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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Ponte JK

Investimento público

A respeito do artigo A ponte JK que caiu e o risco de novas quedas (2/1, A4), apenas o aumento do investimento público, por si só, não representa nenhuma garantia de potencial melhora da eficiência econômica e da competitividade do Brasil. Deve ser lembrado que, dentre inúmeros outros, os gastos com a usina de Angra 3 e com o submarino nuclear brasileiro, que já consumiram durante décadas incontáveis bilhões sem resultados palpáveis, também são considerados investimentos públicos. Infelizmente, parece que temos no Brasil um verdadeiro “apagão” da academia, que por alguma razão desconhecida ainda reluta em analisar a fundo a notória má qualidade dos gastos públicos nacionais e propor soluções técnicas, como a análise criteriosa de custos e benefícios que realmente justifiquem cada investimento público ou gasto social proposto e existente. Num país extremamente desigual, apenas sugerir de modo simplista o corte de gastos sociais para jogar o escasso dinheiro público nessa engrenagem problemática dificilmente vai resolver a contento qualquer dos nossos gravíssimos problemas econômicos e sociais, que ainda perduram em pleno século 21.

Fernando T. H. F. Machado

São Paulo

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Novo direcionamento

O artigo do economista Roberto Macedo deixa claro que o País investia na época em que a ponte JK foi construída (1961) algo como 6% do PIB, chegando ao auge em 1976, com 10,6% do PIB. E agora, em 2023, eram míseros 2,6% do PIB! Como se vê, ao longo desse tempo o investimento em infraestrutura foi drasticamente reduzido. Por outro lado, temos hoje o mais caro Judiciário do mundo, com seus nababescos palácios abarrotados pelos funcionários mais bem pagos com o dinheiro do povo. Sem dúvida, o dinheiro público ganhou novos direcionamentos, e algo precisa ser feito para que outros acidentes não ocorram.

José Elias Laier

São Carlos

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Judiciário

Credibilidade do STF

O Supremo Tribunal Federal (STF), que tem a missão de “recivilizar” o País, segundo o seu presidente, o ministro Luís Roberto Barroso, vai ter muito trabalho. Apenas 12% da população considera o desempenho dos senhores ministros como ótimo ou bom. Esse número tende a cair para um dígito, porque Suas Excelências foram acometidas por um vírus que atinge os ouvidos e causa a perda de audição. Surdos, eles não ouvem as críticas e se fecham no casulo da soberba. O editorial do Estadão A credibilidade do STF em queda livre (2/1, A3) é apenas mais um de inúmeros textos que são solenemente esnobados pela Corte. Homens formados, eles agem como crianças que não ouvem os avisos vindos de todos os lados e continuam quebrando as vidraças com a bola. Uma hora os vizinhos se cansam e o caso vai parar numa grande manifestação na Avenida Paulista.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

Educação

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Valorização da docência

Jorge Okubaro (Função essencial, mas pouco valorizada, 31/12/2024, A4) vai ao ponto: a valorização da docência. A formação dos futuros adultos constitui função da escola, sem o que não haverá sociedade menos desigual e que ofereça mais oportunidades para o maior número. A remuneração de professores, como assinalado no artigo, é condição essencial para que se possam dedicar, de forma integral, ao ensino e ao estudo para isso necessário. A experiência internacional mostra que cada dólar a mais na remuneração docente resulta no acréscimo do dobro na vida de cada um dos alunos. Multiplique-se cada real investido no salário docente por ao menos 40! Okubaro toca na ferida: cabe a todos lutarmos por isso.

Pedro Paulo A. Funari

Campinas

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Descanso dos professores

Precisa, a análise de Jorge Okubaro sobre os docentes no Brasil. Ressalto que não é apenas o baixo salário que aflige nossa classe. Em todo fim de ano acontecem mudanças que só pioram e comprometem a melhoria do sistema. Aqui em São Paulo, a atribuição de aulas é feita durante as férias, causando insegurança e ansiedade que afetam a saúde mental dos professores. Ou seja, não temos o direito de descansar a mente porque estamos aguardando a boa vontade do secretário da pasta; sem contar o descaso com os professores que acumulam empregos porque não conseguem sobreviver apenas em um. Como dizia o grande educador Darcy Ribeiro: a crise da educação é um projeto.

Luiz Antonio Amaro da Silva

Guarulhos

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

SEGURANÇA PÚBLICA

Que as nossas polícias são precariamente equipadas, seus integrantes mal treinados, sem remuneração digna, alguns até atraídos pelos tentáculos da corrupção, interagindo pessimamente com a sociedade, nada disso é novidade. Convém lembrar, porém, que são as únicas defesas com as quais a população conta para formar uma camada protetora capaz de mantê-la à distância, cada vez menor, do estado de barbárie. Conhecem muito bem tal cenário os governadores dos Estados, primeiros responsáveis pela manutenção do direito de ir e vir. Alguns têm-se desincumbido da tarefa com relativo êxito, embora ressentidos com a falta de apoio por parte do poder central que, ao contrário, tenta podar seus raios de ação mediante propostas centralizadoras. Outros estão sendo engolidos pelo preocupante e crescente avanço do crime organizado que já atingiu o estágio de quase irreversibilidade, como o Rio de Janeiro, onde turistas são assassinados por vigilantes de facções criminosas, ao seguirem por caminhos indicados por aplicativos mas que convergem para territórios dominados pelos grupos ilegais. Sem tirar a responsabilidade da Justiça, inclinada à leniência para com a bandidagem, constitui um sinal de pouca inteligência e uma manifestação masoquista a atitude de certos setores da imprensa que sistematicamente insistem em manchar a imagem da instituição policial junto aos cidadãos, abstendo-se de ressaltar os aspectos positivos que ela, certamente, possui, o que melhoraria o nível de confiança mútua. O que está ocorrendo, neste particular, é um jogo em que todos perdem.

Paulo Roberto Gotaç

Rio de Janeiro

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FUTURO DO SENADO

Davi Alcolumbre é candidato para presidir o Senado em 2025. Ele está envolvido em um processo de rachadinhas que foi delatado por três secretárias, ou seja, ele está com a ficha suja. No entanto, pode ser candidato. Alguém pode explicar como isso é possível? Para mim é um absurdo.

Károly J. Gombert

Franca

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GASTOS PÚBLICOS

A ausência, durante dois anos, de cortes radicais nos gastos públicos favorece a inflação, sobe ainda mais a taxa Selic, inviabiliza o equilíbrio fiscal e o dólar. Mesmo leiloando bilhões da reserva cambial, a cotação do dólar não desce. É básico o corte de gastos senão, praticamente tudo que for feito, é como fazer buraco n’água. Ao que tudo indica, a trapalhada econômica, insegurança jurídica e a desarmonia entre os Três Poderes é proposital. De suma importância para o Brasil, celeremente, venezuelar.

Humberto Schuwartz Soares

Vila Velha (ES)

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BERÇO ESPLÊNDIDO

Governo petista é ruim e lento também nas ações emergenciais. Ora, se o Planalto também é um dos culpados pela queda da ponte que liga o Maranhão a Tocantins, já que em dois anos de mandato não foi capaz de prevenir e fazer a urgente manutenção dessa ponte, que deixou um rastro de 11 mortes, também lerdo não se sensibiliza para custear a travessia desse rio pela população e caminhões. Com a balsa, o caminhoneiro, além da espera de cinco horas, precisa arcar com pagamento de R$ 265. E moradores, na maioria composta por pessoas pobres, estão pagando a travessia de barco no valor de R$ 5 para ir e mais R$ 5 para voltar, e até R$ 10 de táxi para chegar ao trabalho ou escola. É de estarrecer que o Planalto, com Lula, e seu PT, seguem em berço esplêndido deitados no sofá da incompetência.

Paulo Panossian

São Carlos

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DESEJOS PARA 2025

Que 2025 seja um novo ano com menos violência nas ruas, menos corrupção nos gabinetes políticos, menos desigualdade social, menos polarização, menos promessas blá-blá-blá, menos juros, menos inflação, menos Supremo Tribunal Federal (STF) e muito mais realizações, prosperidade e desenvolvimento. Menos vermelho e mais verde e amarelo. Menos Brasília e mais Brasil. Feliz Ano Novo.

J. S. Decol

São Paulo

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DEMOCRACIA CAPENGA

Nenhuma novidade Alexandre de Moraes ter maioria dos processos criminais a serem julgados na Corte. Essa sempre foi sua principal atividade quando foi secretário da segurança de São Paulo. A única controvérsia é que em vez de agir como ministro do STF, age como aquele velho xerife dos filmes de bang bang. Para ele, os inimigos são a maioria da população brasileira que se mostrou conservadora nas últimas eleições, por isso 90% dos casos julgados sob sua “baioneta jurídic são bolsonaristas. Não importa se apenas desaprovam a esquerda. Infelizmente, sob o aplauso dos outros dez ministros, Alexandre de Moraes vem abusando em suas ações, ajudando na queda de credibilidade da Corte. Nossa democracia hoje está capenga.

Beatriz Campos

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CENÁRIO ECONÔMICO

Sem dinheiro, governo dependerá ainda mais do setor privado para obras de infraestrutura em 2025 (Estadão, 30/12); Banco Central faz novo leilão de dólar na última sessão do ano após moeda bater R$ 6,24 (Estadão, 30/12); Custo de dívidas pode ser repassado a preços (Estadão, 30/12, B1). Feliz Ano Novo.

Maurilio Polizello Junior

Ribeirão Preto

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CAOS POLÍTICO E ECONÔMICO

O ano de 2024 terminou com o País caminhando celeremente para um novo caos político e econômico. Isso não é uma previsão, está em diversos editoriais e em inúmeras matérias de colaboradores do Estadão. Um governo fraco, incompetente e gastador. Um Congresso ávido por benesses e irresponsável com o dinheiro público. Um sistema jurídico caro, politizado e desacreditado. E os três botando a culpa um no outro, vendo a água no pescoço e incapazes de olhar o País, no máximo o próprio umbigo. Infelizmente, 2025 tem tudo para ser pior do que 2024, mas eu sou brasileiro e não posso desistir. Um dia esse tal de ano novo chega.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

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PRIMEIRO QUARTO DO SÉCULO

Fechamos o primeiro quarto do século 21 com as mesmas contradições do século 20, suas guerras, crises políticas e ideológicas, desigualdades econômicas e sociais e as mesmas injustiças? Vamos continuar a exploração dos muitos por poucos? O fantástico desenvolvimento científico e tecnológico não é acompanhado pelo desenvolvimento social e cultural da maioria das pessoas. O homo sapiens comportando-se como um parasita num paraíso em destruição. Não respeitamos a natureza nem a nós mesmos.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

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DÉJÀ VU

O governo de Lula 3 é um sinistro déjà vu. Agora, o povo brasileiro precisa acordar ou então vai continuar se virando como pode para sobreviver. A classe política, agora reforçada pelo STF, vive no mundo perfeito e não vai largar o osso assim tão facil. Cabe ao brasileiro mudar essa situação, ou então seremos sempre lembrados pela máxima de que cada povo tem o governo que merece.

Nelson Falseti

São Paulo