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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Por Fórum dos Leitores
8 min de leitura

Economia

Cenário pouco promissor

Bolsa recuando para 120 mil pontos, dólar no rumo dos R$ 7, enquanto o Banco Central torra dezenas de bilhões de dólares de nossas reservas cambiais tentando segurar o valor do real – sem êxito. Tesouro oferece IPCA + 8% ao ano e vê os tomadores torcendo o nariz: “Não, muito obrigado!”. Fuga de capitais para portos seguros, gastança desenfreada do setor público, recordes de arrecadação com taxas e impostos, mas o endividamento só aumenta. Déficit das contas públicas na casa de R$ 1,1 trilhão. O IPCA acima da meta, prometendo escalar, enquanto empresas, sufocadas, batem recorde de pedidos de recuperação judicial. Economistas já falam em quadro de “dominância fiscal”, fenômeno que ocorre quando a política monetária do Banco Central já não faz qualquer efeito para conter a inflação. E isso tudo num quadro em que o ambiente externo está relativamente calmo, “sob controle”, sem catástrofes, pandemias, recessões nos grandes players, altas alarmantes do petróleo nem conflitos de grandes proporções – situação que pode mudar. E nem vou falar do mau humor no Tio Sam após Lula da Silva ter apoiado Kamala Harris e hostilizado Donald Trump, associando-o ao “nazismo” dias antes de seu feito nas eleições americanas. Com esse pano de fundo pouco promissor, chegamos a 2025. Parabéns aos envolvidos. Apertem os cintos.

Silvio Natal

São Paulo

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São Paulo

Administração da cidade

Infelizmente, o que era previsto se concretiza. A cidade de São Paulo, a maior da América Latina, continuará abandonada e entregue aos interesses político-privados. Não bastasse a reeleição de um prefeito apagado e uma Câmara Municipal que virou um balcão de negócios, constituída por vereadores alinhados ao especulativo mercado imobiliário, São Paulo se tornou uma cidade cinzenta feia, cheia de prédios. Os parques estão sendo privatizados, tornando-se um shopping center a céu aberto. Até nossos antepassados essas administrações calamitosas foram perturbar, privatizando os cemitérios. Para culminar, o nosso prefeito foi buscar políticos sem experiência em comandar uma metrópole como São Paulo para compor o seu secretariado. Só nos resta rezarmos para que estes quatro anos se encerrem o mais breve possível, e os efeitos não sejam tão devastadores como estamos observando. Um ótimo ano de 2025 a todos, e que este secular veículo de imprensa, que é o jornal O Estado de S. Paulo, continue a noticiar, denunciar e cobrar a administração da nossa cidade.

Mario Labamca Filho

São Paulo

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‘Estadão’, 150 anos

Bálsamo matinal

Em meio a tantos desatinos de governos e instituições de nosso pobre país, cujo povo sem a educação mínima necessária elege e premia homens públicos que parecem odiar esta terra e sua gente, o jornal O Estado de S. Paulo, nosso querido Estadão, completa neste 4 de janeiro de 2025 150 anos. Ler o jornal todas as manhãs é um bálsamo. Parabéns, Estadão! Vida longa a todos os que trabalham para que tenhamos em mão este grande produto da cultura dos brasileiros.

Jane Araújo

Brasília

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Testemunha das mudanças

Conheço o Estadão desde a minha alfabetização. Mesmo nos dias de hoje, com as modernidades tecnológicas, gosto do jornal impresso, que levo comigo aonde eu quiser. Este jornal tem a experiência de anos e anos como testemunha ativa das mudanças do mundo e de nosso país. Este é o nosso Estadão. Parabéns!

Tania Tavares

São Paulo

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Sesquicentenário

Em nome do Grupo Bandeirantes, parabenizo o jornal O Estado de S. Paulo pelo aniversário de 150 anos.

João Saad,

presidente do Grupo Bandeirantes de Comunicação

São Paulo

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Em família

Querido Estadão, nos conhecemos há muito tempo. Os primeiros a serem seus leitores foram os meus pais. Logo chegou a minha geração e, em seguida, a dos meus filhos, finalizando com a dos meus netos. Afirmo, com certeza, que o jornal influenciou muito meus familiares, tornando-os seres humanos melhores. Desejo que o Estadão complete mais 150 anos, seguindo junto com a minha família.

Fatima Soares

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

150 ANOS

No longínquo 4 de janeiro de 1875, uma segunda-feira, com o Brasil ainda vivendo sob o regime imperial de D. Pedro II, circulou a primeira edição de A Província de São Paulo, jornal fundado por um grupo de 21 pessoas comprometidas com os ideais republicanos, abolicionistas e liberais, destinado a acompanhar e incentivar diariamente os valores da democracia. Na capa do primeiro matutino foram impressos com todas as letras em preto e branco os princípios que fariam da publicação uma das mais longevas do País. ”Não sendo órgão de partido algum nem estando em seus intuitos advogar os interesses de qualquer um deles, e por isso mesmo colocando-se em posição de escapar às imposições do governo, às paixões partidárias e às seduções inerentes aos que aspiram ao poder e seus proventos, conta A Província de São Paulo fazer da sua independência o apanágio da sua força e a medida da severa moderação, sisudez, franqueza, lealdade e critério, em que fundará o salutar prestígio a que destina-se a imprensa livre e consciente”. Um século e meio depois, o Estadão – merecido e espontâneo apelido que espelha sua dimensão em importância segue divulgando em suas múltiplas plataformas conteúdo de extrema relevância e credibilidade, razão pela qual se tornou um dos mais prestigiados, respeitados e premiados veículos do País, sem jamais abrir mão ao longo de todos os anos e páginas publicadas – nem mesmo sob a ditadura militar – dos princípios básicos incontestáveis e inegociáveis do Estado Democrático de Direito, da liberdade de imprensa e de opinião, e da veracidade dos fatos do dia a dia no Brasil e no mundo. Felicitações e votos de longa vida ao Estadão nosso de cada dia. Viva!

J. S. Decol

São Paulo

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GRANDEZA DE PRINCÍPIOS

4 de janeiro de 2025. Enfim, algo importante e relevante a comemorar neste país. Meus cumprimentos ao O Estado de São Paulo pelos 150 anos. Nasceu em 1875 como A Província de São Paulo e hoje é mais conhecido por Estadão, nome forte, não pelo tamanho, mas pela grandeza de princípios que representa, sempre defendendo “a modernização do Brasil, das suas instituições, do jeito de fazer política”, como disse Erick Bretas, CEO do jornal. Amanheceu, está lá o Estadão. É assim que o Brasil acorda, todos os dias, há 150 anos.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

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PROTAGONISMO

No editorial A credibilidade do STF em queda livre (Estadão, 2/1, A3) o Estadão analisou o protagonismo exagerado do Supremo Tribunal Federal (STF). Essa super atuação foi decisiva no desgoverno Bolsonaro. A continuação da abrangência sobre os outros dois Poderes tem a ver com a balbúrdia no Congresso e a omissão do Executivo. Os Três Poderes precisam atuar com competência e sabedoria para que haja harmonia entre eles numa democracia. Cabe a nós, eleitores, eleger políticos mais competentes para que o Legislativo e o Executivo funcionem bem e a Nação seja mais feliz.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

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TEMPESTADE

Desde o dia em que o atual vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, resolveu aderir à cena de volta ao crime de Lula, foi possível antever que o STF teria protagonismo incomensurável no governo que se elegeria e tomaria posse há dois anos. Como encerra o editorial, sobre a queda livre da credibilidade desse poder da República, esperemos a tempestade.

Carlos Leonel Imenes.

São Paulo

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VIRADA DO ANO

O Brasil comemorou com alegria a Virada de Ano para 2025. Toneladas de fogos de artifício de todas as categorias embelezaram a noite do sofrido povo brasileiro. Não se pode esquecer dos shows artísticos de cantores regionais, de todos os matizes, especialmente em regiões e cidades bem interioranas do País. Na verdade, se não fossem as tais das emendas parlamentares desviadas dos programas de saúde ou de pontes que cairam ou cairão, acabando por matar pessoas inocentes, tudo poderia ser diferente. Afinal, mais vale a animação dos shows protagonizados pelos cantantes do que de serviços que não aparecem aos olhos desse mesmo povo amargurado. É o que temos para hoje.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

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REFÉM

O jornalista William Waack diz que o governo Lula é Refém das circunstâncias (Estadão, 2/1, A7). Eu digo que esse governo criou as circunstâncias das quais é refém. E não preciso repetir várias vezes; está muito evidente. O problema é um só: incompetência. Também pudera, 37 ministérios distribuídos por critérios políticos em vez de técnicos, com o que ocupa o Ministério da Fazenda tendo confessado que estudou pouco Economia, e passou na matéria colando. Um ministro do Supremo Tribunal Federal que foi reprovado duas vezes em concurso para juiz e, monocraticamente, desfez a Lava Jato permitindo a volta da corrupção. Um presidente que foi condenado em três instâncias por n juízes de carreira e que declarou que livro é como aparelho de exercícios que sabe que faz bem mas cansa (!?). E por aí vamos tendo que aturar uma equipe de governo totalmente incompetente e desajustada. Refém? Sim. Mas refém mesmo somos nós, os mais de 200 milhões de brasileiros que temos de assistir e pagar por tantas mazelas.

Silvano Corrêa

São Paulo

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CONDIÇÃO BÁSICA

Li as manchetes recentes dando conta que Eduardo Paes no Rio e Cícero Lucena comemoram a quarta vez que são eleitos prefeitos. Comemorar o quê, cara pálida? Será que não existem outras pessoas melhores que eles? Claro que existem. Mas onde está o espaço para aparecerem? Não existe. Nosso sistema político é perverso. Isso só acabará quando proibirem as reeleições. Atualmente, quando eleitos, só pensam em se reelegerem e esquecem de trabalhar por quem os elegeu. Pouco entendo de política, mas tenho certeza que quando acabarem com o instituto da reeleição as coisas melhorarão. E acabar também com o nepotismo na política. Por exemplo: votei em Bolsonaro, mas não concordo com a eleição de todo o seu clã. Parece coisa de máfia. Mulheres de governadores sendo membros de Tribunais de Contas. Tais mulheres nem cuidar da casa sabem muito menos serem conselheiras de contas. Isso tem que acabar. É uma das condições básica para ingressarmos num mundo melhor.

Iria de Sá Dodde

Rio de Janeiro

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APÓS ELEIÇÕES

A ex-vereadora Janaina Lima levou embora o vaso sanitário e duas pias do gabinete que ocupava. Cada pessoa tem as suas privacidades. Temos que respeitar os usos e costumes da ex-vereadora.

Arcangelo Sforcin Filho

São Paulo

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INSTITUIÇÕES MILITARES

Na sociologia, o controle social é o conjunto de normas, valores e leis que regulam o comportamento das pessoas. Está em tramitação um Projeto de Lei da deputada federal Maria do Rosário que dispõe sobre a transferência da gestão e administração das instituições do ensino militar das Forças Armadas para o Ministério da Educação, a fim de assegurar o controle social dos militares. Ora, o Ministério da Defesa foi criado para unificar a doutrina militar e também assegurar o controle dos militares pelo poder político. Sobrecarregar o MEC com mais uma atribuição que é realizada pelas estruturas dos Comandos Militares com reconhecida eficácia não vai modificar o pensamento democrático militar conscientemente transmitido, dia e noite, aos alunos do Colégio Naval, Escola Naval, Escola Preparatória de Cadetes de Campinas, Academia Militar das Agulhas Negras, Escola Preparatória de Cadetes do Ar de Barbacena, Academia do Ar de Pirassununga, Instituto Militar de Engenharia e Instituto Tecnológico da Aeronáutica. Terá o MEC estrutura necessária e suficiente para administrar bem todas essas instituições militares ensino?

Paulo Marcos Lustoza

Rio de Janeiro

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COREIA DO SUL

A super industrializada Coreia do Sul se debate com uma crise classificada por um conhecido comentarista político local como perigosa. O presidente Yoon Suk-Yeol, ainda em exercício, mas afastado das funções por decisão do parlamento, é acusado de abuso do poder por ter tentado impor a lei marcial no país. A justificativa de tal iniciativa é a existência de ações da oposição, por ele tachadas de comportamentos antiestatais. O mandado de prisão, ordenado pela Justiça, tem prazo até 6 de janeiro para ser cumprido. Ocorre, no entanto, que o mandatário já resistiu por três vezes consecutivas à determinação legal e promete “lutar até o fim”. Por outro lado, há informações dando conta de que sua guarda pessoal está impedindo a aproximação dos responsáveis pela execução da ordem, o que indica um estado crescente de tensão cujo desfecho é difícil de prever. Para agravar o cenário, é considerável a movimentação popular em ambos os sentidos, pró e contra o governante. Por se tratar de uma democracia considerada até agora como modelar, assistir ao ensaio de decretação de lei marcial, aplicável em situações especiais e que implica em redução de garantias individuais, é inevitável a indagação: o que está acontecendo mundo afora com o pior dos regimes, com exceção dos demais, segundo as sábias palavras de Winston Churchill?

Paulo Roberto Gotaç

Rio de Janeiro