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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Por Fórum dos Leitores
8 min de leitura

Reforma tributária

A Nação em sobressalto

Nem bem terminou o julgamento que tornou Bolsonaro inelegível – o que ainda pode provocar muita polêmica –, a atenção da população se volta para a reforma tributária, que poderá mexer no bolso de todos nós. O tema é de altíssima relevância e levou líderes partidários a se reunirem em pleno domingo em Brasília, algo incomum (Estadão, 3/7, B1 e B2). O esforço é para a matéria ser votada até o fim da semana. Quem cuida disso é o presidente da Câmara, Arthur Lira, convertido em governista a peso de emendas parlamentares e cargos para seus aliados. Enquanto isso, Lula está na Argentina e assume a coordenação do Mercosul debaixo de polêmicas com a União Europeia. O sentimento é de que dificuldades não faltarão. Adicionalmente, corre a notícia de que, apesar da desoneração de tributos para o carro popular, duas grandes montadoras pretendem parar a produção por dez meses. São tempos difíceis. A polarização política leva à sensação de incerteza. Espero que o governo tenha condições de cumprir a sua tarefa e tirar o País da provisoriedade em que vivemos. E que, na mesma direção, os congressistas se empenhem para que a legislação a ser aprovada seja compatível com as necessidades do País.

Dirceu Cardoso Gonçalves

aspomilpm@terra.com.br

São Paulo

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Democracia

Oportunidade perdida

Na semana que passou, e por vezes seguidas, o presidente Lula e a presidente do PT perderam a oportunidade de se manifestarem democraticamente. Continuam esquecidos de que Lula não foi eleito pelos insuficientes votos dos seguidores de suas retóricas ideológicas, mas por quem tinha como objetivo maior livrar o Brasil de Jair Bolsonaro. As declarações de Lula e os aplausos que as acompanharam sobre a “democracia relativa”, o excesso de eleições na Venezuela, as vitórias de ditadores “companheiros” e as justificativas de que as críticas aos amigos devem ser feitas pessoalmente demonstram que ainda vivem uma realidade paralela, onde todos os habitantes participam do Foro de São Paulo e das festas juninas do PT em Brasília. Ademais, a platitude das declarações de Lula em torno da decisão de inelegibilidade do ex-presidente (“isso é um problema da justiça, não é problema meu”) é gritante e não alcança a importância do que isso significa para o futuro político e social do País. E o que se pode entender da obviedade da fala de Hoffmann (“é obvio que uma decisão dessa não tira a extrema direita do jogo político”)? Nenhum dos dois aproveitou o momento para, além de seu cercadinho, conclamar todos os brasileiros a buscar o melhor para o Brasil. Democracia significa o sistema de governo representativo de um povo, em oposição ao governo oligarca, de e para um grupo específico. Democracia, por princípio, não pode ter como limites crenças religiosas específicas, cor de pele ou de olhos, afinidades sexuais, metragem de moradia, saldo bancário ou até poder de compra. Falta aos dois dirigentes o princípio democrático.

Maria Beatriz Cytrynowicz

biacytry@gmail.com

São Paulo

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‘Democracia relativa’

“Para o Einstein petista, democracia é conceito ‘relativo’ e a Venezuela é uma democracia, porque realiza ‘mais eleições que o Brasil’. É um deboche com os que sofrem sob o tacão de Maduro” (Estado, 2/7, A3). Com afirmações desse tipo, o que se pode esperar de um presidente com visão tão distorcida das regras democráticas? Uma coisa é não intervir em políticas de outros países. Outra é taxar de democrático um governo tirânico que oprime o seu povo.

Arnaldo Goltcher

goltcher@terra.com.br

São Paulo

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Educação

Incentivo no ensino médio

Pagar para ter aluno no ensino médio reduz evasão, aponta Insper (Estado, 3/7, A14). Medidas nessa direção têm o potencial de qualificar os jovens para o mundo do trabalho e melhorar a situação de todos. Cada centavo aplicado na educação, segundo estudos, volta multiplicado para a sociedade. Todas as iniciativas nessa direção são bem-vindas, pelo bem de todos.

Pedro Paulo A. Funari,

professor titular do Depto. de História da Unicamp

ppfunari@unicamp.br

Campinas

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Arthur Lira

Patrimônio

Lira triplicou patrimônio em quatro anos de mandato (Estado, 4/7). Nada como ser presidente da Câmara. Eita cargo porreta!

Robert Haller

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

A FORÇA DO BOLSONARISMO

Acho pouco provável que o bolsonarismo perca força e relevância na política brasileira. Aliás, é importante reconhecer a influência de Jair Bolsonaro na direita e na extrema direita nacional. Elegeu, com louvor, o governador de São Paulo, colocando fim numa hegemonia histórica dos tucanos. O PSDB, que desde a redemocratização disputou o protagonismo com Lula e o PT, foi praticamente varrido do mapa político-partidário. Bolsonaro, inelegível ou não, tem força e relevância. É um oponente que não pode ser descartado ou subestimado. O gás dado ao PL nas últimas eleições comprovam essa tese.

Willian Martins

martins.willian@yahoo.com.br

Guararema

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SAI BOLSONARO, ENTRA LULA

Sai Bolsonaro, saudoso do fascismo de Augusto Pinochet, e entra Lula, fã bolivariano de Hugo Chávez e Nicolás Maduro. Os brasileiros, fãs de democracias atuais, vivem de vãs esperanças de futuro melhor.

Paulo Sergio Arisi

paulo.arisi@gmail.com

Porto Alegre

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‘COISA RUIM’

Em pronunciamento na Bahia, Lula diz que precisa agir e entregar obras, senão a outra “coisa ruim” pode voltar, na próxima eleição. Claramente se referia a Bolsonaro – que faz jus ao adjetivo –, mas fica a dúvida no ar: além de Bolsonaro, quem é a “outra” coisa ruim? Ele mesmo? Bingo!

Sérgio Eckermann Passos

sepassos@yahoo.com.br

São Paulo

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‘MENOR PIOR’

Votei em Lula no segundo turno, pois era naquele momento o menos pior. Mas, à medida que o governo petista avança, meu arrependimento aumenta, pois o menos pior está a cada dia mais parecido com o “mais pior”. Durante o governo do “mais pior” encontrávamos um eco na mídia, compartilhando conosco a mesma indignação diante de sua verborragia e os seus atos tresloucados, e me sentia representada por ela. Agora procuro nas notícias algum posicionamento sobre os absurdos do “menos pior” – apoio a Maduro e às piores ditaduras do mundo, liberações de bilhões ao Congresso para votações de projetos, viagens suntuosas com nenhum propósito, etc., mas nada, ou muito pouco. Os abusos de poder do Supremo Tribunal Federal (STF), as perseguições às oposições (Deltan Dallagnol, Sergio Moro), o pedido de cassação da Jovem Pan (odeio, mas quero que esteja no ar), nada. Um silêncio ensurdecedor e assustador, uma conivência da mídia. Nesse sentido o menor pior é até mais perigoso do que o outro, porque é um ditador queridinho da mídia e que não tem limites nem nada que o detenha.

Ana Lucia Merlino

analucia.merlino@gmail.com

São Paulo

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CONCEITO RELATIVO

O presidente Lula tem razão. Democracia é um conceito relativo. Tanto assim que, independentemente das razões apontadas como justificativa, impedir lideranças de se candidatar pode ser qualificado como democrático ou como ditatorial, dependendo do ponto de vista (Bolsonaro fica inelegível e abre espaço para ‘herdeiro’ na direita, 1/7, primeira página). Se for na Venezuela, por exemplo, é ditatorial. Já no Brasil, é defesa da democracia.

Patricia Porto da Silva

portodasilva@terra.com.br

Rio de Janeiro

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FALA DE LULA

Eu concordo que a Venezuela é uma democracia, e Lula é honesto.

Elvio M. Lagazzi

elvio.babi@hotmail.com

Araras

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‘FACADA NAS COSTAS’

O ex-presidente Jair Bolsonaro disse que levou uma “facada nas costas” após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) torná-lo inelegível por oito anos por abuso de poder político ao se utilizar de seu cargo e da estrutura da Presidência da República para, em reunião com embaixadores, levantar suspeitas infundadas contra o sistema eleitoral brasileiro. Mas Jair não considera os milhões de brasileiros que foram, por ele próprio, apunhalados seguidamente, dos pés às cabeças, e principalmente os que formam as minorias desprezadas, aviltadas e desconsideradas? Não considera o meio ambiente mutilado por suas ações e omissões? Não considera as milhares de vítimas da covid-19 abandonadas à própria sorte?

Marcelo Gomes Jorge Feres

marcelo.gomes.jorge.feres@gmail.com

Rio de Janeiro

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TJ DE GOIÁS

TJ de Goiás expande regalias juízes têm salário de R$ 170 mil (3/7, primeira página). Que abuso!

Maria do Carmo Zaffalon Leme Cardoso

zaffalon@uol.com.br

Bauru

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JUSTIÇA DO BRASIL

Entre outras coisas, a Justiça do Brasil é desacreditada porque seus juízes miram muito seus próprios altos benefícios salariais e benesses, que vão de viagens de lazer disfarçadas de congressos até pagamentos de despesas próprias e familiares. E a lentidão dos processos anula o próprio conceito de justiça.

Ademir Valezi

valezi@uol.com.br

São Paulo

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REFORMA DO JUDICIÁRIO

O Poder Judiciário é a maior caixa-preta que existe no Brasil. Lá só tem rei e marajá. A reforma que o Brasil mais precisa é a do Poder Judiciário, e ninguém fala dela.

Renato Maia

casaviaterra@hotmail.com

Prados (MG)

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REFORMA TRIBUTÁRIA

Parece que nesta reforma tributária só serão trocadas as letras dos impostos. Diminuição da carga tributária? Nem pensar.

Luiz Frid

fridluiz@gmail.com

São Paulo

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COMPETITIVIDADE E PRODUTIVIDADE

Apesar de todos os esforços, a nossa classificação em competitividade e produtividade no emprego continua em posição sofrível e demonstra que muitas empresas, principalmente as estrangeiras, não enxergam com bons olhos a tempestade perfeita que atravessamos com inflação em alta, juros no teto e baixo consumo generalizado. A palavra reindustrialização soa surreal num cenário de aumentos de preços, inclusive públicos, e a drástica situação da remuneração salarial no Brasil.

Carlos Henrique Abrao

abraoc@uol.com.br

São Paulo

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PREÇO NAS NUVENS

As autoridades competentes deveriam impor um padrão mínimo para o serviço de bordo das companhias aéreas. A pandemia acabou, os voos estão lotados, o preço das passagens, na nuvens, e as empresas têm a ousadia de servir um pacote de salgadinho com 10 gramas em voos de várias horas de duração. Faturar o máximo oferecendo o mínimo sem regulamentação fará logo mais as empresas aéreas cobrarem pelo uso do toalete nas aeronaves.

Mário Barilá Filho

mariobarila@yahoo.com.br

São Paulo

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‘BIKES’ E ELÉTRICOS

O atual avanço das bikes e veículos elétricos em nossas grandes cidades exige que o Conselho Nacional de Trânsito regulamente no sentido de disciplinar o uso para a proteção de todos, usuários ou não. Tal necessidade deve merecer estudos de especialistas no assunto para que tenhamos uma legislação adequada que permita também a expansão de tais veículos, que é uma tendência mundial em todas as áreas urbanas do planeta.

José de Anchieta Nobre de Almeida

josenobredalmeida@gmail.com

Rio de Janeiro

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LAMENTÁVEL MEMÓRIA

Uma das formas de se prestar a devida e merecida homenagem e distinção a alguém que tenha se destacado positivamente em qualquer atividade humana é batizar com seu nome uma rua, avenida, praça, estabelecimento de ensino ou hospitalar, entre outros, perenizando sua memória para sempre. O que não se pode admitir é quando o nome escolhido é o de um famigerado e infame coronel do Exército, um dos grandes símbolos da linha-dura dos anos de chumbo da ditadura militar, de lamentável memória. Dito isso, merece repúdio e condenação da sociedade civil a abominável atitude do governador paulista e bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos) de dar a um viaduto sobre a Rodovia Manílio Gobbi (SP-284), no trecho de Paraguaçu Paulista, o nome de Erasmo Dias, secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo entre 1974 e 1979, um dos mais brutais e violentos períodos da longa noite do regime de exceção (1964-1985). Diante da descabida e imerecida homenagem, cabe aguardar a revogação da nomeação do viaduto, conforme projeto de lei apresentado pelo PT na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). Com efeito, a nomeação do viaduto constitui flagrante e gravíssimo crime de lesa-democracia. A ditadura não deixou heróis dignos de reverências e homenagens indevidas.

J. S. Decol

decoljs@gmail.com

São Paulo

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JORNAL IMPRESSO

Excelente o texto do Nicolau da Rocha Cavalcanti O jornal impresso e a cidadania (18/1, A4). Foi interessante o que o autor disse sobre o cuidado que a imprensa escrita deve ter com aquilo que é produzido como conteúdo, para não comprometer a qualidade em nome de uma suposta adequação aos novos tempos e aos novos leitores. “Isso não significa, como postulam alguns, transformar os jornais em pirulitos agradáveis ao paladar do leitor.” O que precisa é um trabalho de formação de novos leitores através da valorização e do hábito da leitura do jornal, principalmente na escola. Interessante lembrar que através do jornal impresso podemos fazer até mesmo uma leitura compartilhada dos cadernos, coisa muito mais complicada de se fazer no digital. Vamos incentivar a leitura dos jornais (de qualidade). Parabéns.

Cleidimar Bento Gonçalves

cleidimarbg@hotmail.com

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