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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Eleição 2024

Tarcísio na encruzilhada

Sem provas, Tarcísio diz que inteligência captou PCC orientando voto em Boulos, que vai à Justiça (Estadão, 27/10). No labirinto da política contemporânea, o governador Tarcísio de Freitas, ao adotar práticas reminiscentes do governo Bolsonaro, encontra-se numa encruzilhada perigosa. A propagação de fake news e desinformação, elementos que outrora aviltaram a imagem de muitos líderes, parece agora ser a estratégia escolhida por aquele que prometeu transparência e honestidade. Ao se desviar dos princípios que o alçaram ao cargo, Tarcísio não apenas mancha sua reputação, mas também trai a confiança depositada nele pela população. A armadilha da desinformação não só compromete a integridade de seu governo, mas também erode os valores democráticos que fundamentam a relação entre o governante e a sociedade. É urgente que retome uma atitude responsável e ética, reafirmando seu compromisso com a verdade.

Luciano de Oliveira e Silva

São Paulo

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‘Aloprado’

Desnecessária, para não dizer infeliz, a fala de Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, sobre a recomendação de votos em Guilherme Boulos (PSOL) para prefeito de São Paulo pelo PCC. A vitória de Ricardo Nunes (MDB) já estava praticamente garantida, e com grande vantagem, como indicavam as pesquisas de intenção de voto. Não precisava de nada disso. Tarcísio é a esperança da direita brasileira para derrotar Lula da Silva na eleição presidencial de 2026, mas fez uso dos métodos petistas de fazer política – lembram-se do “fazer o diabo” para ganhar uma eleição, como confessou Dilma Rousseff? O governador agiu como os “aloprados” de Lula na eleição de 2006, quando houve a compra de um dossiê falso para incriminar o candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra. Tarcísio não só deu munição à esquerda, como arrumou um problemão para resolver. Vai ter de se explicar na Justiça Eleitoral.

Deri Lemos Maia

Araçatuba

Guilherme Boulos

Boulos repete votação da eleição passada, mesmo com apoio de Lula e R$ 81 milhões do fundo eleitoral (Estadão, 27/10). Guilherme Boulos é o cara! Teve, em 2024, a mesma votação obtida em 2020 na campanha para prefeito de São Paulo. A alta rejeição continua, progressiva, mas a grana investida na campanha este ano saiu bem cara para a recuperação de sua dignidade: R$ 81 milhões, ou R$ 35 por voto. O adversário eleito gastou R$ 15 milhões (R$ 15 por voto), sem abalar a sua dignidade. Enfim, o líder das invasões ao patrimônio alheio, ora deputado federal, já pode pedir música naquele programa de TV. Não pelas derrotas e os custos elevados, mas pela paridade nos índices de rejeição e de votos nas urnas, nos dois certames. Que fase, hein?

Celso David de Oliveira

Rio de Janeiro

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Distante da realidade

O candidato derrotado Guilherme Boulos não só não resgatou a “dignidade da esquerda”, como escancarou seu distanciamento da realidade brasileira. A sociedade e as relações trabalhistas mudaram e as eleições deixaram claro que a arrogância do PT, do PSOL e de tantos outros partidos não os permite enxergar que a periferia do século 21, onde obtiveram uma derrota maciça, não anseia mais pelos ideais do século 19 que pautam o discurso da esquerda. E não adianta cartinha nem mudança de discurso de última hora, o povo reconhece mera maquiagem.

Marcelo Teixeira

São Paulo

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Voto obrigatório

Democracia com voto obrigatório não é democracia em sua plenitude. Nas democracias mais consolidadas do mundo, como sabemos, o voto é facultativo, obrigando o político a convencer o eleitor a ir votar por acreditar na sua plataforma apresentada, e não por obrigação, para não sofrer sanções pecuniárias e administrativas. Os altos índices de abstenção que verificamos a cada eleição, parece-me, têm como uma de suas causas a falta de apresentação de programas dos candidatos que encantem boa parte do eleitorado, que se desinteressa pelo pleito. Passando o voto a ser facultativo, os candidatos terão de convencer o eleitorado a ir votar por convicção e por acreditar nas ideias apresentadas durante a campanha eleitoral. O Congresso Nacional precisa se debruçar sobre o tema, eis que nosso país se redemocratizou há quase 40 anos, tempo suficiente para nossa democracia se igualar às dos países mais desenvolvidos da Europa e da América do Norte.

José Antonio Braz Sola

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

ARBITRARIEDADES

Gilmar Mendes anula condenações de José Dirceu na Lava Jato assinadas por Sérgio Moro (Estadão, 29/10). Triste notícia. Mais um membro da quadrilha que assaltou o Brasil sendo anistiado. Quando um árbitro de futebol dá um pênalti inexistente para um time, ao dar outro pênalti inexistente para o outro time, ele estará cometendo um segundo erro, e não fazendo justiça. Ao anular as condenações de José Dirceu por suposta parcialidade cometida pela Lava Jato e pelo ex-juiz Sergio Moro, o ministro Gilmar Mendes não está fazendo justiça, mas sim cometendo um segundo erro, uma vez que os crimes que José Dirceu cometeu contra o erário público são inquestionáveis. Árbitros de futebol que erram vão para a “geladeira, além de serem obrigados a fazer cursos de reciclagem. Diferentemente, os ministros do Supremo são respaldados por uma Justiça medíocre, e têm salvo-condutos para continuar cometendo arbitrariedades.

Maurílio Polizello Junior

Ribeirão Preto

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‘TRÁGICO’

Incrível, mas o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes livrou o petista José Dirceu de qualquer crime. Parece que Lava Jato é a senha para apagar todos os crimes cometidos por empresários e políticos. Seria cômico se não fosse trágico.

Luiz Frid

São Paulo

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ATOLADO ATÉ A ALMA

O primeiro turno da eleição presidencial terá de um lado Lula empalhado, embalsamado ou mumificado, disputando com o companheiro ex-presidiário reabilitado José Dirceu, do outro lado, o ex-presidente Jair Bolsonaro elegível contra o golpista profissional Pablo Marçal. Diante desse cenário tenebroso, a única certeza é que o Brasil vai continuar atolado até a alma no pântano do subdesenvolvimento de terceiro mundo e liderando a lista de países mais corruptos do planeta. Se a Justiça funcionasse minimamente, Lula, Dirceu, Bolsonaro e Marçal estariam todos presos, depois de julgados e condenados pela infinidade de crimes que cometeram.

Mário Barilá Filho

São Paulo

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TABELINHA

Não sei se a tabelinha foi inventada no Brasil, mas foi a dupla Pelé-Coutinho que a tornou famosa. Agora, uma nova tabelinha, que não vai ser ovacionada pela galera, pelo menos não a galera do bem, está funcionando em grande estilo no STF. Primeiro, foram as decisões monocráticas do ministro Dias Toffoli anistiando corruptos e CNPJ’s confessos. Agora, o ministro Gilmar Mendes anulou todas as condenações do petista José Dirceu, sob a alegação de que o ex-juiz Sergio Moro teria atuado na 1.ª instância contra o ex-ministro apenas para atingir Lula. Sobre as condenações de José Dirceu, se elas eram baseadas em fatos e evidências, nenhuma palavra do ministro Gilmar Mendes. Toffoli-Mendes entra então para o rol das tabelinhas que a torcida brasileira, calada, diga-se de passagem, está obrigada a engolir sob pena de receber cartão vermelho por estar atuando contra o Estado democrático de direito.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

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GASTOS INEFICIENTES

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou que chegou a hora de cortar gastos ineficientes. Então, até agora podia ter esses gastos? Qual o critério para verificação da evidência do gasto? Desde quando e quem faz essa análise?

Vital Romaneli Penha

Jacareí

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PRÊMIO OU PUNIÇÃO

Os desembargadores apontados, decorrentes de informação do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, foram punidos ou premiados pelas sentenças vendidas? Se nos afigura que seus respectivos afastamentos da atividade foram um prêmio e não uma punição, certo é que sendo afastados, continuarão a perceber seu proventos e penduricalhos sem ter que trabalhar.

Fernando Geribello

São Paulo

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GASTOS COM CAMPANHAS

Os gastos na campanha eleitoral são uma vergonha, e cai por terra a retórica de que o fundo eleitoral equaliza os partidos, isso não passa de uma malandragem. Guilherme Boulos gastou R$ 81 milhões nessa campanha e teve o mesmo desempenho de quatro anos atrás. Somente neste ano, quase cinco bilhões foram gastos. Pablo Marçal sozinho mostrou que não é preciso dinheiro para ganhar a eleição. Hora de rever esse assalto aos cofres públicos.

Izabel Avallone

São Paulo

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CAPITAL POLÍTICO

Apuradas as urnas do decisivo segundo turno em São Paulo, restou claro que nem o presidente Lula da Silva nem o ex-presidente Jair Bolsonaro têm capital político para decidir e influir de forma expressiva numa eleição municipal. O PT de Lula apostou suas fichas em Guilherme Boulos (PSOL), derrotado por mais de um milhão de votos pelo atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), que deve sua reeleição a dois fatores: a grande rejeição ao candidato da extrema esquerda e ao apoio incondicional desde a primeira hora do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Jair Bolsonaro só entrou na campanha aos 45 minutos do segundo tempo porque também sofre de expressiva rejeição dos eleitores. Diante da voz das urnas paulistanas, a eleição presidencial de 2026 passa a ter como nome forte, desde que se candidate, Tarcísio de Freitas, sob a batuta de seu mentor e padrinho político Gilberto Kassab (PSD).

J. S. Decol

São Paulo

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CENTRO DEMOCRÁTICO

A imprensa brasileira parece já ter esquecido a importância que o governo de Donald Trump exerceu para o sucesso da campanha de Jair Boldonaro à presidência, e que novamente exercerá, em 2026, se Trump voltar à Casa Branca. É de grande e decisiva importância a eleição de Kamala Harris para presidência dos Estados Unidos para preservação da democracia no Ocidente. A tentativa de golpe de estado de Trump, após perder a eleição para Joe Biden, foi repetida, como farsa no Brasil pelo derrotado Jair Bolsonaro. Copiamos tudo o que acontece em Washington ou obedecemos o que eles decidem, como em 1964. Após ondas de esquerda e de direita na política mundial e no Brasil, será ótimo uma busca pela via do centro democrático.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

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NOVO ALVO

O grupo terrorista Hezbollah elegeu seu novo líder: Naim Qassem. Israel já tem um novo alvo.

Sérgio Eckermann Passos

Porto Feliz

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REALIDADE AO CONTRÁRIO

Há uma enorme diferença entre os ataques que o Irã tem feito contra Israel a título de direito de resposta e aqueles que Israel tem aplicado ao Irã. Enquanto Israel busca tão somente atingir alvos militares e estratégicos iranianos, sempre visando poupar ao extremo sua população civil através de ataques cirúrgicos, o Irã lança centenas de foguetes e drones de alto poder destrutivo sobre toda a área de Israel, sem procurar preservar a vida dos civis. A ONU jamais condenou o Irã por esses atos, diferentemente do que costuma aplicar a Israel, nação que já recebeu 148 condenações contra 68 para todas as demais nações somadas. Como essa Organização espera ter suas decisões respeitadas? A realidade mostra o contrário.

Simão Korn

São Paulo

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MODELO INDUSTRIAL BRASILEIRO

Em relação ao artigo Oportunidades para a indústria brasileira (Estadão, 29/10, A4), gostaria de tecer os seguintes comentários: infelizmente, a Embraer é uma clara exceção ao modelo industrial brasileiro, caracterizado pela pouca inovação, pouca competitividade internacional e alta dependência de subsídios, isenções, crédito fácil e proteção de mercado. Nessas circunstâncias, não seria muito otimismo esperar qualquer mudança significativa nessa mentalidade completamente atrasada que ainda permeia o pensamento industrial brasileiro? O que se pode dizer, por exemplo, da defesa inconteste de uma Zona Franca de Manaus, que exporta pouco e importa muito, produzindo para majoritariamente para o mercado interno? E dos mecanismos de conteúdo local, notadamente para a indústria petrolífera? E as tentativas tragicômicas de reviver o moribundo setor naval nacional, sempre à custa dos pobres contribuintes? Portanto, lamentavelmente deve-se reconhecer que as oportunidades trazidas pelo novo modelo de descarbonização provavelmente serão em grande parte desperdiçadas pelo Brasil, que ainda insiste em se apegar ao atraso e dar as costas ao novo e pujante mundo industrial do século XXI. Tristes trópicos.

Fernando T.H.F. Machado

São Paulo

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DRAMA ESPORTIVO

O brasileiro Vinícius Júnior – segundo lugar no prêmio Bola de Ouro, entregue pela revista France Football ao espanhol Rodri, do Manchester City – é o mesmo que faz propaganda de uma bet, exortando os brasileiros a gastarem seu dinheiro com apostas? Pergunto só para saber se devo me comover ou não com o drama esportivo do jogador do Real Madrid.

Túllio Marco Soares Carvalho

Bauru

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VINI JR.

Vinícius Júnior não mereceu a Bola de Ouro. Jogador com comportamento agressivo, não sabe perder, fez várias faltas na derrota para o Barça por 4 x 0 e provoca muito a torcida. Neymar, que foi melhor que ele, nunca foi premiado pelo péssimo comportamento.

Luiz Claudio Zabatiero

São Paulo

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RESPEITO ÀS VÍTIMAS

O dono de um pequeno botequim de bairro, quando fechava seu boteco, foi abordado por dois bandidos, um deles com um revolver e com muitas ameaças, momento que o assaltado escorregou e caiu. Por algum motivo assustou os meliantes, que desferiram uma coronhada na sua testa (o sangue jorrou) e um soco na têmpora. Sem nada roubar os malditos se evadiram. O caso foi assistido por uma pessoa que ligou para a polícia e algum tempo depois o agredido, já em sua casa, recebeu a polícia militar que exigiu a sua presença no plantão da Polícia Civil, no que foram prontamente atendidos, e isso já eram 21h30. Na PC, reconhecimento feito (e só isso), os bandidos foram liberados às 22h30. O comerciante permaneceu à disposição, sem em nada mais ser interpelado, quando já muito cansado pediu a um investigador para ser liberado. O investigador pediu autorização ao delegado, que autorizou a liberação e isto já marcava 2h da madrugada. Quando demonstrou, ao investigador, sua estupefação pelo ocorrido, ouviu: É a lei. Então, a vítima, que tem 79 anos, passou por isso, ou seja, os bandidos foram liberados muito antes da vítima. Diante disso, eu pergunto: que porcaria de lei é essa? Que autoridade é essa? E o respeito à vítima?

Sérgio Barbosa

Batatais