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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Eleição em São Paulo

‘Voto útil’

O editorial Mistificação intelectual (Estadão, 2/10, A3) narra o desespero de quem busca eleger Guilherme Boulos (PSOL) em São Paulo, especialmente do presidente Lula, com o risco de não emplacar seu candidato na maior cidade do País. Fica demonstrado o autoritarismo da esquerda, que desqualifica os eleitores que não votam com ela. Chega de dar lugar a esta esquerda autoritária. Se é para falar em “voto útil”, vou de Tabata Amaral, a única que não se envolveu nas baixarias nos debates e que apresentou ideias para a cidade.

Lucia Flaquer

São Paulo

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Tese furada

A deputada Tabata Amaral é a nova vítima, assim como a candidata Marina Helena, da campanha pelo voto (in)útil. Os promotores desta tese furada sempre dizem que é “para o bem da democracia” ou contra a “desunião” de algum campo ideológico. De fato, o que se busca é impedir a renovação, perpetuando no poder os defensores de ideias arcaicas.

Alfredo Tucunduva

São Paulo

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STF

Justiça no Supremo

Tudo o que foi escrito no editorial Um estranho conceito de civilização (Estadão, 1º/10, A3) é uma síntese exata do que ocorre no Supremo Tribunal Federal (STF), desde a arrogância do atual presidente até a desvairada loucura do eterno advogado do PT, que quer porque quer reescrever a História do Brasil. Folgo em ler pela primeira vez num jornal que o ministro Toffoli estaria “usando como base desse misto de revisionismo e penitência perante Lula um conjunto de provas absolutamente ilegais, obtidas por meio da ação insidiosa de um hacker”. E chegamos à questão da “revisão da vida toda” do INSS. Num primeiro julgamento, houve vitória dos aposentados. O governo recorreu. No novo julgamento, os aposentados perderam. Alegação do governo: isso causaria um impacto de R$ 480 bilhões nas contas públicas. Chute! Estudo feito por economistas publicado pelo Estadão em 22/9 (B5) estimou este impacto entre R$ 1,5 bilhão e R$ 3,1 bilhões, e a Advocacia-Geral da União, em R$ 70 bilhões. Estimativas absurdamente distantes. Onde está a verdade? É preciso lembrar que a função do STF é julgar e fazer justiça. Então pergunto: é justo que um cidadão que trabalhou a vida toda e recolheu os impostos da Previdência pelo teto máximo venha a ter o seu direito vilipendiado, roubado, com as justificativas mais toscas?

Attilio Marcos Alemi

São Paulo

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Vamos mal

Cumprimento o jornal Estado por seus editoriais, principalmente os do dia 1º/10/2024, a saber: Um estranho conceito de civilização e Papelão do Brasil na ONU. Compartilho totalmente das opiniões claramente expostas ali e assino embaixo. Infelizmente, nesta era Lula vamos de mal a pior, desde o Judiciário até a política, passando por vários outros setores, como, por exemplo, o ambiental. Lamentável.

Tânia Maria Mazzillo

Rio de Janeiro

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Oriente Médio

De volta à barbárie

Na confluência do Rio Tigre com o Rio Eufrates há uma placa: “Aqui era o Jardim do Éden”. Era. Hoje é território do Iraque, de todas as guerras, em todas as épocas, após os tempos mágicos da Bíblia e outros livros sagrados sobre cujos relatos foram instituídas grandes religiões. O Oriente Médio sempre foi palco de acontecimentos míticos e lutas reais. Desde a Suméria e a cidade de Ur até hoje, nada mudou quanto à impossibilidade de convivência pacífica entre nações tribais em luta por territórios ancestrais. Entre períodos de relativa paz, a humanidade sempre retorna à barbárie das guerras.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

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Energia elétrica

As ‘balzaquianas’

A propósito do artigo As balzaquianas e a conta de luz (2/10, A5), sem dúvida as usinas hidrelétricas são uma solução eficaz para a geração de energia. Mas é crucial reconhecermos a realidade de que o uso da água é cada vez mais crítico, tornando a construção de grandes reservatórios cada vez mais desafiadora. Portanto, é essencial explorar novas fontes de energia. Criticar a pluralidade de fontes energéticas é como querer voltar à era do fax. As fontes renováveis alternativas vieram para ficar e, embora adicionem complexidade à maneira como gerenciamos a rede elétrica e consumimos energia, fazem parte do nosso progresso. Precisamos nos adaptar a essas mudanças.

Sergio Jacobsen

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

STF

Em notas e informações, no editorial Um estranho conceito de civilização (Estadão, 1/10, A3), o presidente da nossa Corte deu a mais esdrúxula opinião no seu comentário em uma entrevista, ao falar sobre uma recivilizacão. Os não civilizados brasileiros são aqueles que não estão nada satisfeitos com o destino de tanto dinheiro gasto. Além disso, num passe de mágica, para o ministro Dias Toffoli a Lava Jato não passou de um grande conluio entre Sérgio Moro e a força-tarefa de Curitiba. Sem contar as mais diversas medidas que não estão sendo seguidas na nossa Constituição. Como é possível a esposa do ministro da Corte prestar serviço à empresa do grupo dos irmãos Batista como advogada? E a anulação dos processos e investigações contra o réu confesso da Lava Jato? Trata-se de uma Corte que fica julgado discussão de condomínio por vaga da garagem.

Humberto Cícero De Cerqueira

São Paulo

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‘COISAS IMPENSÁVEIS’

Os fatos desabonadores do Supremo Tribunal Federal (STF) apontados no editorial Um estranho conceito de civilização (Estadão, 1/10, A3) são estarrecedores. Sem dúvida, ao se apoiar em provas ilegais, fruto da pirataria de um hacker, para atacar a Lava Jato, essa Corte deu início a esse estado de coisas impensáveis. Pirataria e civilização realmente não combinam.

José Elias Laier

São Carlos

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ZELO E RESPEITO

O ministro do STF Luis Roberto Barroso disse ao jornal Valor, que também retrata o Estadão em seu editorial com o título Um estranho conceito de civilização (Estadão, 1/10, A3), que seu objetivo como presidente da Corte será deixar um “legado institucional” da “total recivilização do País”. Bravo. Só falta Barroso explicar e convencer como vai recivilizar a Nação se dentro do STF, entre outros, o ministro Dias Toffoli se mostra como pai da impunidade, e coveiro maior para enterrar a Lava Jato, quando descaradamente vem anulando processos contra políticos e empresários que inclusive fizeram, à luz do dia, delação premiada confessando seus crimes de corrupção contra as nossas instituições. Até o condenado – e preso – Lula foi beneficiado. Ora, é preciso que nossas autoridades tenham mais zelo e respeito na hora de se pronunciar, já que a nossa sociedade não pode mais ser tratada como idiota.

Paulo Panossian

São Carlos

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AVALIAÇÃO EM QUEDA

O presidente Lula fez os brasileiros passarem o maior carão quando, em discurso no México, disse, maliciosamente, que na Faixa de Gaza já morreram mais de 41.000 mulheres e crianças. Ao mesmo tempo, e, sem qualquer pudor, homenageou a China, Rússia e o Irã. Trata-se de mais uma vergonha jamais vista na história deste País, quando o pseudo estadista tupiniquim faz de tudo para participar da guerra no Oriente Médio quando, na verdade, nem mesmo consegue colocar ordem no seu próprio governo. Esta é uma das razões pela qual sua avaliação está em plena queda. Aliás, nem mesmo o avião que o trazia do México resolveu colaborar. Vergonha nacional.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

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POPULARIDADE DO GOVERNO

Uma nova pesquisa Quaest mostra que a avaliação do governo Lula continua em queda. Agora, 51% aprovam (eram 54%) contra 45% que desaprovam (eram 43%). Mas o que chama mais atenção é que os nordestinos continuam dando uma aprovação muito acima da média nacional: 69%. Acredito que na Bahia esse índice seja ainda maior. A Quaest poderia nos ajudar com isso. Seria interessante também se a pesquisa se aprofundasse para descobrir o que os nordestinos veem no governo petista que o resto do Brasil não vê. Aqui na Bahia, por exemplo, o PT já está no quinto mandato, e o Estado, que antes era um dos mais agradáveis para se viver, hoje é o mais violento do País. Aqui em Salvador diariamente somos surpreendidos – na verdade, ninguém se surpreende mais – com assassinatos, chacinas, tiroteios, corpos encontrados aqui e ali, e não pensem que é só na periferia, mas também em bairros de classe média/alta e até na orla frequentada por incautos turistas. Alguns até não voltaram para casa depois de fÉrias na Bahia ou, no mínimo, voltaram sem alguns dos seus pertences. Fica, então, a pergunta: o que é que a baiana tem – e o baiano também – que ainda fazem o L com tanta eloquência?

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

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AERONAVE PRESIDENCIAL

Com o presidente Lula da Silva sempre viajando, não há tempo para fazer a revisão no aerolula.

Vital Romaneli Penha

Jacareí

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APOSTAS ONLINE

Governo que regulariza vício pernicioso, que empobrece e até mata pessoas mais vulneráveis é um ato de crime de Estado, irresponsável e corrupto. Empresas que exploram apostas em jogos de futebol ou outro tipo de competição só visam lucrar com a ignorância e falta de bom senso da população brasileira. Um vergonhoso crime de lesa-pátria. A desculpa de que é melhor regularizar e oficializar a atividade, já que apostas continuariam a ser exploradas por empresas ilicitamente, significa admitir a incapacidade de polícia do Estado. Liberou geral a exploração da população.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

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SETOR ELÉTRICO

Perfeita a análise apresentada pelo artigo As balzaquianas e a conta de luz (Estadão, 2/10, A5). O que está ocorrendo hoje no setor elétrico, maior poluição, maior custo de produção e maiores riscos de desabastecimento, foi previsto décadas atrás quando teve início a campanha anti-hidrelétricas, em especial as com reservatório. Pena que não foi dada atenção. Acrescento ainda que talvez o mesmo esteja ocorrendo com os automóveis. Quais seriam as vantagens de trocar o carro movido à etanol por carros elétricos, alternativa brasileira de sucesso já comprovado?

Marcos Lefevre

Curitiba

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VOTO POPULAR

Nosso voto não vale nada. Basta fazermos uma simples continha de escola primária para constatarmos isso. Temos aproximadamente 200 milhões de eleitores no Brasil. Portanto nosso voto vale 1/200.000.000, ou seja 0,000.000.01%, absolutamente desprezível. No plano municipal vale um pouco mais, mas para que discutirmos sobre política? Perder amigos e brigas em família? Ora, prefiro discutir futebol.

Mário Negrão Borgonovi

Petrópolis

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ELEIÇÕES AMERICANAS

A cerca de quatro semanas das eleições presidenciais nos Estados Unidos, o importante e respeitado jornal The New York Times declarou apoio explícito à candidata democrata Kamala Harris, dizendo que ela é “a única escolha patriótica e uma dedicada servidora pública com um compromisso firme com a Constituição”. Disse também que o candidato republicano, o ex-presidente Donald Trump é incapaz de liderar o país devido às acusações criminais, idade avançada (78 anos), desinteresse pela política e associações questionáveis”. Ele provou ser moralmente inapto para um cargo que pede a seu ocupante que coloque o bem da nação acima do interesse próprio. É preciso negar o voto a Trump para proteger a democracia”. A declaração de voto do NYT em Kamala constitui seguramente um valioso, expressivo e inestimável endosso à sua campanha para ser a primeira mulher e primeira negra a ocupar a Casa Branca. God bless America.

J. S. Decol

São Paulo

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ORIENTE MÉDIO

O conflito entre árabes e judeus não é milenar; é, no máximo, secular. Do que conheço, sempre conviveram bem durante séculos. Pode ter ocorrido alguma desavença, mas nada parecido com o que vem ocorrendo nestes últimos 100 anos. Penso que “faltou combinar com os russos”, como diria o sábio Garrincha, no início do movimento sionista. A terra prometida estava ocupada por terceiros não majoritariamente judeus há cerca de dois mil anos e a Bíblia, evidentemente, não pode servir como Registro de Imóveis. Como conceber um lar para os judeus – se havia menos de 10% de judeus na população da Palestina – desconsiderando os 90% restantes? Não é possível esquecer os atos terroristas do Irgun, Stern, Haganá e outros grupos contra os palestinos e as consequências decorrentes, como a expulsão do gentio de suas residências e das terras que ocupavam. Não são águas passadas e nem página virada. Quando colonizaram as Américas, os europeus dizimaram os nativos; especialmente na América do Norte, onde são bem conhecidas as reservas indígenas remanescentes. Não foi nada civilizado. A força bruta e a lei de Talião prevaleceram. Israel possui armas, nucleares inclusive, para dizimar os palestinos e os países árabes vizinhos, a exemplo dos europeus nas Américas; mas seria cuspir para cima. Portanto, isso não é viável. Também, não é viável “empurrar todos os judeus para o mar”. É óbvio. O quê fazer, então? Por tudo que me expressei acima, não acredito no estabelecimento de dois estados: um judeu e outro palestino que seja digno (as situações atuais da Cisjordânia e de Gaza são de se lastimar em termos de dignidade humana). Só resta a possibilidade de um Estado laico democrático único, onde conviveriam judeus e palestinos, com respeito mútuo e os mesmos direitos. Utopia? Talvez, mas seria um bom trabalho para a ONU, agindo diplomaticamente, e, desta vez, combinando o jogo com todas as partes envolvidas.

Pedro Cury

São Paulo

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ISRAEL E IRÃ

Qual é a motivação da guerra contra Israel? O povo iraniano não é agressivo. Como todos os outros povos, quer paz. Os aiatolás precisam de um inimigo externo para se manterem no poder. Não promovem uma pátria nem para os palestinos nem para os curdos. É assim óbvio. Por que esta evidência não é internacionalmente acusada? A exposição fortaleceria a resistência interna no Irã.

Harald Hellmuth

São Paulo

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‘ODE AO ATRASO’

A guerra no Oriente Médio é uma abominação, uma ode ao atraso, o mundo evoluiu muito nos últimos dois mil anos, mas Israel e seus inimigos continuam resolvendo as diferenças na base do olho por olho. Existem técnicas de negociação e resolução de conflitos muito avançadas que poderiam resolver as pendengas todas. A criação de um Estado Palestino completamente livre e independente de Israel é o primeiro passo para acabar com a guerra. Tem razão o presidente Lula ao cobrar a ONU por alguma coisa parecida com uma mediação de alto nível em busca de uma solução definitiva para esse conflito milenar.

Mário Barilá Filho

São Paulo

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‘HIPOCRISIA’

Tento entender, mas não consigo; nos estatutos e leituras religiosas do Irã – seus discípulos: Hezbollah, Hamas, Houthis e outros grupos terroristas que tentam eliminar Israel –, não existe nenhuma pretensão de discutir qualquer tratado de paz e convivência com os palestinos vivendo pacificamente em dois Estados, lado a lado. No entanto, a pressão política mundial é que Israel precisa obedecer um cessar-fogo e conversar com seus inimigos. Ora, qual a pressão que seus agressores inimigos sofrem da ONU ou outros países? É uma grande hipocrisia.

Luiz Frid

São Paulo

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ABRAÇAR PROBLEMAS COMPLEXOS

“O que eu lamento é o comportamento do governo de Israel. Sinceramente, é inexplicável que o Conselho da ONU não tenha autoridade moral e política de fazer com que Israel sente numa mesa para conversar em vez de só saber matar”, disse Lula. Eu me pergunto: com que autoridade o presidente Lula pode falar sobre o conflito do Oriente Médio? Há algum benefício para o nosso país com essa declaração? O Brasil não ganha nada em abraçar problemas complexos que ele não pode resolver.

Roberto Solano

Rio de Janeiro