Política econômica
Prioridade.
Os interesses políticos no Brasil têm sido prioridade e ofuscam os mais relevantes problemas do País. A máquina pública precisa parar de sugar recursos das áreas mais importantes para os brasileiros (saúde, educação e segurança públicas). Cortar os gastos do governo federal é essencial. O Índice Geral de Preços-Mercado (IGPM) registrou um valor acumulado de 5,59% nos últimos 12 meses. É preciso parar com esta farra política e enfrentar os verdadeiros desafios que apavoram os brasileiros há décadas: os impostos continuam nas alturas, a instabilidade das instituições desonra a credibilidade do Brasil, a alta inflação (cuja meta deve ser rompida neste ano) espanta os empresários e o domínio descontrolado da bandidagem aterroriza a população. Governar com seriedade é a prioridade!
José Carlos Saraiva da Costa
Belo Horizonte
*
Segurança pública
Autonomia dos Estados
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, disse ao presidente Lula e ao ministro Ricardo Lewandowski que a PEC da Segurança Pública, da forma que está sendo proposta, não resolve o problema, especialmente o do crime organizado. Ele rejeita a tese de que o Sistema Único de Segurança Pública (Susp) poderá funcionar como o SUS e o sistema de educação. Falou que, na saúde, um mesmo tratamento pode ser ministrado a todos os portadores de uma mesma moléstia, independentemente do Estado onde estão, e que o mesmo pode ser feito na educação. Mas isso não ocorre com a segurança, pois cada Estado tem suas peculiaridades e o que se aplica a um não serve para outro. Para Caiado, a PEC do governo deveria liberalizar a produção de leis para cada Estado agir conforme seus problemas. O governador paulista, Tarcísio de Freitas, diz que a PEC não resolve os problemas e poderá não ser aceita pelos governadores, mas mostra-se otimista quanto à possibilidade de acordo federal-estadual. Considere-se que o poder de polícia é estadual por questão de época. Quando as Polícias Civil e Militar foram criadas, ainda no Império, não havia os meios de transporte e comunicação velozes como os atuais. Só isso já era suficiente para inviabilizar o alastramento das práticas criminosas que hoje se valem de boas estradas, rios navegáveis, aeródromos e toda a gama de veículos eficientes e velozes, mais a comunicação de alto nível proporcionada pela rede de computadores, satélites, smartphones e seus coadjuvantes. O crime era atividade puramente local ou regional, quando muito, e podia ser enfrentado e combatido sob o comando da autoridade sediada na capital de cada Estado. E assim era, ainda, em 1988, quando a Constituição foi elaborada e distribuiu as competências aos diferentes níveis de governo. A melhor alternativa para avançar no tema, que poderia ser adotada por Brasília, é a formação de uma comissão com cinco governadores dos Estados mais significativos na área para a montagem de um quadro de sugestões. Além de governadores, a comissão deveria contar com juristas, policiais e parlamentares capazes de identificar os problemas e dar um parecer de como removê-los. Pensem nisso.
Dirceu Cardoso Gonçalves
São Paulo
*
Educação
Celular nas escolas
A Comissão de Educação da Câmara aprovou o projeto de lei (PL) que proíbe a utilização de celulares e dispositivos eletrônicos nas escolas das redes pública e privada da educação básica do País. É sabido que os princípios, valores e/ou preocupações éticas são os que dão origem, na consciência coletiva, ao consenso quanto à necessidade de leis para reger a vida social. Mas também é fato que não basta a existência da lei para que seu cumprimento e sua eficácia se concretizem. E, quando se trata de educação, a situação é ainda mais complexa. Escola e família precisam se conectar num pacto educativo cuja consequente sinergia crie as mínimas condições para que a relação aluno e tecnologia não se desfaça, nem por excesso nem por escassez. Parece-me que o PL não se propõe a aumentar ainda mais o analfabetismo digital ou tecnológico. Mas, para isso, urge pensar em estratégias pedagógicas que, com ou sem celular, promovam na escola e na informalidade da educação doméstica a sadia cultura tecnológica que favoreça e facilite o processo de ensino e aprendizagem dos nativos e dos imigrantes digitais. Lembrando Paulo Freire, em tempos de cultura digital diríamos que “ninguém educa ninguém, ninguém se educa sozinho, somos educados mutuamente pela mediação da vivência no mundo”.
Luís Fabiano dos S. Barbosa
Bauru
*
Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br
SEGURANÇA PÚBLICA
Novamente o governo lança um programa com um bom nome e sem medidas fundamentais para incrementar a Segurança Pública. Uma questão importante que passa longe desse debate: Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Quando Sergio Moro sugeriu a transferência do Coaf para o Ministério da Justiça, a classe política ficou pavorosa. O follow the money, isto é, a investigação financeira se coloca de forma primordial para o êxito de qualquer plano de segurança. O fato é que ao seguir o dinheiro, podem descobrir (o que já sabemos) que não são apenas as facções criminosas responsáveis pelo caminho que estamos seguindo.
Marcelo Teixeira
São Paulo
*
GOVERNOS DE ESQUERDA
Os governos da esquerda aliados aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) destruíram a esperança, a justiça, a verdade, a honestidade, a confiança, o progresso, as Leis e o futuro do Brasil.
Lourdes Migliavacca
São Paulo
*
FIDELIDADE
Vendo a movimentação acerca do nome de Hugo Mota para presidir a Câmara no biênio 2025/2027, é risível quando o governo diz que não vai interferir. Que mentira deslavada. A essa altura, para Mota ser o indicado, ela já se ajoelhou nos pés do Lula. Já prometeu mundos e fundos e também aos partidos para ter apoio. Estamos na época do beija mão e dos pedidos de cargos. Nessas horas é que vemos a fidelidade dos deputados e senadores. Eles estão na fila para garantir seus pedidos e se sobrar algum restinho, o povo será lembrado. Não teremos presidentes, nem da Câmara nem do Senado que não estejam comprometidos com o governo. O sistema cada vez mais se fecha em torno de suas demandas e o brasileiro que se dane. Não dá para ter esperança de que esses novos presidentes serão autônomos e independentes. Ele já chegam com pés e mãos amarrados. A conferir.
Izabel Avallone
São Paulo
*
JAIR BOLSONARO
Jair Bolsonaro, com sua eterna arrogância, lançou mais uma pérola digna de seu atrevimento dizendo que a direita só existe liderada por ele. Na verdade, Bolsonaro, radical ao extremo, negacionista em excesso, está mesmo é tentando se livrar de denúncias do Judiciário pelos aviltantes malfeitos que praticou e com grande possibilidade de ser preso. Afinal, seu novo affair é o ex-coach Pablo Marçal, que já o colocou para escanteio. Ora, o ex-presidente teve todo o apoio para mostrar seu valor, mas, em alguns dias, sua altivez acabou mostrando que se tratava de um medíocre que entregou de bandeja seu cargo a um ex-presidiário. Na realidade, tudo continua a lesma lerda, como disse aquela senhorinha de Taubaté.
Júlio Roberto Ayres Brisola
São Paulo
*
JUSTIÇA QUE NÃO CHEGA
Não chega nunca. Como disse, muito bem, a juíza Lucia Glioche: “a Justiça por vezes é lenta, é cega, é burra, é injusta, é errada, é torta, mas chega”. Mas em outras vezes, aqui no Brasil, é tudo isso também e não chega nunca.
Abel Pires Rodrigues
Rio de Janeiro
*
CASO MARIELLE FRANCO
Conforme noticiado, seis longos anos e sete meses após o covarde e brutal assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes em plena luz do dia nas ruas do Rio de Janeiro, a Justiça finalmente ordenou à prisão os assassinos confessos, os ex-policiais militares Ronnie Lessa (78 anos de cadeia) e Élcio queiroz (59 anos de cadeia). Por oportuno, cabe citar trecho da sentença lida pela juíza Lúcia Glioche depois da decisão tomada pelos sete jurados. Eles se reuniram na tarde de quinta-feira, 31/10, após acompanhar dois dias de julgamento em que foram tomados os depoimentos de promotores, da defesa dos acusados e de testemunhas”. A sentença se dirige aos acusados aqui presentes. E mais: ela se dirige aos vários Ronnies e vários Élcios que existem na cidade do Rio de Janeiro – livres por aí. “A Justiça é lenta, é cega, é burra, é injusta, é errada, é torta, mas chega”. Diante do abjeto e abominável crime, cabe dizer que é uma pena não haver no Brasil pena de prisão perpétua ou de morte para crimes hediondos como esse.
J. S. Decol
São Paulo
*
GESTÃO TARCÍSIO
Os assassinos de Marielle Franco foram condenados. O governo paulista, com Tarcísio de Freitas, em corajosa atuação, não está dando trégua aos malfeitores. Conforme divulgação midiática, sob sua direção conseguiu o fio da meada, e o Primeiro Comando da Capital (PCC), mesmo operando em diversificadas atividades, está em apuros, com significativas baixas e perdas financeiras. Quem sabe o caso nebuloso, mal resolvido, com o PCC ainda pequeno em 2002. Quem sabe agora, Tarcísio esclareça a queima de arquivo que foi o assassinato de Celso Daniel, prefeito de Santo André (SP), quando pretendia dedurar propinas envolvendo empresas de ônibus?
Humberto Schuwartz Soares
Vila Velha (ES)
*
‘CAIU NA REAL’
O presidente Lula caiu de um banco, bateu a cabeça, e caiu na real: descobriu que o crime organizado está sem controle e o governo federal tem que trabalhar para ajudar os Estados ao combate às milícias e traficantes. Há muito trabalho pela frente e, sem ação conjunta coordenada pelo governo federal, não vai se reeleger, simples assim.
Roberto Solano
Rio de Janeiro
*
POLÍCIA FEDERAL
A Polícia Federal não consegue exercer bem as atividades pelas quais é responsável, como o tráfico de drogas e armas, contrabando, e execução da função de polícia de fronteiras. Agora o governo quer que combata as milícias. Os milicianos agradecem.
Vital Romaneli Penha
Jacareí
*
FACÇÕES CRIMINOSAS
A segurança pública (ou falta dela) constitui hoje o maior óbice à estabilidade do País como Estado organizado. O poder das facções criminosas é, entre outras determinantes, consequência direta do crescente nível de organização e da galopante potência financeira daqueles grupos, provenientes da intimidação de habitantes de vastas áreas encravadas praticamente em todas as unidades da federação. À medida que o tempo passa e não aparece solução concreta e exequível para a gradativa interdição do direito de ir e vir da população, e mesmo do de viver, mais inalcançável fica o alívio da tensão que afeta o seu dia a dia. A recente reunião com governadores e autoridades relacionadas visava a editar uma PEC que viesse a enquadrar na lei as movimentações necessárias para enfrentar o problema. A redação do documento, com formato já acabado pelos cardeais do Planalto, sem, portanto, muito espaço para debate com os que se encontram na linha de frente, os governadores, foi classificada por alguns participantes do encontro como iniciativa insuficiente, posto que não passa de uma espécie de confissão da incapacidade do governo, enquanto poder máximo, de garantir a integridade do País. Que o preocupante panorama em evolução do crime organizado seja visto pelos dirigentes com muita objetividade e foco, e não como produtor de tese de doutorado, difícil de sair do papel. A sociedade aguarda com apreensão medidas materiais eficazes antes que seja tarde demais.
Paulo Roberto Gotaç
Rio de Janeiro
*
EXTINÇÃO EM MASSA
O Brasil está enfrentando extinções em massa de plantas e de animais com a erradicação de todos os seus biomas. O país deveria criar alguns santuários de preservação em cada região onde seriam mantidos alguns exemplares de animais e vegetais que estão sendo extintos na natureza. A criação de grandes parques no estilo jardim zoológico é a única chance de preservar as espécies, em breve só haverá pasto e soja no país inteiro. É uma grande bobagem falar em preservação das espécies em seus habitats quando todos os habitas estão sendo queimados e erradicados em ritmo alucinante. Os novos parques deveriam ser criados com dinheiro do fundo Amazônia e investimentos estrangeiros, poderiam render um bom dinheiro com a cobrança de ingressos.
Mário Barilá Filho
São Paulo
*
SEGURANDO A MÃO
A pendenga entre o presidente Lula da Silva e Nicolás Maduro da Venezuela está parecendo mais o famoso desenho do Tom & Jerry, cujo telespectador sabe que o rato provoca o gato e que não dará em nada, porque um sabe os limites do outro. Lula sempre falastrão quando recebeu Maduro com pompas logo após as eleições, deve ter confessado muita coisa indevida e agora está nas mãos do ditador que cutuca, cutuca para ver se Lula reage, doido para dar com a língua nos dentes. Como nosso Tom não pode reagir, assim seguirá a relação entre os dois países. Um segurando a mão do outro.
Beatriz Campos
São Paulo
*
ESTADO DE INSANIDADE
Será que só o governo brasileiro não percebe o estado de insanidade mental de Nicolás Maduro? Lula faz questão de manter um relacionamento ainda que só diplomático com o presidente venezuelano, mantendo o Brasil tão pequeno quanto o vizinho. Dá vergonha em ser brasileiro.
Luiz Frid
São Paulo
*
RELAÇÃO BRASIL-VENEZUELA
Nada como um dia após o outro, em especial quando se fala em apoio a ditaduras como Venezuela, Nicarágua e Cuba, algo que Lula fez durante décadas, inclusive tratando alguns como ídolos, como Fidel Castro. Agora, a polícia venezuelana ameaça Lula até com violência, e ainda dizem: quem se mete com a Venezuela só tem a perder. Meus cumprimentos Lula, aqui é Brasil.
Antonio Jose Gomes Marques
São Paulo
*
DIGNIDADE
Eugênio Bucci mimetiza a suavidade das palavras de Antonio Cicero para falar daquilo que poucos gostam de discutir, conforme o artigo Dignidade (Estadão, 31/10, A5). Mais do que nunca, a eutanásia precisa ser seriamente discutida no Brasil, pois se a morte é uma das duas certezas da vida (a outra são os impostos), que possamos fazer opções dignas de conduzi-la. Porém, a hipocrisia nada poética permeia o Congresso Nacional, mais mobilizado para discutir auto sucessões e orçamentos secretos do que os interesses da sociedade.
Adilson Roberto Gonçalves
Campinas