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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Eleição no México

Claudia Sheinbaum

Com vitórias apoiadas por seus antecessores e por discursos voltados aos anseios da população, Dilma Rousseff e Claudia Sheinbaum estão inscritas na História por terem sido as primeiras mulheres eleitas presidentes de seus países. No Brasil, a politicagem manteve tudo praticamente igual. No México, pode ser que o tráfico de drogas não deixe nada mudar.

Carlos Gaspar

São Paulo

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Aposta no populismo

O Brasil tem suportado uma política populista que está levando o País a uma situação perigosa: com uma quantidade enorme de empresas sendo fechadas e sem que vejamos novas abertas. Como resolver o sério problema? É o governo colocar à venda uma mercadoria preciosa: a credibilidade. Sem ela e sem vê-la para comprar, os investidores preferem aguardar calmamente com seu capital, enquanto o governo corre loucamente para encontrar formas de obter receitas. O México pode ser inserido naquele dito popular de que “vassoura nova varre bem”. E vai varrer até que Claudia Sheinbaum consiga agradar a López Obrador e aos eleitores. Observe-se, no entanto, que o populismo de Obrador não precisa vender credibilidade, mas precisa alienar segurança para os investimentos e para a manutenção da lei, da ordem e do respeito às leis. Na verdade, os mexicanos desejam a tranquilidade constitucional e a segurança de seus lares. Terão agora?

José C. de Carvalho Carneiro

Rio Claro

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Argentina

As ideias de Milei

Sobre o artigo O que há de errado com Javier Milei (Estadão, 3/6), não há nada de errado com as ideias defendidas por Milei. Errado é olhar os dados, os fatos e os resultados de anos de governos social-democratas e socialistas na pobre e violenta América Latina e encontrar algo de positivo na economia e na sociedade.

Alfredo P. C. de M. T. Gomes

São Paulo

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Crise climática

Adaptação das cidades

O que tem sido negligenciado em todas as discussões sobre os efeitos das mudanças climáticas é o espaço ocupado pelas soluções da engenharia, que vêm mitigando com eficiência os efeitos dos extremos climáticos em belos exemplos mundo afora, em que pese o exposto no editorial Só dinheiro e boa vontade não bastam (Estadão, 3/6, A3). A cidade de Porto Alegre, por exemplo, tinha uma gigantesca estrutura de proteção contra enchentes, mas que falhou por falta de manutenção. A maioria das bombas não funcionou, comportas estavam enferrujadas e inoperantes, etc., o que mostra que projetos de engenharia foram feitos, mas o desmazelo administrativo pôs tudo a perder. O clima pode estar mudando, mas a engenharia sabe como lidar com isso nos seus critérios de projeto, como sempre aconteceu. O que precisa mudar é o zelo no cuidado das estruturas de combate às enchentes.

José Elias Laier.

São Carlos

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Reconstrução do RS

Nova realidade

O Rio Grande do Sul precisa reconstruir casas, ruas, estradas, pontes e cidades, num nível muito mais alto do que antes da grande tragédia climática que se abateu sobre o Estado gaúcho. Não adianta voltar a construir nos mesmos locais e níveis anteriores, pois é muito provável que novos desastres voltem a acontecer em intervalos de tempo cada vez menores. Há uma nova realidade climática no mundo, que deve ser a nova norma. Construir ou reconstruir em solos bem mais altos em relação ao nível dos rios e do mar. Evitar construções em encostas de morros. Respeitar sempre a natureza.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

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Acolhimento

Há algum tempo, minha família foi voluntária aqui, em Londrina, de um projeto chamado Família Acolhedora, por meio do qual nós acolhíamos uma criança ou um adolescente até que conseguisse uma adoção definitiva. Penso que poderíamos criar um projeto semelhante, em que uma família em condições e com disponibilidade poderia acolher uma família afetada pelas enchentes do RS, ou parte dela, em sua casa, por um período ou até que se ajeitassem as coisas. Desde já, a minha estaria à disposição. As famílias em necessidade seriam devidamente cadastradas, assim como as famílias acolhedoras, e estas receberiam um subsídio ou ajuda humanitária enquanto hospedassem essas pessoas. Um projeto difícil? Sim, claro! Mas seria uma forma de ajudar.

Moás Lourenço de Albuquerque

Londrina (PR)

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

CARMEM LÚCIA

Fake news, inteligência artificial e eleições municipais: os desafios de Carmem Lúcia no TSE (Estadão, 4/6, A6). Segundo o ex-ministro Ayres Britto,Cármen Lúcia sabe bater continência para a Constituição e exigir que os outros façam o mesmo”. Há controvérsias. Pouco fez em relação à anistia imoral de Lula da Silva, omitiu-se quanto às atitudes arbitrárias e monocráticas de Alexandre de Moraes, e se fez de morta em relação ao inconcebível perdão concedido por Dias Toffoli a criminosos da Lava Jato. Por outro lado, demonstrou incoerência ao julgar gravíssima a suposta tentativa de golpe do 8 de janeiro, e ao declarar-se contrária à anistia dos envolvidos. Cármen Lúcia pouco difere de seus colegas de Supremo, ou seja, a ministra, lamentavelmente, é mais do mesmo.

Maurílio Polizello Junior

Ribeirão Preto

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‘ANOS SOFRÍVEIS’

Desde sua indicação para o Supremo Tribunal Federal (STF), a ministra Carmen Lúcia chegou com frases de efeito bonitinhas. No entanto, aos olhos mais aguçados da sociedade, muito fracas. Na maioria dos julgamentos falava, falava e no final: “sigo o digníssimo relator”, o que não seria diferente agora assumindo a presidência do TSE: “sigo Alexandre de Moraes”, que tem um histórico bem questionável com relação a sua presidência. Esse papo de tudo pela democracia deu a ele uma sistemática perseguição àqueles que ideologicamente discordava. Pelo jeito teremos mais dois anos sofríveis no TSE. Infelizmente.

Beatriz Campos

São Paulo

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‘DISCURSO FORTE’

O discurso de posse da ministra Carmem Lúcia no TSE teve um tom forte ao combater o algoritmo do ódio e defender a informação séria e responsável, no sentido de garantir eleições livres que teremos pela frente. Felizmente, temos um Judiciário que combate as fakes news com vigor, possibilitando que nossa democracia siga firme apesar dos ataques eventuais que sofre de tempos em tempos.

José de Anchieta Nobre de Almeida

Rio de Janeiro

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INFORMAÇÃO SÉRIA

“Contra o vírus da mentira, há o remédio da informação séria”, diz Cármen Lúcia ao tomar posse no TSE. Só faltou complementar que informação séria sem liberdade de expressão não existe. Nem tampouco eleições livres.

Jorge Alberto Nurkin

São Paulo

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PIB DIVULGADO

O IBGE divulgou nesta terça-feira, 4/6, o crescimento econômico do País neste primeiro trimestre de 2024, que foi um pouco melhor, de 0,8%, do que o esperado de 0,7% pelos especialistas. No acumulado dos últimos 12 meses, a alta foi de 2,50%. Porém, pelo último boletim Focus, as apostas recaem em um PIB de 2,05% contra 2,2% do governo para este ano. Setores que impulsionaram o crescimento econômico no trimestre: comércio em mais 3%, serviços em 1,4%, o agropecuário em 11,3% (como sempre forte nas exportações no início do ano). Já o consumo das famílias cresceu no período citado em 1,3%. A incógnita para o tamanho do PIB para este ano se concentra sobre os possíveis efeitos da tragédia climática no Rio Grande do Sul, em que especialistas acreditam que pode minar o PIB em até 0,3%. Porém, algo de ruim ocorre no horizonte, já que, mesmo com o crescimento um pouco melhor, como de 0,8% no primeiro trimestre, o mercado demonstra não confiar na forma como o atual governo conduz a economia. Mesmo porque, nesta terça-feira o dólar bateu R$5,29. A bolsa caiu e os estrangeiros já retiraram da bolsa R$35 bilhões.

Paulo Panossian

São Carlos

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ARTICULAÇÃO POLÍTICA

O Estadão publicou nesta terça-feira, 4/6, matéria intitulada Lula retomará agendas com parlamentares após derrotas no Congresso, diz ministro (Estadão, 4/6, A9), sobre a decisão do presidente de retomar o seu envolvimento direto na articulação política do governo depois de um sério revés. Finalmente, digo eu, pois ao contrário do que disse, sem motivo, que herdou uma herança maldita de Fernando Henrique Cardoso, neste mandato, ele a recebeu do pior chefe de Estado que o Brasil já teve em toda a sua história. Também sabia que encontraria um Congresso contra o seu governo em face do resultado do primeiro turno. E ao contrário do que se esperava, de um político com uma experiência comprovadamente extraordinária, em lugar de cuidar da política interna, resolveu viajar pelo mundo, se envolvendo em assuntos sem interesse direto para o Brasil, como por exemplo, a guerra da Ucrânia. Só quase um ano e meio depois de sua posse se convence que cabe a ele a tarefa de se entender com o Congresso, pois ninguém em seu governo o fará melhor que ele. Cabe a ele negociar com os parlamentares as leis em defesa do meio ambiente e do combate ao Aquecimento Global, que ameaça seriamente a própria sobrevivência da humanidade, além daqueles importantes para a população. O País possui as melhores condições climáticas para reverter a situação. O que vem acontecendo no Rio Grande do Sul é apenas uma amostra do que nos espera no futuro, em todo o planeta. O climatologista Carlos Nobre foi curto e firme: “Não podemos mais extrair petróleo”. Mas, o presidente insiste, inclusive na zona Equatorial, ameaçando o Rio Amazonas. O Brasil tem outras riquezas a serem exploradas como a extração de Terras Raras e outros minerais de grande valia, além do mercado de Carbono através das nossas florestas.

Gilberto Pacini

São Paulo

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‘MOMENTO CLAMA POR SERENIDADE’

Durante entrevista concedida em 26 de julho de 1988, o então presidente José Sarney afirmou sem titubeios que o Brasil se tornaria ingovernável a partir da vigência da Constituição que seria promulgada cerca de três meses depois. Desde então, a Carta teve o texto alterado mais de 140 vezes e ainda espera pelo exame de aproximadamente eventuais 1.700 propostas de emendas destinadas a beneficiar grupos específicos, a serem examinadas e provavelmente aprovadas por um Parlamento fisiológico, onde se aninha uma plêiade de políticos amorais, desprovidos de um mínimo de espírito público, que aguardam de boquinha aberta, como filhotes de águia, o alimento que a mãe lhes traz (verbas e cargos) para continuar sobrevivendo e ascendendo na chamada vida pública. O momento clama por serenidade em busca de soluções patrióticas que promovam aumento da qualidade de vida do povo e crescimento minimamente sustentável, e não de prosopopeias egoístas mascaradas pela prática de uma pseudo democracia ou de equivocados posicionamentos na arena internacional que estão corroendo gradativamente o prestígio do País entre os governos historicamente aliados.

Paulo Roberto Gotaç

Rio de Janeiro

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‘ATRAÇÃO FATAL’

Guido Mantega. Toda vez que seu nome é especulado para assumir a Petrobras, a Vale, e agora a Brasken, as ações das empresas despencam na Bolsa de Valores. Guido Mantega é uma espécie de atração fatal, mas mesmo assim seu amigo de longa data, o presidente Lula da Silva, insiste em querer achar um emprego com carteira assinada para ele. Guido Mantega foi aquele que, junto com a gerentona Dilma Rousseff, levou o País a um caos econômico, político e social. Mas aqui é Brasil. O País onde a incompetência e o mal feito são premiados, com a complacência de um povo anestesiado e sem memória.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador (BA)

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RELAÇÕES EXTERNAS

O editorial A ‘paz’ de Lula é a submissão da Ucrânia (Estadão, 3/6, A3) tratou da condenável postura do governo Lula 3 ao declarar em alto e bom som que “a decisão da guerra foi tomada por dois países”, desprezando a covarde, criminosa e injustificável invasão à Ucrânia, país livre e soberano, pelo exército russo do czar Vladimir Putin, o terrível, há mais de dois anos. Diante do descabido posicionamento de Lula, sempre mal assessorado pelo seu assessor de assuntos internacionais – o famigerado chanceler Celso Amorim, de viés esquerdista e anti-ocidental –, cabe dizer que certamente o presidente deve desconhecer não apenas o real significado das palavras agressor e invasor, como também a sua grafia em bom português.

J. S. Decol

São Paulo

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NOVA PRESIDENTE DO MÉXICO

Claudia Sheinbaum, física e engenheira ambiental, foi eleita presidente do México, que agora é o país liderado pela chefe de governo mais bem preparada do mundo. Uma mulher com mente científica é imbatível e possui qualificação para administrar uma nação, com notável competência intelectual. Um exemplo que deve ser seguido por todas as nações, principalmente pelo Brasil e sua notória preferência por homens medíocres e totalmente despreparados para presidir um país moderno, como os dois últimos, que nos conduzem, em marcha ré, para o pior de nosso passado. Precisamos de uma Cláudia em 2026.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

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CONDENAÇÃO DE DONALD TRUMP

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump saiu fortalecido depois de ser condenado criminalmente por fraudes envolvendo pagamentos por sexo com uma atriz de filmes pornográficos. Trump vai se apresentar como perseguido político e tem grandes chances de voltar ao poder. Os terroristas que atacaram os judeus estão se fortalecendo, a resposta de Israel foi considerada desproporcional e foi muito mal recebida no mundo todo, nunca houve tantos movimentos contra Israel e a favor da Palestina como agora. As tragédias climáticas são em boa parte causadas pela destruição ambiental, o agronegócio é o principal responsável pelo desmatamento desenfreado, mas se apresenta como vítima das mudanças climáticas. Vai receber ajuda para continuar destruindo a natureza e agravando o problema. O mundo inteiro está precisando rever seus conceitos sobre resolução de problemas, relações de causa e efeito, leitura e compreensão de textos. Tudo isso se aprende na escola, mas parece que ninguém estuda mais nada.

Mário Barilá Filho

São Paulo

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PLANOS DE SAÚDE

A pergunta que não quer calar: no orçamento da União para o ministério da Saúde foi previsto o grande aumento de brasileiros que buscarão atendimento no SUS? Os aumentos dos custos anuais dos planos de saúde, muito acima da inflação, só permitirão aos ricos pagarem seus custos anuais.

Luiz Frid

São Paulo

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AEROPORTO DE VIRACOPOS

É absurdo, sem nexo, vexatório o que acontece no Aeroporto de Viracopos em Campinas (SP). Primeiro, temos que andar quase todos os prédios de onde desembarcamos até a área das bagagens, principalmente pessoas idosas que tem que andar muito e devagar, porque o desembarque é muito longe. Por que não colocar aqueles carrinhos que existem na área do embarque no desembarque para auxiliar os passageiros, principalmente os idosos? Segundo, outro absurdo é estarmos na área de desembarque e termos que subir escadas ou elevadores, e andar bastante para pagar o ticket do estacionamento do aeroporto. Se não temos o cartão ou PIX, temos que andar mais um pouco para pagar com dinheiro no caixa do estacionamento no 2.º andar. Por que não facilitar o pagamento na zona do desembarque? Pra que facilitar se podemos complicar? Era muito mais fácil pegar as malas, pagar o ticket e ir para o carro, e não ficar passeando no aeroporto. Quando desembarcamos queremos sair logo dali e ir para a casa, e não ficar passeando ali dentro. Não existe justificativa. Não se pensa nos passageiros, só nos lucros. É lamentável.

José Claudio Canato

Porto Ferreira (SP)

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ALISTAMENTO OBRIGATÓRIO

O colunista Roberto Livianu, no artigo intitulado Crime organizado e serviço militar obrigatório (Estadão, 3/6, A4), propõe o fim do alistamento militar, alegando que não somos um País belicoso. Tem toda razão, a própria Constituição proíbe guerras de conquista, mas atribuiu às Forças Armadas a defesa nacional. Não se escolhe inimigos. Eles aparecem quando menos se espera em um país com grandes vulnerabilidades estratégicas em todos as áreas de nosso desenvolvimento econômico e social, onde é grande a cobiça externa por nossas riquezas naturais. Acabar com o alistamento obrigatório vai desorganizar o serviço Militar e não vai resolver o problema da criminalidade, que está muito bem organizada em recrutar os jovens e instruí-los para o crime.

Paulo Marcos Gomes Lustoza

Rio de Janeiro

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‘INVENTAR DE NOVO O AMOR’

Vinícius de Moraes já premeditava nas recordações musicadas, de uma fase distante, que seria preciso “inventar de novo o amor”. Apesar de Carta ao Tom se referir ao Rio de Janeiro, atualmente a letra é uma crítica perfeita à modernização que desconsidera o valor sentimental e histórico do Brasil. Suplicamos a reinvenção dos sentimentos e relações em meio ao desencanto moderno e apático inexpressivo. Queremos ver da janela o cantinho do céu, o Redentor e deixar o amor doer em paz. Na esperança de resgatar o País de amor que se perdeu, nós nos compenetramos cada vez mais nos versos musicais dos poetas dos anos dourados e fazemos disso alimento para a alma.

Alyne Costa

Brasília