Ação penal do golpe
Solução simples
O artigo de Marco Aurélio Nogueira Os réus, o STF, a política (29/3, A8) aborda perigos previsíveis no julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de Jair Bolsonaro e dos outros sete acusados de tentativa de golpe de Estado. Uma solução simples e certeira seria montar o seguinte protocolo: (i) apenas réus, advogados de defesa, Ministério Público e juízes deverão estar no plenário do Supremo, como um jogo sem torcida, e ainda sem os celulares, que seriam deixados num armário, como nas escolas; (ii) sem transmissão ao vivo do julgamento, ou seja, sem palco para exibições histriônicas e narcisistas dos atores; e, finalmente, (iii) sinopse do dia através do porta-voz do processo, excetuados os juízes, que deverão ser invisíveis, o que permitiria que a horda de especialistas analisasse os fatos ocorridos, e não suas teorias e previsões.
Carlos Ritter
Caxias do Sul (RS)
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Futuro mais promissor
Já temos um cidadão que saiu da prisão para ser presidente da República, e agora um ex-presidente que deve ir para prisão. Será que os brasileiros não merecem algo melhor para ter um futuro mais previsível e promissor?
Luiz Frid
São Paulo
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Governo Lula
Primeira-dama
Com relação à declaração do presidente Lula da Silva sobre as críticas à viagem da primeira-dama a Paris, de que ela “vai fazer o que quiser”, tenho a dizer que o eleitor brasileiro é resiliente e aguardará pacientemente pelas eleições de 2026, quando fará o que deve ser feito.
José Roberto dos Santos Vieira
São Paulo
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Evita Perón tupiniquim
A primeira-dama Rosângela Lula da Silva, vulgo Janja, segue fazendo o que bem quer no governo Lula 3, agindo, opinando, gastando dinheiro público e circulando mundo afora num cargo que simplesmente inexiste. É preciso pôr um freio de arrumação nessa esculhambação com ares de Evita Perón tupiniquim. O Brasil virou a casa da mãe Janja.
J. S. Vogel Decol
São Paulo
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Estados Unidos
Tarifas de Trump
Será que a taxação sobre importações de carros e a proteção da indústria norte-americana pelo presidente Donald Trump, assim como já ocorre há tempos no Brasil, não seriam a atualização do conhecido “efeito Orloff”: eu sou você, amanhã?
Vital Romaneli Penha
Jacareí
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Futebol
Duplo vencedor
No rescaldo dos escombros da tragédia Argentina 4 x 1 Brasil, há que exaltar a conduta do treinador dos argentinos, Lionel Scaloni. Enquanto por aqui desavisados criavam um clima hostil para a partida, com ameaças de violência “dentro e fora do campo”, Scaloni não comprou a briga e tratou o assunto com leveza, elogiando elegantemente os brasileiros e enfatizando que se tratava tão somente de um jogo de futebol. Pôs seus atletas para jogar bola e aplicar vergonhosa goleada à outrora temida seleção canarinha. Dessa forma Scaloni se fez duplo vencedor: na bola e na civilidade. A ele, pois, as batatas. E a nós, brasileiros, a vergonha e mais uma conta no rosário das decepções cotidianas.
Joaquim Quintino Filho
Pirassununga
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Educação
‘Adolescência’
A série Adolescência deveria ser assistida por todos os pais e mães, principalmente por aqueles com filhos de 11 a 15 anos. Nessa fase, de grandes transformações físicas e psicológicas, alguns adolescentes se tornam algozes dos mais inibidos, isolando-os e agora usando as redes sociais para atacar. Por isso, pais e mães, prestem atenção no acesso dos seus filhos ao celular.
Tania Tavares
São Paulo
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Literatura
‘Dom Casmurro’
A respeito da matéria Um clássico absoluto, 125 anos depois (Estadão, 26/3, C6-C7), sobre Dom Casmurro, Machado de Assis, mais do que propor um julgamento sobre a mulher de Bentinho, desafia o leitor arguto a atentar para as sutilezas, armadilhas e equívocos de se julgar. As aparências foram propostas. A verdade permanece enigmática. Tudo é julgamento. Machado, de maneira velada e sutil, mostrou as dificuldades dessa velha e enganosa arte.
Ubiratan Machado
Rio de Janeiro
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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br
POPULARIDADE PERDIDA
Quer picanha? Pega o empréstimo do Lula. Quer café? Ovos? Ovos de Páscoa? Pega o empréstimo do Lula. Quer dar um presentinho para a esposa? Pega o empréstimo do Lula. Está querendo trocar o carro? Pega o empréstimo do Lula. Não bastasse a gastança desenfreada nas contas públicas, agora o presidente quer que o povo siga seu exemplo e gaste o que não tem. Na busca pela popularidade perdida, Lula da Silva e seu séquito não perdem a oportunidade de afrontar a inteligência alheia. E ainda faltam quase dois anos.
Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva
Salvador
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CAIXA DE PANDORA
Diante da expressiva e crescente queda de popularidade nas últimas pesquisas de opinião Genial/Quaest, o presidente Lula, de olho nas eleições de 2026, deu de abrir a caixa de Pandora com toda a sorte de bondades populistas para tentar reverter a preocupante situação. Depois de mexer no Imposto de Renda, isentando de tributação os que ganham R$5 mil por mês, agora virou concorrente dos bancos, oferecendo empréstimos consignados a juros de pai para filho. Como disse a ministra da Secretaria das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann: ”Apertou o orçamento? O juro tá alto? Pega o empréstimo do Lula”. Com efeito, só faltava essa. A que ponto chegamos.
J. S. Vogel Decol
São Paulo
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DISFARCE
Depois de afundar esse país em dívidas e jogar os juros nas alturas, esse governo propõe um benefício aos trabalhadores que consiste no seguinte: o cidadão vai usar o dinheiro que já é dele, e Lula o autoriza a usar 10% do FGTS e 100% da multa rescisória como garantia, ou seja, o cidadão não pode sacar e vai pagar juros do seu dinheiro aos bancos. Portanto, os banqueiros ficam com os lucros. Como chamar isso de benefício? Basta raciocinar um pouco, se o governo precisa emprestar o seu dinheiro para você sobreviver, quem foi que destruiu a sua vida financeira, que hoje mal consegue comprar café e consumir ovos? É o maior golpe disfarçado de bondade dado pelo PT aos trabalhadores. Se isso não é golpe, não sei que nome dar.
Izabel Avallone
São Paulo
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EMPRÉSTIMOS
Quando o governo recomeçou a mexer com os empréstimos consignados, banqueiros fizeram biquinho em relação às taxas sugeridas pelo governo. Puro jogo do faz de conta. Deitam e rolam nesse modelo de crédito com risco zero. Em janeiro deste ano, dez milhões estavam pendurados nessa modalidade. Como o governo não está conseguindo a reconquista de eleitores pelo estômago, pois o alto preço dos alimentos não tem permitido, desde o último dia 21 está na praça com o novo empréstimo consignado (CLT) para quem tem carteira assinada. Esses trabalhadores podem pleitear esse crédito dando como garantia 10% do FGTS, cuja prestação não pode ultrapassar a 35% de seus vencimentos brutos, com as parcelas sacramentadas diretamente nos contracheques. Assim que saiu do forno, mais de 40 milhões de trabalhadores manifestaram-se interessados. Portanto, sendo a fome argumento vencido, e com a eleição aproximando-se célere, o bolso do trabalhador foi o alvo escolhido. O ‘empréstimo do Lula’ (Estadão, 25/03,A3) traz com detalhes e críticas muito bem fundamentadas esse toma lá dá cá com os trabalhadores.
Sergio Dafré
Jundiaí
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FORÇAS ARMADAS
Em relação ao artigo Defesa e soberania nacional (Estadão, 25/03, A6), gostaria de tecer os seguintes comentários: acredito que temos militares plenamente empenhados em defender nossa soberania nacional, porém, a estrutura atual das nossas Forças Armadas dificulta muito, se não impede completamente, essa gloriosa tarefa. Se nem o Exército consegue controlar adequadamente as armas de fogo de uso restrito, se a Marinha escolhe gastar seus escassos recursos com a produção de um vídeo esdrúxulo como o que foi feito em dezembro passado, e se temos um enorme contingente de pessoal nas Forças Armadas preparado para a defesa nacional nos moldes do século 20, em vez do século 21, o que se pode realmente esperar? O ideal seria fazer uma ampla reforma prévia e descartar todo o excedente, sem exceções. Por exemplo, para que a Marinha precisa de uma enorme base na Vila Mariana, na cidade de São Paulo e a dezenas de quilômetros da nossa costa, enquanto seus navios não têm nem sequer combustível suficiente para patrulhar eficientemente o mar? Portanto, destinar mais dinheiro sob qualquer pretexto para essa atual estrutura precária, ineficiente e obsoleta será, simplesmente, jogar o precioso dinheiro público fora, além de não atender minimamente as reais necessidades de Defesa Nacional do nosso querido Brasil. Até quando? Tristes trópicos.
Fernando T. H. F. Machado
São Paulo
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ESPERANDO A LEI
A beleza do direito e da Justiça é, se aplicados corretamente, primar pela ampla defesa dos acusados. Sem o princípio do contraditório, não existe processo. No Brasil já houve várias tentativas de golpe, sem sucesso, e o que foi levado a cabo (com vários soldados), instituiu uma ditadura no País que durou 21 anos. Ninguém foi punido até hoje, e os desaparecidos nunca tiveram direito à defesa. A última semana foi histórica e importante para a democracia, pois os golpistas tabajara sentaram no banco dos réus, seguindo a ordem, defendidos por ilustres e caros advogados. Militares presos também figuram nesse rol. O Brasil está sereno, esperando que a lei se cumpra. Só isso.
Elisabeth Migliavacca
São Paulo
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HOLOFOTE
Como os ministros do Supremo Tribunal Federal gostam de um holofote, no julgamento pelo STF de Carla Zambelli, o ministro Kássio Nunes Marques pediu vista do processo, mas os ministros Cristiano Zanin e Dias Toffoli anteciparam seus votos. Se os votos fossem dados na volta do julgamento, não teriam a repercussão que teve agora. Enquanto isto, inúmeros processos com grande impacto na vida de todos os brasileiros ficam sem votação.
Vital Romaneli Penha
Jacareí
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EDUARDO PORTELLA
“Eu não sou ministro, eu estou ministro”. Essa frase proferida há mais de 45 anos pelo escritor, professor e imortal Eduardo Portella, enquanto ministro da Educação no governo militar do governo de João Figueiredo, foi marcante para mim por traduzir sua consciência da transitoriedade e humildade enquanto homem público, grandeza de caráter que nunca mais vi ou assisti entre os nossos políticos.
Jorge de Jesus Longato
Mogi Mirim
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REELEITA
Dilma Rousseff foi reconduzida à presidência do Brics por Vladimir Putin, da Rússia. Devemos nos orgulhar ou nos envergonhar?
Luiz Frid
São Paulo
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SOLUÇÃO
A controvérsia lançada pelos interessados em mudar a escala de trabalho de 6x1 para 5x2, ou, até mesmo, para 4x3, ficou mais fácil de resolver do que se imagina. Para evitar as intermináveis discussões acadêmicas, basta o governo federal impor às relações de trabalho a escala usado pelos países desenvolvidos. Escala por Hora, ou seja, o colaborador ganha por hora trabalhada. Quer ganhar mais, trabalhe mais. Quer trabalhar menos, ganhe menos. Não quer trabalhar, não ganhe nada. É a maneira mais democrata e eficiente existente, e nem precisa ser explicada. Será que aceitam? Logo, disse aquela senhorinha de Taubaté: Na verdade, eles querem ganhar mais sem trabalhar. Quem viver verá.
Júlio Roberto Ayres Brisola
São Paulo
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TURMA DO FUNDÃO
Numa sala de aula, a disposição mais comumente observada da alocação dos alunos pelas carteiras é a que mostra os mais cooperativos e comportados, inspiradores de exemplo para a obtenção de um bom ambiente de ensino, ocupando as fileiras da frente; e os exibidores de atitudes constrangedoras e desagregadoras – das quais, no entanto, se envergonham – espalhando-se lá pelos fundos, nas última cadeiras. Imaginemos agora que os discentes representam países democráticos, cada um com o estandarte simbolizando seu respectivo sistema legal, teoricamente competente para aplicar justiça da forma mais coerente possível – não se desgastando, por exemplo, ao ver a Corte Suprema, a quem nem caberia a decisão, condenar a 14 anos de prisão a cidadã que escreveu com batom perdeu mané na estátua da Justiça – e também para conter investidas de corrupção mediante aplicação de normas que impeçam a propagação de impunidade que acaba beneficiando corrupto e corruptor. Surge, então, a indagação: onde o Brasil estaria localizado? Provavelmente nas últimas cadeiras tentando se esconder.
Paulo Roberto Gotaç
Rio de Janeiro
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REGRA ELEITORAL
Donald Trump muda regra eleitoral e cita o Brasil como bom exemplo. E agora, o que dizem os bolsonaristas?
Sylvio Belém
Recife
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VIVER DUAS VEZES
Deveríamos viver duas vezes. Primeiro como ensaio geral, para só depois voltar para a apresentação final e definitiva.
Paulo Sergio Arisi
Porto Alegre