Ditadura na Venezuela
Maduro enlouquecido
Nicolás Maduro, após inverter o resultado da eleição presidencial vencida por Edmundo González Urrutia, mandou prender mais de mil opositores, em prisão de segurança máxima. Brasil, Colômbia e México, ingenuamente, ainda tentam intermediar uma solução pacífica, como se Maduro fosse um político democrático, com quem se possa dialogar. O Partido dos Trabalhadores (PT) e outros membros da esquerda brasileira, que se apressaram em reconhecer e cumprimentar o caudilho venezuelano pela vitória, quebraram a cara e revelaram sua admiração por governos de autocratas totalitários, como faz a extrema direita de Bolsonaro. Maduro é discípulo de Vladimir Putin, capaz de todos os crimes para se manter no poder.
Paulo Sergio Arisi
Porto Alegre
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Lula na TV
Fora de contexto
Sobre o editorial O comício de Lula em rede nacional (Estadão, 3/8, A3), Lula falando demais em hora errada não surpreende mais. O que se deve ressaltar são os motivos deste discurso em rede nacional, que não me parece nada republicano. Fora de contexto, no mesmo dia das controversas eleições venezuelanas e em ano eleitoral, a menos de 90 dias do primeiro turno? No mínimo estranho, para ser cordial. Uma ode à esquerda e propaganda para ganhar votos.
Marcelo Teixeira
São Paulo
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Eleição em São Paulo
Asfaltamento
Nos anos 80, durante uma viagem que fiz aos EUA, numa pequena cidade do interior, vi sendo usada uma máquina que, enquanto raspava o asfalto antigo, já ia asfaltando com o novo. Já faz mais de 40 anos, mas na maior e mais rica cidade do Brasil, entra prefeito e sai prefeito e ainda são feitas emendas porcas no asfalto, transformando São Paulo num perfeito rali. Acaso alguma autoridade já ousou fazer um estudo econômico do tempo que leva e do atraso de um trabalhador ao atravessar a cidade nestas ruas esburacadas e mal asfaltadas? Fora o prejuízo na manutenção da frota automobilística. Até agora, nenhum candidato a prefeito na eleição deste ano falou sobre isso. A conferir.
Beatriz Campos
São Paulo
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Varejo
As ‘bets’ afetam o consumo
Causa espécie e preocupação o resultado de pesquisa da AGP e da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo, reportada em artigo do professor de finanças Fabio Gallo (3/8, B12) dando conta de que nada menos que 63% dos brasileiros que apostam em bets comprometem parte de sua renda. Destes, 23% deixaram de comprar roupas, 19% de fazer compras em supermercados, 14% deixaram de comprar produtos de higiene e beleza e 11% reduziram gastos com cuidados de saúde e medicações. Em 2022 o Brasil estava em 10º lugar no mundo, com US$ 1,5 bilhão em receitas brutas de jogos. Com 42,5 milhões de apostadores, o País é o terceiro do mundo em consumo de bets. A pesquisa apontou que 22% dos apostadores online acreditam estar fazendo um investimento e que as gerações mais jovens são as que mais apostam: geração Z (29%) e millennials (18%). Entre os entrevistados, 50% apostam ao menos uma vez na semana e 13%, todos os dias, com o maior impacto nas classes C (54%) e B (33%). O dado alarmante é que entre 60% e 80% dos apostadores perdem dinheiro. Não à toa, as empresas de bets são as maiores patrocinadoras do futebol brasileiro, estampando 9 entre 10 camisas dos maiores clubes do País. Diante dos números, cabe dizer que apostar alguns trocados para desafiar a sorte é prática saudável, desde que sejam apenas alguns trocados. Como bem disse Mark Twain, “há duas ocasiões na vida em que uma pessoa não deve jogar: quando não tiver posses para isso e quando as tiver”.
J. S. Decol
São Paulo
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Brasil na Olimpíada
Corrida para o passado
Eu também fico encantado com as medalhas que nossos guerreiros atletas olímpicos ganharam até aqui, mas, convenhamos, para um país com mais de 200 milhões de habitantes, é muito pouco, considerando que grande parte de nossos atletas vem das periferias, sem qualquer ajuda oficial, e os que têm posses vão treinar no exterior. O quanto fizeram e fazem pelo crescimento olímpico do Brasil os Ministérios da Educação e do Esporte? Corremos velozmente para o passado.
Luiz Frid
São Paulo
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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br
PRIMEIRA-DAMA EM PARIS
A primeira-dama, Janja da Silva, tanto azucrinou o Itamaraty que este conseguiu com o governo francês credencial para participar das Olimpíadas de Paris. Na verdade, nada contra ao quimono azul de gosto duvidoso que ela usou na solenidade de abertura dos jogos. O que o povo de bem quer saber é o custo total da viagem para ela e sua comitiva de sete assessores, bem como se houve recebimento de presentes e mimos ofertados pelos anfitriões. Afinal, lá atrás, o demiurgo camuflou um mimo de R$ 60 mil. Era um relógio de ouro e com uma pedra safira azul, da marca Cartier Santos Dumont, talvez homenageando Lula pelo excesso de viagens, daí o modelo Santos Dumont. Vamos aguardar.
Júlio Roberto Ayres Brisola
São Paulo
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‘INTELIGÊNCIA MÍOPE’
Antes de abrir sua boca de latrina e defender as eleições na Venezuela do ditador Maduro, Lula da Silva deveria pensar nos milhares – ou até milhões–, de venezuelanos que arriscaram a vida para defender a democracia. Mas, sua inteligência míope não vê falta de humanidade nessa tragédia. Tenho vergonha de ser representado por este cínico.
Luiz Antonio Amaro da Silva
Guarulhos
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OMISSÃO
Omissão é cumplicidade. A Venezuela chegou a tal ponto que todos os países, ao não conter aquele ditador psicopata, se tornam responsáveis pelas mortes e torturas indescritíveis que estão acontecendo lá. É impossível os Estados Unidos, a Europa, Brasil, etc., não agirem do mesmo modo que fizeram com o terrorista Osama Bin Laden, quando um grupo voou e o pegou direto da sua casa. O que estão esperando? Sinceramente, eu temo pelo mundo que estamos vivendo. Não existem mais humanos nos governos? Antigamente, já teriam livrado o mundo da Venezuela. Absolutamente nada justifica este animal perigoso, vampiro faminto ainda está neste planeta. Cansamos de ouvir esta retórica doente em nome da democracia. Precisamos esperar. Quem diz isso ou é igual a ele ou precisa se tratar urgente
Roberto Moreira da Silva
Cotia
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LULA E MADURO
Lula sabe que perde votos com suas estapafúrdias declarações sobre as eleições na Venezuela. Mas a questão é mais visceral. Imagino Lula e Maduro, lá ou cá, trocando confidências e exagerando estripulias em tempos de Petrolão. Lula não pode correr nenhum risco de se indispor com o raivoso caudilho.
César Francisco Martins Garcia
São Paulo
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REPERCUSSÃO
O comentário (nada surpreendente) de Lula sobre as eleições na Venezuela é idêntico ao daquele cidadão que ouve seu vizinho amigo espancar sua mulher todos os dias e diz que é só briguinha de casal.
Luciano Nogueira Marmontel
Pouso Alegre (MG)
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INDICAÇÕES
Não vejo, ao contrário da Venezuela, ninguém dizer que a Justiça do Brasil é controlada pelo PT. No Supremos Tribunal Federal (STF), temos sete ministros indicados por Lula e Dilma.
Vital Romaneli Penha
Jacareí
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‘VILIPENDIADOS’
Não só a democracia, mas os democratas sinceros foram vilipendiados com as declarações de Lula 3. Elas se desenvolveram num crescendo e até que chegou ao clímax de dizer que nada de grave ou anormal acontece na Venezuela. Está ele brincando com o Brasil e com os brasileiros que, diga-se de passagem, não lhe deram autorização ideológica para assim proceder com relação a um regime comunista, em que população passa fome. Certo é que os brasileiros, em sua quase totalidade, não endossam os procedimentos de Lula 3, de seu PT e nem de seu representante para os assuntos Venezuelanos (Celso Amorim). Por fim, ressalte-se que a Organização dos Estados Americanos (OEA) não sacramentou as eleições Venezuelanas. Como, então, nada de anormal acontece lá?
José Carlos de Carvalho Carneiro
Rio Claro
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‘EM DIREÇÃO ÀS TREVAS’
Tanto a direita quanto a esquerda mundial são apaixonadas por ditadores totalitários, populistas e autocráticos, como Vladimir Putin, o modelo impecável do ditador pós-moderno, sem ideologia e voltado ao poder pelo poder, total e universal. A negação absoluta à democracia e à vontade de liberdade dos povos. Um retorno ao absolutismo de Luis XIV, o rei Sol. Marchamos em direção às trevas da Idade Média e ao medo à liberdade.
Paulo Sergio Arisi
Porto Alegre
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‘PERDEU O RUMO’
Brasileiros perplexos com a posição dúbia de Lula com relação às eleições presidenciais na Venezuela. A combinação não poderia ser mais estaparfúdia. Lula acende vela a Deus e manda o PT acender outra ao diabo, declarando apoio a Nicolás Maduro. De quebra, Lula faz marola, e pede conselhos a Joe Biden. É o fim da picada. Seria cômico se não fosse trágico. O asqueroso, sanguinário e truculento ditador Maduro prende e arrebenta, e o governo brasileiro bota o rabo entre as pernas. O governo age como se o Brasil fosse uma republiqueta. As tais atas são os boletins das urnas. Desculpa esfarrapada de Lula manda esperar por elas. Até os buracos dos asfaltos das ruas sabem que a demora é para enganar trouxas e ingênuos, que acreditam que existem eleições limpas e democráticas na Venezuela. Maduro mandou Lula tomar chá de camomila. O presidente exagerou nos bules e nas xícaras e perdeu o rumo. Corre o risco de apequenar o cargo.
Vicente Limongi Netto
Brasília
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‘LAMENTÁVEL’
A foto do vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, no Irã, no meio de terroristas islâmicos, é lamentável. Não precisamos destas imagens para nosso país.
Luiz Frid
São Paulo
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‘ERRO FATAL’
Se a reação do PT ao resultado fraudado da eleição na Venezuela já foi cínica, ridícula e estapafúrdia (“jornada pacífica, democrática e soberana”, e espera que o governo eleito “continue o diálogo com a oposição”, diz a nota oficial da executiva), a de Lula foi de um negacionismo de arrepiar. Afirmou não ter visto “nada de grave” ou “anormal” no pleito e que se “um concorda, outro não, entra na Justiça, a Justiça faz”. Não bastasse tal declaração desrespeitar o povo venezuelano, oprimido e impotente perante a ditadura de Maduro, e escarnecer do brasileiro esclarecido, Lula comete um erro fatal: legitima uma eleição fraudulenta que nada mais foi do que um golpe premeditado. Portanto, que moral tem o presidente de continuar acusando Jair Bolsonaro de ter tentado impetrar um golpe de Estado no Brasil enquanto endossa descaradamente o golpe de Nicolás Maduro? Resposta: nenhuma. Resta agora aguardar qual será a reação do Itamaraty ao verificar que as atas eleitorais jamais aparecerão ou, se surgirem, estarão seguramente adulteradas. Vai ser risível, com certeza.
Luciano Harary
São Paulo
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ELEIÇÕES MUNICIPAIS
Toda pesquisa de intenção de votos precisa ser avaliada à luz das limitações estatísticas da amostragem. Assim, com mais de três pontos porcentuais de erro, valores como 17% e 21% se equivalem. Em relação ao pleito para a prefeitura de São Paulo, conforme matéria Nunes, Datena e Boulos empatam; Tarcísio atrai mais que Bolsonaro (Estadão, 31/7, A8), vê-se que há, hoje, um empate quádruplo entre os três principais postulantes e a somatória de brancos, nulos e indecisos. Ou seja, aquele que melhor convencer o eleitor a ir votar e não anular estabelecerá sua vantagem, mantendo as intenções nos níveis que estão agora. E também conclui-se que, com pelo menos 11 possibilidades, 17% dos eleitores ainda não encontraram seu candidato.
Adilson Roberto Gonçalves
Campinas
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VENEZUELA
A lambança que está acontecendo na Venezuela tem origem em Simón Bolívar, líder militar que sonhava com uma grande nação americana independente, livre da monarquia, republicana, sem escravos, com presidente vitalício, com Câmara e Senado também com cargos vitalícios, porém, não hereditários. Esta visão poderia ser considerada revolucionária na época, quando todos os países viviam na monarquia. Hoje, a ideia de um presidente da República vitalício remete imediatamente ao conceito de ditadura. O legado de Simón Bolívar é vasto: acertou em combater a escravidão e lutar pela liberdade, pelo fim da monarquia, combateu a pobreza, mas ele errou miseravelmente ao pregar uma República com cargos vitalícios, o presidente da República teria um status semelhante a de Rei, com amplos poderes. A ideia de Bolívar sobre a República com presidente vitalício não prosperou em lugar nenhum do mundo e hoje serve apenas como uma vaga justificativa para Nicolás Maduro se perpetuar no poder como ditador.
Mário Barilá Filho
São Paulo
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MADURO NO PODER
Como “não tem nada de grave e nada de anormal” na Venezuela, o presidente Lula pode mandar sua esposa representar o Brasil na posse de Maduro no terceiro mandato.
Carlos Gaspar
São Paulo
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PIPOCOU
Quando se fala de futebol, a descrição de alguém que se acovardou é expressa por esta palavra: pipocou. Neste momento, a atitude de Lula aceitando bovinamente a fraude da eleição da Venezuela pode ser descrita com esta palavra. Quem viu Lula no estádio de Vila Euclides nos anos 1960 afrontando a ditadura militar do Brasil, com coragem e defendendo a democracia, pode ver como este senhor envelheceu muito mal. Que lástima.
Aldo Bertolucci
São Paulo