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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Por Fórum dos Leitores
7 min de leitura

Dinheiro público

Ambiguidade intolerável

A Secretaria de Comunicação da Presidência da República informou que os quase R$ 27 milhões gastos em 2023 em reformas e aquisições de móveis novos nos palácios da Presidência não são itens de “uso pessoal” e que “todas as peças passam a integrar o patrimônio da União e serão utilizadas pelos futuros chefes de Estado que lá residirem”. Sim, está corretíssimo. Mas o que chama a atenção é que, mesmo considerando o número e as dimensões dos imóveis, os valores despendidos nos diversos itens (R$ 114 mil só num tapete, R$ 65 mil num sofá e R$ 156 mil num piso) surpreendem até dos mais abastados. Enquanto isso, segundo o IBGE, em 2022 havia 67,8 milhões de pessoas em situação de pobreza e 12,7 milhões na extrema pobreza, e, segundo a ONU, 21,1 milhões de brasileiros estão atualmente em situação de insegurança alimentar. Lula sempre se solidarizou com os pobres e miseráveis e todos os governos petistas priorizaram louvavelmente os programas de transferência de renda. É justamente por isso que o contraste é gritante. É direito indiscutível de qualquer indivíduo reformar e gastar o quanto quiser na sua propriedade privada. Mas aqui se trata, no entanto, da forma como o dinheiro público é usado pelo presidente Lula, mesmo em instâncias de interesse público. É questão de valores, não só monetários, mas sobretudo morais, e de limites. Lula chora ao se referir aos esfomeados, mas não se incomoda em gastar exagerados milhões com coisas supérfluas. Ambiguidade intolerável.

Luciano Harary

lharary@hotmail.com

São Paulo

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Gastança

Discordo do título do editorial Governo sem marca (Estadão, 28/12, A3), pois este governo tem a marca da gastança do dinheiro público a fundo perdido.

Nelson Falseti

falsetini@gmail.com

São Paulo

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Brasil 2024

Mesmo povo

“Meu desejo neste final de ano é que o Brasil abrace o Brasil. Somos um mesmo povo e um só país”, disse Lula da Silva no seu discurso de Natal. Mas é difícil de acreditar na essência desse estímulo, por partir da mesma pessoa que cunhou e embandeirou no passado o inquietante “nós e eles”, bradado recorrentemente com a clara intenção de incentivar a divisão da sociedade e comandar a partir dos debris formados. O Brasil espera, pois, com ansiedade que, após as tintas de sua recente e inflamada fala natalina, o presidente tenha sofrido uma autêntica metamorfose – que não seja agora ambulante – e que ele próprio constitua um exemplo de união e conciliação.

Paulo Roberto Gotaç

pgotac@gmail.com

Rio de Janeiro

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Urbanismo

Bairros industriais

Muito interessante a matéria do Estadão que fala da destinação dos bairros industriais da cidade de São Paulo para a criação de parques (27/12, A14). Eu acrescentaria a inclusão de habitações do programa Minha Casa, Minha Vida, que poderiam trazer a população de baixa renda para regiões onde há transporte público, escolas, postos de saúde, etc. Apesar de ser um programa excelente, a localização dessas construções foi muito infeliz, distante de tudo e resultando em má qualidade de vida aos beneficiários do programa. Assim poderíamos aperfeiçoar esta ideia, que já é muito boa.

Aldo Bertolucci

aldobertolucci@gmail.com

São Paulo

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Finanças

Investir em si mesmo

Muito oportuno o artigo Invista em você, do professor Fábio Gallo (Estadão, 23/12, B12), citando a Encíclica Laudato Si, escrita pelo papa Francisco em 2015, alertando para a violência contra a nossa casa comum, e que foi atualizada agora, em 2023, com a Exortação Apostólica Laudato Deum, que apela a todas as pessoas de boa vontade sobre a crise climática, ressaltando a importância de mudarmos nossos hábitos pessoais, familiares e comunitários a fim de evitar que o mundo chegue a um ponto de ruptura. O papa conclui: “Um ser humano que pretende tomar o lugar de Deus torna-se o pior perigo para si mesmo”.

Idérito Miguel Caldeira

iderito@gmail.com

São Paulo

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Errata

No editorial O problema da liberdade nas universidades (Estadão, 24/12, A3), o MIT foi equivocadamente enquadrado entre as oito universidades integrantes da Ivy League.

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

GOVERNO LULA

Nesta quarta-feira, 27/12, o Estadão e o colunista J. R. Guzzo criticaram o primeiro ano do “Lula 3, o retorno” (Lula ficou entre o zero e o zero absoluto neste ano e terá mesmo desempenho em 2024). O jornal mostrou o que Lula disse que iria fazer e não fez, como por exemplo, o Voa Brasil, que prometia passagens aéreas a preços acessíveis. O que funcionou mesmo foi o Voa Lula, que passou 72 dias viajando pelo exterior. Lula lançou o novo “caquético” PAC do qual não se espera nada, a não ser mais corrupção lá na frente. Uma reedição do PAC de Dilma, que deu errado, mas Lula adora reeditar o fracasso. Quanto à promessa de desmatamento zero em 2030, entra em 2024 com a Amazônia queimando e queimando a língua de Lula. Sobre as contas públicas, Lula acha que gasto público é investimento e dele depende o crescimento brasileiro. “Gasto é vida” na visão petista, quando o menos esclarecido dos economistas entende que gasto desenfreado é o caminho mais curto para uma situação “claramente insustentável”, como está no relatório bianual da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), com o qual Lula dá de ombros. Evidentemente, que as análises dos jornalistas, pelo menos os não devotos do lulopetismo, contrasta com o que Lula disse na sua mensagem de Natal, mais parecendo um Papai Noel prometendo presentes que não vai dar e desejos de feliz Ano-Novo, que de feliz pode não ter nada.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

lgtsaraiva@gmail.com

Salvador

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GOVERNO BRASILEIRO

Estamos chegando a 2024. Primeiro, minhas homenagens ao Estadão por sua incansável luta pelo Estado Democrático de Direito e pela liberdade de imprensa que, atualmente, vive agredida. Segundo, ao povo brasileiro que, sempre otimista e de bom humor, suporta sustentar este Estado paquidérmico que muito custa e quase nada entrega. Além de não conseguir bons políticos em quem votar. Talvez, em algum momento, uma próxima geração consiga reverter esse estado de coisas. Por enquanto, que 2024 nos sinalize melhores momentos.

Luiz Frid

fridluiz@gmail.com

São Paulo

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DINHEIRO PÚBLICO

O aumento do salário mínimo será de R$ 90 e permitirá que as pessoas comprem duas cestas básicas. No mesmo jornal pode-se ler que aquele juiz do Pará recebeu pouco mais de R$ 600 mil em um mês de verbas que lhe eram devidas. Essa não é pior notícia, o fato terrível é que nós brasileiros sabemos disso há muito tempo e nada fazemos para reverter essa situação.

Aldo Bertolucci

aldobertolucci@gmail.com

São Paulo

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DIÁLOGO COM CONGRESSO

Quando o presidente Bolsonaro atendia os “cardeais” do Senado e Câmara, a oposição, o PT, tão moralista, chamava isso de compra do Congresso. Ao virar governo hoje, mantém esse sistema, só que agora por serem tão honestos não é mais “compra” do Congresso. Hoje, o nome é “critério técnico”. Assim como o roubo do dinheiro público desviado de todas as áreas, tem novo nome: “atendimento das bases” e por aí vai. O importante é o que basta para tudo se transformar em lícito, é só ser o PT no governo e mudar os nomes. Mudou o nome, não é mais crime. Parabéns. Gente muito boa que governa um povo muito inteligente. Mudei os nomes também.

Roberto Moreira da Silva

rrobertomsilva@gmail.com

São Paulo

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APROVAÇÃO DO GOVERNO

Nas pesquisas de opinião está a marca deste início claudicante de Lula. No Datafolha, o governo está com aprovação de 38% e reprovação de 39% entre os pesquisados. Já na pesquisa do Instituto Quest, 36% de aprovação (que era de 42%), e 29% de reprovação. Não por outra razão que esse primeiro ano de governo Lula decepciona. Muito discurso enfadonho, idólatra de ditadores, ficou ao lado de Vladimir Putin sobre a insana guerra na Ucrânia, demorou, inclusive, para dizer que o Hamas é um grupo terrorista, etc. Quanto às falas na área econômica, um verdadeiro desastre. Diz que gasto é vida, se lixa para o equilíbrio fiscal, e recheado de estupidez ofendeu várias vezes o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Publicamente, tentou fritar seu melhor ministro, Fernando Haddad. Ministro esse que foi o único de seu partido, o PT, que apoiou publicamente a reforma tributária. E Lula comemorou como se tivesse sido o guardião dessa reforma. Agora, só falta dizer que o mérito é seu, como fez com o Bolsa Escola, de FHC, mudando o nome para Bolsa Família. Lula, como preguiçoso que é, e inábil para dialogar com o Congresso, hoje é literalmente refém do nosso Parlamento. Assim, como em seus outros dois mandatos entre 2003 a 2010, teve que entregar aos partidos, em regime de porteira fechada, todas as estatais. E deu no que deu: o maior índice de corrupção da história, lógico, com anuência e participação do Planalto. E que tome cuidado, Lula, porque o atual Congresso é hostil ao seu governo. Feliz 2024.

Paulo Panossian

paulopanossian@hotmail.com

São Carlos

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FERNANDO HADDAD

Em entrevista coletiva nesta quinta-feira, 28/12, Fernando Haddad, mostrou-se um político financeiro e fiel ao seu presidente, e não um ministro da Fazenda que adota medidas criativas para melhorar a vida dos brasileiros, com trabalho, saúde e alimentação decentes.

Carlos Gaspar

carlos-gaspar@uol.com.br

São Paulo

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LULA E ALEXANDRE DE MORAES

A parceria Lula x Alexandre de Moraes, inclusive este ganhando medalhas do governo, mostra que temos uma democracia no Brasil baseada no troca com troco. As atitudes de Alexandre de Moraes nas eleições mostraram isso muito bem. Dizem alguns que somos uma democracia. Falem sério.

Antônio José Gomes Marques

ajgmescalhao@gmail.com

São Paulo

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SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

O Papai Noel mais generoso de 2023 foi o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), que deu o maior presente do ano à J&F, dos irmãos Batista, no valor de R$ 10,3 bilhões de multa perdoada. Um presente igual ao que o Papai Noel Toffoli já tinha dado à Odebrecht. Nunca antes na história deste País se viu tamanha bondade de um juiz.

Paulo Sergio Arisi

paulo.arisi@gmail.com

Porto Alegre

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REI PELÉ

Um ano sem o rei Pelé aqui na Terra. 29 dezembro de 2023. Nossa homenagem, tributo e eterna gratidão ao rei do futebol, que apoiou nossa causa em favor da educação para a regeneração do planeta.

Jose Pedro Naisser

jpnaisser@gmail.com

Curitiba

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8 DE JANEIRO

Antes de completar um ano do fatídico dia 8 de janeiro, quando uma multidão de baderneiros colocou em xeque a nossa democracia, a Polícia Federal, bem como o STF, deveriam tirar o segredo sobre as investigações já apuradas. O povo brasileiro tem o direito de saber quem foram os idealizadores, os incentivadores e os financiadores do fracassado golpe de Estado.

Jorge de Jesus Longato

financeiro@cestadecompras.com.br

Mogi Mirim