, finalmente saiu, na quarta-feira, o anúncio do pacote de corte de gastos do governo – que, aliás, teve de ser mais bem explicado no dia seguinte. Como já se esperava, é um pacote incompleto, começando com o prazo de dois anos para alcançar a economia prometida de R$ 70 bilhões, o que é pouco por ano. As medidas necessárias foram inviabilizadas pela política e pelo atendimento ao Partido dos Trabalhadores (PT). O tempo dirá se o buraco fiscal vai ou não melhorar.

Mário Cobucci Junior

São Paulo

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Lula 3

O pacote fiscal anunciado pelo ministro Haddad confirma que, no terceiro mandato do presidente Lula, o Brasil tem mais pobres, cria bolsa-votos, depende dos milionários honestos, se esquece dos milhões desviados pelos corruptos, deixa o mercado se virar como pode e, quanto ao futuro, pensa nas eleições da sua turma toda. Então, lá vem o Natal, para a comemoração e alegria dos amigos secretos.

Carlos Gaspar

São Paulo

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Congresso Nacional

PEC do aborto

PEC que pode acabar com o aborto legal é aprovada na CCJ da Câmara (Estadão, 28/11, A16). É assim que nossos congressistas têm legislado: não bastasse promoverem tantas regras para se locupletarem, agora pretendem que sejam penalizadas as mulheres que engravidarem após um estupro. Lamentável!

Arnaldo Vieira da Silva

Aracaju

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Plano golpista

Bolsonaro e a democracia

O editorial Bolsonaro nu (Estadão, 28/11, A3) enfatizou o caráter do ex-presidente da República, considerando-o obviamente um golpista e aproveitador das benesses políticas que nunca deixou de usufruir após ter sido expulso da caserna. Quem ao menos sabe ler e o faz com razoável discernimento certamente concorda com o texto bem elaborado do Estadão.

Ademir Valezi

São Paulo

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‘Bolsonaro nu’

O editorial de ontem do Estadão é daqueles para enquadrar e colocar na parede, pois, uma vez lido, deverá ser relido, relido e contemplado.

Antônio Gerassi Neto

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

PROPOSTAS DO GOVERNO

Só uma análise técnica mais apurada vai determinar se as medidas propostas pelo governo vão realmente reduzir gastos. Fato é que, a reação do mercado antes mesmo do pronunciamento do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com o dólar batendo em R$ 6, é medida direta da confiabilidade do governo, ou melhor, da falta dela. Haddad disse que não existe bala de prata para equilibrar as contas públicas. Nem precisava dizer. Não é questão de bala de prata, mas da real intenção de Lula da Silva em cumprir as metas estabelecidas no arcabouço fiscal para, assim, atrair investimentos e prover crescimento sustentável. Paternalizar menos o povo, parte integrante desse projeto, vão exigir coragem e mudança de paradigma. Enquanto isso não acontece, o doutor mercado, como se refere, jocosamente, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, ao mercado financeiro, vai reagir cautelosamente a qualquer medida do governo, gostem o presidente Lula e o ministro Rui Costa ou não.

Luciano Harary

São Paulo

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‘VERGONHA NA CARA’

Se o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tivesse vergonha na cara, pedia demissão do cargo. Até quando vai aceitar ser capacho do Lula? Até quando vai assassinar a própria biografia?

Maria Carmen Del Bel Tunes

Americana

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PRONUNCIAMENTO DO MINISTRO

Ministro, fiquei muito feliz ao ser chamado de querido por Vossa Excelência. Espero que possamos continuar nos chamando de queridos, mesmo depois de todas as suas propostas de reformas econômicas terem sido colocadas em prática. Somos um país de injustiças sociais e econômicas desde sempre. Esperamos que as medidas anunciadas melhorem a vida dos assalariados que ganham menos e que acabem os privilégios dos que ganham muito. Desejamos pleno êxito à sua atuação para o bem do Brasil.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

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VIVENDO NO SÉCULO PASSADO

Fernando Haddad faz discurso de palanque achando que o mercado financeiro se deixaria enganar. Em vez de cortar gastos ele traz aumento de despesas. Não tem jeito, Lula está vivendo o século passado. Azar o nosso.

Luiz Frid

São Paulo

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PROMESSA DE CAMPANHA

O mercado financeiro treme nas bases quando a classe média é beneficiada com alguma medida econômica. A isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil é promessa de campanha do presidente Lula. Ponto final.

Geraldo Tadeu Santos Almeida

Itapeva

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AUMENTO DO DÓLAR

Os apoiadores do indiciado Jair Bolsonaro não tem o direito de reclamar do dólar a R$ 6. Se a jagunçada promovida pelo mito imbrochável tivesse prosperado, Lula e Geraldo Alckmin assassinados e Alexandre de Morais explodido, a cotação da moeda americana iria para uns R$ 10, pelo menos. Haveria fila no aeroporto para fugir do Afeganistão tropical.

Mário Barilá Filho

São Paulo

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SENSIBILIDADE

Ao isentar do IR quem tem a faixa salarial até R$ 5 mil, o presidente Lula demonstra sensibilidade para com os mais pobres, mas pelo visto o mercado não gostou. Isso diz muito sobre a elite brasileira.

Erivan Santana

Teixeira de Freitas (BA)

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DECEPCIONADOS

Realmente o governo comunica muito mal. Na apresentação do corte gastos apresentar a isenção de imposto de renda para salários até R$ 5 mil, para ser votado em 2025 e vigorar em 2026, é no mínimo uma ideia de gerico. Quando o pessoal que será beneficiado pela isenção de impostos de renda souber que é para 2026, vai ficar decepcionado com o governo.

Vital Romaneli Penha

Jacareí

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DÉFICIT FISCAL

Tão simples acabar com o déficit fiscal: Primeiro, acabar com os supersalários do Supremo Tribunal Federal (STF), ou seja, os penduricalhos; segundo, fazer trabalhar 11 meses e um mês de férias, conforme todo cidadão normal; terceiro, acabar com o cartão corporativo; quarto, acabar com os benesses para os deputados e senadores; quinto, cortar lagosta, camarão, champanhe francesa no Palácio e na Corte. Pronto, acredito que só isso já economizaremos uns R$ 100 bilhões. Agora, mexer com a aposentadoria dos coitados que recebem uma miséria é fazer o povo de trouxa, né?

Rita Rossato

São Paulo

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TEIMOSIA DE LULA

Fatos e desejos (Estadão, 28/11, A12). Bem colocado pelo jornalista William Waak. Mas o que esperar se Lula nada entende de economia e os seus ministros não entendem nada? E na política é um zero à esquerda. É politiqueiro, que é diferente. Não sabe como funciona a economia e seu ministro da área muito menos. Por exemplo, taxação de ricos não resolve. Qual a razão da taxação? Não seria preferível cortar em outras áreas? Para que tantos ministérios? É demagogia, jogar para a plateia. Não é por aí a solução dos problemas econômicos do País. Mas, infelizmente...

Panayotis Poulis

Rio de Janeiro

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‘BURRICE’

Fatos e desejos (Estadão, 28/11, A12). Não se trata de teimosia. É burrice mesmo.

Robert Haller

São Paulo

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RODRIGO PACHECO

Competindo com o confuso ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com cara de outro planeta, no mundo da Lua sem notório saber na espécie, tentando explicar (Oh, God!) o pacote fiscal anunciado em fúnebre rede nacional, nesta quarta-feira, 27/11, inacreditável a pálida cara de personagem sonâmbulo do Museu Madame Tussauds do senador Rodrigo Pacheco durante todas as alocuções na coletiva do Senado. Excelente quadro para a manipulação dos profissionais de Inteligência Artificial, de pouca responsabilidade e ácido humor. Longilíneo tal qual um boneco de posto de combustíveis, anão na credibilidade profissional e institucional, apegado às bene$$e$ indiretas do cargo, com voz impostada de locutor de velórios, caras e bocas congeladas pela omissão, covarde cumplicidade com iluministros supremos, falso patriotismo e cidadania (- zero). Esse é o presidente do Congresso Nacional, dissimulado inimigo da Nação. Querida Minas Gerais, por que destes asas a essa criatura? Quem está a pagar a fatura somos todos nós, brasileiros do bem. Que se dane a República, a explosão do dólar, do euro e do bolso dos pagadores de impostos.

Celso David de Oliveira

Rio de Janeiro

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ESCÁRNIO

É evidente que a inclusão na Constituição do início da vida humana se dar a partir da concepção carrega um misto de ideologia da extrema direita com a tentativa de mudar o foco da atenção das pessoas, em face da denúncia de articulação do golpe de Estado por esse mesmo grupo. Não se está defendendo a vida aqui, apenas mantendo o discurso para os currais eleitorais. Um retrocesso enorme em relação aos direitos da mulher, que deverá ser abortado de imediato. Além disso, usar o tempo de discussão para rezar numa Comissão desse porte (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania) é um escárnio com a seriedade que o assunto deveria ter.

Adilson Roberto Gonçalves

Campinas

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PEC DO ABORTO

Se os homens ou políticos engravidassem, apoiariam o aborto, ou como dizem as más línguas, se suas amantes engravidassem, também apoiariam.

Tania Tavares

São Paulo

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ELEIÇÕES NO URUGUAI

Meus cumprimentos ao Uruguai pelas eleições tranquilas que levou à presidência o candidato da coalizão Frente Ampla, Yamandú Orsi, que venceu as eleições presidenciais no segundo turno com a bênção do ex-presidente Pepe Mujica. A esquerda volta ao poder, sem turbulência. O Uruguai tem o segundo maior PIB per capita da região, depois do Panamá. Na Educação, as notas no Pisa (programa internacional de avaliação da educação fundamental) estão atrás apenas das do Chile. A nota em matemática, por exemplo, foi 409 em 2022, ante 379 do Brasil. A qualidade de sua democracia também se destaca. Um elemento crucial é o menor grau de polarização política, diferentemente da situação em boa parte do mundo democrático. A eleição presidencial foi marcada pela normalidade. Boa sorte ao nosso vizinho. Que a gestão de Yamandú Orsi seja próspera e tranquila para o bem de todo o seu simpático povo.

Jane Araújo

Brasília