Bets
Uma aposta de risco
Como mostrou a matéria Bets movimentam R$ 100 bilhões e põem em alerta BC, bancos e varejo (Estadão, 1º/9, B1), só agora estão começando a perceber que o dinheiro destinado ao jogo no Brasil tira recursos do consumo e do pagamento de dívidas. O fim da jogatina em 1946, no governo Dutra, pelo jeito, não foi bem estudado pelas autoridades, que se encantaram com a montanha de dinheiro dos impostos, esquecendo-se das nefastas consequências do jogo, sem contar os enormes custos da necessária estrutura para a fiscalização da atividade.
José Elias Laier
São Carlos
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Falta de creches
Editorial do Estadão com esse título (2/9, A15) mostrou que há 632.763 crianças de 0 a 3 anos sem vagas em creches e outras 78.237 crianças fora da pré-escola nos vários municípios do Brasil, o que deveria envergonhar nossos governantes e legisladores, além de revoltar as pessoas comuns. Apesar disso, como ressaltou o jornal, o tema não motiva os vários candidatos a prefeito ou vereador, provavelmente porque este público da primeira infância não vota. Não se pode alegar falta de recursos, pois vereadores e prefeitos usam os recursos de que dispõem para, por exemplo, conceder a si próprios salários altos, contratar assessores desnecessários e fazer eventos festivos. E o governo federal investe em novas faculdades e nos benefícios para a terceira idade, sempre de olho em possíveis votos. Estudos comparativos internacionais mostram que o Brasil gasta proporcionalmente muito mais com as pessoas idosas do que com as crianças, em relação aos membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Sempre de olho no voto e com desinteresse no futuro.
Mario Ernesto Humberg
São Paulo
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Eleição em São Paulo
Debate na TV Gazeta
Retorno de candidatos ao debate tem ofensa, palavrão e ameaça de agressão (Estadão, 2/9, A6). Infelizmente, nesta eleição para prefeito de São Paulo, não temos candidatos preocupados com a cidade, e sim pessoas sem nenhum mérito de inteligência e capacidade de governar para o bem da cidade. Estamos numa fase de políticos muito ruins há muito tempo, e até quando?
Vera Ligia Giovanetti D’Arienzo
São Paulo
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Piorou
Em 2022 tivemos de escolher entre Lula da Silva e Jair Bolsonaro. Agora, corremos o perigo de termos de escolher entre um pior que Lula da Silva e outro pior que Jair Bolsonaro.
José Ricardo de Carvalho
São Paulo
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O fiel da balança
Os dois editoriais do Estadão de 1º/9 (É isto a esquerda brasileira? e O preço de se juntar a Bolsonaro) retratam a cruel realidade política que vivemos, desde a autoimplosão do único partido que representava o real pensamento social-democrata no País. Em 2018, cansados dos extremismos petistas e da debacle econômica de sua “nova matriz econômica”, os eleitores órfãos da social-democracia foram responsáveis pela eleição de um desconhecido deputado. Em 2022, estes mesmos eleitores, então decepcionados com a opção que haviam feito quatro anos antes, resolveram embarcar na canoa petista – iludidos pela companhia de Alckmin e Tebet – e garantiram sua apertada vitória, na doce ilusão de que a velha sanha estatista nacional-desenvolvimentista estaria relativamente domada. Ledo engano! E é exatamente este importante grupo de frustrados eleitores, ávido pelo surgimento de opções confiáveis, que deverá ser, mais uma vez, o fiel da balança em 2026.
Francisco E. Soares
Campinas
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Extremistas e centristas
Com base no editorial É isto a esquerda brasileira? (1º/9, A3), acho que, mais do que divididos entre esquerda e direita, os brasileiros estão hoje divididos entre extremistas e centristas. Os valores dos extremos, independentemente de estarem à esquerda ou à direita, são os valores coletivistas baseados no Estado, na classe, no partido, na tradição, na religião, na família ou na identidade. Os valores de respeito ao indivíduo participam de duas inclinações liberais: na centro-direita, liberdade para fazer escolhas econômicas; na centro-esquerda, liberdade para fazer escolhas comportamentais. Aos poucos, vamos ganhar consciência dessa divisão profunda que há na sociedade, não entre esquerda e direita, mas entre centristas e extremistas.
Felipe Eduardo Lázaro Braga
São Paulo
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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br
CACHÊ GENEROSO
Que magistrados de Tribunais Superiores e desembargadores federais ministram palestras em troca de gratificações generosas não é nenhuma surpresa. O que surpreende na matéria do Estadão, sob o título Mercado de palestras rende cachê para ministros do STF, STJ e TST (Estadão, 1/9, A8 a A10), é a revelação da magnitude gritante a que pode chegar o cachê: R$ 50 mil por uma hora de palestra. Enquanto isso, o salário mínimo atual de R$ 1.412 equivale a R$ 6,42 por hora trabalhada. Não se trata evidentemente de comparar a magistratura com profissões que pagam apenas um salário mínimo. Mas é preciso salientar: não existe juiz ou desembargador pobre ou que esteja passando necessidades. Já quem consegue viver com um salário, o faz às custas de muito sacrifício. São extremos que demonstram a profunda desigualdade social crônica presente no país. É função do juiz promover justiça. Gratificações desnecessariamente exageradas não colaboram para a justiça social.
Luciano Harary
São Paulo
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SUSPENSÃO DO X
Ministro, evite multa de R$ 50 mil. Assine como Ale_andre de Moraes.
Carlos Gaspar
São Paulo
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LEIS NACIONAIS
Se até a autoproclamada imprensa profissional tem ignorado o óbvio ultimamente, cabe a pergunta: é por má-fé ou interesses financeiros? Ora, em qualquer país do mundo uma empresa estrangeira que se instale em outra nação precisa ter um CNPJ e um representante legal, além de se adequar às regras vigentes baseadas em Códigos Cível e Penal, e na Constituição Nacional. Isso é o básico da civilização moderna, porém, há nativos daqui que defendem o fanfarrão internacional Elon Musk na sua cruzada contra a democracia brasileira, afinal, ele imagina o Brasil como uma selva sem leis, e nós os selvagens a sermos colonizados por povos, digamos, superiores. Não há nada mais arcaico, seja por quem quer ser o colonizador, e mil vezes pior por aqueles que se deixam subjugar, quase que agradecendo o opressor. Até o ator Sylvester Stallone quando veio filmar no Rio de Janeiro se espantou e disse: “O Brasil é um país muito legal, a gente destrói a cidade deles e eles nos agradecem”. Talvez seja hora de uma nova declaração de independência, desta vez para valer. Paulo Francis já dizia: “pior que os colonizadores são os colaboracionistas locais”, inclusive, muitos que se dizem patriotas.
Sandro Ferreira
Ponta Grossa (PR)
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VPNs
É um absurdo e uma demonstração de ignorância por parte de quem não tem conhecimento algum sobre VPNs. As VPNs são amplamente utilizadas por profissionais de TI ou hobbistas. A maioria da população não sabe o que é nem como usar, e raramente são serviços gratuitos. Normalmente, exigem o pagamento de mensalidades ou anuidades, geralmente em dólar. De fato, proibir ou rastrear o uso de VPNs seria como usar um canhão para matar uma pulga.
Artur Mendes
Campinas
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ESCALADA AUTORITÁRIA
Na edição do sábado passado, o Estadão opina sobre A escalada autoritária do Supremo (Estadão, 31/8, A3). Já no Fórum dos Leitores, Tânia Tavares menciona a entrevista do Steven Levitsky de Harvard, autor de “Como as Democracias Morrem”, que fala sobre ditaduras como a de Nicolás Maduro: “Toda ditadura tem de ser eliminada logo no início, ou será muito tarde”. Será que isso não se aplica também ao ministro Alexandre de Moraes?
Alroger Luiz Gomes
Cotia
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‘CONSTITUCIONALISTA’
Parece que Michel Temer se enganou. Em recente entrevista ao Estadão, afirmou que Alexandre de Moraes é bom constitucionalista. O editorial A escalada autoritária do Supremo (Estadão, 31/8, A3), nas entrelinhas, conclui o sentido oposto.
F. G. Salgado Cesar
Guarujá
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LOTEAMENTO DA PETROBRAS
Só não assusta a primeira página do Estadão desta segunda-feira, com manchete Ministros, PT e sindicato loteiam cargos em nova gestão da Petrobras (Estadão, 2/9, B1, B2 e B4), porque o uso criminoso da estatal era previsto, anunciado e esperado. O que assusta mesmo o contribuinte, o investidor e a população brasileira é a segurança do presidente Lula 3 de que, novamente, estará isento de responsabilidade pelo que possa ocorrer na Petrobras, dada a passividade do Congresso Nacional e a proteção que nunca lhe foi negada pelo pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Nilson Otávio de Oliveira
São Paulo
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CONTAS PÚBLICAS
Projeto de Orçamento para 2025 mantém foco em alta da arrecadação (Estadão, 31/8, B2). Quer dizer que agora, além do Taxadd, temos também o Lutaxa, ambos do PT, Partido dos Taxadores.
Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva
Salvador
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DEBATE MUNICIPAL
O debate político promovido pela TV Gazeta e o canal MyNews no domingo passado, à noite, 1.º de setembro, revelou-se mais um lamentável debateboca de insultos, bravatas e agressões entre os candidatos em lugar da necessária e oportuna apresentação de ideias propositivas para combater e sanar os inúmeros e graves problemas da maior e mais importante cidade do País e da América Latina. Triste constatar que a capital locomotiva do Brasil será governada por um deles de 2025 a 2029. Pobre São Paulo, pobres paulistanos.
J. S. Decol
São Paulo
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DEBATE DA IMPOSTURA
O que foi possível ver no último debate dos candidatos em SP? O nível baixo. Como justificativa, sugiro as palavras-chave: bandido, condenado, criminoso, bananinha, covarde, tchutchuca do PCC, arregão, para-choque de comunista, bandidinho virtual, mentiroso, picareta, gaga, mentiroso, idiota, fujão, consórcio comunista, estelionatário virtual, kiko, seu madruga, chiquinha, etc. Se é assim que os candidatos se tratam, de que maneira o cidadão paulistano será tratado?
Luís Fabiano dos Santos Barbosa
Bauru
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NOVOS BANCOS
O PCC fundou o 4TBank para lavar dinheiro e financiar campanhas políticas. Um ex-procurador do famoso petista José Dirceu, seguiu a regra e também criou o Atualbank, que não é autorizado pelo Banco Central, usa título falso do Tesouro Nacional para simular lastro bilionário, e circula livremente pelos gabinetes dos políticos de Brasília. Enquanto o PT e o PCC seguem dando as cartas, um ministro do STF promete multar em R$ 50 mil por dia quem usar o X. Pobre Brasil
Jose Alcides Muller
Avaré
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CONFLITO NO ORIENTE MÉDIO
Não deve ser descartada a suspeita de que o assassinato dos seis reféns pelo Hamas tenha sido ordenado pelo Irã como retaliação ao ato israelense contra o líder do Hamas em seu território em setembro. Evidencia-se o enorme dano que esse ato está provocando contra Israel, tanto política com economicamente, fruto da mobilização popular em protesto por um imediato cessar-fogo objetivando a almejada libertação dos reféns. O cessar-fogo ainda não foi efetivado principalmente pelo fato de o Hamas não aceitar a presença de militares israelenses na passagem Filadélfia. Fica claro que o Hamas deseja continuar usando essa passagem para se abastecer de armamentos vindos do Egito através dos inúmeros túneis existentes na fronteira. E o Egito, que se diz neutro e que participa ativamente das negociações de paz, não atua para que esses túneis sejam bloqueados, buscando colocar um fim a esses contrabandos e aceitando passivamente que seja fraudado o processo de paz.
Simão Korn
São Paulo
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REFÉNS ENCONTRADOS SEM VIDA
Os corpos de seis reféns sequestrados vivos pelo Hamas em 7 de outubro foram encontrados em um túnel em Rafah, no sul de Gaza. Esses reféns foram sequestrados em eventos diferentes, incluindo o festival de música e um kibutz. Os mesmos foram brutalmente assassinados pouco antes de serem encontrados. Não houve confrontos com terroristas do Hamas dentro do túnel onde os corpos foram encontrados. A morte dos reféns levanta questões sobre a estratégia do governo israelense nas negociações em relação ao Hamas. Israel enfrenta um dilema complexo: se demora a aceitar os termos do Hamas, corre o risco real de que reféns sejam assassinados; por outro lado, se aceitar, irá fortalecer militarmente o Hamas, o que certamente resultará em um aumento significativo de mortes num futuro bem próximo.
Jorge A. Nurkin
São Paulo
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CURSOS DE MEDICINA
Simplesmente didático, esclarecedor e verdadeiro o artigo do presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul, Eduardo Neubarth Trindade, sob o título Medicina sob ataque (Estadão, 31/8, A4). O autor aborda de forma clara, precisa e concisa um assunto de vital importância. Que tristeza, pois é simplesmente verdadeiro.
José Cândido de Freitas Júnior
São Paulo
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PROFISSÕES CORREM PERIGO
Em esclarecedor artigo no Estadão, intitulado Medicina sob ataque (Estadão, 31/8, A4), o médico Eduardo Neubarth Trindade denuncia o perigo da multiplicação de cursos de medicina no Brasil sem as mínimas condições de funcionamento, além da invasão de charlatães na área médica. Não é só a ciência médica que corre perigo. As profissões mais importantes estão sob ataque da mediocridade geral que assola a Nação. Estamos vivendo uma era de negacionismo da ciência e de banalização do conhecimento especializado e da cultura. Como afirmou Umberto Eco: “a internet deu voz a uma legião de imbecis”, e o mundo acredita no que eles dizem e fazem, e até os elegem presidentes da República.
Paulo Sergio Arisi
Porto Alegre