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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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8 min de leitura

Incêndios no Pantanal

Bioma ainda ameaçado

No mês das festas juninas, a maior das fogueiras acontece no Pantanal. Tempos passados, culpa de Bolsonaro; hoje, culpa das mudanças climáticas. O que não muda é a verborragia lulopetista. E os artistas que esgoelavam contra o “genocídio ambiental”, por que agora estão em silêncio?

A. Fernandes

São Paulo

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A mesma ladainha

É patético observarmos que não há uma política concreta e eficaz de combate e prevenção de incêndios no Pantanal. Todo ano é a mesma ladainha e assistimos ao caos. É impossível crermos que não há capacidade de organização de estratégias diretas e abrangentes sobre o assunto. É falta de vergonha na cara do governo, que – no fundo – não dá a mínima para o ecossistema.

Sérgio Eckermann Passos

Porto Feliz

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Indústria

A conquista de mercados

Sobre o artigo Indústria: refletir além da próxima esquina (Estadão, 27/6, A4), de José Serra, gostaria de acrescentar algumas reflexões. Há cerca de quatro décadas a indústria manufatureira do Brasil está morrendo. No limite, o País ficará sem indústria, exceto aquela voltada para o agronegócio. Os problemas são complexos e não se resolvem com incentivos fiscais, políticas anticíclicas, bloqueios de importações, exigências de conteúdo nacional, e assim por diante. O principal estímulo à criação de tecnologia é a necessidade de conquistar mercados, a exemplo dos casos emblemáticos da Embraer, do Proálcool, da Embrapa, da celulose de eucalipto, da construção pesada, da extração de petróleo em águas profundas, da Randon, da Weg, etc. Assuntos conexos da inovação, desenvolvimento e capacitação tecnológica se inserem na agenda de governantes sérios, prevendo investimentos relevantes em P&D, mecanismos de estímulo à pesquisa, oferta de boas universidades, estímulo à formação de joint-ventures como canal de atualização tecnológica e de upgrading de processos e de produtos. É preciso ter em conta que o desenho de uma política industrial terá de ser horizontal e republicano, concedendo incentivos fiscais de forma transparente e pública (sem margem a qualquer pacto antiliberal entre o Estado e grupos empresariais, responsáveis por políticas protecionistas, créditos subsidiados e privilégios incríveis). O custo Brasil terá de ser enfrentado principalmente pela indústria. Uma vez que o agronegócio brasileiro se modernizou, a soja brasileira tem o mesmo padrão tecnológico da soja americana. E graças ao Plano Safra os juros nominais equivalem a 1/3 dos pagos pela indústria. Considerando que metade dos deputados federais tem ligação com o agronegócio, a conclusão que daqui se tira é a de que a indústria precisa urgente de um diagnóstico prévio do setor, mas a partir de uma nova liderança empresarial, antenada com a nova matriz tecnológica mundial, ou seja, exclusive os velhos quadros antigos e desatualizados de BNDES, CNI e federações estaduais de indústrias.

Mauricio Shimabukuro

São Paulo

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Insegurança jurídica

Atoleiro

O professor José Pastore, em seu artigo Os estragos da insegurança jurídica (Estadão, 27/6, B15), apontou uma série de decisões dos Poderes Judiciário, Legislativo e Executivo que geram enorme insegurança jurídica no Brasil, afastando, com isso, investimentos e emperrando o nosso desenvolvimento. Especialmente as decisões ultrapassadas da Justiça do Trabalho – Justiça que não encontra similar nos outros países; e, ainda, considerando que até o Supremo Tribunal Federal (STF) tem sido uma fonte considerável de insegurança jurídica. Tudo isso é muito triste. E o quadro fica ainda mais dramático ao constatarmos que a nossa justiça é uma das mais caras do mundo. Algo precisa ser feito para nos tirar desse atoleiro.

José Elias Laier

São Carlos

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Poderes da República

Trancos e barrancos

“Independentes e harmônicos entre si”, diz trecho da Constituição referindo-se aos Três Poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário). Só se for em sonho. É o que menos se vê atualmente. O ministro Dias Toffoli indica que o STF deve pautar em agosto o processo de regulação das redes, diante da omissão do Congresso; e este, por sua vez, interrompe a tramitação do PL das Fake News, descumprindo acordo entre as Casas. Assim caminha este país: aos trancos e barrancos, na base do “se você mexer nisso, eu mexo naquilo”.

Panayotis Poulis

Rio de Janeiro

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

LOJAS AMERICANAS

Independente da fraude das Lojas Americanas, o bônus para executivos contratados para atingir determinadas metas é um problema muito sério. A maioria desses executivos estão interessados somente no bônus e não na perenidade das empresas.

Vital Romaneli Penha

Jacareí

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FRAUDES CONTÁBEIS

Após a Polícia Federal descobrir o que parecia bastante óbvio – falo isso como gestor da área financeira –, que 60 pessoas faziam parte das fraudes contábeis da outrora gloriosa Americanas, fica o conselho de não deixar o grande Supremo Tribunal Federal (STF) saber disso. Caso saiba, dirá que os funcionários foram forçados a participar dessa patifaria. Pergunto: onde estavam os 3Gs que não viram, ouviram ou falaram disso esse tempo todo? Aliás, por que os passaportes dos foragidos não foram confiscados? É tanta pergunta que acho melhor parar por aqui.

Renato Camargo

São Paulo

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‘O DESENROLA DA LAVA JATO’

O governo Lula propôs e as empresas não gostaram da proposta para a redução de suas dívidas em 50% sobre as multas recebidas pelas lesões que impuseram ao Estado. Na verdade, essas empresas deveriam ter sido fechadas e seus sócios condenados e presos, mas, o conhecedor-mor de falcatruas, Lula, que sempre diz que jamais na história deste País e que nunca sabe de nada, insiste em oferecer propostas indecorosas e de mão beijada. Afinal, é desanimador, pois não vale ser honesto, sempre dão um jeitinho e fica tudo certo, especialmente no trato com empresas corruptas. Pobre Brasil.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

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‘IRRACIONAL’

Quantidade não deveria ser parâmetro para definir se a droga é ou não para uso pessoal, como decidiu o STF. Exceto quando se tratar de grandes volumes. Em se tratando de pequenas quantidades, a linha entre usuário e traficante por esse critério é tênue. Pode levar uma pessoa a cumprir 15 anos de prisão por portar 1 miligrama acima do limite fixado para diferenciar usuário de traficante. Não é racional. Um erro na pesagem poderia também levar uma pessoa a ser tratada como traficante e pagar injustamente por um crime que não cometeu. Estamos diante de um retrocesso. Melhor seria se mantivéssemos a lei vigente que caracteriza como crime os atos de: vender, comprar, produzir, guardar, transportar, importar, exportar, oferecer ou entregar para consumo, mesmo que de graça, dentre outras condutas.

Deri Lemos Maia

Araçatuba

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PORTE DE MACONHA

Os ministros do STF, por maioria de votos, decidiram que pessoas flagradas com até 40 gramas de maconha devem ser tratadas como usuários e não como traficantes. Além disso, estes consumidores poderão livremente plantar e cultivar cinco plantas fêmeas da cannabis. Desta forma, iremos encontrar pessoas portando o equivalente a dois maços de cigarros ou dois charutos andando pelas ruas e consumindo um produto considerado entorpecente. Obviamente, será isso que iremos presenciar, pois, a posse da maconha deixa de ser um ilícito penal e passa a ser considerado um ilícito administrativo. Se atualmente, sendo um produto proibido onde a posse levará o usuário a ser preso, o consumo é em larga escala, e onde a fiscalização e apreensão é deficiente, imaginem o que acontecerá daqui por diante, pois o poder público não tem e nem terá condições de fiscalizar e aplicar quaisquer outras penalidades administrativas. Os integrantes do Congresso Nacional foram eleitos para legislar em prol da população brasileira, então devemos confiar que farão exatamente o que esperamos. Que a posse e consumo de produtos atualmente proibidos por lei assim permaneçam. Quanto aos integrantes do STF, nenhum brasileiro de bem dá a mínima para eles. Desejamos que eles continuem viajando, se hospedando e gastando o nosso dinheiro no exterior, com palestras desnecessárias.

Darci Trabachin de Barros

Limeira

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‘TEMPOS BICUDOS’

Vivemos tempos bicudos, em todos os seguimentos. Ao menos a Suprema Corte, do alto de sua sabedoria, decide alavancar as vendas de balanças de precisão. Bravo!

Jose Perin Garcia

Santo André

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PODER JUDICIÁRIO

O presidente anterior criticava o STF, chegando a ponto de querer o seu fechamento. O presidente atual, que é o oposto do presidente anterior, também critica o STF. O presidente do Congresso é outro crítico ao STF. O que os políticos deste país estão esperando para resolver o problema STF? Falta coragem? A reforma que o Brasil mais precisa é a do Poder Judiciário, e ninguém fala dela.

Renato Maia

Prados (MG)

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‘CAFÉ DE QUALIDADE SUPERIOR’

Primorosa a matéria O cafezinho parlamentar custa por ano R$ 2 milhões (Estadão, 26/6, C6). Tiririca fazendo piadas em suas não tão usuais aparições, o desaniversário do PT, etc. Com um texto elegante, contundente e informativo, ficamos sabendo até por que o café superior tem maior qualidade e sabor mais acentuado, como explicou o presidente da ABCD. Parabéns aos repórteres Gabriel de Souza e Levy Teles, autores da reportagem.

Luis Tadeu Dix

São Paulo

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‘TRANCOS E BARRANCOS’

Não bastasse a tragédia climática no Rio Grande do Sul e os discursos inoportunos de Lula, a nossa atividade econômica também caminha entre trancos e barrancos. E a percepção dos analistas é que a situação fiscal preocupa cada vez mais. Com a inflação de junho de alta de 0,39% e em 12 meses acumulo de 4,06%. E para piorar, um rombo preocupante nas contas do Tesouro de R$ 60,9 bilhões no mês de maio. E o Planalto colabora para subida do dólar, como aconteceu na quarta-feira passada, 26/6, que chegou aos R$ 5,52. Porém, no relatório trimestral do BC, divulgado na quinta-feira passada, 27/6, um pequeno consolo quando projeta para este ano uma alta do PIB de 2,3% contra a estimativa anterior de 1,9%. E se o governo ajudar, quem sabe o crescimento econômico fique mais próximo dos 2,9% de 2023.

Paulo Panossian

São Carlos

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TENTATIVA DE GOLPE

Comparando o 8 de janeiro de 2023 ao 26 de junho de 2024, que conclusão chegamos de onde houve tentativa de golpe? Então, deveriam rever as penas de até 17 anos de prisão a que foram condenados um bando de arruaceiros aqui no Brasil. Na Bolívia, houve mobilização militar, única condição possível para um golpe de Estado. Sou favorável a que sejam condenados a pagar os prejuízos materiais causados e a cumprir penas alternativas. Por exemplo, fazer faxina durante um ano nas dependências dos prédios que sofreram danos. Não se chegou ainda a nenhuma conclusão se houve algum mentor no que ocorreu. Não existe crime se não houver uma causa. Larga o ódio, Alexandre de Moraes e companhia.

Paulo Henrique Coimbra de Oliveira

Rio de Janeiro

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‘FORÇA DOS VOTOS’

Sobre a fracassada tentativa de golpe de Estado na Bolívia por parte de um general do exército cabe dizer que nas democracias mundo afora os governos, sejam bons ou ruins, só podem ser mudados pela força dos votos, não das armas e tanques de guerra. A voz das urnas é a voz suprema do Estado Democrático de Direito.

J. S. Decol

São Paulo

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DIFERENÇA

Diante de uma tentativa de golpe na Bolívia, com exÉrcito nas ruas, tanque de guerra e armas, será que agora o ministro Alexandre de Moraes e seus colegas do STF entenderam a diferença entre golpe de Estado e baderna? A conferir.

Beatriz Campos

São Paulo

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‘HISTÓRIAS DE FICÇÃO’

Há quase 30 anos o mundo era bem diferente. A Guerra Fria tinha acabado e a liderança americana parecia sólida e promissora, como no fim da 2.ª Guerra Mundial. A China era um país inofensivo e distante. O terrorismo era algo distante e localizado. A América Latina vislumbrava horizontes promissores. A Rússia parecia trilhar novos caminhos democráticos e de coexistência pacífica. A economia mundial era otimista e qualquer chance real de guerras que desestabilizassem o mundo parecia mínima e desprezível. Contar isso para alguém da Geração Z (nascidos em nos anos 2000 em diante), nos faz parecer narradores de um conto de livros de histórias de ficção.

Sérgio Eckermann Passos

São Paulo

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‘CAPACIDADE DE SE INDIGNAR’

Luiz Felipe D’Avila no seu artigo A liberdade e a banalidade do mal (Estadão, 26/6, A6) cita John Kennedy: “não pergunte o que o seu país pode fazer por você; pergunte o que você pode fazer pelo seu país”, e complementa: o seu voto e as suas escolhas determinarão o Brasil que seremos amanhã – para você e para nossos filhos. Eu acrescentaria: “o mundo não será destruído pelos que fazem o mal, mas por aqueles que os assistem sem fazer nada”, disse Albert Einstein. Assim, de constatações em constatações, vamos tendo a certeza de que o mal maior foi feito. As pessoas perderam a capacidade de se indignar.

Izabel Avallone

São Paulo

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REALIDADE

Prestes a acontecer o importantíssimo evento “Entre Laçadas - Fórum Estadão Think - Unindo Forças no Combate ao Câncer de Colo de Útero”, nos deparamos no Espaço Aberto com o infeliz texto A liberdade e a banalidade do mal (Estadão, 26/6, A6), de Luiz Felipe D’Avila. Felipe usa a palavra câncer duas vezes para instrumentalizar seu discurso ultraliberal. “Um câncer que pode matar a democracia”. Sem noção e sensibilidade, o autor usa de forma banal a denominação da doença. Esse tipo de colocação só visa estigmatizar a todos que passaram ou passam por tratamento oncológico. Já é sabido que não se usa mais esse tipo de comparação. Mais uma vez, esse senhor mostra o quão distante está da realidade de nossa gente.

Cristiano Teixeira

Guarujá